And if escrita por Deschain


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à linda Letícia B. e a todos os leitores que acompanham "And if". Me perdoem a demora na postagem, espero que gostem desse capítulo e que dê pra compensar a longa espera.

Boa leitura.



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Capítulo 14

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Shino se separou dela, dizendo para que subisse para o andar mais alto que conseguisse. A garota tentou argumentar, mas ouviu a explosão próxima a cerca e percebeu que estavam sem tempo. Correu para os andares superiores, mas não foi com surpresa que percebeu a massa disforme aguardando-a em um dos andares; com certeza tinha se esticado o suficiente para cobrir a altura que a garota tentou impor entre elas.

Kagome procurou por qualquer coisa que pudesse ajudá-la a se defender de um ataque, mas não havia nada por perto e, para piorar a situação, as paredes não tinham sido erguidas naquele andar. Ela conseguia ver a cidade com perfeição daquela altura, assim como conseguia sentir o vento com uma força alarmante: se encostasse na beirada e não tomasse cuidado, tinha certeza que seria derrubada.

A massa projetou-se em sua direção, mas Shino surgiu por trás dela, aplicando um golpe que a partiu ao meio. Segurava com força um tubo de aço, provavelmente o motivo para ter se separado dela.

– Ei, coisa feia! - O garoto gritou.

Por um momento a massa torceu-se, movimentando a máscara sobre o corpo até que estivesse de frente para o rosto de Shino. Foi o suficiente para a garota finalmente perceber o brilho na região da testa da máscara.

– Entregue-me a Joia de Quatro Almas... - O monstro voltou a sussurrar, esquecendo-se da presença de Shino após avaliá-lo, deslizando em direção a garota.

– Shino, acerte a testa! - Kagome gritou, apontando para o centro da própria testa e depois para a máscara no topo da grande massa negra.

O garoto saltou e desferiu o golpe, mas a máscara deslocou-se para o lado e o tubo de aço apenas atingiu parte da substância que compunha o monstro. A arma foi facilmente absorvida e o mesmo teria ocorrido ao Shino, mas o corpo da coisa desintegrou-se sem aviso. O garoto tombou para o lado enquanto Inuyasha pousava suavemente em frente a Kagome, depositando Souta no chão.

– Desgraçado, o que fez com meu corpo?! - A máscara resmungou, enquanto juntava os pedaços que Inuyasha tinha separado com seu golpe.

Shino observou o meio-yokai com o cenho franzido, enquanto levantava-se com dificuldade. Voltou-se para Kagome com a pergunta estampada no rosto.

– Uma das coisas que eu disse que estavam acontecendo... - Ela suspirou enquanto o garoto se aproximava com cautela. - Shino, este é Inuyasha. Inuyasha, este é Shino.

Os dois analisaram-se por um momento. Inuyasha resmungou e virou o rosto, voltando-se para a garota mais uma vez. Ele estava furioso por algum motivo, encarava-a com uma linha rígida sobre os olhos.

– O fragmento está na região da testa, não adianta despedaçar o corpo, você tem que quebrar a máscara. - A garota disse, tentando ignorar o clima estranho entre eles.

– Eu sou a Máscara de Carne... Há muitos séculos fui esculpida com o tronco da árvore que recebeu um fragmento da Joia. Desde então venho devorando gente para obter um corpo. Desejo possuir um corpo que não se deteriore tão facilmente... - A coisa gemia enquanto recompunha aos poucos o corpo.

Inuyasha não prestou atenção ao monstro, ainda olhava Kagome, que, não aguentando o peso do seu olhar, correu para o lado de Souta e ajoelhou-se a sua frente.

– Não importa o que aconteça, se eu mandar que você fuja você vai fugir, tudo bem? - Esperou que o garoto concordasse para voltar a falar. - Eu não vou deixar que nada aconteça contigo, fique sempre do meu lado, mas se eu pedir pra você correr, você vai correr para fora da construção. - Apontou a área no solo que estendia-se à direita. - Aquela rua vai seguir direto para a avenida, tem um posto policial com uma cabine telefônica, ligue pra mamãe e não saia de lá até que ela vá te buscar ou até que eu apareça, entendeu?

