A garota misteriosa de Sweet Amoris escrita por Samy Chan


Capítulo 12
Capítulo 12 - Traição.


Notas iniciais do capítulo

Olá morangos! ^^
Desculpe pela demora D:



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Sarah saiu do banho quase congelando por conta de ficar por muito tempo na agua. Colocou seu pijama chinês e deitou-se em sua cama. Ligou seu notebook, e começou a explora-lo. Não tinha nada de interessante para falar a verdade, tirando algumas imagens um pouco estranhas, algumas músicas que não tinham em seu celular. Mas depois de horas procurando alguma coisa, finalmente encontrou: Uma história não terminada. Uma história perdida entre alguns documentos que em breve Sarah iria vê-los.

“O estranho de olhos vermelhos rui. Sua risada macabra ecoando nos ouvidos de Emily, a deixava mais apavorada. Uma lagrima escorreu de seus olhos, enquanto seu corpo congelava-se. O estranho de olhos vermelhos estava pronto para mata-la, logo indo a sua direção.”

“Estanho de olhos vermelhos?” – Pensou Sarah – “Seria... a Selina?” – Sarah negou com a cabeça, tirando seu pensamento vago. Ela então começou a ler seus outros documentos. Todos eram de histórias ou poemas que ela mesma inventou. Mas apenas um chamou sua atenção, era algum tipo de diário ou outra coisa.

“Memoria.” Esse era o nome do documento, Sarah levantou uma de suas sobrancelhas e logo deu um clique dublo. Logo começou a ler, curiosa com o fato.

“Há bastante tempo estou aqui, ignorando o fato de estar sozinha no mundo. Na verdade eu tenho amigos, bastante amigos. Mas eles não se importam como dizem. Talvez alguns, mas nem sempre podemos contar com eles. Existem quatro ou cinco amigos que sempre posso confiar, que sempre estiveram ao meu lado. Eu queria agradece-los de algum modo, mas nunca acho uma solução. Todos eles me ajudaram quando mais precisei, mas... Tudo isso acabou.

Eu fui me afastando de cada um, até que no final me vi sozinha... Sozinha no mundo. No começo de tudo eu achava que sempre, sempre iria ficar tudo bem. Que sempre teria amigos comigo, mas eu estava enganada. Eu queria dormir por alguns anos e quando acordar não me lembrar de nada, eu adoraria morrer sem dor.”

Sarah conseguiu ler ate ai, pois se assustou com alguma coisa caindo no chão logo seguido por risadas. Sarah levantou-se cuidadosamente e abriu a porta devagar... Pegou algo que pudesse ser sua arma... Um abajur. E na ponta dos pés desceu cuidadosamente.

– Shhh... – Disse alguém vindo da direção ao escritório de Dave, ele estava rindo junto com uma... Mulher? Não era Selina. Selina tinha cabelos pretos enquanto a mulher tinha lindos cabelos dourados. – Se você gritar seria pior. – Ele disse rindo junto com a mulher.

– Ah, Dave, estou tão feliz com você. – Disse a mulher. Eu me aproximava mais e mais, vendo a porta entreaberta e os lindos olhos castanhos da mulher. O abajur rodava em minha mão, como um taco de beisebol. Dave tirava rapidamente a regata azul da mulher enquanto ela fechava os olhos. Sua boca dirigia-se para seu pescoço e ia em direção ao seu peito. A mulher começou a gemer, e Dave ria maliciosamente. Ele tirou a saia justa da mulher a deixando apenas de lingerie. Aquilo me dava nojo.

Lembrei-me por alguns minutos sobre meu estupro e aquilo me fez ficar com vontade de vomitar. Justo Dave que parecia um bom homem? E que logo me tratou bem quando cheguei aqui?

Ele tirou sua calça e logo, ficou por cima da mulher. Meus olhos arregalaram-se quando pude ver... Os dois... Ali, bem na minha frente. Me aproximei mais, e sem querer chamei a atenção dos dois. Dave me olhou e congelou ali mesmo, encarando meu olhar de raiva. Ele se vestiu apressadamente, mas antes que pudesse falar comigo já tinha voltado para o quarto e me trancado lá.

