Passado escrita por Amorita


Capítulo 3
Elsa Part 2 - A rotina da princesa


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys! Como estão?? Aproveitaram o restinho das férias?? Okay agora eu vou explicar o meu sumiço repentino: Basicamente eu já tinha todo o cap em mente, porém eu não gostei do rumo que as coisas estavam tomando, então eu o refiz kkkkkk. Sobre o capítulo de hj eu tenho a dizer que acho que ficou um pouco pequeno.. espero que gostem!

Ah alguns avisos antes de ler :

* Eu sei que Peter Pan foi criado em 1904, muuito tempo depois da época de Frozen, mais eu gosto tanto da obra que resolvi coloca-la mesmo assim U.U

* Neste cap eu quis mostrar um pouco o relacionamento dos pais com sua querida princesinha do gelo, porém não deixando Elsa completamente de lado, pq MUITAS pessoas acham que os pais delas são uns insensíveis e verdadeiros monstros, e eu não os vejo desta forma..

* Para quem não sabe Gerda é uma empregada do castelo, que supostamente ajudou na criação das meninas.

* Eu pesquisei e depois de muito procurar encontrei os nomes do rei e da rainha de Arendelle, são Agdar e Idun porém eu simplesmente não consigo imaginar a rainha com o nome de Idun então ficou Rainha Victória...

* Agradeço a ticii santos,Creative Girls, Framboesaecha pra lá,DanyellaRomanoff,
I am Castiete, Natalia Lancaster Slytherin e Jully Overland Frost por terem comentado, obrigada meninas :D

É isso boa leitura :B



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520118/chapter/3

 

[ 1095 dias]

 

Três anos... As pessoas costumam dizer que o tempo passa rápido. Isso não é completamente certo, para quem vive trancado, o tempo demora de passar, e o silêncio é torturante...


Três batidas na porta


O seu dia só começava quando escutava as monótonas três batidas em sua porta, para alguns aquilo poderia ser irritante, mais para ela, era como ganhar na loteria . Até hoje ficava impressionada com a persistência de sua querida irmã, durante todo este tempo, ela nunca desistiu... Sorria ao ouvir a melodia que a mais nova compôs, e se divertia com a letra, era linda e engraçada, mais também preocupante... "Anna agora fala com quadros?"

" Você quer brincar na neve?

De alguma coisa que eu não sei?

Faz tempo que eu não vejo mais ninguém

Até com os quadros nas paredes já falei

(Firme aí, Joana?)

É meio solitário, tão vazio assim

Só vendo o relógio andar"


" Por favor,volte amanhã..." Murmurava para si todos os dias. Ela sabia bem que um dia Anna desistiria de convencer a irmã a fazer bonecos de neve e andar de bicicleta em torno do salão, não seria culpa dela, não ouvir nem um mínimo "Olá" era desanimador, porém torcia internamente para que este dia demorasse de chegar..
O tempo passou, e as esperanças de sair daquele quarto foram se esvaindo, até porque depois de quatro anos presa em um cômodo, é difícil manter tal sentimento vivo. Elsa não fazia ideia de como Anna estaria agora, ela nunca mais a viu, e as poucas vezes que fugiu por alguns minutos que pareciam ser segundos, de seu isolamento poderia contar nos dedos... Ela imaginava se a princesa agora já comia sem se lambuzar por completa, se ainda gostava de chocolate, ou se seus cabelos já haviam crescido... Saudade... Esta era a palavra que definia o que sentia.

