And if escrita por Deschain


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Chegou o momento de vocês conhecerem um pouco dos garotos que faziam parte da vida de Kagome pré-poço. Ainda quero colocar alguns flashbacks na história, mas talvez mais pra frente, me contem o que acharam do Darsh e do Shino!



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Capítulo 13

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Kagome, aqui está seu uniforme novo. Vou deixar em seu quarto. Sua mãe surgiu por um momento na porta da cozinha, mostrando o uniforme.

Obrigada, mamãe respondeu enquanto comia uma das torradas que sua mãe fizera para ela e Souta.

O uniforme que usava quando retornou estava todo rasgado e manchado de sangue, algo que preocupou tanto à sua mãe quanto a seu avô. Conseguira acalmá-los mostrando a falta de ferimentos, que até o momento nem ela entendia como era possível. Achava que deveria ter alguma coisa a ver com a pele do pai do Shippo, que sumiu misteriosamente depois da explosão, e talvez algum poder curativo que ela sabia que algumas pessoas atribuíam às raposas, mas era apenas uma hipótese.

Sem falar no banho de sake que tomei assim que cheguei... resmungou, cheirando uma mecha do cabelo, constatando que apesar de ter tomado três banhos seguidos o cheiro impregnara-se nela e que seu antigo uniforme, por mais que não estivesse completamente deteriorado pelas lutas, teria que ser trocado, mesmo que apenas o episódio do poço tivesse ocorrido.

Mana, por que dessa vez você não trouxe o homem-cachorro? Souta perguntou, ignorando os resmungos da irmã.

Não cheguei a pensar nisso, só queria ver vocês e saber como as coisas estavam. Não acho que Inuyasha se interessaria por isso ou se seu comportamento seria o mais adequado.

O garoto concordou, parecendo um pouco desapontado.

Kagome compreendia a fascinação que o irmão sentia pelo hanyo, era a mesma fascinação que ela sentia, mas em um nível um pouco diferente. Inuyasha era algo completamente novo para Souta: era uma criatura fantástica saída de um dos contos de seu avô, era uma quebra na rotina e era uma potencial figura masculina para ter como exemplo. Como Darsh tinha sido...

Suspirou. Darsh era o melhor exemplo que alguém poderia ter. Ela tentou afastar a lembrança, mas já não tinha a força de antes - por algum motivo sentia-se esgotada, cansada de se impedir de pensar nele, apesar de sempre compará-lo a Inuyasha.

[ Você quer tanto assim defender seu irmão? – Darsh estava agachado ao lado dela.

Kagome não conseguia entender como ele conseguia ficar tão relaxado ao lado de alguém que mal conhecia, principalmente para tocar em assuntos tão pessoais como esse.

– Quero. – Ela não o olhava diretamente. Era a primeira vez que falava com alguém a respeito disso e não sabia onde ele queria chegar.

– Eu vi você lutando com uns garotos na sua antiga escola. – Conseguiu fazer com que ela o olhasse com surpresa, parecendo finalmente perceber quem estava ao seu lado.

– Você o quê?

Ele a analisou.

– Eu não preciso saber seus motivos. Eu não sou bom ouvinte e ao que parece você não é muito boa com palavras... Eu só vim até aqui por dois motivos.

Ele levantou-se, logo depois se espreguiçando.

– Primeiro: preciso de alguém que saiba lutar com armas. – Ele a viu arquear uma sobrancelha. – Não qualquer arma... Eu particularmente sou fã de espadas de madeira, tenho uma coleção em casa, poderia facilmente ensinar alguém a usá-las com maestria.

– Bem modesto...

Darsh sorriu com o comentário.

– Em segundo lugar... Você é uma garota.

– Não vejo onde quer chegar.

– Luta mano a mano não te favorece. Você é habilidosa, não tiro seu mérito, mas vamos lidar com outras gangues, que se não todas, a grande maioria é formada por homens acostumados a brigar. Você pode dar conta de um, até mesmo dois se eu for otimista... Mas se as coisas apertarem, se nós não pudermos estar lá quando você precisar, e um grupo de cinco te colocar contra a parede você não poderá fazer muita coisa.

