Drake Whitewood

— Drake, Drake! Me ajude! Eu não consigo sair desse vestido!

Amy estava entalada em seu vestido enquanto tentava tirá-lo.

Eu revirei os olhos enquanto levantei da cama para ajudar a tirar o seu vestido.

— Eu não sei por que você está tão preocupada com isso. É só uma cerimônia de formatura.

Amy conseguiu sair do vestido.

— Eu sei, eu sei — ela disse suspirando. — Eu apenas quero que eu esteja apresentável...

Ela parou de falar quando ela me viu encarando o seu corpo seminu sem nenhum pudor. Amelia deu um tapa na minha cabeça.

— Para de olhar. Pervertido!

Eu ri.

— Você está apenas de roupa íntima experimentando roupas para a nossa colação e você espera que eu não aproveite a vista? — disse dando de ombros sem sentir culpa de nada.

Ela me bateu de novo.

— Eu espero que você me ajude a arrumar uma droga de vestido! — ela bufou. — Por que Deli e Cass tinham que estar fora justo agora? — Ela resmungou.

— Porque Adelina está fora com Jeremy e Cass está no salão — eu disse, me sentando em sua cama novamente e procurando um ponto confortável.

Amy soltou um muxoxo e começou a mexer em seu guarda-roupa novamente.

Muita coisa tinha acontecido nesses últimos quatro anos. Nós estávamos nos formando, Sam finalmente virou homem e tomou coragem para começar a namorar Cassidy, eles estavam em seus dois anos de namoro, Adelina – depois de tantas investidas de Jeremy desde que eu e ele tivemos aquela conversa na loja – finalmente aceitou sair com ele e agora eles estavam namorando há um ano.

Anna ficava mandando mensagens pelo Facebook contando sobre como ia sua vida e a de Liana na Escócia. Aparentemente Anna estava com um outro britânico que ela conheceu lá. Alex tinha se casado com sua namorada francesa, Marie. Para ninguém ter que ir para a França, eles vieram até a mansão e tivemos uma pequena cerimônia depois de seu grandioso casamento em Paris.

Ryden tinha encontrado uma namorada. Seu nome era Ingrid. Ela era uma holandesa que tinha vindo para cá fazer estágio e acabou ficando. Ela era uma mulher alta e loira apenas um ano mais velha que nós. Ela era bem legal e engraçada.

Damien batia o pé falando que por enquanto ele estava muito bem só por mais que Amy ficava enchendo o saco dele.

Mason e Cordelia ainda continuavam brigando como cão e gato, entretanto Cordelia tinha amadurecido bastante durante esses anos e era muito difícil agora tirá-la do sério. Ela tinha entrado na nossa faculdade para cursar Direito.

Adelina se formou antes de nós – obviamente, afinal ela é um ano mais velha que nós e o seu curso não tem uma duração tão grande. Agora ela estava trabalhando numa escolinha como professora de crianças.

Ela e Jeremy estavam morando juntos numa casinha perto da mansão.

Kyle também tinha se formado e ele – junto com seu irmãozinho, Nicholas – foram para a Noruega. Aparentemente tinha uma tia deles que arrumou um emprego para ele lá. Ele falava conosco, às vezes, pelo Skype.

Lucy... bem, continuava sendo a Lucy maluca de sempre. E provavelmente ela seria a última pessoa a sair daquele lugar.

Outras pessoas ocuparam os lugares de todos que saíram, e por um lado eu estava feliz de estar saindo de lá. O lugar não era o mesmo desde que todo mundo já estava tocando a vida de cada um.

Trevor me deixou em paz, literalmente. Ele não me pediu desculpas, mas eu sabia que toda vez que ele me olhava era com remorso. Amy me contou que seu irmão se drogou na prisão e acabou contando tudo para ele quando ele foi visitá-lo. Por ter confessado, o irmão dele vai pegar mais MUITOS anos de prisão e, com a influência de meu pai, talvez ele até nunca saia de lá.

Eu estava calmo com meu passado. Falar sobre meu irmão era triste, mas não doía tanto. Amy me fez enfrentar minhas dores e aprender a dar tempo ao tempo. Todo ano, no aniversário de Tyler, Amy ia comigo até a sua lápide prestar uma homenagem e dar parabéns.

Ela não ligava quando eu chorava e eu era extremamente grato por isso. Ela apenas me abraçava até eu me sentir melhor.

Quanto à Amy, seus problemas tinham diminuído bastante. Ela não anda mais tendo ataques de pânico ou quando ela fica muito ansiosa isso rapidamente passa. Às vezes, sua hiperatividade era bem óbvia, mas na maioria das vezes nem parecia que ela tinha isso. O que significava que ela não precisava mais tomar remédios.

— O que você acha desse? — Amy perguntou após vestir o terceiro vestido.

Ele era muito bonito. Ele era vinho de alças finas que trançavam em suas costas abertas como linhas de um espartilho e ele valorizava bastante seu corpo.

— Eu gostei — eu disse sorrindo maliciosamente. — Mas eu adoraria tirá-lo também.

