And if escrita por Deschain


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Aos poucos algumas insinuações vão entrar na história e talvez, se eu não estiver sendo muito exagerada, a censura mude, mas o foco ainda é ser apenas uma "história mamão com açúcar", então, como ainda estou na dúvida sobre isso, peço a vocês que comentem o que acham a respeito. Esse capítulo é um bom exemplo do que talvez apareça (ou não) daqui para frente, então comentem, no momento só tenho meu próprio gosto e senso para avaliar.

Sem mais enrolações, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520573/chapter/10

.

.

.

Capítulo 9

.

.

.

Saíram da vila no dia seguinte, dando início à procura dos fragmentos da joia. Eles não tinham nenhum tipo de localizador, então não foi com surpresa que passaram vários dias na estrada sem nenhum resultado. Kagome estava cansada de caminhar, sabia que se pedisse para Inuyasha a carregar ele faria, o hanyo fazia questão de dizer como ela estava atrapalhando o progresso da viagem com aquela velocidade ridícula de humana, mas tinha seu orgulho e depois do que acontecera antes de saírem da vila tudo o que ela queria era evitar qualquer tipo de contato com o meio-yokai.

Myoga decidira acompanha-los, talvez por falta do que fazer. Ela não reclamou, achava engraçadas as interações entre ele e Inuyasha, sem falar que geralmente a pulga a defendia, não que isso contasse pra alguma coisa já que só precisava Inuyasha ameaça-lo para que mudasse de ideia.

Foi com satisfação que em um dos dias infrutíferos da caça encontrou o pequeno lago. Avisou que iria tomar banho e os deixou sob os protestos de Inuyasha de como ela era lenta e de como podia ser suja ao ponto de querer tomar banho sempre que via uma poça d'água. Ao ouvir este último comentário, acionou o poder do colar que o hanyo usava, sorrindo satisfeita ao ouvir o som do corpo se chocando ao chão.

Ao chegar às margens retirou peça por peça da vestimenta, sem se importar em ficar nua. Contudo, fez questão de deixar a roupa separada e dobrada em um local onde pudesse vigiá-la. Se separar de sua bokuto foi pior ainda, mas não se atreveria a molhar a madeira.

O primeiro mergulho a convenceu de que nada poderia acontecer de mau, Inuyasha estava ali nas redondezas e com certeza avisaria se alguma coisa se aproximasse, não era?

Ela emergiu rapidamente.

É claro que ele não avisaria, não depois de ter afundado a cara dele no chão.

Decidiu ficar mais próxima da bokuto enquanto esfregava os cabelos. Teria que se lembrar de pegar shampoo ou sabonete quando voltasse para casa, o que fosse mais prático de carregar. Estava pensando no que mais precisaria trazer para a Era Feudal quando sentiu o deslocamento de ar ao seu lado. Apanhou a bokuto e com um movimento rápido acertou o braço do macaquinho branco que tentava roubar suas roupas, mas o golpe fora fraco e o animalzinho não se assustou ao ponto de fugir, voltou-se mais uma vez para as roupas dela e dessa vez ela não conseguiu intercepta-lo.

– Merda...– Saiu do lago de um salto, mas o macaco já estava fora de alcance.

Para piorar a situação Inuyasha decidiu aparecer. Tentou se cobrir, mas ele já tinha corrido o olho pelo corpo dela todo. Lembrou-se de Myoga, então sem pensar muito sobre o assunto correu até Inuyasha.

– Me empreste seu casaco mais uma vez? – Agarrou-se as roupas dele em desespero.

Inuyasha virou o rosto para o lado contrário, evitando olhá-la mais do que já havia olhado. Retirou o casaco e entregou-o para Kagome.

– Obrigada, te devolvo assim que pegar minhas roupas. – Virou-se na direção que o macaco correra, mas Inuyasha segurou seu ombro.

– Suba. – Virou-lhe as costas. – Eu ouvi um assobio, será mais rápido dessa forma.

A garota não reclamou e fez como ele ordenara. Só quando sentiu o toque do meio-yokai na pele exposta de sua coxa que pensou que deveria ter recusado, mas ele não dava sinais de que estava consciente do toque ou do estremecimento que ela teve ao sentir as garras dele arranharem levemente sua pele, então deu de ombros.