O dia amanheceu belo e radiante, Elsa estava tão entediada, estava fazendo uma das atividades de Espanhol, feita por sua mãe " Realmente as aulas de espanhol são muito difíceis... E chatas.." tentava se interessar pelas aulas mais era tão complicado...– Hoy es un hermoso día— Tentou pronunciar.– Estoy emocion.. Emocion... Emocion o que? Ah! estou farta, chega de espanhol por hoje!– Falou afastando seus inúmeros livros, penas, tintas e outras coisa, precisava de um pouco de ar, mais não poderia sair do quarto, então suspirou, e teve de se contentar em apenas apreciar a bela paisagem dos jardins reais. Observava pela janela,atentamente as folhas caírem das árvores, folhas estas que haviam adquirido um tom amarelado por conta do outono. E em meio aos mais variados pensamentos, avistou alguém familiar,aproximou-se um pouco mais da vidraça e então confirmou sua suspeita. – Anna!— falou ainda surpresa, a pequena, não mais tão pequena assim, cavalgava em um cavalo, com a crina preta e branca. Ninguém podia negar, a princesa cavalgava muito bem, puxava a rédeas do cavalo com agilidade e rapidez, Elsa apenas a observava um tanto incrédula. " Como ela cresceu...E.. As tranças!" De repente uma lembrança invadiu sua mente e tudo ao seu redor pareceu parar, esqueceu que precisava estudar mais um pouco o espanhol ou que seus pais não a visitavam a dias, tudo concentrou-se apenas em uma lembrança . Lembrança esta , de um passado nem tão distante...


***

* Muito antes do acidente - Biblioteca Real*

 

A lareira soltava minúsculos fragmentos de madeira em brasa no soalho da biblioteca real, fazendo a pequena Anna sentir-se maravilhada com o fogo, que parecia espantar qualquer indício de frio ou escuridão. Aquele sem dúvidas era um dos locais favoritos das princesinhas, era lá que costumavam passar o final da tarde tomando chocolate quente enquanto sua mãe lia algumas lendas antigas sobre o povo de Arendelle. Elsa e Anna hoje se encontravam sozinhas, seus pais infelizmente tiveram que ir a uma reunião do conselho discutir sobre um assunto desconhecido pelas duas, mais também, pouco as importava o motivo da reunião, brincaram tanto que nem sentiram a falta dos dois... Agora, após uma tarde cheia de diversão, furtos de bolinhos de chocolate na cozinha, e muitos bonecos de neve, elas se sentiam exaustas. Anna havia sentado de frente para a lareira, aproveitando para se esquentar um pouco, enquanto Elsa, terminava de prender o cabelo, pronta para dormir. A princesa mais nova, observava com fascínio sua querida irmã trançar o cabelo loiro platinado com rapidez e agilidade. Ela achava aquilo magnífico.
— Elsa! Elsa!!– Falou pulando empolgada em direção a irmã, que sorriu em resposta, esperando que a pequena continuasse.– Faz uma trança em mim também??


— A menina então observou o cabelo da irmã, e sua face se contorceu em uma expressão de pena – Oh Anna, Seu cabelo é lindo, aposto que ficaria perfeito.– A mais nova sorriu– Mais é demasiado pequeno, não dá para trança-lo!– E ao ouvir aquilo o olhar esperançoso foi decaindo aos poucos, até se fixar completamente no chão.


— Ei! Mais não fique assim tristinha! Eu prometo que quando ele crescer, eu faço quantas tranças você quiser!– Anna então logo voltou a sorrir–


— Promete de dedo mindinho?– Falou empolgada, na pontinha dos pés se esticando enquanto estendia o seu pequenino dedo na direção da irmã.


— Prometo!– Falou cruzando o dedo com o da mais nova selando sua promessa, em seguida a abraçando carinhosamente

.

***


* Presente- Quarto da princesa*

 

— Sente falta dela, não é mesmo?– Gerda comentou e a princesa logo "voltou" para a realidade. " Eu nem reparei que Gerda havia chegado.." A pequena apenas assentiu, voltando a olhar para o pátio real, agora, Anna parara de cavalgar e acariciava o dorso do animal que parecia adorar aquilo, ela o guiou até o estábulo, provavelmente para alimenta-lo saindo do campo de visão da princesa, que agora estava cabisbaixa, a empregada apenas a observava, sentindo pena de sua pobre e solitária criança.


