Dia seguinte.

     Já com as orelhas extensíveis e o mapa, os três sonserinos e Rosa puseram se a procurar o pontinho no mapa que representava Alex.

     -Alguém achou? –Perguntou o loiro.

     -Não.

     Já era a terceira vez em cinco minutos que Scorpius perguntava se alguém tinha visto o colega. Não era por menos. O garoto não estava em parte alguma do castelo!

     -Achei! –Alvo gritou e apontou o pontinho “Alexander Charisteas”.

     Alex apareceu “do nada” em um corredor do sétimo andar próximo a torre da grifinoria.

     -E agora? -Perguntou Rosa.

     -Agora nos esperamos.

     -Não Alvo! Vamos perde-lo, é melhor nós o seguirmos. –Falou Scorpius.

     -Também acho.

     -Pois é Al, parece que são três contra um. –Falou Julia com um sorrisinho. –Vamos, a coisa mais emocionante que temos para fazer aqui em Hogwarts é assistir as aulas do Hagrid! Mesmo que não seja nada, vamos!

     Alvo se deu por vencido. Os quatro foram (sem a capa) para o lado do castelo onde haviam visto Alex; a cada minuto que passava Julia ou Rosa olhavam no mapa para verificar se o sonserino continuava no mesmo lugar, e por um estranho motivo ele continuava. Andando de um lado para o outro.

     Quando já estavam perto o suficiente da torre da Grifinoria, os quatro fizeram uns nos outros um feitiço tradutor que Rosa ensinou, e se cobriram com a capa de Alvo.

     -Ai! Meu pé, Scorpius. –Sussurrava Rosa.

     -Shhhhhh! –Fizeram Julia e Alvo.

     -Ta muito apertado! –Respondeu Corp.

     -Shhhhhh! –Fizeram Julia e Alvo, de novo.

     Os quatro continuaram andando por mais uns três minutos, cada vez menos eram vistas pessoas, e os passos dos quatros se ressaltavam mais. No final de um corredor encontrava-se Alexander, sentado no chão com alguma coisa que parecia um espelho em suas mãos.

     -Olha ele ali! –Sussurrou Rosa. –Estão escutando? Parece que esta falando sozinho!

     -Fica quieta que da pra ouvir! –Reclamou Alvo.

     -Grosso!

     -Shhhhhh! –Fez Scorpius.

     -Já tentei tudo o que sabia! –Alex falava em grego, mas os quatro entendiam graças ao feitiço tradutor. –Não espera que eu mate o garoto, não é mesmo? Sabe o quanto foi difícil aturá-los durante quatro anos?! E essa não era minha função.

     Silêncio, não podiam ouvir o que a outra pessoa falava se é que tinha outra pessoa falando, nem mesmo com as orelhas extensíveis, que informariam a Alex onde o grupo estava.

     -Ridículo! Eu teria acabado com ele enquanto ele ainda tinha 11 anos, já eram três anos de diferença.

     Três anos de diferença do que? Cada vez mais intrigados ficavam os quatro amigos.

     -Foda-se que o numero da sorte dele é 14! Foda-se também sua obsessão por ordem! Porque do mais novo para o mais velho?! Eles foram os únicos que restaram dos comensais da morte, pelo menos os únicos que não acabaram enlouquecendo em Azkaban.

     Mais silêncio, Al, Julia, Scorpius e Rosa, não ousavam mexer nenhum músculo. Pelo que haviam entendido da conversa até agora, todos aqueles ataques contra Corp foram feitos por Alex, que parecia não ter intenção de matar o colega, e sabiam que algo aconteceria com a família Malfoy, que era a única livre com membros comensais da morte.

     -Eu preciso ir. Até o fim do mês o moleque vai estar morto, e então vocês poderão acabar com o resto da família. –Falou o grego como se fosse uma coisa irrelevante. –E vou tentar saber mais sobre a mansão Malfoy. Mantenho-te informada. Te amo.

     Alex pôs, o que era realmente um espelho, no bolso da capa e saiu andando em direção as escadas que o levariam até as masmorras.

     Já com Alex a uma distancia segurar os quatro saíram de baixo da capa e se encararam sem dizer nada, Rosa tinha varias lagrimas escorrendo pelo rosto, abraçou o namorado e continuou a chorar.

     -O que vamos fazer? –Perguntou Scorpius para Alvo.

     -Primeiro esclarecer o que ouvimos.

     -Bom, resumindo rapidamente, um maluco chamado Alexander, quer matar Scorpius e sua família, e por um estranho motivo, do Malfoy mais novo ao mais velho. –Disse Julia que (ao invés de chorar como Rosa) tinha ficado irritada e estressada.

     -É mais complexo que isso Ju, ele estava falando com uma mulher...

     -O que significa que tem mais de uma pessoa querendo me matar. –Interrompeu Scorpius.

     -Isso. E ele disse que poderia ter matado Corp quando tínhamos 11 anos. –Continuou Alvo.

     -E provavelmente não o fez por que o numero da sorte “dele” é 14. E também mostra que Alex não tem a idade que aparenta, por que um garoto de 11 anos não teria coragem de mata ninguém! –Falou Julia entrando no raciocínio.

     -Brilhante Julia. E tem mais um detalhe, Alex falou de “minha função” e “já eram três anos de diferença”

     -Mas essas partes não dão para entender.  –Respondeu a menina.

     -E como ele estava se comunicando com alguém através de um espelho? –Perguntou Scorpius.

     -É um espelho de dois sentidos, uma pessoa fica com um e outra tica com outro e sempre que quiserem elas podem se falar, é como falar com a pessoa, só que do outro lado do espelho. –Disse Rosa entre soluços. –Mas o que vamos fazer Al?

     -Não sei... Já contamos à diretora quando ele tentou “matar” os Corp das primeiras vezes, mas tínhamos varias testemunhas, agora mal sabemos do tal plano de te matar. –Falou Alvo.

     -Poderíamos contar ao tio Harry...

     -Não gosto muito da ideia, mas é melhor do que a ideia de ir ao funeral do meu melhor amigo. –Julia estremeceu com esse pensamento.

     -Obrigada, Ju. –Falou Scorpius.

     -Acho... Já esta tarde, amanhã depois da aula nós dois vamos mandar uma carta pro papai e as meninas vigiam o Alex.

     Os outros três concordaram em silêncio, e voltaram para suas casas, Al e Julia foram direto para as masmorras, Scorpius levou Rosa até a torre da Corvinal.

     ***

     -Promete que eu vou te ver amanhã.

     -Se nós não soubéssemos que ele falou que quer me matar, você nem estaria preocupada.

     -Mas isso é obvio! Mas você não prometeu!

     -Eu prometo. –Scorpius disse com um sorriso encantador.

     Rosa olhou dentro dos profundos olhos cinza de seu namorado e viu que aquele garoto faria de tudo para voltar pra ela. Eles se beijaram e se despediram.