Chegaram a uma clareira onde um rapaz conversava com o macaco enquanto mexia nas roupas de Kagome. Inuyasha saltou para cima do rapaz.

– O que pensa que está fazendo roubando as coisas dos outros, garoto?!

Kagome tomou as roupas das mãos do rapaz e foi se vestir enquanto Inuyasha lhe dava uma lição. Quando retornou Inuyasha já estava sentado calmamente enquanto o rapaz e seu macaco choramingavam ao lado.

– Aqui, Inuyasha. – Entregou-lhe o casaco. – E afinal, o que vocês queriam com minhas roupas?

O rapaz explicou que ele se separara do septo e estava perdido. Yoshimaru, o macaco, roubou as roupas dela pensando que poderia ser comida, já que fora no dia anterior a última vez que comeram.

– Meu nome é Mari Nobunaga.– Apresentou-se com uma pequena reverência.

– Ahh... Eu sou Kagome, aquele é o Inuyasha... – Acenou levemente em direção ao hanyou que estava sentado observando a tudo com uma cara não muito amigável – ...e este é o senhor Myoga. – Apontou para o próprio ombro onde a pequena pulga acabara de subir.

– Eu e o Yoshimaru pedimos desculpas por ter causado esse problema para a senhorita.– O macaquinho escondeu o rosto com as patinhas enquanto Nobunaga desviava o olhar envergonhado.

– Não se preocupe com isso...– Tentou ser simpática, mas conseguiu ouvir o resmungo do meio-yokai. Observou-o por um instante com curiosidade, vendo como seu aparente mau humor piorara. – Algum problema, Inuyasha?

– Feh! Vamos logo! Você já nos atrasou o bastante, Kagome.

A garota suspirou, virando-se para o garoto e seu macaco, mas antes que pudesse abrir a boca, Nobunaga se adiantou.

– Não se preocupe, nós também temos que correr. Estamos em uma missão de resgate...

– Missão de resgate? – Kagome indagou curiosa, apesar de sentir o meio demônio cada vez mais irritado.

– Sim, existe um senhor feudal que vem raptando garotas de vilarejos próximos e ouvi dizer que ele está possuído por um yokai...

– Yokai? – Inuyasha adiantou-se esquecendo de sua irritação.

Quando o garoto confirmou, Inuyasha sorriu de lado e ordenou que o levasse até esse senhor feudal. Kagome observou a tudo calada, mas qualquer dúvida que tivesse sobre o comportamento do companheiro foi sanada quando o velho Myoga sussurrou em seu ouvido que para um demônio possuir o corpo de um humano era necessário muito poder e que Inuyasha provavelmente achava que um fragmento da joia estava envolvido na história.

Durante o caminho até a residência do tal senhor feudal, Kagome tentou puxar conversa com Nobunaga, mas logo percebeu que não fora uma boa ideia. O garoto não queria falar sobre a "missão de resgate" e Inuyasha se mostrava particularmente irritado quando ele perguntava algo para ela. Decidiu então, manter-se calada.

Quando finalmente chegaram era noite e o meio demônio já anunciara que sentia o cheiro de yokai no lugar. Decidindo que pularia o muro, puxou Kagome para perto e mandou que se segurasse nele.

– Mas e Nobunaga?

– Ele que dê um jeito de entrar sozinho. – Inuyasha resmungou.

– Você é forte, não é, demônio? – Nobunaga perguntou, segurando relutante o braço do hanyou. – O que seria carregar mais um humano até o outro lado? A menos que não aguente o peso... Se for esse o problema, então tudo bem, eu descubro um jeito de entrar, não vou força-lo a algo impossível. – Deu meia volta, dirigindo-se para o lado contrário onde estavam.

Kagome escondeu o sorriso quando entendeu a estratégia do rapaz, mas quase não conseguiu evitar rir quando sentiu os músculos do braço de Inuyasha se contraírem e viu o hanyou cerrando os dentes. Com surpresa sentiu-o agarra-la pela cintura e numa velocidade surpreendente jogar o garoto no ombro como um saco de batatas e saltar o muro. Era incrível descobrir que psicologia reversa já existia nessa época...