Onde esta Selina numa hora dessas? Onde ela esta? E-Eu preciso contar para ela, o mais rápido possível. Ah, mais é claro! O celular! Ela deve estar com ele, afinal ela deve estar com gêmeos.

Peguei meu celular quase correndo e derrubando-o no chão, disquei seu numero e rezei para que ela atendesse. Duas tentativas, mas ela não atendia.

Tentei pela terceira vez, rezando mais uma vez, quase implorando para Deus.

– Alô...? – Disse Selina, logo me aliviei ouvindo sua voz. Fiquei um momento ali, tentando ter um pouco de vergonha na cara e dizer o que eu vi... – Sarah? Esta na linha? – Ela perguntou preocupada.

– S-Sim... – Eu disse um pouco baixo – Selina, onde você esta? Onde estão os meninos?

– Oh, Sarah, estávamos voltando pra casa. Por quê? Precisa de algo? – Perguntou Selina. Se eu precisava de algo? Claro que sim! Preciso que você esteja aqui, agora.

– N-Não... Mas... – Minhas mãos tremiam, e minha voz estava ficando mais baixa a cada palavra como se eu estivesse morrendo. Fechei os olhos e respirei fundo. – Não... Mas... Você poderia chegar agora? Tipo daqui a dez minutos?

– Sarah? Tem certeza que não aconteceu algo? – Perguntou a mulher, frustrada.

– T-Tenho... Por favor, chegue logo! – Eu disse quase angustiada pelas palavras entaladas em minha garganta.

– S-Sarah... – Eu desliguei o telefone antes que ela fizesse mais alguma pergunta. Encostei minha cabeça em meus joelhos, e pude ver meu notebook ainda ligado naquele documento. Minha curiosidade era tão grande, talvez aquilo pudesse me dizer alguma coisa? Mas apenas continuou sentada ali de costas para a parede enquanto seus olhos fechavam-se bem devagarinho...

[...]

Era de noite, seus olhos estava cheios de água pelo ocorrido há duas horas. Seu peito doía por conta de ver a filha ali, dormindo em seu colo. Os olhos castanhos da garotinha estavam húmidos e sua clavícula sangrava mesmo estando com um pequeno curativo. A jovem mulher – que tinha exatamente seus trinta anos – deixou cair uma pequena lagrima de seus olhos, molhando a cabeça de sua filha que estava dormindo assustada. O lugar que omitia apenas o barulho escandaloso do relógio não permitiria que a mulher ficasse quieta e segura. Acariciou seus cabelos castanhos, enquanto sentiu sua filha assustar-se. Sentiu seu colo molhar-se por conta das lagrimas quentes de sua filha, mas logo... Parou sentindo o cheiro nostálgico da mãe.

Sua filha que em breve iria completar treze anos já era bem madura. Não se importava com quem iria embora, a não ser seus pais. Ela fazia trabalhos domésticos na casa, sem eu pedir. Não brincava com seus amigos, não saia, e quase nem falava de assuntos sérios. Gostava de ler livros, muitos livros. Não importava o gênero, ela lia sem se preocupar com o amanhã.

Levantou-se cuidadosamente, tentando não acordar a filha, mas foi impossível...

– Mãe, não... Por favor... – Ela disse segurando meu braço.

– Esta tudo bem, amorzinho. – Eu disse. – Eu só não acho apropriado uma princesa como você dormir no sofá. – Eu tentei sorrir para ela, mas foi em vão... – Vamos para o quarto? Assim que você acordar, tudo vai ficar bem. Seu pai esta a procura daquele monstro, e amanhã bem cedinho ele vai estar aqui com você. Te chamando para ir ao parque, já que é sábado! – Eu disse e ela apenas concordou com a cabeça. Eu adoraria ver seu sorriso simpático novamente, nem que seja por alguns segundos.