– Se algo assim ocorresse, nem mesmo os outros conseguiriam escapar... Então por que não ensinar a eles? – perguntou irritada, interpretando a proposta como machismo pura e simplesmente.

– Porque eles são homens.

Ele a olhou seriamente.

– Pode parecer machismo de minha parte, mas não o é. Você é a única mulher do grupo, é claro que eles vão priorizá-la quando se tratar de algum ataque direto. A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. É por isso que você tem que ser a melhor possível. – Colocou as mãos nos bolsos, parecendo meio chateado. – Eu não queria que as coisas fossem assim, mas infelizmente são. Todos na gangue te veem como igual. Só que você não é um homem, Kagome. – A fitou com cuidado.

Ela podia entender os motivos dele e não tinha nada contra a ideia de ficar mais forte. Suspirou... O que tinha a perder?

Levantando-se, estendeu a mão para o rapaz:

– Estou sob seus cuidados, sensei.

Ele riu e os dois apertaram as mãos.]

Kagome?

Hm? Virou-se para o mais novo, percebendo só então que tinha se desligado do mundo por alguns momentos.

Você está bem? Por um momento pareceu que você ia chorar... sussurrou incerto, não era algo comum ver a irmã tão vulnerável assim.

Impressão sua forçou-se a sorrir. Estou apenas um pouco cansada.

E mesmo assim pretende ir para o colégio? Seu avô surgiu na cozinha, pegando o final da conversa.

Eu preciso resolver algumas coisas...

Se está preocupada com seus amigos, por que não pede para que venham visitá-la? Seria um problema ainda maior ter que explicar para o diretor sua aparente boa saúde depois de tanto tempo em tratamento.

Por curiosidade... - Ela começou tentando segurar o riso. ... o que vocês disseram que eu tinha mesmo?

Dor na coluna, diabetes, taxa de ácido úrico alta... E isso só os que eu ouvi o vovô comentando no telefone. Souta apressou-se em responder.

Kagome não aguentou e começou a rir descontroladamente, acompanhada do irmão e do avô.

Vovô, na próxima vez, tente pensar em algo que o senhor não sinta! arfou entre risos. E como vocês conseguiram os atestados? perguntou quando finalmente conseguiu se controlar.

Sua mãe é uma ótima atriz. Ela foi até seu colégio e conseguiu convencê-los que nós estamos usando tratamentos caseiros para curá-la. Inventou uma desculpa qualquer de que ir a um hospital seria contra os princípios de alguma tradição secular da família. Com a conversa toda, de algum modo, o diretor não exigiu nenhum atestado e como você é a melhor aluna do colégio a coisa se tornou mais simples; a única exigência seria a realização das provas quando você melhorasse.

Ela concordou sorrindo um pouco imaginando sua mãe contando uma mentira tão absurda quanto essa.

Bem, eu posso fazer a bateria de exames que perdi esses dias, aproveitando que já estou aqui...

O senhor concordou.

Peça a sua mãe para ligar e marcar um horário para vocês irem no colégio. Lembre-se de usar uma máscara e fingir dor absurda no corpo todo.

Shino esteve aqui. Souta interrompeu. Na verdade ele sempre vem visitá-la, mas o vovô sempre inventa uma desculpa qualquer. É ele quem sempre traz as atividades, estão todas na sua escrivaninha.

A garota sorriu e bagunçou os cabelos do irmão. Agradeceu aos dois e levantou-se, indo até o telefone na entrada. Nunca se preocupara em ter um celular, mas sabia o número de Shino de cabeça.

Shino... Foi tudo o que conseguiu dizer quando o rapaz reconheceu sua voz. A gritaria foi tanta que ela precisou afastar o telefone do ouvido. Sim, sim... ria enquanto escutava o rapaz falar sem respirar. Escute, é complicado. Evite tocar no assunto com mais alguém, mas preciso que você venha aqui em casa hoje. Não! Depois da aula, meu avô não vai gostar nada de te ver por aqui no horário do colégio, então venha no final da tarde. Uhum. Sorriu. A gente conversa sobre isso quando você chegar.

