And if escrita por Deschain


Capítulo 9
Capítulo 8




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Capítulo 8

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Ela observou o hanyou andar até o lobo gigante que antes era seu meio-irmão, ainda em choque pela besteira que pensara quando Inuyasha dissera que iria lhe proteger. Como poderia sentir pelo meio-demônio que conhecera há poucos dias o que sentia por Darsh? Isso era absurdo!

– Seria bom procurarmos um lugar para nos esconder. – O senhor Myoga disse com urgência sem tirar os olhos de Inuyasha. – Inuyasha não tem controle da espada do pai e se no final depender de força, Sesshoumaru ganhará com facilidade.– Apontou para a espada enferrujada nas mãos do hanyou. – Ele nem sabe como segurar aquilo direito!

– Então não podemos sair daqui.

– Como!? Não ouviu o que eu acabei de falar, garota? Inuyasha é metade humano! Não tem como competir com o irmão!

– Então ele precisa de alguém para ajudá-lo. – Ela virou-se procurando alguma coisa jogada no chão que pudesse lhe servir, mas nada encontrou. – O senhor pode ir, eu fico aqui. Tentarei ajudar Inuyasha.

– Por que ajuda-lo? Você mal o conhece, por que arriscar sua vida?

Kagome ajoelhou-se enquanto colocava o senhor Myoga no chão. Quando lhe deu a resposta já estava em pé novamente, observando com atenção Inuyasha.

– Alguém que eu admirava me disse uma vez que pessoas se tornam fortes quando têm algo para proteger. Inuyasha disse que iria me proteger, não disse? Se eu não posso fazer mais nada por ele ao menos me tornarei sua força. – Ela olhou para a pequena pulga com um sorriso de canto de boca. – O senhor está certo, no entanto. Eu não o conheço.– Deu de ombros. – O senhor não precisa arriscar sua vida por minha causa, pode ir sem se sentir culpado.

A velha pulga não precisou ouvir duas vezes. Kagome quase riu com a velocidade que o velho Myoga fugiu do local, mas apenas balançou a cabeça levemente e voltou a observar os irmãos. Inuyasha observava a espada enferrujada com um ar de surpresa enquanto o lobo Sesshoumaru continuava em posição de ataque, apenas esperando um movimento do outro.

Jaken também estava ali, surgido de não-se-sabe-onde. Torcia para Sesshoumaru, mas o que a preocupava era aquele maldito cajado que ele segurava. Agarrou alguns ossos que encontrou no chão e jogou no pequeno lagarto, acertando-o na cabeça e o derrubando no chão. Enquanto ele se colocava em pé, agarrou o cajado firmemente e apontou para ele.

– Torça por seu senhor, mas nada de interferir. Ficarei com seu brinquedinho por precaução.

O lagarto a fitou furioso pronto para dizer algo, mas Inuyasha decidira atacar Sesshoumaru nesse momento. Tanto ela quanto o lagarto viram quando o lobo gigante saltou para cima do meio-yokai tentando interceptar o ataque, mas de algum modo a espada enferrujada havia se transformado em um canino enorme e foi com facilidade que Inuyasha abriu um corte da pata ao ombro do lobo, logo depois cortando fora o braço inútil.

Sesshoumaru tombou para o lado, o lugar onde antes fora seu ombro apenas um buraco sangrento. Inuyasha pousou graciosamente em frente ao corpo monstruoso do irmão.

– O velho me deixou um presente e tanto, não acha? E apesar de brigarmos pela herança de nosso pai, não conseguimos chegar à grandeza dele.– Falou enquanto observava o meio-irmão levantar-se com dificuldade já que não tinha o apoio de uma das patas. – É engraçado que eu tenha recebido essa espada já que o velho nunca mostrou qualquer favoritismo entre nós dois, mas já que ela estava em meu olho não vou permitir que a tomem de mim. Até mesmo se for você!

O meio-yokai saltou com a enorme espada em punho e com uma sequência de golpes conseguiu derrubar o lobo gigante dos restos de seu pai. O demônio não chegou a receber o impacto da queda, no entanto, pois durante a queda transformou-se inexplicavelmente em uma bola de energia que sumiu de vista enquanto rumava para longe do local.

Jaken puxou a ponta do cajado que Kagome segurava e assim que o tinha em posse, fugiu para a mesma direção que seu mestre tinha tomado. A garota não se importou com o pequeno yokai, depois de vê-lo correndo para longe decidiu ir até Inuyasha que acabara de fincar a enorme espada no chão enquanto se agachava, talvez para recuperar o fôlego.

– Ei, você tá bem?– Ela analisou o rapaz que murmurava alguma coisa sobre o pai, o presente e como Sesshoumaru era patético.

O hanyou levantou o rosto para ela, mas não disse nada. Durante um bom tempo os dois se analisaram, até que ele virou o rosto quebrando o contato visual, mas não rápido o suficiente, de forma que Kagome viu o rubor que cobria as bochechas dele.

– Eu não esqueci o que você fez antes com a mulher-nada e agora com a espada... – Ele apontou para a antiga espada enferrujada e que agora se assemelhava a um canino gigante. –Você não é tão inútil quanto eu pensava.

Kagome sorriu do desconforto que ele sentia em tentar agradecê-la ou elogiá-la, não sabia bem qual das duas opções. Com curiosidade e aproveitando que o meio-demônio olhava para o lado oposto ainda envergonhado, tocou a empunhadura da espada-canino e observou fascinada ela voltar a ter a forma de uma espada comum, mas não a enferrujada como pensara. A arma voltou à aparência que tinha quando a garota a segurou pela primeira vez.

O senhor Myoga escolheu esse momento para aparecer, pulando no ombro de Inuyasha.