— Sinto tanta falta que ás vezes chega a doer..– murmurou quebrando o silêncio que se instalou no local, voltando a focar suas belas íris azuis em Gerda, que era como se fosse sua segunda mãe. Gerda havia ajudado a cuidar da princesa desde seu primeiro dia de vida, assim como Anna. As duas a consideravam uma segunda mãe, assim como a mesma que sentia em seu coração que elas eram as filhas que ela nunca teve. Talvez tenha sido por isto que Gerda foi uma das poucas serviçais que sobraram no castelo, e a única com o acesso livre a "Zona proibída" que era como a mais nova costumava chamar o quarto da princesa.


— Oh minha criança, tenho certeza que um dia vocês duas ainda serão as melhores amigas, como antigamente... Sabe, Anna ainda gosta muito de você, ela a considera um exemplo! – Falou tentando animar a princesa, que em vez disso pareceu ficar mais triste.


— O exemplo que quase tirou a vida dela...– Falou antes de derramar uma única lágrima, por mais que dissessem que não havia sido culpa dela, Elsa continuava a torturar-se, " Eu sou uma descontrolada, se eu não tivesse estes malditos poderes... eu.. A-Anna não sofreria tanto.." Murmurou quase inaudivelmente, o local já se encontrava consideravelmente frio, e vários flocos de neve de todos os formatos já caiam sobre as duas, Gerda achava aquilo magnífico, por alguns segundo observou meio boquiaberta os belíssimos fractais pousarem no soalho de madeira, mais logo voltou sua atenção para Elsa, que virou seu corpo para o lado, na intensão de disfarçar as insistentes lágrimas que agora escorriam sobre seu rosto alvo e delicado,detestava ser vista daquela forma, deveria esconder, encobrir, e principalmente não sentir, As aulas de auto-controle de seu pai, de nada adiantavam agora. Gerda não perdeu tempo e logo a envolveu em seus braços, dando um abraço carinhoso em sua "filha", que meio receosa retribuiu. – Isso meu amor, pode chorar... Eu estou aqui para você...–

[1278 Dias]

 

O dia amanheceu belo e radiante, eram nove da manhã, a esta hora Gerda já teria passado por lá, porém aparentemente a empregada havia se esquecido, esta não teria sido a primeira vez, e a princesinha como das outras vezes, aproveitou e resolveu repousar por mais tempo. Estava tendo um sonho tão bom..

Elsa se encontrava em seu quarto, mais precisamente olhando para a janela de formato triangular que jazia ali. Observava com atenção as estrelas, tão lindas e tão brilhantes, porém uma chamou a sua atenção, inicialmente pensou ser uma estrela cadente, mais a estrela só fazia se aproximar cada vez mais... a suposta estrela não era como as outras esta tinha um brilho.. especial. Foi quando identificou que o ser flutuante e brilhante a sua frente não era uma estrela e sim uma fada. " TinkerBell?" Murmurou e a pequena fadinha assentiu, logo atrás dela apareceu Peter, o menino que não queria crescer.. – Venha Elsa! Vamos para a terra do nunca!


— Eu.. eu não posso! Não posso abandonar minha irmã e meus pais, preciso ficar– Falou visivelmente triste.


— Por favor! Apenas por hoje, você não gostaria de ser livre?? – A palavra ficou em sua mente por um bom tempo...


Livre


Mais e Anna?


Livre


E se eu não conseguir voltar?


Livre


E se meus pais não me encontrarem aqui? Vão ficar desesperados!


— Somente por um dia?


— Sim! Vamos vai ser divertido, sua irmã adorou aquele lugar!


— Minha irmã está lá também?


— Claro que está! E digo mais, ela está se divertindo muito com as sereias e os meninos perdidos!Vamos é só por hoje – Elsa iria aceitar porém algo estranho aconteceu...


De repente sentiu o sol sobre seu rosto, forçando-a despertar de seu sonho , sentindo certo incômodo tapou a luz com o antebraço e semicerrou os olhos por conta da claridade. Logo conseguiu identificar a pessoa que abria as cortinas..