Assim que desligou o telefone, subiu para resolver as atividades atrasadas e estudar, já tinha se decidido a ir embora apenas depois que tivesse feito todas as provas atrasadas. Souta logo se juntou a ela; sempre estudavam juntos, porque era mais fácil tirar as dúvidas do garoto e aproveitava para ensiná-lo alguns assuntos adiantados.

Passaram boa parte do dia estudando, Souta conseguiu permissão para ficar em casa com a irmã e provavelmente continuariam a tarde toda no quarto, se o cheiro de queimado não tivesse surgido de repente. Inicialmente, a garota achou que era apenas sua mãe queimando alguma comida, situação rara, mas não improvável, no entanto conseguia ver pela janela uma nuvem de fumaça escura surgir no céu.

Fogo!

Ela fechou os livros com força, assustando Souta. Gritou para que ele corresse para fora de casa, desceu as escadas, entrou na cozinha e disse o mesmo para a mãe, perguntando onde o avô estava.

A última vez que eu o vi... A mãe dizia enquanto corria junto com Kagome para fora de casa. ...ele estava com a vassoura na mão, provavelmente ia varrer as escadas.

Os três pararam do lado de fora da casa e procuraram a origem do fogo, mas a garota equivocara-se; não era a casa que estava queimando, mas sim uma das construções auxiliares do templo que usavam como depósito.

O vovô talvez esteja lá! Ela gritou, correndo em direção à construção, enquanto a mãe voltava para o interior da casa, provavelmente para chamar os bombeiros.

Ela encontrou a pá e a vassoura caídas na entrada do depósito, então não pensou muito quando empurrou a porta e entrou no lugar.

O fogo já chegara num ponto que não poderia mais ser controlado, queimava todos os itens do depósito e tomara algumas vigas de sustentação. No meio do depósito uma tora de madeira desabara, mas Kagome não conseguia dizer se fazia parte da construção ou se fora um dos objetos guardados no depósito. Também não se preocupou muito com esses detalhes quando viu o avô desacordado preso embaixo dela. Correu e tentou movimentar a madeira, sem sucesso. Continuaria tentando até conseguir, mas sentiu alguém agarrá-la pelos braços e arrastá-la para fora da construção.

Alguns bombeiros apagavam o fogo do depósito, um outro conversava com sua mãe, o que a tinha arrastado para fora da construção correra para dentro novamente para ajudar os outros a libertar e transportar seu avô. Percebera que o que para ela pareceram alguns segundos tinha sido, na verdade, quase meia hora. Enfiaram uma máscara em seu rosto para que ela respirasse, uma espécie de nebulizador gigante. Ela ficou ali, respirando com dificuldade, a mãe e o irmão ao lado dela e todos observando o trabalho dos bombeiros enquanto estes apagavam o fogo e transportavam seu avô para a ambulância.

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Mais tarde, no hospital, ouviram do médico que o senhor estava em um estado estável e que apesar de sofrer algumas escoriações não tivera nenhuma fratura. Ficaria em observação no entanto e só receberia alta no dia seguinte. Kagome pode ver o avô e aproveitando-se disso perguntou o que acontecera no depósito.

A máscara trazida há quatro gerações atrás por um artista do teatro Noh para lacrar os maus espíritos... A Máscara de Carne... Quebrou o lacre de gerações... Causou o incêndio... Energia grande demais... terminou dizendo com dificuldade, a voz rouca, tossindo um pouco.

A mãe da garota colocou a mão sobre o ombro esquerdo do pai e pediu para que descansasse, mas o senhor só relaxou quando Kagome garantiu que chamaria Inuyasha para ajudá-la a destruir a máscara.

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Assim que chegaram em casa, Shino estava parado em frente da casa, em meio aos bombeiros que ainda mexiam nos restos do depósito para descobrir a fonte do incêndio. Quando ele a viu, correu até ela preocupado.

Você está bem? Analisou-a clinicamente, procurando algum ferimento.

Tudo bem... começou dizendo.

E pensar que você finalmente estava bem pra me ver! Olhou para o depósito destruído. Seu avô está bem?

Está sim. Escute... Segurou-o pelo pulso firmemente, querendo que ele parasse de olhar para os bombeiros e a fitasse. Eu te chamei aqui por um outro motivo, mas não é o melhor momento... Você precisa sair daqui e ir pra casa.