Souta agitou a cabeça afirmativamente e ela sorriu tranquila, segurou-o pela mão e o levou até onde Shino estava; o rapaz ainda observava o recém-chegado: parecia desconfortável com o olhar que Inuyasha lançava à garota, assim como o porte altivo que o hanyo mantinha ao seu lado. Ela o cutucou.

– Quero que você acompanhe meu irmão se ele tiver que fugir.

– E te deixar só? Tá maluca?!

Kagome percebeu a expressão de irritação de Inuyasha piorar cada vez mais. Ela não duvidava que o meio-yokai estivesse sentindo ciúmes de Shino, mas por quê?

– Eu não vou estar só, Inuyasha está aqui e ele é o único que pode fazer algo decisivo nessa situação. Eu preciso ficar aqui, porque isso em parte é minha responsabilidade, mas não quero arriscar que você ou o meu irmão se machuquem porque estavam no lugar errado. Eu dei as instruções para ele, então tudo o que você tem que fazer é ficar do lado dele e protegê-lo, entendido?

Shino abriu a boca pra retrucar, mas Kagome foi mais rápida, estendeu uma das mãos para que ele nem começasse a falar.

– Não importa o que diga, eu não vou mudar de ideia. Estou pedindo um favor, mas, se você continuar insistindo, vou usar minha posição para ordenar. Estamos entendidos?

O garoto bufou e confirmou. Kagome lançou um olhar relutante para Inuyasha, finalmente decidida a olhá-lo nos olhos. Então percebeu que o que ele sentia era muito mais que apenas ciúmes, de algum modo tinha magoado o meio-yokai e já até imaginava como. Suspirou e, com o tom mais delicado que tinha, resolveu que era hora de ceder um pouco aos caprichos dele.

– Me desculpe, eu não me arriscaria se não fosse necessário. Eu não tinha outra opção, tinha?

As orelhinhas do hanyo moveram-se minimamente, mas a expressão dele não suavizou. Um som de movimentação surgiu e eles finalmente voltaram a atenção para o monstro, que ainda murmurava enquanto os pedaços se agrupavam, retornando ao seu estado normal.

– Não sei quantas pessoas devorou até agora... - Inuyasha comentou, com impaciência. - ...mas você está muito gorda!

O hanyo saltou com a mão em forma de punho para acertar a máscara, mas esta dividiu-se e, como tinha feito antes, absorveu o que tinha entrado em contato com seu corpo: nesse caso, o próprio Inuyasha.

A garota gritou e tentou correr até ele, mas Shino a segurou. Isso não a teria impedido, mas Inuyasha aproveitou o momento para lançar-lhe um olhar irritado que a congelou no lugar. Ela viu horrorizada, mas sem poder fazer nada, o meio-yokai ser completamente absorvido. Estranhamente, contudo, descargas elétricas formaram-se em volta dele, fazendo o corpo do monstro reluzir e se tornar, a cada nova descarga, parcialmente transparente.

– É muito atrevimento.

Kagome ouviu claramente o resmungo irritado de Inuyasha, ao mesmo tempo que a máscara lançou-se do corpo sobrecarregado em direção a ela.

– Vocês dois! Fujam! - gritou e correu para o lado oposto.

A máscara a seguia de perto e, para seu azar, estava quase chegando a beirada do andar. Tropeçou e ouviu os gritos de Shino e Souta. Surpreendentemente, os dois teimosos não só ignoraram o que ela tinha dito como ainda estavam correndo em sua direção.

– Maldita hora que deixei minha bokuto em casa - resmungou.

A máscara tentou atacá-la, mas a garota impediu o ataque segurando a máscara. A partir disso a situação passou a ser uma disputa de força para impedir o seu progresso. Tentava empurrá-la para longe de si, mas sem sucesso; conseguia sentir o suor formado em sua testa e a dor nos músculos alertando que logo atingiria o seu limite.

Uma humana não tinha como fazer frente àquele tipo de poder. Percebendo que seu tempo se esgotava, apelou para o último recurso: apanhou o pequeno frasco com os fragmentos que carregava consigo e jogou em direção aos dois garotos.

– Levem isso para longe! Agora!

Shino abaixou-se para apanhar o frasco quando congelou no meio do movimento. A máscara esqueceu-se de Kagome e voltara-se para os dois garotos, mas empurrara a garota para a borda do andar durante a disputa pelos fragmentos; quando a garota lançou o frasco, seu pé escorregou no vazio e seu corpo tombou para trás.

