Quinn estava no cinema quando Rachel ligou. Não atendeu. Mas avisou aos amigos que se dirigia ao banheiro. Chegando lá, ligou para Rachel:

–Oi Rach – Sim, a relação delas já tinha avançado até aquele ponto- O que foi? Tava no cinema...

–Putz, Quinnie, eu queria sair contigo, mas não vai rolar né?

–Nããão, olha, depois daqui, a gente pode ir pro clube que eu sou sócia e depois vamos pra minha casa.

–Bom, ta. Qual é o clube?

(...)

–Quinn, que clube mais bonitinho.

Era tão lindo, piscinas azuis e grandes, lanchonetes organizadas e um parquinho pras crianças. Ao longe, Rachel via duas quadras, uma de areia (com a areia mais limpa que ele já tinha visto) e uma poliesportiva (daquelas com gol, cesta, rede etc...) E atrás do parquinho, tinha “quiosques” com churrasqueiras, rádios e amigos rindo.

–Onde a gente vai ficar Quinn?

– Ali ó – E apontou um lugar lindo, que era cercado por flores, logo abaixo de uma arvore, perto das piscinas e das quadras.

(...)

Rachel falava sobre um tal Bauhaus e Mutantes, mas Quinn não entendia nada. Entao mudou de assunto e começou a falar de novelas. Dessa vez, Rachel que não entendeu.

Rachel gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E Quinn gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

E por isso, foram pra casa de Quinn. Assistiram um filme, e ficaram abraçadinhas Rachel continuava falando coisas que Quinn não entendia, mas aparentemente, “planalto central” era algo que fascinava a garota.

A única coisa que interessou a Quinn, foi o papo sobre meditação.

Rachel falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E Quinn ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão

(...)

Já em sua casa, Rachel mandou um Sms pra Quinn.

Dizia: “Saudades, te vejo amanha”

Quinn ficou um pouco confusa, primeiro por que não era muito normal sentir saudades depois de um dia inteiro juntas. E depois, porque não tinham combinado nada pra amanha.

Deitou-se e dormiu

(...)

A cada dia que passava, elas se encontravam mais frequentemente. Em bares, no clube, em casa, ou no cinema. Desde que se conheceram, havia se passado três meses. E é claro que a relaçao estava adiantada. Bom, era o que Quinn achava, pelo menos. Quinn sentia como se Rachel tivesse se tornado uma parte dela, uma parte que jamais poderia ser retirada

Rachel, apesar de esconder um pouco, sentia o mesmo.

E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E as duas se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser

Rachel sempre se interessara por artesanato e coisas do tipo, e pelo que Quinn percebera, ela já tinha feito curso de tudo o que se pode imaginar.

Quinn e Rachel fizeram aulas de artesanato e Quinn odiou, diferente de Rachel que sempre gostara daquilo. Sua mãe tinha lhe ensinado antes de morrer e desde então, ela fazia o possível para treinar e se esforçava muito. A própria Rachel fazia questão de contar a Quinn, tudo que ela sabia (e ela sabia muito) sobre musica, filmes, os cinco sentidos, os quatro elementos e etc..

Quinn nem sempre prestava atenção, mas com uma garota bonita daquelas na frente dela, era dificil mesmo de se concentrar. Quinn olhava fixamente pro rosto dela, e ela mexia a boca. E Quinn ouvia, ao longe, sussurros: “Agua, terra... tem um quinto...eles combinam... e forma o tal... mas depende do que... para alguns, é metal....” Mas uma coisa que Quinn sabia, é que ela nunca, nunca em toda sua vida, tinha conhecido alguém tão amável quanto Rachel. Garota inteligente, bonita, simpática e tudo o mais.

Quinn e Rachel fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Rachel explicava pra Quinn
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar