Depois de muito tempo tentando, Alvo e Rosa conseguiram convencer seus pais de que eles não precisavam se preocupar com a carta dos comensais da morte. Os pais só concordaram em esquecer tudo aquilo por dois motivos: 1º eles não tinham nada haver com aquilo.  2º não havia confirmação alguma sobre que se tratava a carta original, nem mesmo Scorpius sabia. 3º e talvez mais importante, Rosa jurou que se algum Potter ou Weasley (ou qualquer um sob influencia das duas famílias) fizesse alguma coisa contra Scorpius e a família dele só por causa de uma carta, ela iria fugir de casa com Corp e talvez ninguém nunca mais os vissem.

 

***

8 de janeiro, primeiro sábado depois das férias de natal.

     Julia, Alvo, Scorpius e Rosa, já tinham se acertado e agora andavam mais unidos do que nunca. Andavam para todos os lugares juntos e sempre depois das aulas marcavam de se encontrar em algum lugar, fosse para estudar ou apenas fazer nada juntos. Era sábado e tinham combinado de se encontrar em uma sala que sempre ficava vazia depois do almoço.

     Rosa e Julia estavam chegando à sala quando ouviram de dentro dela uma voz, mas a pessoa não estava falando inglês, era uma língua estranha. As duas ficaram escutando. Só havia uma voz, o que significava que, ou a pessoa falava sozinha, ou se comunicava com alguém que, provavelmente não estava na escola.

     A pessoa parou de falar. Escutava-se passos indo em direção a porta. As duas amigas correram e se esconderam atrás de uma coluna próxima dali. A pessoa saiu da sala e foi em direção contraria as garotas, que só conseguiram ver as costas do sujeito. Era um garoto e da Sonserina, com certeza.

     -O que você acha que ele estava falando? –Perguntou Julia a Rosa.

     -Não sei, mas para ele ter que falar sussurrando e escondido dentro de uma sala, coisa boa é que não é.

     As duas viram os namorados vindo em suas direções, conversando tranquilamente. Rosa e Julia contaram o que tinham acabado de presenciar aos dois.

     -Então vocês viram quem era? –Perguntou Scorpius.

     -Não...

     -E nem precisávamos. –Falou Alvo. E continuou ao ver as expressões confusas de seus amigos. –Quem da sonserina que conhecemos que é o único que não é inglês? Ou pelo menos que nós sabemos que fala outra língua?

     -Alex! –Disseram Scorpius e Julia.

     -Então, -disse Julia com um sorriso. –Quem está a fim de aprender grego?

     No final do dia, os quatro mais curiosos e fofoqueiros de toda Hogwarts já tinham montado mais um dos seus tão conhecidos “planos”. Eles iriam tentar descobrir o que Alex tinha falado, com quem e como ele havia feito aquilo. Para isso Alvo tentaria fazer, de algum modo, Alex contar, caso falhasse o plano B já estava pronto (e Alvo estava torcendo para que o amigo não lhe contasse nada).

     O plano B envolvia, pedir para Lily pegar o mapa do maroto de Tiago, encontrar um feitiço tradutor, arranjar com Fred ou Roxanne orelhas extensíveis, seguir Alex até algum lugar suspeito que ele fosse e juntar quatro adolescentes de 14 anos debaixo de uma capa, que só daria para uma pessoa. Bom, ninguém disse que os planos de Alvo eram de fácil execução!

     ***

     -Então boa noite meninos. –Julia deu um beijo em Alvo e um beijo na bochecha de Scorpius. –Não estraguem tudo!

     -Boa noite. –Falaram os dois juntos.

     Os meninos entraram em seu dormitório tentando fingir que nada estava acontecendo, Alex e Stefan estavam estudando, Andrew estava lendo um livro qualquer. Alvo e Scorpius trocaram de roupa.

     Scorpius era péssimo mentiroso, então o máximo que iria fazer era tentar não atrapalhar Alvo, que queria conseguir alguma informação de Alex.

     -Estão estudando o que essa ora da noite? –Perguntou Alvo chegando perto.

     -Aritimância. –Responderam os dois.

     -Vocês deveriam ter estudado de tarde.

     -Alex não pode, ele teve que...

     -Eu não pude estudar de tarde, mas pelo menos podemos estudar amanhã. –Alex cortou Stefan, apesar de parecer que Stefan não sabia o que Alex tinha feito de tarde.

     -A prova é na segunda-feira?

     -É, mas não estamos preocupados não é Alex?

     -Ann... É. –Alex parecia estar pensando sobre qualquer outra coisa menos Aritimancia.

     -Tudo bem então. Felizmente eu não tenho Aritimância. Já vou deitar. Boa noite todos. –Alvo se deitou e fingiu dormir.

     Alvo estava super curioso, Alexander havia acabado de admitir “explicitamente” que era ele que estava naquela sala (apesar de Alvo já saber isso, o que deixava as coisas mais interessantes).

    ***

    Manhã de segunda-feira, café da manhã.

     -Vamos Lily, o que é a vida sem riscos?

     -Sem chance! Além do mais, vocês já me pediram isso uma vez.

     -Mas dessa vez é por um motivo diferente! –Alvo estava a cinco minutos tentando convencer Lily, com a ajuda de Julia, a pegar o mapa do maroto de Tiago.

     -Alvo, você tem quatro primos na Grifinoria que podem pega-lo por você, e talvez você pudesse experimentar pedir ao Tiago o mapa, quem sabe ele não te empresta?

     -Ok, você venceu. Eu peço pros gêmeos pegarem o mapa. Até qualquer hora Lily Luna!

     Alvo e Julia voltaram à mesa da Sonserina. E depois os três amigos foram para suas aulas. E na hora do almoço Alvo foi falar com os gêmeos.

     -Vocês acham que conseguiriam?

     -Temos certeza. –Disseram Fred e Roxanne.

     -E tem mais uma coisa, -falou Rosa. –Por algum acaso vocês teriam quatro orelhas extensíveis sobrando?

     -Vocês não podem estar fazendo coisa boa, mas...

     -Temos sim. Entregamos a vocês o mapa e as orelhas, amanhã. –Disse Fred completando a irmã.

     -Valeu mesmo gente! Até amanhã. –Disse Julia.

     ***

Dia seguinte.