– Muito bem, senhor Inuyasha. Eu nunca duvidei que o senhor ganharia de seu irmão.

– Engraçado, eu consegui ouvir um "Precisamos nos esconder" saindo dessa sua boquinha mentirosa de pulga no começo da luta.

– Ah... Isso... Eu só estava criando um plano caso algo desse errado...

– E, no entanto, fugiu largando Kagome sozinha.

– Eu só estava providenciando carona para que pudéssemos sair daqui...– Myoga gaguejava e suava enquanto apontava para grandes pássaros pousados ao lado.

Nenhum deles tinha qualquer pele ou músculo, eram feitos puramente de ossos e apesar de ir contra o senso comum, de algum modo estavam vivos. Os pássaros estavam pousados na beirada de onde ela acreditava fosse o ombro do falecido pai de Inuyasha e batiam suas asas nervosamente. Ela caminhou com cuidado em direção a um deles, esperando algum movimento, mas o pássaro apenas a fitou desinteressadamente. Estendeu a mão e chegou a tocar levemente a coluna do bicho antes que ele alçasse voo, fizesse uma manobra meio desajeitada e pousasse novamente, dessa vez em frente a ela e com as asas estendidas, facilitando o acesso as suas costas.

Inuyasha ainda estava discutindo com Myoga quando ouviu a risada e os gritos de Kagome.

– Ei, mulher! O que pensa que está fazendo?

– Você é muito lento, Inuyasha!– Gritou no meio de uma manobra razoavelmente perigosa do pássaro. Ela riu. – Vamos logo!– Direcionou o bicho para o pequeno portal que os trouxera até ali.

Inuyasha conseguiu alcança-la em pouco tempo e sem aviso prévio saltou do pássaro dele para o dela.

– Segure em mim. – Ele ordenou passando um braço em torno da cintura dela.

Kagome abraçou o pescoço dele incomodada com a aproximação. Para evitar uma situação mais embaraçosa ela obrigou-se a abaixar o rosto de modo que não existisse possibilidade de cruzarem olhares. Queria não estar consciente do corpo de Inuyasha, contudo conseguia sentir o cheiro do hanyo, o calor dele, a textura do cabelo... Estapeou-se mentalmente. Ela deveria ter apoiado o rosto no ombro dele, assim poderia ver o cabelo mais de perto e não teria como ele notar.

Em pouco tempo estavam de volta. O portal voltou à forma de uma pedrinha e retomou a seu lugar de origem: o olho direito do meio-demônio.

Voltaram para a vila junto com o velho Myoga que se prontificou a contar tudo o que ocorreu para Kaede. Obviamente existia um grande furo na história, a parte da luta de Inuyasha com Sesshoumaru que ele não acompanhou porque havia fugido, mas a velha não se preocupou em perguntar grandes detalhes e Kagome não queria atrapalhar a narrativa. Inuyasha não entrou na cabana, decidiu ficar sentado na árvore do lado de fora, mas a garota não duvidava que ele escutava a conversa. Conseguira falar aquelas coisas para Myoga porque tinha certeza que o hanyo nunca descobriria, mas só podia se sentir agradecida por ele não ter comentado nada ou tirado sarro por isso.

[(...)Se eu não posso fazer mais nada por ele ao menos me tornarei sua força.]

Já conseguia sentir o sangue se acumulando no rosto por causa da vergonha.

– Vergonhoso... – Murmurou para si mesma.

– Mas o que eu gostaria de saber é por que Kagome conseguiu soltar a espada. Talvez você tenha algum poder misterioso afinal... – A velha a observava com cuidado.

– Não, ela só conseguiu porque é humana. Aquela espada foi criada para proteger a mãe de Inuyasha, ou seja, para proteger humanos. Isso explica porque tanto Inuyasha quanto Sesshoumaru não conseguiram tirá-la do local...– Myoga a interrompeu.

– Então quando Inuyasha disse que iria me proteger...

– Foi o que liberou a forma verdadeira e total da Tessaiga.

– Mas se Kagome não possui nenhum poder oculto, então porque a espada também reagiu a ela?– Kaede apontou.

– Porque Kagome queria proteger Inuyasha. – Myoga respondeu lentamente como se analisando o peso de suas palavras.

– Então quer dizer que aquela espada vai reagir a qualquer pessoa que tocá-la? Independente de quem seja? – Estava furiosa por se sentir envergonhada. Não queria que Inuyasha se ferisse, era verdade, mas colocar daquele modo era... Vergonhoso.

– Não. Aquela espada é herança do senhor Inuyasha, só poderia reagir a ele. Talvez tenha reagido porque sua intenção de protegê-lo era real e forte o suficiente...

– Essa é a maior besteira que já ouvi!– A garota levantou-se sentindo o rosto queimar. Marchou para fora da cabana ao ponto de explodir de vergonha e o sentimento só aumentou quando viu que o hanyo a fitava com um interesse estranho de seu lugar da árvore. Ela engasgou e virou o rosto para o outro lado, mas caminhou até a árvore e sentou-se apoiada nela. Inspirou e expirou profundamente, sentindo o nervosismo sumir. Só quando se sentiu calma novamente foi que voltou seu olhar para o hanyo acima de si. – Como está a espada?

Ele pulou do seu lugar e pousou ao lado dela. Sentou-se e retirou a espada da bainha, mas não houve transformação alguma.

– Pegue. – Ele estendeu a empunhadura para ela e assim que ela tocou a aparência da espada mudou: a ferrugem substituída por uma lâmina limpa e afiada. Ele tornou a pegar a espada que voltou a forma comum. – De que me adianta ter uma arma que não funciona quando deve?

– Você sabe que ela funciona só não aceita como ela funciona.

Ele bufou, mas não disse nada contrário.

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[É o mesmo para mim.]


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