Amelia Del Crucci

Fazia dias e nada da revanche de Drake. Eu estava sempre alerta e acredito que os gêmeos também. Nesse meio tempo, nós três jogamos Kyle na piscina, colocamos cola dentro do tênis de Anna e escondemos o console de Nicholas que até então eu mal o conhecia.

Nicholas era um garoto de 15 anos e irmão mais novo de Kyle. Estranhei alguém tão jovem morar nessa mansão que parecia ter sido feita para estudantes de faculdade, mas Ryden me explicou a situação toda.

Kyle e Nicholas têm o mesmo pai, porém mães diferentes. Quem tem a guarda de Kyle é seu pai, pelo fato da sua mãe ser alcóolatra, então tecnicamente, a mãe de Nicholas que é a atual esposa do pai deles é uma segunda mãe para Kyle.

Quando Kyle veio para Oxford para começar a faculdade no ano passado, Nicholas implorou para os pais deixarem ele ir, Nick passou numa escola aqui em Oxford e veio com Kyle.

Eu ainda estava conhecendo a todos fazendo notas mentais.

Tinha esses dois irmãos Kyle e Nicholas.

Cordelia e Mason eram os irmãos que vivem brigando.

Ryden e Damien são os gêmeos diferentes malignos que viraram meus melhores amigos.

Samuel é o melhor amigo de Drake que fez Damien ficar puto com sua revanche no lance da maçaneta.

Cassidy é uma garota tsundere com quem pouco falei e sei, pelo que ouvi de todos, que ela tem uma quedinha por Sam.

Alex é o cara que cursa desginer e que tem 22 anos.

Frederick é o médico que sempre deixa Carter puto por nunca guardar seu Kit de Médico e deixar suas coisas espalhadas na mansão.

Anna é uma italiana legal que tem uma prima chamada Liana que foi embora.

Adelina é como uma irmã mais velha de todos, sempre cuidando deles (e agora de mim) como se fôssemos seus filhotes.

Rana e Carter são os velhinhos donos da mansão.

E tem Drake o ladrão de cookies que está louco para ter sua vingança pela travessura que fiz.

A culpa é só dele por ter tocado nos meus cookies.

Enquanto lembrava de todos os moradores da mansão eu separava o que levar para a faculdade.

Hoje finalmente começava meu curso que no caso era artes.

Eu sempre fui muito ligada às artes em todo e sempre quis expor meus trabalhos e abrir uma galeria. Guardando tudo em livros e pastas, minhas obras de arte eram meus bebês.

Peguei meu caderno de desenho e folhas de bloco que eram um pouco mais duras. Separei um lápis de cada tipo: H, B, 2B e 4B. Duas borrachas, uma normal e uma especial só para desenho. Minha pasta que tinha meus desenhos mais recentes e mais algumas coisas no estojo como canetas de diversas pontas, réguas etc...

Depois de arrumar minha mochila, abri meu armário para separar a roupa. Peguei uma blusa branca com renda e uma calça jeans justa. Por dois motivos:

1) Eu era muito pálida

2) Por causa disso minhas pernas pareciam serem feitas de palmito

Com uma sapatinha branca que tinha alguns brilhinhos que tinha ganhado de meu pai saí de meu quarto.

Quando cheguei na cozinha, Anna e Alex estavam comendo. Adelina e Kyle estavam preparando seu café-da-manhã e Frederick estava lendo o jornal na mesa.

Ao dar bom dia a todos, perguntei sobre o paradeiro dos outros.

— Cordelia já foi para a escola, disse que como era o último ano do colegial, queria aproveitar mais e ficar mais longe de Mason. Ele já foi para a faculdade também com Samuel, Cassidy e Drake. Não sei sobre os gêmeos. Nicholas está terminando de se arrumar e Lucy parece que não dormiu por aqui — falou Alex.

Arqueei uma sobrancelha como “quem diabos é Lucy?”.

Sentindo que eu estava perdida, Adelina tirou minha dúvida.

— Lucy é uma moradora daqui faz muito tempo. Tem vinte e quatro anos e é dona de uma loja de pintura no centro. Ela sempre está ocupada e nem toda noite passa aqui.

— É uma velha doida — comentou Anna.

— Ela não é velha — disse Kyle.

Rapidamente comi meu pão na chapa e tomei um copo de suco de amora. Subi correndo as escadas, escovei os dentes e ajeitei mais uma vez meu cabelo com minha mão.

Saindo correndo novamente, peguei minha bicicleta, ou melhor, a antiga bicicleta de Frederick o qual a deu para mim que Carter ajudou a consertar e pedalei até a escola. Separei uma lista de músicas e comecei a cantar baixinho as músicas.