Souta gritou pela irmã e correu para ela, ignorando o frasco, o monstro e tudo o mais. A garota ainda tentava recuperar o equilíbrio quando viu o menino correndo e, sem pensar duas vezes, gritou para Shino:

– Pegue o frasco! E o meu irmão! Fuja!

Então seu corpo escorregou e não havia mais nada ali. Três vozes gritaram o nome da garota ao mesmo tempo. Inuyasha libertou-se do corpo do monstro com a Tessaiga transformada em punho, correu até a máscara e a destruiu com facilidade. Não parou de correr, entretanto, nem mesmo quando ela se desfez e o fragmento brilhante da Joia de Quatro Almas caiu no chão. Continuou correndo até a borda e se jogou, sem nem mesmo olhar.

Kagome e Inuyasha fitaram-se profundamente. Ela viu o olhar desesperado dele ser substituído por alívio no pequeno intervalo de segundo que o corpo do meio-yokai passou em queda livra ao lado do dela. Ela ouviu o barulho do corpo dele chocar-se contra o chão pouco tempo depois, enquanto sentia a mão de Shino sobre a dela, tentando puxá-la de volta para o andar. Seu braço doía e achou que não conseguiria se segurar por muito mais tempo, principalmente com o súbito ataque de riso querendo emergir e enfraquecendo ainda mais sua concentração e seus músculos, mas o rapaz foi rápido o suficiente para puxá-la totalmente.

Ele caiu para trás com o corpo dela parcialmente sobre o dele. Os dois respiravam pesadamente e, trocando olhares incrédulos, explodiram em gargalhadas ao mesmo tempo. Souta estava ajoelhado chorando e com o nariz escorrendo, então a garota arrastou-se até ele, ainda sentindo as pernas bambas demais para andar, e abraçou o irmão apertado, sussurrando palavras doces em seu ouvido, tentando acalmá-lo.

Inuyasha surgiu pouco tempo depois, com o rosto em um tom de vermelho escuro, se da queda ou da vergonha ninguém saberia dizer. Apanhou o fragmento solto e colocou junto com os outros no frasco, sendo observado o tempo todo pela garota. Quando finalmente voltou-se para ela, Kagome sussurrou um "obrigada" mudo por sobre a cabeça do irmão, que ainda a abraçava.

– Olhem. - Shino apontou para o horizonte, mostrando o sol nascente.

Os três observaram o céu mudando de cor aos poucos, enquanto Souta ressonava no colo de Kagome; acabara dormindo, cansado de tanto chorar.

– Inuyasha? - Kagome chamou baixinho. - Pode me ajudar a levar Souta para casa?

O hanyo concordou levemente e apanhou o garoto no colo, mas sua aparente serenidade foi quebrada ao ver Shino aproximar-se dela, ajoelhar ao seu lado e colocar um de seus braços sobre o ombro, com a intimidade garantida por anos de convívio. Kagome nada disse e isso pareceu trazer toda a irritação do meio-yokai de volta.

– Feh! - Inuyasha resmungou, saltando para longe e sumindo entre as construções.

– Um cara bastante emocional, hein? - Shino comentou divertido.

Kagome suspirou, pensando que o garoto não tinha ideia do quanto.

– É bom te ver feliz assim - continuou.

– Feliz?! - perguntou ela incerta.

– É... Ver vocês dois me lembrou de como as coisas eram antigamente. Você nunca se afastou do restante do grupo depois do que aconteceu com o Darsh, mas nunca mais foi o mesmo... Entende? Parecia que mesmo não querendo, nossa presença te machucava.

Kagome negou com força, mas Shino não deixou que ela falasse.

– Você sabe que sim. Todos gostam muito de você, Kagome, e foi bom te ver seguindo em frente, mas todo mundo sabe que você não encarou o problema totalmente, você só estava fugindo. Com esse cara... Você age como antigamente, antes de todo o problema.

– Agora eu me lembro porque não ficava mais sozinha com você... - Ela resmungou. - Sempre com esses sermões.

– Você merece ouvir. Ainda mais agora que encontrou um Darsh com orelhas. Sério, Kagome, ele é exatamente igual ao Darsh - comentou incrédulo.

– Não vejo muita semelhança, além dos...

– Olhos? Da expressão? Ou talvez do jeito que ele te trata? Quem sabe do rosto que é exatamente igual? Ou a altura?