Levei-a até o segundo andar, coloquei-a em sua cama, e me deitei ao seu lado. Sua cabeça encostando em meu peito, e me abraçando um pouco. Fez meu coração quebrar-se. Era minha culpa, eu não deveria ter colocado ela naquela escola. Era próximo a casa de meu primo, um cafajeste. Era minha culpa não poder busca-la hoje como sempre fizemos. Era minha culpa, foi minha culpa... Lagrimas caíram de meus olhos novamente, molhando a cabeça da menor.

Sarah não merecia isso, não merecia ter perdido sua virgindade cedo. Não era sua culpa por sempre ser gentil, era minha culpa. Eu a ensinei a ser assim... Nos ensinamos ela ser assim. Os pais eram os culpados!

– Sarah...? – Eu perguntei bem baixinho em seu ouvido. Mas ela não me respondeu, suspirei vendo seu sorriso estampado. Pela primeira vez naquele dia, pude ver ser lindo sorriso.

Levantei-me, tomando muito cuidado para ela não acordar e desci para a sala esperando que a porta principal fosse aberta.

“Acalme-se Candice.” – Pensei comigo mesma, colocando minhas mãos em meus olhos. Mas logo algumas lagrimas caíram de meus olhos, molhando minhas mãos. – É quase impossível se acalmar! – Respondi a mim mesma, em pequenos soluços repetidos.

Já era quase meia-noite, e nada de Sebastian chegar. Meu coração apertava a cada minuto que passava, estava aflita e deveria me acalmar um pouco. Tomei um calmante, e me deitei no sofá. Mas algo me incomodava ainda mais!

Decidi então ligar para seu celular. Foram mais ou menos umas vinte e quatro chamadas perdidas, enquanto meu coração ficava mais apertado. Até que finalmente...

– Sebastian? Aonde você esta? – Eu disse sentando-me no sofá, suspirando de alivio.

– Candi... Sarah já dormiu? – Perguntou.

– Sim, sim... Acabei de coloca-la na cama. Quando você virá para casa?

– Eu estou chegando, por favor, esconda-se... – Ele disse desligando o celular e me deixando preocupada.

Passaram-se mais vinte minutos antes que a porta principal fosse aberta. Assim que pude ver os cabelos pretos de um ser alto meu coração quase saiu pela boca. Seus olhos negros como a noite brilharam, e logo nos abraçamos.

– Seu desgraçado... – Olhamos para trás, e vimos meu primo. Ele estava segurando uma arma, e ele estava todo ensanguentado. Sebastian tinha acabado com ele, mas, por sorte ele estava com forças para segurar aquele objeto... – MORRA!

Um barulho alto, e um corpo alto caído no chão... Seu peito sangrava, e meu primo fugiu correndo. Sebastian... Estava morrendo em minha frente. A pequena bala atravessou seu peito.

– Sebas... – Eu disse enquanto lagrimas dançavam em minhas bochechas vermelhas.

[...]

Eu sei como é se segurar e deixar para chorar só quando ligar o chuveiro, assim ninguém percebe. Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está ouvindo para começar a soluçar. Eu sei como é sofrer tão dolorosamente que às vezes você precisa fingir que vai ao banheiro, ou beber água, apenas para lavar o rosto e se recompor. Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de que não seja forte o suficiente para segurar as lágrimas quando está em público. Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que se sufoca, até que você cede e chora. Eu sei como é sentar na cama, pegar o travesseiro e chorar tanto, mas tanto, que se surpreende com o rio que terá que esconder da sua família. Acredite, eu sei como é tudo isso…”.

Sarah lia mais um pouco do seu documento, ela estava trancada em seu quarto esperando que Selina chegasse. O silencio do seu quarto era um pouco nostálgico, lembrava-se que passava horas ali em frente ao computador. Lembrava-se em escrever aquele documento com mais de trezentas palavras. O documento “memoria” era meio que seu diário.