Quando chegaram ao outro lado, Inuyasha a pousou com delicadeza enquanto jogava o garoto no chão sem qualquer cuidado. Ela sorriu; apesar de ser apenas metade humano, Inuyasha conseguia ser mais temperamental que qualquer ser humano completo. O sorriso morreu quando percebeu uma fogueira ao lado, no entanto. Movimentando-se com extremo cuidado aproximou-se do homem que se sentava próximo ao fogo, percebendo, só então, que ele dormia profundamente. Não sabia dizer se era apenas uma coincidência ou se o hanyou já sabia que aquele local não estava sendo vigiado. Seria possível?

– Ei, senhor Myoga? – Sussurrou para a pulga que ainda estava em seu ombro. – Teria como Inuyasha saber que tinha um guarda aqui e que estava dormindo antes mesmo de vê-lo?

– Claro. – O velho respondeu sem pensar duas vezes. – Inuyasha é um meio demônio cachorro, ele pode ouvir como um e farejar como um, até mesmo melhor. Ele com certeza sentiu o cheiro do guarda, talvez tenha escutado a respiração e assumido que estava dormindo... Mas não acredito que aquele cabeça de vento tenha capacidade para tanto... Acho que foi apenas uma coincidência.

Kagome observou o meio-yokai por um momento. Duvidava que tenha sido coincidência como o velho tentava fazê-la acreditar, mas não conseguia entender como Inuyasha, tão irritado, imaturo e impulsivo conseguiria se ater a detalhes pequenos como aquele.

– Sem contar que todos estão dormindo. – O velho Myoga continuou, chamando a atenção dela novamente.

– O que quer dizer?

– Este homem está dormindo sob efeito de um encantamento, provavelmente todos do castelo estão no mesmo estado. – Ele saltou de seu ombro sem esperar uma resposta e foi até Inuyasha. – Tenha cuidado, amo Inuyasha, o castelo todo está sob o efeito de um encantamento.

Nobunaga olhou para pulga assustado por um momento, mas um segundo depois estava correndo em direção ao castelo chamando por uma tal princesa Tsuyu. Kagome o seguia, junto com Inuyasha e Myoga, indagando-se se não haveria problema fazer tanto barulho, mas não comentou nada. Se era um encantamento como o Senhor Myoga tinha dito, então a única pessoa em condições de atender o chamado era o próprio encantador e se ele aparecesse... Bem, não sabia como acabar com um encantamento, mas se fosse necessário lutar ela lutaria. Apertou sua bokuto levemente, sentindo-se mais confiante. Ainda carregava o arco e as flechas nas costas, mas sabia que não seria de serventia, não enquanto ainda não aprendesse a usa-los direito.

Depois de entrar em todos os quartos que achava pelo caminho, Nobunaga finalmente encontrou a mulher que procurava. Assim que a viu, o Senhor Myoga saiu do ombro de Inuyasha para sugar o sangue dela, dizendo alguma coisa sobre ter que chupar o sangue de uma mulher bonita e acorda-la. Pouco depois a mulher acordou.

– Princesa!– Nobunaga correu até a mulher, segurando suas mãos. – Está bem? Pode me reconhecer?

– Nobunaga? O que está fazendo aqui?– Ela ainda estava meio sonolenta, mas sua voz era doce.

Kagome observava a cena ao longe, sentada ao lado de Inuasha, sem querer interromper o momento dos dois. Sorriu ao ver Nobunaga corar enquanto conversava com a princesa.

– Tá na cara que ele gosta da princesa... – Ela riu.

Inuyasha fez pouco caso da situação, mas ela viu o olhar de lado que ele deu em direção aos dois. Ela parou de sorrir quando viu o rosto de Nobunaga perder a cor aos poucos enquanto ouvia algo que a princesa lhe dizia.

– Ela disse que o senhor mudou logo depois que ela chegou para se casar com ele. Nobunaga falou que foi enviado para resgatá-la após boatos sobre a loucura do homem chegarem aos ouvidos do pai dela. Ela negou. Disse que não vai abandonar o senhor por quem se apaixonou.