Amy revirou os olhos e tacou uma blusa em mim.

— Vamos, Senhor eu-estou-cheio-de-testosterona. Você ainda precisa pegar a sua roupa.

— Se você está tão afim de tirar minha roupa, é só falar.

Amy fechou a porta na minha cara.

— Fique pronto em vinte minutos. Não podemos nos atrasar! — Ela gritou de dentro de seu quarto.

Eu sorri enquanto ia andando calmamente para o meu quarto.

***

Encontrei com Amy no carro. Ela estava espetacular. Seu cabelo estava escovado, entretanto ela tinha deixado as pontas de seu cabelo enrolados como eram normalmente. O vestido estava perfeito nela e Amelia vestia um par de saltos pretos e uma maquiagem meio simples, mas muito sexy.

— Aqui — eu entreguei uma caixa para ela.

Amy olhou com surpresa e abriu a caixa.

— Drake… isso…

Eu cocei minha nuca com um tanto de vergonha.

— É… eu ouvi dizer que os garotos dão isso para sua acompanhante nas festas de formatura de colegial e alguns até fazem isso na faculdade. Achei que seria interessante — dei de ombros.

Dentro da caixa tinha uma flor preta para ser usada no pulso, ela era perfeita para ser usada com o vestido que Amy estava vestindo.

Amelia sorriu para mim, aquele sorriso meio envergonhado e fofo que me fazia perder o fôlego e querer beijá-la a todo custo.

E foi o que fiz.

Quando nos desgrudamos, estávamos ofegantes e entramos no carro.

Aquela ia ser nossa última noite como estudantes de Oxford.

***

O salão ecoava barulho das pessoas conversando e se divertindo. Música ao vivo estava presente pelos músicos da própria faculdade e outros que eram de fora.

Comes e bebes à vontade eram servidos.

Era o mínimo, considerando o que pagamos para esse evento.

A cerimônia demorou um pouco para começar, mas ocorreu perfeitamente. Nós recebemos nosso canudos e o pessoal começou a gritar jogando o chapéu para cima.

Depois a festa começou com toda força. As pessoas riam, pulavam e dançavam como se o mundo fosse acabar.

Eu apertei a mão de Amy para que ela não soltasse de mim já que estávamos sendo levados pelas ondas de alunos. Encontramos Damien dançando com um monte de garotas que pareciam disputar sua atenção e avistamos Adelina dançando alegremente com Jeremy.

Eu puxei Amy para um canto que não estava tão cheio e começamos a dançar. Eu peguei uma bebida para ela e apenas uma cerveja para mim já que seria eu quem iria dirigir.

Eu grudei meu corpo com o de Amy enquanto ela balançava os quadris no ritmo da música. Eu coloquei minhas mãos em sua cintura e guiei o ritmo dos nossos corpos.

Dançamos todos os tipos de música naquela noite.

Encontramos Mason, numa hora, completamente bêbado – nós sabíamos disso porque ele estava contando piadas – e depois também acabamos achando Ryden e sua namorada quando fomos ao bar pedir mais bebida.

Milhares de coisas tinham acontecido comigo desde que Amelia tinha aparecido na minha vida gritando como uma louca para cima de mim. Quem diria que seria a melhor coisa que teria acontecido comigo?

***

No dia seguinte, eu estava me divertindo extremamente vendo quase todos da mansão bêbados.

Cass e Damien não tinham nem saído da cama de ressaca. O que estava menos bêbados eram Sam e Cordelia.

Amy estava capotada na sua cama. Eu decidi fazer um café-da-manhã para ela sabendo que ela iria acordar com uma dor de cabeça enorme.

Eu decidi fazer seu prato preferido e um pouco de café. Meia hora depois, eu ouvi seus passinhos descendo da escada, um degrau de cada vez como se fosse uma criança.

Eu a avistei quando ela entrou na cozinha parecendo um zumbi sonâmbulo. Ela bocejou e me desejou bom dia sussurrando.

Eu sorri e beijei sua testa.

— Eu acho que você vai gostar do que eu fiz — eu disse meio baixinho para não piorar a dor de cabeça.

Eu coloquei a cesta cheia de cookies. Os olhos de Amy arregalaram e em menos de um segundo ela estava sentada à mesa comendo cookies como se sua vida dependesse disso.

Eu tentei pegar um, mas ela deu um tapa na minha mão.

— Meus cookies — ela disse possessivamente de boca cheia.

— Mas você é minha garota. E tudo que é seu, é meu.

Ela deu outro tapa na minha mão.

— Tudo que é meu é seu EXCETO minha comida.

Eu ri.

— Mas sou eu que faço.

Ela deu de ombros.

— A vida não é justa.

Eu ri e beijei seus lábios. Ela baixou sua guarda e eu roubei seu cookie dando uma mordida enorme. Ela me fuzilou com meu olhar.

— Bela jogada, Senhor — ela disse como se estivesse me avaliando para me mandar para a prisão.

Eu sorri e pisquei para ela enquanto eu dava minha última mordida.

— Só para você, amor.