A garota misteriosa de Sweet Amoris escrita por Samy Chan


Capítulo 10
Capítulo 10 - Nova... Família?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora pessoinhas >



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“Já se passaram três dias e três noites...” – Pensou Sarah se lembrando do ocorrido – “Eu já não sei o que é dormir...” – Ela se levantou de sua cama – “Eu já não sei mais o que é ser ‘feliz’ sem eles”.

Foi para o banheiro e se trancou lá, e ficou se olhando. Ela se sentia feia, olheiras visíveis em seus olhos, e seus cílios úmidos por causa de tantos dias de choradeira. Ela abriu o espelho do banheiro e pegou a lamina de barbear. Ela puxou as mangas dos dois braços e começou a se cortar, sangue jorrava, mas não era como antes. Ela então pegou seus remédios e tomou-os.

Ela chorava tanto, não aguentava mais... Aquela cena repetia várias e várias vezes em sua cabeça. Ela se deitou em sua cama novamente, trancando a porta de seu quarto e ficou deitada olhando para o nada, imaginando seu mundo perfeito.

Depois de três dias sem dormir, finalmente pode sentir novamente como é bom dormir. Esquecer-se um pouco das coisas.

[...]

Sarah acordou assustada, não lembrava-se do que tinha sonhado. Mas era uma coisa bem ruim. Ajeitou-se em sua cama e ficou olhando para o nada, com sua cabeça nas nuvens. Piscou os olhos algumas vezes saindo do transe. Passou a mão em seus cabelos lisos e curtos em forma de arruma-los, levantou-se e tirou seu pijama. Colocou uma camisa preta junto com uma calça jeans, seu sapato e por fim colocou um moletom branco.

Respirou fundo e destrancou a porta de seu quarto. Colocou sua touca e andou ignorando os olhares. Ela foi andando, andando e andando até esbarrar em alguém.

– D-Desculpe – Disse a garota de cabelos roxos, sua pasta com desenhos estava espalha pelo chão por causa minha culpa. Ela tentou junta-los desesperadamente, mas eram muitos.

– Não, eu que tenho que me desculpar. – Eu disse a ajudando a recolher seus desenhos, assim que todos estavam em minhas mãos os entreguei. – Bem, eu tenho que ir... Peço novamente desculpas.

A garota de cabelos roxos me olhou com seus olhos baixos e concordou com a cabeça pegando seus desenhos que estavam na minha mão. Segui em frente até a saída, encarei a porta de vidro que estava a minha frente. Se eu saísse daquele lugar, eu poderia descobrir meu passado? Ela abriu a porta devagarinho, e tentou sair de lá. Mas era quase impossível... Ela... Não conhecia ninguém dali, ela só queria correr, correr e correr.

Seus cabelos escuros agora, sujos e úmidos pela neve estavam um pouco despenteados. O vento frio que batia em seu rosto era nostálgico. Era como se alguém tivesse beijado seu rosto, mas era apenas sua imaginação.

Oliver e Alice... Seus dois amigos, que tentaram de tudo para ajuda-la. Mas tudo bem, eles estão em um lugar melhor agora.

Ela olhou para o céu nublado, com seus olhos cheios de lagrimas... Ela tinha prometido. Então...

Ela respirou fundo, olhou novamente para o céu e sorriu. Segurando as lagrimas em seus olhos, mas vendo que estava sozinha... A tristeza tomou conta dela novamente... Ela olhou pro chão e foi andando, andando até ir para a arvore. Sentou-se em baixo dela, e ficou ali vendo as pessoas.

– Voltem... – Ela sussurrou chorando, chorando até não tiver mais forças... – Por favor. – Ela continuou.

Ela se levantou com dificuldades, e foi andando de volta para seu quarto, se trancou no banheiro e ficou se encarando no espelho. Suas bochechas rosadas por conta da choradeira, e seus olhos cheios de olheira. Ela pegou seu remédio laranja, ela já não aguentava mais. Ela tomou todos de uma vez. Respirou fundo, e sentiu uma lagrima escorrer de seus olhos. Ela pegou rapidamente a lamina, e se assustou com tal ato.