Kagome olhou surpresa em direção a Inuyasha.

– Você não precisa ficar espantada, Myoga já te disse que eu posso escutar melhor que um cachorro, não foi mesmo? – O sorriso divertido a pegou desprevenida.

Sentiu o rosto esquentar com a vergonha.

– Feh! – Virou o rosto para impedi-lo de ver como estava envergonhada, o que também a impediu de ver a expressão surpresa no rosto dele quando a ouviu resmungar como ele.

Alguns minutos passaram enquanto os dois se mantinham em silêncio, até que Inuyasha levantou-se de supetão, dizendo que o Yokai finalmente estava chegando. Saíram do quarto, deixando Nobunaga e a princesa sozinhos. No corredor encontraram um homem com o rosto encoberto por bandagens e a cabeça com um formato grotesco.

– Quem são vocês? – A postura do homem era estranha e o som de sua voz profundo e seco.

– Finalmente apareceu, seu mostro feio. – O meio-yokai saltou em direção ao homem desviando-se por pouco da enorme língua que veio em direção a ele.

Kagome olhou horrorizada para a língua que voltava para a boca do homem, mas logo depois quase vomitou quando Inuyasha atacou as bandagens revelando o rosto grotesco de um sapo. O homem-sapo caiu sentado quando tentou desviar do ataque, Inuyasha postou-se a sua frente, mas a princesa e Nobunaga já tinham saído do quarto para ver do que se tratava toda aquela comoção e quando a mulher colocou os olhos em seu senhor, desmaiou. Kagome ainda lutava contra o vomito quando viu o brilho rosado de um fragmento da joia no ombro do senhor feudal.

– Inuyasha, ele tem um fragmento no ombro direito...– A voz dela estava fraca, mas sabia que o hanyou a escutaria.

– Fracote...– Inuyasha sorriu de lado enquanto estalava os dedos de forma ameaçadora.

– Amo Inuyasha, tenha cuidado... Esse yokai é antigo e conhecido como Tsukumo no Gama, é muito poderoso apesar de sua atual aparência...– Senhor Myoga murmurou com urgência sobre os ombros do meio demônio.

– Besteira! Eu acabo com ele com um só golpe!– Mais uma vez se jogou sobre o homem-sapo, mas dessa vez o yokai no corpo do humano abriu a boca e soltou uma nuvem de fumaça negra. Inuyasha instantaneamente caiu segurando com força a garganta.

O Senhor Myoga pulou para o ombro de Kagome mandando que ela não respirasse o miasma que o yokai soltara. A garota fez como ordenara, tampando a respiração e recuando da área mais carregada. O yokai levantou-se e sem dar atenção a Inuyasha andou até onde Nobunaga estava sentado segurando a princesa Tsuyu. Kagome barrou seu caminho, apontando sua bokuto em direção ao monstro.

– Não dê mais um passo. – Ordenou com dificuldade, evitando como podia respirar o miasma que já se espalhava pelo corredor.

– Humana idiota, não fale assim comigo!– Lançou a língua em direção a ela, que debilitada pelo miasma não conseguiu desviar a tempo, perfurando o ombro da garota de um lado ao outro.

Kagome cambaleou para o lado, não caindo apenas por ter se escorado na parede a tempo. O yokai alcançou Nobunaga, lançando-o com força em direção à parede causando um grande buraco com o impacto que foi por onde fugiu ao pegar a mulher. Nobunaga estava inconsciente e gravemente ferido, ela mal conseguira alcançar Inuyasha, que aos poucos voltava a respirar direito já que o miasma se dissipava finalmente.

– Aquele sapo maldito...– Inuyasha resmungava com dificuldade levantando-se até que olhou para Kagome e congelou subitamente. – O que...

Kagome sorriu sem graça, obrigando-se a movimentar o braço do ombro machucado para mostrar que não era nada demais. A dor que sentia a faria desmaiar a qualquer instante, mas não deixaria que Inuyasha resmungasse como ela era inútil e sempre o atrapalhava.