O quê?! Ele a fitou irritado, sua expressão dura.

Ela sabia que ele estava irritado e que Shino era teimoso feito uma mula. Suspirou. Por mais que não tivesse tempo, teria que explicar a situação para ele.

Eu não estou doente. Eu nunca fiquei doente.

Isso eu já sei respondeu, a expressão mais relaxada, sorrindo um pouco de lado. Seu avô é um péssimo mentiroso, mas sempre que eu tentava argumentar ele me expulsava na base das vassouradas... Riu um pouco.

Bem... Ela sorriu sem graça. Peço desculpas por isso, quer dizer, meu avô... E pela mentira também apressou-se em acrescentar. Aconteceram algumas coisas e eu precisei me afastar de tudo... Venha. Puxou-o em direção ao poço. Será mais fácil se eu te mostrar.

Estavam próximos à construção que guardava o poço quando um dos caminhões dos bombeiros irrompeu pelos fundos do templo e tentou atropelá-los. Shino jogou-se sobre ela, tirando os dois do caminho.

O caminhão continuou o trajeto esbarrando na parede lateral da casa. De dentro dele uma massa disforme surgiu, no alto uma máscara antiga boiava na borda do que seria sua cabeça.

Joia... Joia de Quatro Almas... A massa murmurava, deslizando em direção a eles.

Sua mãe e Souta correram até o lugar a tempo de ver ela e Shino fugindo de um dos ataques do que quer que fosse aquilo: esticava-se como elástico e projetava partes da massa independente da posição ou ângulo, destruindo tudo que encostava.

Vamos tirar essa coisa daqui. Kagome gritava para os dois enquanto desviava de outro ataque. Chamem o Inuyasha! Agarrou Shino pelo pulso e correu em direção às escadas.

Kagome... Shino arfou enquanto a seguia. O que é aquela coisa?

A garota deu de ombros.

Lembra que eu disse que algumas coisas aconteceram? Ela apontou para a coisa. Esse tipo de coisa vem acontecendo o tempo todo desde que meu avô me deu isso... Tirou do bolso o frasco contendo os fragmentos da joia de quatro almas. Tem muito mais do que esses pedacinhos e tenho certeza que aquela coisa tem algum fragmento parecido com esses. Precisamos tirá-lo dela para destruir o que quer que aquela coisa seja, mas, aparentemente, não temos como atingi-la, já que tudo que encosta nela é destruído. Se tiver alguma ideia...

Continuavam correndo, ela não se atreveu a olhar para o garoto com medo do que veria em sua expressão, não queria que ele a achasse maluca, então fixou os olhos no caminho a frente ouvindo as explosões que o monstro causava enquanto os seguia. Precisavam mudar de direção a todo instante, já que a coisa se lançava na direção que estavam correndo sempre que podia, o que era praticamente o tempo todo.

Shino a puxou para um beco.

Não adianta continuarmos correndo indefinidamente. Essa coisa está destruindo tudo e aos poucos estamos perdendo o fôlego enquanto ela continua no mesmo ritmo. Eu não sei se você viu, ou se fingiu não ver, mas ela tem absorvido todas as pessoas que apareceram no caminho desde que fugimos do templo falava com dificuldade enquanto tentava recuperar o fôlego.

Algo explodiu no caminho por onde vieram e ele quebrou o contato visual para olhar para o caminho, voltou-se para ela com urgência.

A coisa está aumentando de tamanho, acho que tem a ver com as pessoas que vem absorvendo, vamos levá-la para um lugar que não tenha ninguém, assim ela para de crescer.

Mas onde?

Eu sei de um lugar. Ele sorriu marotamente e começou a correr.

Kagome retribuiu o sorriso e o seguiu, adivinhando o lugar.

[Os cabelos de Shino estavam maiores, reparou enquanto corria atrás dele. Estavam fugindo de um grupo particularmente grande, mas tudo fazia parte do plano. Darsh já os esperava junto aos outros integrantes na área de construção de um prédio abandonado da quadra seguinte, só precisavam correr mais um pouco.

– Eu ainda não te perdoei por ter virado a favorita do Darsh. – O rapaz resmungou.

– Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não...