— Bom dia Gerda..– Falou entre bocejos–


— Bom dia minha princesa! Aproveitou o meu atraso para dormir mais um pouco não é mesmo??– Elsa apenas deu um sorriso amarelo como resposta, e a governanta revirou os olhos – Deixe-me adivinhar....Lendo novamente?–Perguntou já sabendo a resposta–

—Bom.. eu..– Gerda bufou impaciente..–

— Ora minha criança, quantas vezes terei que dizer para não ler a noite inteira?? Isso além de dar olheiras, atrapalha o seu desenvolvimento, você não descansa direito a noite!–


— Desculpe Gerda...– Murmurou quase inaudivelmente – Mais eu simplesmente não consegui parar de ler.–


— O que estava lendo desta vez?– perguntou colocando a bandeja de café da manhã –Feita carinhosamente pela mesma– na cama.


— ..Peter Pan?– Aquilo soou mais como uma pergunta, porém ainda era uma resposta, e a empregada ao ouvir aquilo não segurou a língua.


— Peter Pan?? Mais já o leu cinco vezes!– ao ver a reação de Gerda, Elsa soltou uma breve gargalhada–


— É o meu predileto! Lutas, romances, aventura.... É perfeito!! Peter não quer crescer, então ele foge de casa para ser livre. Abandona todas as responsabilidades para ser quem ele quer ser!– Contou a Gerda, no fundo, Elsa gostava tanto daquela obra por sonhar ser como Peter, livre! Por mais que soubesse que o isolamento era a melhor solução, ela ainda sonhava em um dia poder sair daquele quarto, explorar o mundo, e finalmente ficar perto de quem gostava...


Ao ver que de repente a empolgação da menina parecia ter ido embora, Gerda logo se preocupou, ela agora estava com o olhar distante, focava em um ponto inexistente, e sua expressão facial agora não era mais de felicidade e empolgação e sim um olhar sonhador e ao mesmo tempo triste.. Gerda então deu uma tosse forçada para chamar a atenção da menina. – Hmm... Pois eu duvido que essa história seja incrível como vossa altezinha estás a me contar.– Falou em tom provocativo enquanto um sorriso desafiador desenhou-se em seus lábios, o qual Elsa retribuiu um pouco mais animada.

***
* Zona Oeste do castelo*

 

Enquanto isso nos aposentos reais, a rainha Victória arrumava um grande medalhão nas veste de seu esposo, o que já era comum, porém, seu olhar era tão distante e abatido, que Agdar chegou a preocupar-se, certo que Victória era tímida porém não era tão calada como costumava estar estes últimos dias. " Alguma coisa está deixando ela inquieta"


— ...Victória? – Ao ouvir a voz de seu amado a rainha o olhou de imediato, "voltando" a realidade, em seguida lançando um sorriso abatido ao rei – Você está bem querida?


— Oh sim, eu....Apenas estava...– A soberana iria dar uma desculpa qualquer, porém seu marido conhecia bem sua rainha, apesar das poucas palavras que havia dito, ele reconhecia qualquer indício de mentira em sua voz,– Isso sem falar que a Rainha era péssima em dar desculpas – E com isso a lançou um olhar que só eles saberiam o que significava, algo do tipo "Vai me contar logo a verdade?" E a rainha apenas suspirou em sua tentativa fracassada de esconder suas preocupações.– Estou preocupada com Elsa. – Cuspiu logo de uma vez.


— Novamente com esta história? Pensei que já havíamos encerrado este assunto....– Falou o rei , seu semblante adquiriu a expressão de impaciência, já era a quarta vez que ela falava sobre aquilo.


" Quando uma mulher quer algo, ela sempre consegue "


— Sim, novamente! Não acha que devemos acabar de uma vez por todas com este isolamento?