– Ele fugiu com a princesa, você é o único que consegue alcança-lo. Vá logo!– Ela o empurrou em direção ao rombo na parede por onde o yokai fugira mais cedo.

Inuyasha parou de resistir e fez como ela disse. Kagome suspirou aliviada encostando-se na parede. Apoiou a cabeça e respirou sofregamente, deixando-se escorregar até o chão. Estava sangrando demais, por isso rasgou uma das mangas do uniforme e com muito esforço conseguiu estancar o ferimento. Quando finalmente reuniu forças para voltar a ficar em pé Nobunada se remexeu, voltando aos poucos a consciência.

– A princesa...– Ele sussurrou tentando levantar-se. Kagome andou o mais rápido que pode até ele e ajudou-o a sentar-se.

– Inuyasha foi atrás do yokai, não se preocupe.

– Mas eu tenho... – Ele levantou-se com dificuldade. Sem alternativa, Kagome passou um dos braços do rapaz sobre o ombro e juntos seguiram o caminho que Inuyasha fizera mais cedo.

Ela conseguia sentir a direção com facilidade, não sabia dizer o motivo, talvez alguma vibração da joia de quatro almas que inconscientemente estivesse a guiando. Depois de um tempo conseguiram chegar ao lugar onde os outros estavam: Inuyasha fitava o yokai que tinha aprisionado a princesa em algum tipo de bolha, bem como todas as outras mulheres que ele havia levado ao castelo.

– Princesa Tsuyu! – Nobunaga gritou assim que viu o que acontecia.

– Tsukumo no Gama é conhecido por aprisionar as mulheres em ovas de sapo para devorar suas almas quando amadurecerem...– Myoga surgiu magicamente sobre o ombro de Inuyasha. – A joia de quatro almas deu poder suficiente para que ele dominasse não apenas essas mulheres, mas todo o feudo!

O yokai riu com o comentário do senhor Myoga, Inuyasha resmungou, Nobunaga gritou o nome da princesa mais uma vez e Kagome se controlava para não desmaiar. Então Nobunaga correu em direção ao yokai com espada em punho, mas o hanyou foi mais rápido e colocou-se a sua frente, impedindo-o de seguir o ataque.

– Afaste-se, é miasma!

Como para comprovar seu julgamento, o yokai decidiu cuspir novamente a nuvem de fumaça preta, mas dessa vez o meio-demônio não estava de mãos nuas, desembainhara a Tessaiga que tomara a forma de um canino gigante e com seu ataque acertou o homem-sapo ao mesmo tempo em que dissipou o miasma.

– Conseguiu...– Kagome sussurrou lembrando-se de como ele reclamara que não conseguia controlar a espada.

– O amo Inuyasha finalmente conseguiu manipular a Tessaiga! – Myoga exclamou no topo do ombro de Kagome, assustando a garota.

[Isso quer dizer que ele quer nos proteger, não é mesmo? A Tessaiga não funcionaria se fosse por outro motivo...]

– Vou mata-lo e quando terminar arrancarei a joia de dentro de você. – Inuyasha sorriu sarcástico, enquanto observava o yokai sangrando caído a sua frente.

O homem-sapo não seria derrotado tão facilmente, como o próprio Myoga avisou antes. Vendo que o sangramento era sério e percebendo que se não fizesse algo morreria, ele fez com que as almas já amadurecidas saíssem das ovas e as engoliu, recuperando a força e o poder, ao mesmo tempo em que o ferimento fechava e curava sozinho.

– Corte-me mais, quanto mais me cortar, mais almas devorarei!– Disse divertido enquanto se levantava.

Inuyasha xingou baixinho e se não fosse por seu atual estado, Kagome teria rido. Era nesses momentos que Inuyasha mais parecia com Darsh... Até a forma como suas sobrancelhas se curvavam em irritação, o lábio crispado e o olhar... A dor no peito a alertou para que parasse de seguir essa linha de pensamento, mas não foi rápida o suficiente para evitar que uma lágrima escapasse. Sabia que seus olhos estavam vermelhos e por isso abaixou o rosto, para que ninguém percebesse que tinha chorado. Era só o que faltava, pensar em Darsh em uma situação daquelas...