Ao chegar na faculdade eu quase achei que mosquitos iriam entrar na minha boca. Eu estava boquiaberta com a visão à minha frente.

A universidade parecia um castelo. Era linda e tinha um pátio imenso. Com enormes janelas e detalhes.

— Tampe a boca, firegirl — disse uma voz ao meu lado — você fica mais bonita sem essa cara esquisita.

Virei-me e me deparei com Ryden dando um sorriso brincalhão para mim. Damien estava jogando alguma coisa no celular.

— O que estão fazendo?

— Esperando por você. Achei que você quisesse ajuda em seu primeiro dia, até porque você cursa o mesmo que eu.

Dei um sorriso e aceitei a ajuda deles.

Os gêmeos me levaram até a secretária que não era muito grande e pedi por meu horário. Ryden começou a fazer comentários e me ensinar a como lidar com os professores. Não levei tudo a sério, porque bem... Era Ryden. Por ser maligno, muitos professores devem odiá-lo.

O sinal tocou e nos despedimos.

Por dentro, aparentava ter muitos anos, mas era muito bem conservada. As cadeiras eram de uma madeira encerada e escura. Fiquei imaginando o refeitório.

Porque bem... O lugar onde fica a comida precisa ser muito bom.

Encontrei a minha sala depois de um tempo. Tinha umas 35 pessoas naquela sala. Eu estava sentada numa das fileiras do meio, pois tinha dificuldade de enxergar nas pontas e na terceira carteira, pois era baixinha. Maldita altura.

Algumas pessoas estavam conversando – provavelmente porque já estudaram juntas – e sinto que alguém está me olhando, mas decido ignorar essa sensação.

— Bom dia, alunos — disse a professora — meu nome é Srta. Alyson. Estarei passando para cada um a lista de materiais necessários em minha aula.

Depois de certos segundos, vi uma folha em minha mesa e a peguei para ler. Depois olhei para Prof. Alsyon.

Ela deveria ter um pouco mais de trinta anos. Usava um vestido florido até o joelho e uma sandália sem salto. Tinha olhos verdes e um cabelo loiro que estava preso numa trança, era muito bonita.

Lembrei de Ryden comentando sobre ela. Alyson era uma das professoras mais calmas da Universidade de Oxford, desde que você não reclame do que precisa fazer ou critique alguma arte sem motivo. Ele também disse que ela presta bastante atenção no desempenho dos alunos e que dá muito apoio àqueles que se destacam.

— Hoje, quero que se sentem em duplas para se conhecerem melhor, eu escolherei as duplas e quero que desenhem seu colega. Destaquem o que acham que o marca no desenho.

Quase soltei um grunhido. Não podia ser “faça um desenho livre no seu primeiro dia”?

Eu com certeza iria caprichar nas minhas nuvenzinhas.

Olhei para ela quando chamou meu nome.

— Amy Del Crucci, por favor sente-se com Trevor MacCart.

Virei para trás e vi quem era Trevor.

E percebo que ele já estava me olhando. Reprimi um calafrio, odeio quando as pessoas ficam me encarando como se eu fosse um pedaço de carne.

Tecnicamente eu sou um pedaço de carne. Mas não um pedaço de carne carne.

Não como uma galinha.

Eu com certeza não era uma galinha. Nem no sentido conotativo nem o denotativo.

Onde eu estava? Ah é, Trevor.

Trevor era um inferno de garoto. Usava uma blusa azul clara de manga curta que estava justa nos ombros por ter músculos definidos. Seu cabelo era castanho e ele tinha olhos verde-água. Ao perceber que eu o estava checando, deu um sorriso arrogante e piscou.

Revirei os olhos e virei para frente. Um bastardo arrogante era tudo o que eu precisava.

Pegando meu material, sentei na carteira que estava colada à dele.

— Oi — e lá vem o sorriso arrogante de novo.

— Olá — disse numa voz monótona e com um olhar avisando para ele não mexer com fogo.

Mas isso não tira o sorriso dele. É claro que não. PORQUE ESSES IDIOTAS TEM QUE ME SEGUIR POR TODO LUGAR?!

— Bem... Amelia, espero que tenhamos uma boa diversão nessa aula.

E com isso pega seu caderno e um lápis.

— Duvido — murmurei tão baixo que ele não escutou. Guardei a lista – precisava perguntar depois para Ryden onde poderia comprar tudo – e peguei meu material.

Respirei fundo e comecei a trabalhar.