— Sabe muito bem que se eu pudesse, Elsa nunca teria ficado presa, mais é para o bem de todos! Isto sem falar que nossa filha é muito responsável, ela entende que as circunstâncias não permitem que...– Tentou argumentar


Quando uma pessoa passa por um trauma muito grande, ela amadurece rápido...– Falou cabisbaixa com o olhar fixo no chão. O rei ao ouvir tais palavras surpreendeu-se, fazendo com que seus olhos se arregalassem e a boca ficasse entreaberta. – Agdar, isso não é jeito de uma pessoa viver! Presa como um animal em uma jaula.. Ela se afastou de tudo! Quando foi a última vez que viu Anna? Sim porque ela também sofre com esse isolamento, Já chegou a arder de febre por sentir falta da irmã! Hoje mesmo ela acordou – Falou sem pausas e diretamente, hoje não teria medo de expor sua opinião, falaria tudo que parecia estar entalado em sua garganta a tempos–


***
* De volta ao Quarto da princesa Elsa *


"Porque todas as crianças crescem...Menos uma.."


— Bravo! Incrível!! – Aplaudia Gerda enquanto lágrimas e mais lágrimas brotavam de seus olhos– Que história magnífica! Eu gostaria de saber ler assim..


— Ora, obrigada Gerda, Mais eu não leio tão bem.. – Falou um pouco sem jeito enquanto fechava o grande e volumoso livro colorido enfeitado com adornos dourados–


— Pois eu digo que está lendo melhor até que o seu velho pai! – A voz masculina e inconfundível do rei surpreendeu Elsa fazendo-a sorrir pela surpresa. " Normalmente ele só aparece a noite"


— Olá papai!– Falou guardando o seu amado livro em uma das estantes que jaziam alí.– Não esperava a visita do senhor agora.


— Minha filha esta triste em me ver?– Falou fingindo um tom triste, e fazendo um careta esquisita, que era para ser uma expressão triste, arrancando gargalhadas da Rainha, que chegara a pouco.–


— Gerda poderia nos dar...– Falou a rainha docemente se recompondo de sua crise de risos e Gerda entendendo bem o que a rainha quis dizer foi logo se apressando–


— Oh claro vossa alteza– Falou eufórica– Eu darei um pouco de privacidade aos três, com sua licença..– falou fazendo uma curta reverência e logo em seguida dando um breve aceno de mão para Elsa, que como resposta a lançou um sorriso.


— Elsa, nós... Bem nós... Eu.... É sobre Anna querida...–


— Anna? – A menina logo se surpreendeu, sentiu seu coração acelerar consideravelmente. Aquilo era mais do que estranho, em todos estes anos seus pais nunca falavam de Anna. Todas as vezes que Elsa perguntava sobre ela, os mesmos mudavam de assunto ou fingiam não ter escutado a pergunta, Elsa presumiu que eles não falavam sobre isso para não deixa-la triste, porém a menina sentia-se mais triste ainda sem saber ao menos se sua irmã estava bem. Seu meio de saber sobre sua irmãzinha era Gerda, que vez ou outra deixava escapar uma informação.–


— Elsa, eu... Sente falta de Anna?– Falou o rei um pouco atrapalhado, tentando iniciar a conversa.–


— Muita!– A resposta foi de imediato, os soberanos se assustaram, não com a reação de Elsa, mais sim como o clima que parecia ter mudado repentinamente, "que frio" murmurou a rainha quase que inaudivelmente, abraçando o próprio corpo –Bom... Não sei o que dizer, é estranho estarem me perguntando sobre ela... porque...– De repente algo estranho aconteceu: Uma ragada de gelo escapou das mãos da princesa , enquanto ela gesticulava um pouco frenética. "Como?As luvas sempre impediram que a maldição se manifesta-se" Ficou em estado de choque por um bom tempo, até começar a andar desesperada de um lado para o outro, murmurando algo, até finalmente manifestar-se sobre o ocorrido olhando desesperadamente para suas mãos...