Nobunaga se aproveitou que ninguém prestava atenção nele no momento para chegar até a ova que continha a princesa Tsuyu e com a ajuda da espada que ainda carregava em punho, conseguira libertar a mulher. Só quando ela tossiu ao tentar respirar que os outros perceberam o que havia acontecido. O yokai não esperou um segundo para correr até os dois, mas Inuyasha acertara-o com as costas da espada.

Por um momento o homem-sapo ficou estático, com o olhar perdido, depois levou a mão ao rosto e começou a sussurrar desculpas por ter feito aquilo às mulheres e à princesa Tsuyu. Kagome não chegou a prestar atenção, estava sentindo o corpo cada vez mais fraco.

– Não pode mata-lo! – O grito de Nobunaga chamou a atenção da garota. – Mesmo que o senhor peça, não pode mata-lo! O yokai possuiu seu corpo, mas o coração do senhor ainda existe. Não o mate!

Inuyasha estava com a Tessaiga em mãos a meio caminho de um golpe, observava com cuidado o garoto que se pusera entre ele e o homem-sapo. Esperava que o rapaz desistisse, mas vendo que ele não mudaria de opinião apenas resmungou e voltou a embainhar a espada.

– Se é assim que você quer, eu não me meterei mais nesse assunto. – Sentou-se em um canto da sala cruzando os braços e as pernas.

Nobunaga agradeceu, mas uma risada baixa atrás dele fez com que todos voltassem à atenção para o senhor feudal.

– Fez um bom trabalho impedindo minha morte, humano. – E sem esperar por uma reação do garoto usou o mesmo golpe que acertara Kagome. Nobunaga desabou sobre o próprio corpo, imóvel.

Kagome lançou um olhar vago para Inuyasha, mas esse estava irredutível e não faria nada para ajudar o garoto ou a princesa, que já virara o alvo do yokai sapo mais uma vez. Tirando forças não se sabe de onde, ela andou cambaleante até a frente da princesa, barrando a passagem do yokai. Sentiu o olhar de Inuyasha sobre ela o tempo todo e sabia que ele finalmente percebera o estado em que estava.

– Afaste-se! – Apontou a bokuto para o homem-sapo, segurando a espada de madeira com a mão esquerda. O yokai a ignorou, achando que uma humana ferida não conseguiria machuca-lo, mas a garota fez questão de provar o contrário. Com um movimento rápido conseguiu acertar o pescoço do yokai, fazendo-o perder o equilíbrio. – Princesa... É melhor sair daqui...– Ofegava devido ao esforço excessivo.

A mulher fez como ela mandara e saíra porta a fora correndo. Kagome não se atreveu a olhar para o lugar onde Inuyasha estava então chamou pela a única pessoa que poderia ajuda-la.

– Senhor Myoga... – A velha pulga atendeu ao seu chamado, pulando em seu ombro. - Sabe de algum modo de tirar o Tsukumo no Gama do corpo do senhor, sem mata-lo?

Myoga pensou um pouco antes de responder.

– Ele ainda é um sapo, talvez algo quente o obrigue a abandonar o corpo do humano...

Kagome concordou pensando em alguma coisa quente o suficiente para usar contra o homem-sapo sem machuca-lo profundamente. Lembrou-se da fogueira do lado de fora, mas sabia que não tinha forças nem tempo de ir até ela; talvez pudesse incendiar a roupa do yokai com as velas que encontrara no corredor, mas isso acabaria queimando o senhor vivo... O que fazer? Ainda estava procurando uma resposta para o problema quando o yokai lançou a língua em sua direção. Conseguiu barrar o ataque com a bokuto e acertou outro golpe no homem, dessa vez na barriga. No entanto chegara a seu limite. Tentou endireitar a postura e se firmar no lugar, mas o corpo estava mole e fraco e as vistas embaçadas, sentiu-se tombar para frente e esperava a dor que sentiria ao acertar o chão, entretanto tudo o que sentiu foi o calor emanado pelo corpo de Inuyasha. Desmaiou logo em seguida.

.

.

.

[Tão quentinho...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And if" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.