Ela sorriu, já estava na hora. Ela não estava mais preocupada com o seu passado, mas agora, estava preocupada com seu futuro. Seu futuro agora é a morte. Ela iria abraça-los novamente. Ela então com os olhos fechados, tirou o curativo que estava em seu pulso direito, e afundou a lamina. Ela não se lembra quantos cortes profundos foram mas, agora ela estava pronta para morrer.

Saiu do banheiro de seu quarto, deitou-se em sua cama, mas, não teve forças para se manter nela. Caiu sem forças no chão, de barriga para baixo enquanto agonizava de dor. Ela tentou tirar os remédios de seu estomago colocando seus dedos em sua garganta, mas ela não tinha mais forças. Enquanto seu pulso sangrava, mais e mais no chão, ela pedia socorro... Mas sua voz quase não saia.

Ela pode ver Alice e Oliver sorrindo para ela, e Oliver pegou em sua mão sorrindo. Mas aquilo foi impedido. Victor entrou no quarto de Sarah, e quando viu a amiga naquele estado desesperou-se. Ele a abraçou, enquanto segurava as lagrimas, ela disse que engoliu todos seus remédios. Ele já chorando fez tal ato.

Colocou seus dois dedos na boca de Sarah, tentando impedir que ela tenha uma overdose. Ela conseguiu cuspir, mas seu pulso...

Ele pegou Sarah no colo e saiu correndo, quando chegou finalmente lá... Sarah estava desacordada...

[...]

– Sarah-Chan... – Dizia uma mulher com cabelos lisos, sua expressão era de alegria. – Venha, é mais divertido aqui.

A mulher estava com Oliver, Alice, seu pai e sua irmã, Beatriz. Eles estavam sorrindo. Todos estavam mortos, agora só faltava ela. Sarah chorou ao ver os pais novamente e queria abraça-los. Ela correu, correu, mas não os alcançava... A mulher estendeu sua mão para a criança que estava a sua frente. Mas... Sarah não queria que aquilo acontecesse agora...

A garotinha balançou a cabeça negativamente, enquanto a mulher franziu a testa. Em choro a garotinha disse que não estava na hora, que ela queria viver. A mulher se assustou, começou a obrigar a filha.

– Não mãe... – Disse a garotinha – Eu não vou! E-Eu posso viver sozinha... – A garota chorava, enquanto a mãe estava ficando brava. Ela olhou para a Alice, ela tinha entendido e ficou feliz pela coragem da amiga.

– Esta tudo bem, Candice. – Disse Alice colocando sua mão no ombro da mulher. – Sarah vai ficar bem.

[...]

Lentamente seus olhos estavam se abrindo, ela estava um pouco tonta e... Sentia dores. Ela estava no hospital novamente, por conta de seu pulso e dos remédios. Sua cabeça rodava como se tivesse girado por muito tempo. Seus olhos estavam cheios d’água. Ela se esforçou para olhar em seu lado, mas seu cansaço era maior.

Ela não podia se mexer, só podia fechar os olhos... Ela estava muito cansada, ela deveria...

[...]

Ela abriu os olhos assustada, Victor estava em seu lado com uma cara não muito boa. Ele segurava minha mão, que tremiam nervosamente. Ele estava olhando para minhas unhas, eu apenas mexi-a com cuidado. Ele percebeu e olhou pra mim, sua cara não estava muito boa... Ele parecia querer me esganar.

– Você vai se mudar. – Ele disse olhando pro chão. – Descobriram que você esta com depressão e... Bem, não querem que você fique mais morando aqui... Eles têm medo que você morra, como todos aqueles que eu conheço morreram. – Ele olhou para minhas mãos. – Afinal, tivemos sorte dessa vez. Você morreu por alguns minutos, mas... Graças a Deus você esta bem...

– “Depressão”? “Você vai se mudar”? – Eu disse um pouco confusa. Ele sorriu falso, escondendo a dor de me ver ali.

– Sim... – Ele disse. – Mas a boa noticia é que, você vai continuar estudando na Sweet Amoris. Ou seja, vou poder te ver nos dias de semana! – Ele sorriu com os olhos, enquanto eu o olhava... Eu não entendia bem por que tanto ele se importava comigo. Minha boca estava um pouco aberta, eu queria dizer algo, mas... Escolhi deixar pra lá.