" Estou com medo! Está ficando mais forte!"

" Ficar nervosa só vai piorar tudo, acalme-se!"

" Não por favor! Não toque em mim, não quero machuca-lo!"

***

Depois do incidente, Os soberanos mandaram imediatamente que fossem feitos pares novos de luvas, desta vez, com um tecido mais grosso, a princesa permaneceu encolhida em um canto do quarto, abraçada as próprias pernas refletindo sobre tudo o que aconteceu a pouco, sua mãe até tentou se aproximar, mais a menina não permitiu, afirmando que ela não queria machucar mais ninguém..

A semana foi se alastrando, o rei e a rainha desistiram definitivamente da ideia de retirar a garota do isolamento, não antes do rei dizer um " Eu avisei! Elsa ainda não está pronta!" a sua esposa que permaneceu quieta e triste, quanto a princesa, não permitia que ninguém tivesse qualquer tipo de contato físico com a mesma. Gerda achou aquilo uma tremenda bobagem, ela sabia muito bem que sua criança não era um monstro, só era uma garotinha assustada precisando de um abraço apertado.


Era natal em Arendelle, Elsa sempre gostou desta época, mais este ano, seu espírito natalino havia desaparecido, ainda estava um pouco assustada com os acontecimentos, mais de acordo com a mesma, precisava se acostumar, afinal a tendencia era que seu poder crescesse cada vez mais, a princesa estava tão distante de todos que nem mesmo o monótono beijinho de boa noite de seus pais ela aceitava agora, toda vez que eles tentavam, Elsa apenas virava o rosto e encolhia-se em sua cama. Aquilo fez a rainha chorar por três dias, fazendo com que Anna perguntasse se ela estava se sentindo bem.


"Mais um natal" murmurou. Para ela o natal já havia se tornado uma data comum, quando era mais nova ela e Anna costumavam fazer cartinhas para o papai noel. Apesar de Elsa saber muito bem que eram seus pais que deixavam os presentes ao lado da árvore,ela fingia não saber de nada e sempre parecer surpresa, ao ver que o "papai noel" havia deixado exatamente a mesma coisa que ela havia pedido em sua carta.
Observava um globo de neve dado por seu pai neste natal, que veio com um bilhete escrito "Nunca deixe de acreditar que pode controla-lo" porém havia uma carta ao lado do mesmo, no envelope haviam rabiscos coloridos e ela rapidamente soube quem havia escrito. Abriu a carta rapidamente, sem se importar com o mundo a sua volta, e começou a ler:


Querido Papai Noel
Este ano eu fui uma menina muito comportada: Não roubei os doces da Gerda, e nem patinei de meia nos corredores... Talvez, eu tenha aprontado só um pouquinho andado de bicicleta no salão, mais isso não vem ao caso...
Este ano eu gostaria de receber um presente especial, não um brinquedo como antigamente, mais uma coisa... diferente
Eu gostaria de receber de presente ao menos um único dia com a minha irmã Elsa, ela se afastou de mim, mais eu tenho certeza que ela não fez por mal, e eu tenho certeza de que posso convence-la a voltar a ser minha amiga se o senhor apenas me der um dia com ela.
assinado:

 


— Anna. – Falou terminando de ler, enquanto lágrimas brotavam de seus olhos, um pouco mais abaixo Anna havia feito um desenho das duas, de mãos dadas, enquanto passeavam pela neve, o desenho poderia ser apenas um rabisco de uma criança de nove anos mais para Elsa, aquilo significava e muito. Enquanto a menina sorria para o vento e derramava várias e várias lágrimas, sua mãe apenas a observava silenciosamente na porta do quarto, afinal, aquele envelope não estaria alí se não fosse por ela...– Eu te amo, minha filha...–


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então mereço comentários??? Vamos, escrever só um "gostei" não mata ninguém rsrsrs. Ah mais uma coisa estou pensando em colocar um dia de postagem para ficar mais organizado o que acham?