Kagome perdeu o foco do que via a frente, finalmente percebendo todas essas semelhanças, finalmente entendendo porque pensava tanto em alguém depois de conhecer Inuyasha, que achava ter esquecido .

– Até o cabelo é igual, se ele fosse mais curto e preto eu diria que seu amiguinho é uma versão furry do nosso antigo líder.

– Eu não precisava disso, Shino.

– Precisava e precisa. Não se envolva com o garoto-cachorro por causa da sombra do Darsh. Você só vai machucar o coitado.

Kagome fechou os olhos com força, o entendimento do que tinha feito anteriormente com o meio-yokai finalmente a atingiu.

– O que você fez? - Shino perguntou preocupado ao perceber a mudança nela, parando de andar.

– Talvez eu tenha beijado Inuyasha... Do mesmo jeito que você e Darsh às vezes se beijavam quando queriam irritar um ao outro.

Ela podia garantir que tinha visto fumaça saindo do ouvido de Shino, mas talvez fosse apenas uma ilusão criada por sua mente cansada. O garoto irritou-se tanto que ela se preparou para os gritos e a surra que ganharia.

– Você é idiota? Isso aconteceu três vezes: duas quando estávamos bêbados e só para não beijarmos você, e uma vez quando o Darsh teve a brilhante ideia de se passar como gay para se livrar do assédio de umas garotas do terceiro ano. Como que você sai beijando um cara assim que acabou de conhecer?!

– Mas é que ele estava com problemas e eu o salvei e parecia engraçado... - Tentou se explicar.

– Eu espero que você nunca mais faça isso de novo. Uma vez é ruim, duas então...

Shino percebeu que ela travou a respiração subitamente.

– Quantas vezes isso aconteceu, Kagome? - perguntou pausadamente, tentando controlar a irritação.

– Eu não tenho que te dar satisfação da minha vida - resmungou.

Shino lançou um último olhar para ela.

– Eu espero que você perceba o que está fazendo. Ele não é o Darsh - acrescentou, dando o assunto por encerrado.

Kagome agradeceu profundamente o silêncio que se seguiu até chegarem ao templo. Sua cabeça pipocava com informações e lembranças, tanto do dia terrível que tivera quanto dos dias anteriores. Talvez tenha ultrapassado um limite que não deveria, mas Inuyasha nunca reclamou, certo? Suspirou. Mesmo que não reclamasse aquilo era quase uma agressão. Ela não gostaria que um cara, surgido do nada, resolvesse beijá-la.

[Principalmente se esse cara fosse a cópia fiel da pessoa que era apaixonada.]

Pediria desculpas a Inuyasha quando o encontrasse. Aquilo tinha que acabar.

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Quando chegaram ao templo, o sol já tinha se revelado quase que completamente. Sua mãe os recebeu no final da escadaria, preocupada com a situação da garota, mas Kagome a tranquilizou. Shino ajudou a levá-la para a cozinha e estava quase de saída, mas foi impedido com um convite para tomar café com as duas.

– Vou ligar para o diretor e avisar que você tornou a adoecer, você precisa descansar. - A senhora Higurashi disse, arrumando a mesa da cozinha.

– Não. Conversei com o Shino e ele se ofereceu para me levar para a escola, já estou me sentindo bem. Pensei em pedir para a senhora ligar para o diretor e confirmar se posso fazer a bateria de testes atrasados hoje - respondeu, sentando-se a mesa enquanto Shino ajudava sua mãe.

– Mas você não teve tempo de estudar e, mais importante, não dormiu nada! Depois de tudo o que aconteceu com seu avô e com aquela coisa, você precisa de descanso. - A senhora Higurashi argumentou.

– Não vou morrer por não ter dormido um dia. O vovô já está melhor e aquela coisa foi destruída. - E, num tom mais baixo, quase num murmuro que apenas Shino conseguiu ouvir, continuou. - Não vai ser a primeira vez que vou fazer uma prova sem ter estudado...

A senhora Higurashi estava pronta para retrucar, quando Shino, sem pensar direito, resolveu perguntar enquanto sentava-se com uma torrada na mão:

– Kagome, e todas as pessoas que aquela coisa absorveu?

As duas mulheres se calaram por um momento.