“Hoje, eu descobri que meus dois melhores amigos estão se cortando, talvez por minha causa? Oh, é disso que estou cansada. Estou cansada de lutar todos os dias, de dar “bom dia” e “boa noite”. Estou cansada de sorrir, mesmo que eu tenha parado de chorar em publico. Estou cansada de viver, de olhar, de falar, de dormir, de acordar... Estou cansada de tudo. Eu estou até cansada de... vocês.”.

“Se alguém tiver coragem de ler isto (si é que alguém vai ver isso), espero que não me julgue no final. Estou presa como um pássaro neste lugar inútil. Eu sei o segredo que esse lugar esconde por isso aquela diretora me odeia. E eu sei o segredo que ela tem com o professor de música. Eles têm uma filha, de cabelos negros e olhos roxos. Peggy tenta me pagar muito dinheiro para liberar essa grande noticia. Mas eu não sou trouxa o suficiente para isso”.

“Ignorar a culpa é fácil. Mas ser ignorada, humilhada por isso não é fácil. Hoje eu matei uma pessoa, seu nome é Ambre. A irmãzinha de Nathaniel, eu a matei. Mas ninguém sabe quem é o assassino. Ninguém sabe que fui eu. Isso é cômico não é? Matar uma pessoa que te xingava, fazia Bullyng com você. Hahaha, isso é super engraçado! Seu grito pedindo socorro, seus olhos azuis arregalados de pânico! Oh, isso foi tão divertido!”

Sarah parou de ler um pouco. Ela estava pasmada, ela tinha matado alguém. Ela tinha matado alguém por...? Por causa do Bullyng? A cabeça de Sarah rodava por conta do remédio que estava tomando para memoria. Mas tudo estava meio embaralhado... Quem era o estranho de olhos vermelhos? Onde esta Selina? Quando Sarah matou Ambre? Desde quando Dave faz aquilo? Sarah um pouco tonta desligou seu computador e ficou deitada em sua cama, mas não conseguiu dormir por conta da curiosidade sobre seu documento.

[...]

– Certo. – Espreguiçou-se levantando de sua cama e encarando o quarto escuro, emitindo apenas o brilho de seu celular. – Começaremos mais uma noite?

– Não, não. Hoje não. – Disse Castiel do outro lado da linha. – Não estou muito afim.

– Há quanto tempo você não sai do seu quarto para irmos beber? – Perguntei. – Já estou cansado de ir sozinho, vendo sua ex-namorada dando em cima de mim.

– Quem? A Debrah? – Castiel começou a rir. – Poxa vida cara, se eu soubesse – Ele riu mais ainda.

– Fala sério Castiel, – Eu disse bufando – você sabe muito bem que ela faz esse tipo de coisa.

– Sim, eu sei. – Ele parou de rir um pouco, e ficando em silencio. Podia ouvir sua espiração, mesmo estando em puro silencio como se estivesse desligado. – Sabe quem saiu do coma?

Meus olhos arregalaram-se, e meu coração apertou. Sarah tinha saído do coma? Depois de três anos e meio? Cara, por que ninguém me avisou?

– S-Sarah? – Eu perguntei um pouco aflito... Mas ele não me respondeu, é claro! Ela tinha saído do coma, cara! Eu tinha visto ela no enterro de Oliver e da Alice, eu tinha visto ela, mas sabia que ela estava em coma. – Cara, há quanto tempo ela saiu? Você falou com ela?

– Sim, eu falei. – Disse Castiel – Ela saiu do coma há dois meses ou menos, não lembro.

– Poxa vida, Castiel! – Eu disse colocando uma calça jeans escura. – Estou indo comprar bebidas, cigarros e já estou chegando ao seu quarto.

– Não espere que vá te contar algo, Kentin. – Disse Castiel. – Não sou uma garota para fofocar com a amiga.

– Ah, é sim. – zombei. – Castiella, meu amor, vamos comer brigadeiro e falar de garotos a noite inteira! Teremos uma grande festa do pijama!

– Cala boca, venha logo com a porra dos meus cigarros.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Comentem! ^^



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