Ele a empurrou de encontro a parede, prendendo-a enquanto a fitava fixamente.

– O que pensa que está fazendo? Eles vão acabar nos pegando antes de chegarmos no galpão! – disse furiosa.

– Você, cale a boca! – rugiu.

A garota se assustou com o tom do rapaz. Era a primeira vez que ele desfazia a expressão de divertimento típica e que demonstrava tanto ódio.

– Isso tudo é por sua causa. – Quase espumava enquanto falava. – O Kazuo está no hospital agora, porque foi tentar te defender. Acha que o Darsh faria essa merda de plano se você não estivesse aqui? Estaríamos agora quebrando a cara de todos eles no bar e não levando fama de covardes que fogem da briga e apanham os inimigos por trás.

Ela ficou calada, não poderia dizer nada porque sabia que tudo aquilo era verdade.

– Não me importa que você seja o novo mascote dele, se o grupo sofrer mais uma baixa por sua causa, eu acabo contigo.

– Quero ver tentar – respondeu magoada, fazendo menção à primeira vez que tinham se encontrado.

A mão de Shino subiu, mas ela não desviou os olhos, sabia que ele não se atreveria a bater nela, não daquele jeito, não de uma maneira injusta. O rapaz a fitou fixamente por um momento, a mão tremendo no ar enquanto ele se controlava. Fechou os olhos, quebrando o contato visual com a garota, e abaixou o punho.

– Você pode ter uma luta quando quiser, mas acho que não é isso o que te irrita. – Ela o empurrou. – O que te irrita é ter alguém tomando o seu lugar. Você teria feito o mesmo se eu não tivesse agido mais rápido. Não seria eu que Kazuo estaria defendendo e sim você se eu não tivesse adiantado sua ação. Mas ao contrário do que aconteceu, você não teria evitado que algo pior acontecesse, não do jeito que estava.

– Não vem com essa de que você fez aquilo pra me proteger... – resmungou, mas ela percebeu que ele não estava mais com tanta raiva quanto antes. Provavelmente lembrou-se de como estava bêbado na ocasião e que se ela não tivesse tomado a frente a história poderia ter acabado pior.

Eles eram iguais, tão parecidos que sempre acabavam brigando, até mesmo pelos motivos mais idiotas. Kagome sabia que isso tudo acontecia porque Shino ainda não a aceitara no grupo, mas tinha fé que logo conseguiria sua aprovação. Nunca diria a ele, mas o modo como ele sempre tentava fazer piada de tudo, diminuindo a pressão das coisas e vendo o ponto positivo das piores situações eram algumas das coisas que mais admirava nele.

– Não, não fiz. – Ela mentiu. – Agora vamos, eles já estão nos alcançando.

Shino sorriu de lado minimamente, talvez percebendo a mentira e passando algum sinal de aprovação... Ou ela apenas estava interpretando demais.

– Vamos bater uma aposta. Se eu chegar primeiro no galpão você cai fora do time.

– Tudo bem, mas se eu chegar primeiro você vai ter que me pagar um hambúrguer.

O garoto aumentou o sorriso e voltou a correr, ela seguindo logo atrás e diminuindo a distância com rapidez, colocando-se ao lado dele. Atrás deles vinham os sons cada vez mais altos do grupo rival, xingando e jurando dores incríveis quando os pegassem.

Kagome percebeu que Shino mantinha-se um passo atrás dela, por mais que ela diminuísse o ritmo. Ela sorriu para si mesma: no final, depois da luta, ela ganharia um hambúrguer e um amigo, se isso não fosse motivo para sorrir, o que seria? ]

A lembrança terminou assim que chegaram ao campo de construção do prédio abandonado, há anos parado por algum problema com a prefeitura. Uma parte da grade que cercava o lugar tinha sido forçada anos atrás, por um grupo de delinquentes que armavam uma emboscada. Os dois usaram a pequena brecha para entrar e esperaram para ter certeza que a máscara não tinha os perdido de vista antes de correrem para dentro da construção. Agora tinham espaço para lutar e ninguém para atrapalhar, poderiam enfim encarar a criatura. Restava saber como fariam isso exatamente.

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[Bem, ainda temos o Inuyasha, certo?]


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