– Quando a máscara foi destruída, seu corpo se desfez, junto com tudo que tinha absorvido. - Inuyasha comentou, surgindo na porta da cozinha. - Entende agora por que você tem que parar de vir para essa era? - perguntou olhando diretamente para a garota.

Kagome engoliu em seco, sentindo uma súbita vontade de vomitar.

– Eu que fiz isso?

– Claro que nã... - começou Shino, levantando-se da mesa, mas Inuyasha o interrompeu.

– Fez. A máscara existe tanto na minha era quanto na sua. Os fragmentos que não foram encontrados na minha era ainda estão espalhados na sua. Quanto mais fragmentos você tiver, maior o poder de atração sobre os outros fragmentos, seja lá onde estejam ou com quem.

– Eu achei... - Kagome murmurou fracamente, mas Inuyasha mais uma vez interrompeu, dessa vez furioso.

– Você poderia ter sido absorvida por aquele monstro.

Kagome calou-se completamente, enquanto Shino empalidecia, provavelmente lembrando-se que por pouco não tivera o mesmo destino daquelas pessoas. Foi a senhora Higurashi quem primeiro falou depois da explosão de Inuyasha.

– Por mais que esteja certo, não posso ficar calada enquanto você leva a minha menina para longe de mim. Ela precisa voltar, nem que seja por um dia, para mostrar que está bem, que ainda está viva. Não me importo com joias ou demônios ou sua era ou a minha; eu já perdi meu marido, não vou perder minha filha também. Você é forte, poderia ter impedido que tudo isso acontecesse se estivesse aqui antes. Então, da próxima vez, venha com ela, mas não impeça minha menina de voltar para casa. Sei que está preocupado, mas você não é o único que se importa com ela.

Inuyasha sustentou o olhar da mulher por algum tempo antes de resmungar, percebendo que não a faria mudar de ideia. Deixou a cozinha sem dizer coisa alguma.

Kagome abraçou sua mãe e prometeu que nada daquilo tornaria a acontecer, ignorando completamente que Inuyasha não tinha feito objeção alguma a última frase que a mulher tinha dito. Mas Shino percebeu e franziu o cenho profundamente.

– Oras, não prometa algo que não depende de você. Agora vá para o colégio e faça suas provas, tenho certeza que o diretor não fará oposição. Farei uma torta para você comer quando voltar. - A senhora Higurashi piscou divertida. - O hospital ligou avisando que seu avô poderá voltar para casa amanhã e o Souta está dormindo tranquilamente. Não precisa se preocupar com nada, apenas com a sua prova.

A adolescente sorriu, Shino agradeceu o café da manhã e juntos foram para o colégio. Inuyasha os seguiu de longe, mantendo-se escondido das outras pessoas, mas deixando claro sua presença para o garoto, que, sem opção, não teve como conversar sobre o que queria com Kagome.

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Ela sentiu o olhar dele sobre si durante todo o período em que respondia as provas. Viu-o de relance sentado em um galho de árvore próximo a janela, acenou para ele, mas ele apenas virou o rosto para o outro lado. Deu de ombros e concentrou-se nas provas, empurrando Inuyasha para um lugar bem no fundo de sua mente; não tinha tempo a perder. Estava fazendo uma bateria com todas as provas que tinha perdido até então, teria um intervalo para o almoço e depois continuaria os exames que faltavam pelo período da tarde. Por sorte, sempre adiantava os assuntos e já conhecia os padrões de respostas. Achava que seu desempenho não seria muito abaixo do normal.

Terminou todas as provas alguns minutos antes do sinal liberar os alunos do colégio, então resolveu esperar por Shino, mas Inuyasha a colocou sobre o ombro, como se fosse um saco de batata, e levou-a para casa.

Entrou pela janela do quarto da garota e a derrubou na cama, sem se preocupar com os protestos da menina. Jogou o frasco com os fragmentos ao lado dela.

Kagome tinha se esquecido completamente que os fragmentos estavam com ele desde o começo da manhã. Na verdade, tinha esquecido da existência do frasco até aquele momento. Imaginou o que a senhora Kaede diria sobre isso.

– Vamos voltar amanhã de manhã. Esteja pronta.

Ele não esperou para ouvir uma resposta dela, saiu do mesmo modo tempestuoso que entrou e ela não o viu mais pelo resto da noite, mas sabia que estava por perto.

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[Quem diria, ganhei uma babá.]


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