And if escrita por Deschain


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pelo intervalo enorme de postagem. Como é um projeto que faço pra suprir minha vontade de ler algo mamão com açúcar, fico dependendo dessa vontade para escrever e eu não sou do tipo que gosta disso sempre. Esse capítulo seria maior, mas resolvi dividir para não ficar muito cansativo. Assim sendo, o próximo já está 70% completo, talvez eu não demore muito para postar, mas aí vai depender dessa minha vontade continuar forte. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520573/chapter/13

.

.

.

Capítulo 12

.

.

.

Kagome evitava se mexer. Por algum motivo a dor que esperava sentir ao receber o ataque de Hiten não surgira, acreditava que se mexesse um músculo sequer a bolha frágil que anestesiava sua dores se romperia e toda a dor inundaria-a de vez. Ouvia os fracos gemidos de Shippo a seu lado, mas não se preocupava muito: conseguira proteger o garoto tanto do impacto da bola de energia quanto do impacto com o chão ao serem lançados alguns metros com a força da explosão. Ainda assim, decidiu levantar-se, não poderia se dar ao luxo de ficar deitada esperando alguém ajudá-la; Inuyasha poderia perder a luta se não tivesse ajuda e não deixaria que isso acontecesse por causa do medo de sentir dor.

Estranhamente não sentiu dor alguma ao se erguer, mesmo os ferimentos anteriores não doíam mais. Obrigou-se a pressionar o machucado no ombro que se rompera, mas tanto não sentira doer como não havia sinal algum de que existira em algum momento um ferimento no local. Andou até Shippo com receio, pensando vagamente se não morrera na explosão e estava agora no outro mundo, mas quando tocou no corpo do garoto e sentiu seu peso e o viu fitando seu rosto desorientado conseguiu rir do próprio pensamento.

– Até parece...

O garoto tinha terra espalhada por todo o rosto, que ela limpou gentilmente. Lançou um olhar rápido para o local onde Inuyasha estava lutando com Hiten antes da explosão, mas o yokai estava caído com Inuyasha ajoelhado e um pouco cabisbaixo a sua frente.

– Veja, Shippo... Inuyasha conseguiu derrotá-lo.

O filhote de raposa se agitou em seus braços e ela riu. Sua risada atraiu a atenção do hanyo que ao vê-los levantou-se de súbito e andou receoso até eles.

– Obrigado por ter vingado a morte do meu pai, Inuyasha. - Shippo falou empolgado.

Kagome observou o rosto de Inuyasha com interesse: as sobrancelhas franzidas como se tentasse entender algo complexo, a boca um pouco aberta como se quisesse dizer algo, mas não soubesse, e principalmente o olhar triste e com um brilho de algo mais... A garota não soube dizer exatamente o motivo, mas definitivamente não gostava daquela expressão no rosto dele.

– O que há? - ela perguntou gentilmente.

Myoga surgiu no ombro de Inuyasha e sussurrou algo em seu ouvido. Com relutância o meio-youkai quebrou o contato visual com a garota, exclamou alguma coisa e voltou a fitá-la.

Ela sentiu um vento repentino envolvê-la, soprando-lhe os cabelos e a saia.

– Kagome! - Inuyasha gritou correndo até ela. - Espere... Não vá! - agarrou seu pulso.

Tão rápido como surgiu, o vento dissolveu-se. Inuyasha ainda segurava seu pulso, mas fitava alguma coisa no céu. Ela acompanhou seu olhar, mas nada conseguia ver, voltou-se confusa para Shippo que olhava divertido para o hanyo.

– Acho que alguém bateu a cabeça com muita força durante a luta...

– Inuyasha, você está bem? - ela se aproximou dele, analisando seu rosto.

O hanyo voltou seu olhar para a garota incrédulo; ela precisou segurar o riso ao ver o olho do rapaz abrir-se mais que o normal. Ele analisou o rosto dela completamente, aparentemente tentando decidir se era ou não uma alucinação.

– Você... Está... Vi... Va?

Ela sentiu a pressão no pulso aumentar momentaneamente enquanto ele aguardava uma resposta. Tentou recapitular o que acontecera antes para decidir como o meio-yokai chegara àquela conclusão, mas nada conseguia completar o caminho lógico que ele tomara.

– E por que não estaria?

– Hm... Exatamente como pensei. Aquela aura azul que envolvia os dois era fogo de raposa emanado pela pele de raposa... - murmurou Myoga, ainda no ombro de Inuyasha.

– Você não disse que eram os espíritos dos dois?! - o hanyo perguntou irritado, sua sobrancelha fazendo um movimento estranho e contínuo, um espasmo muscular por conta da raiva, provavelmente.

O senhor apressou-se em inventar uma desculpa, mas Inuyasha não prestava mais atenção: agora fitava fixamente a mão presa no pulso da garota. Ela pôde ver as bochechas dele tomarem uma cor rosada subitamente e, lembrando-se que tinha derrotado um dos irmãos sozinha, resolveu irritá-lo mais um pouco. Com um movimento ágil do pulso, torceu a mão o suficiente para envolver o pulso do rapaz e o puxou para si, colando sua boca na dele por um momento.

– Apenas cobrando o trabalho duro que tive que fazer enquanto você perdia tempo com o Hiten. - ela justificou piscando um olho enquanto Inuyasha ainda a fitava incrédulo acompanhado de Shippo e Myoga.