Então a porta abriu-se, fazendo um maior barulho ao bater na parede branca. Pude ver Selina assustada na porta, seus olhos estavam cheios d’água. Seus olhos vermelhos que eu odiava ver, seus cabelos pretos... Selina não era uma pessoa muito legal, pelo menos... Eu não acho.

– Filha! – Ela disse me abraçando forte, soltando minha mão da de Victor. Meus olhos arregalaram-se com a pequena surpresa de Selina.

– Ela não é sua filha Selina. Pare de fingir que é! – Disse Victor cruzando os braços. – Não é por que ela perdeu a memoria que você vai se aproveitar.

Eu a empurrei, ignorando seu olhar. Ela tentou sorrir, mas estava entendo o recado de eu não gostar dela.

– Vamos pra casa? – Ela perguntou. Eu neguei com a cabeça.

– Você não pode me tirar daqui. – Eu disse e ela me olhou confusa. – Eu moro aqui. Sei que posso morrer se eu continuar assim, mas, você não pode. Você não tem nenhum direito de me chamar de filha só por que me adotou.

Ela me olhou confusa, mas mesmo assim, continuou me chamando de “filha”. Ela disse que eu teria que ir que eu posso ver todos na escola em dias da semana.

[...]

Eu encarava a chuva que molhava o vidro do carro azul de Selina. Observando que a neve já estava indo embora, observando que fui obrigada a ir embora... Passamos por muitas ruas, muitas com casas enormes que mal cambiam na calçada. O vento frio que batia nas arvores, o vento que eu queria sentir ali, no carro.

As janelas estavam fechadas, enquanto Selina se esforçava para enxergar. Tem um forte suspiro, assim trazendo sua atenção.

– Algo de errado filha? – Ela disse.

– Pare de fingir que somos parceiras. – Disse. – Nem nos conhecemos direito, eu já disse! Você não tem direito de me chamar de filha. – Continuei. – Minha mãe esta morta Selina, você não pode fingir que você é ela!

Ela me olhou pelo espelho, um pouco chateada.

– Mas filha...

– EU JÁ DISSE QUE NÃO É PRA ME CHAMAR DE FILHA! – Eu berrei, enquanto ela concordou com a cabeça. – Eu te odeio... – Eu falei baixinho, mas ela escutou.

Demoramos mais alguns minutos antes de chegarmos a uma casa branca, de dois andares. Me lembrou a casa que Bob morava... Entramos e pude sentir um vento quente da lareira que estava acesa no meio da sala. Existia uma TV grudada na parede, uma estante grande de livros, dois sofás, um tapete de um urso branco no chão, e uma mesa de centro com algumas rosas azuis.

Estavam sentados no sofá três pessoas, um homem de cabelos ruivos, e dois gêmeos da mesma cor de cabelo do que o homem. Eles sorriram para mim, enquanto Selina caminhava em sua direção.

– Veja f... – Ela parou um pouco – Sarah. Essa é a nossa família! Sua nova família! – Ela sorriu com os olhos... E o garoto que parecia ser o mais novo veio me abraçar alegremente.

– Seja bem vinda Nee-chan! – Ele disse me abraçando forte e esfregando sua cabeça em minha barriga. – Estou tão feliz que agora posso brincar com mais uma irmã minha! – Ele sorriu novamente o que me fez sorrir de volta. – Ei, Nee-chan o que é isso em seus dois braços? – Perguntou o menino.

– Ah, isso... Foi um acidente da minha própria estupidez. – Eu sorri falso, enquanto o menino empurrava sua irmã para falar comigo.

– Isa, olha, ela é alta! – Ele disse rindo mais a garotinha estava corada.

– O-Oi... – Ela disse sorrindo com vergonha, eu sorri com os olhos.

– Venha Sarah, venha ver seu quarto. – Disse Selina tirando meu sorriso. Eu dei de ombros e fui a sua direção, subimos as escadas e entramos no segundo quarto da direita. Assim que eu entrei pedi para ela me deixar sozinha um pouco, ela apenas concordou com a cabeça saiu fechando a porta.

Deitei na cama e fechei meus olhos por alguns segundos...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Comentem! ^^



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