O rosto dele avermelhou-se ainda mais ao perceber que Shippo e Myoga observavam a interação dos dois, esperando a evolução da situação e o que ele faria em seguida. Resmungando, libertou seu pulso da mão da garota violentamente, virou-se para o lado contrário e pôs-se a marchar para lugar nenhum.

– O que você tinha dito a ele, vovô Myoga? - Kagome perguntou à pulga.

– Bem... - ele engasgou com vergonha. - Vocês pareciam espíritos que vieram se despedir antes de partirem para o outro mundo... Talvez o amo Inuyasha tenha se confundido...

A garota acenou afirmativamente sorrindo. Pensou que provavelmente ele agora estaria desejando que esse fosse mesmo o caso.

– Kagome...? - Shippo começou chamando a atenção da garota.

– Hm?

– Você e o Inuyasha... Estão juntos?

Ela riu alegremente e percebeu que, mesmo estando numa distância considerável, Inuyasha ouvia atentamente a conversa, as orelhinhas paralisaram exatamente na direção do trio.

– Bem, nós viajamos juntos, mas não somos um casal, se é isso que quer saber. - então abaixou o tom de voz tendo a certeza de que apenas o filhote de raposa ouviria. - Eu só acho divertido irritá-lo e tento fazer o possível para isso.

O filhote de raposa concordou e ela apressou-se em seguir o meio-yokai, que voltara a se afastar do local.

.

.

.

Eles resolveram voltar para a vila, mesmo que nenhum deles precisasse de tratamento ou que os suprimentos não fossem um problema. Depois de uma discussão acalorada com o teimoso do Inuyasha, Kagome finalmente o fez aceitar a presença de Shippo no grupo, mas ter o garoto por perto aumentava a saudade de casa. Uma nova discussão foi necessária para convencer o hanyo a voltar para a vila e deixá-la viajar para sua época através do poço.

Ela rumou em direção ao poço assim que chegaram, parando um momento para conversar com a senhora Kaede e pedir para que tomasse conta de Shippo por alguns dias, explicando a situação para o garoto e o senhor Myoga. Inuyasha ignorou-a por todo o caminho de volta, mas quebrou o silêncio aparecendo de repente quando ela já estava se preparando para pular no poço.

– Nós ainda temos muitos fragmentos para recuperar - começou aproximando-se dela.

– Eu sei disso e vou manter minha palavra de ajudá-lo, mas preciso voltar para a minha família, preciso ver como estão. Não é normal uma pessoa sumir do nada, então talvez estejam com problemas... Principalmente com a minha escola - murmurou para si mesma.

Inuyasha deu alguns passos em sua direção, parando apenas quando estavam poucos centímetros de distância um do outro. Fixou o olhar no dela por um longo momento, antes de virar as costas e pular para uma das árvores mais próximas, jogando, ao mesmo tempo, o vidro com os sete fragmentos que tinham recuperado até então. Kagome surpreendeu-se com o movimento, mas conseguiu apanhar o vidrinho. Observou o hanyo desaparecer entre as copas das árvores com uma espécie de fascinação; por um mísero segundo pensou que talvez aquela fosse a forma dele demonstrar que confiava nela, assim como uma maneira de garantir que ela retornaria, mas sacudiu a cabeça tentando espantar o pensamento.

– Deixe de pensar em bobagens - ordenou irritada.

Pulou o poço decidida a esquecer esse episódio e foi exatamente o que aconteceu ao chegar ao outro lado e ser recebida com um banho de sake. Levantou as vistas para a abertura do poço e viu a cabeça do avô inclinada, os olhos meio lacrimosos fixos nos dela e balbuciando alguma coisa que ela não conseguia distinguir.

– Vovô, o que...

– As minhas preces foram ouvidas! - foi a única frase que Kagome conseguiu ouvir claramente.

– Hm... Vovô, eu... - mas antes que ela pudesse falar algo mais, a face risonha de Souta surgiu na abertura do poço, fitando-a junto ao seu avô.

– Ela voltou mesmo, vovô! O senhor é um máximo! - disse com divertimento contido, sorrindo, enquanto o avô se debulhava em lágrimas.

Kagome sorriu ternamente, sabia como seu avô podia ser insistente em suas ideias loucas e o quanto seu irmão conseguia ser paciente com ele, muito mais que ela. A ideia de "lugar comum" cruzou sua mente e ela suspirou pesadamente: eram situações que faziam parte de seu cotidiano e que agora ela só podia presenciar como alguém de fora.

Apressou-se em sair do poço, ouvindo o idoso se vangloriar de seu poder e seu irmão amaciar seu ego. Era algo bom que seu irmão tivesse tomado a responsabilidade de cuidar do avô deles na ausência dela, mas no fundo era algo que a incomodava um pouco... Seu irmão estava crescendo e tomando responsabilidades para si, enquanto ela estava longe numa jornada que às vezes duvidava ser real.

Assim que firmou os pés no chão fora do poço, Souta se jogou contra ela e a abraçou pela cintura, Kagome abraçou-o em retorno, sentindo que o corpo dele encaixava de um modo diferente em seus braços: seu irmão crescera no pequeno intervalo que esteve fora e ela nada podia fazer para mudar isso. Apertou o abraço por um momento, então seu avô se juntou a eles e a garota deixou de se preocupar com o tempo que não estava com a família.

.

.

.

[Melhor seria aproveitar o agora.]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "And if" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.