Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 4
Capítulo três: Novas


Notas iniciais do capítulo

A música em ítalico nesse cap é Somewhere only we known do Keane (mas eu gosto mais com o Lifehouse...rsrsrssr)
http://www.youtube.com/watch?v=g4sr9f3ws4c



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Capítulo três: Novas

Somewhere only we known - Keane

Uma semana depois...


Bella

- Pai você está bem? – eu perguntava pela milésima vez depois que ele desmaiou.

- Vou ficar meu bem. – ele devolveu o copo d’água para Sue, mas ainda olhava Jake de rabo de olho.

- Eu sabia que isso era uma idiotice! – eu empurrei o Jake e ele me olhou como quem pede desculpas.

     A idéia do Jake se transformar na frente do meu pai foi péssima. Pela primeira vez na vida me arrependi de não ouvir a Leah. Mas esse foi o único jeito dele acreditar na lenda Quileute e de acreditar que o interesse do Jake na Maika não era safadeza dele.

- Agora explica de novo essa historia de imprintindig. – meu pai ainda soava incoerente.

- É imprinting pai. E o Jake não tem culpa.  – eu estava aos prantos achando que meu pai ia ter um troço a qualquer instante.

- Não importa muito! Você vai abandonar minha filha? – meu pai perguntou sério para Jake.

- Claro que não Charlie. A Bella é a mulher da minha vida. Eu a amo e essa amor é maior que qualquer imprinting. – Jake também se exaltou com meu pai, mas suas palavras me fizeram sorrir.

      Todos na sala da casa da Sue nos olharam com expectativa. Nunca nenhum lobo se comportou assim diante de seu imprinting, mas o Jake era diferente, sempre foi.

- Então vamos ficar bem. Não vamos? – meu pai olhou nervoso para Sue e ela prontamente o abraçou e lhe deu um selinho.

- Vamos. – ela o respondeu.

- Que nojo! – Leah e Seth gritaram juntos e foram para cozinha.

     Estávamos todos na casa da Sue; eu, Jake, Seth, Leah e Embry; fomos para uma reunião de família, mas como meu pai exigia respostas então acabou virando drama de família com meu pai desmaiando assim que o Jake virou lobo na sua frente.

     Depois que Leah seguida por Embry e Seth foram para a cozinha Sue levou meu pai para o quarto para descansar. Eu sentei no colo do Jake e o abracei o mais apertado que pude. Com toda agitação da semana acabei ficando doente. Tenho tido enjôos todos os dias e agora ando para ter sensações de desmaio acompanhadas de tonturas e dores de cabeça terríveis, mas nada fora do meu normal de doenças.

- Está tonta? – Jake perguntou preocupado quando me encolhi em seu colo.

- Na verdade sim, mas eu estou mais com fome mesmo. – meu estômago parecia que estava vazio há dias para ser mais exata.

- Então vamos comer algo. – Jake beijou minha testa e me levou no colo para cozinha.

      A Leah fez cara de nojo quando me viu no colo do Jake, mas esse era o normal dela de sempre. O anormal foi o meu desejo pelo que ela estava comendo. Não era nada demais, mas parecia tão bom que chegava a me dar vontade de babar.

- O que é isso? – apontei para o que ela comia.

- Ai Bella nem pergunta. A Lee tem comido umas paradas... – Embry fez cara de nojo e a Leah o encarou irritada.

- Não tem problema, eu quero isso. O que é? – ela abaixou a cabeça como se tivesse vergonha de responder.

- É cereal só que piquei frango aqui dentro. – ela olhou o Embry de rabo de olho ainda com raiva.

      Desci do colo de Jake o mais rápido que pude e fui pegar frango na panela e cereal no armário. Assim que botei à primeira colher na boca toda a sensação de tontura passou. Era a coisa mais gostosa do mundo o sabor do leite com frango... Tão bom que eu chegava a suspirar a cada colherada. Embry e Jake encararam a mim e a Leah comermos pelo menos três tigelas daquilo cada uma.

- Sentem-se bem? – Embry perguntou preocupado.

- Eu estou ótima. – Leah respondeu indo até a geladeira pegar uma maça.

- E você amor? – Jake me segurava enquanto eu levantava para lavar os pratos.

- Bem. Por quê? – catei umas uvas no fruteiro e fui comendo enquanto lavava os pratos.

- Tudo bem aqui? – a Sue entrou na cozinha tão silenciosa que eu nem notei.

- Não muito. – Embry respondeu antes que qualquer um abrisse a boca.

- Mãe ignora o Embry. – a Leah disse bufando, mas Sue nos encarou preocupada.

- O que houve? E cadê o Seth? – ele veio até mim e depois na Leah procurando algum sinal de mal estar.

- O Seth foi correr mãe. – a Leah respondeu e olhou Embry de cara feia.

- Elas andaram comendo frango com leite. – Embry e Jake fizeram cara de nojo e eu e a Leah bufamos quase que juntas. Isso me assustou.

- Eu amava comer isso quando estava grávida do Seth. – a Sue riu e olhou para nós duas com o olhar terno.

- Eu não estou grávida! – dessa vez falamos juntas e nos entreolhamos assustadas.

- Bella você já é casada e Lee você também está de casamento marcado. Não tem problema nenhum num bebê. – a Sue abriu a geladeira e pegou um copo de suco de laranja.

     Eu acho que a reação da Leah ao cheiro da laranja foi idêntica a minha porque assim que a Sue começou a encher o copo ela saiu correndo da cozinha com Embry em seu encalço. Eu tentei me segurar, mas o enjôo foi tão forte que acabei vomitando na pia mesmo.

    A Sue largou o que estava fazendo e veio segurar meu cabelo enquanto eu vomitava tanto que me dava mais vontade de vomitar só de ver. O Jake segurava minha mão e quando enfim eu consegui parar ele me ajudou a sentar na cadeira.

- A gente vai no hospital e você vai fazer um exame agora. – Jake esbravejou e a Sue começou a rir.

- Nós também vamos. – Embry gritou do segundo andar.

- Não! – a Leah berrava, mas a voz também não parecia boa.

- Sim. Vamos todos. – Sue pôs um ponto final na discussão.

     Quando Jake me ajudava a levantar seu celular tocou. Ele tirou o aparelho do bolso e sua cara já me dizia quem era. Maika!

- Sue você pode... – ele me olhava pedindo desculpas.

- Claro. – Sue lhe deu meio sorriso e ele me beijou na testa antes de sair.

- Eu volto cedo para casa. – ele saiu da cozinha ainda olhando para mim.

     Eu nada disse até que ouvi a porta da sala bater. Eu sempre me mantive firme quando o Jake saia para ver a Maika porque eu sabia que ele iria voltar para mim, mas esse foi o primeiro dia que ouvindo a porta bater meu coração doeu de uma forma estranha e eu não pude me conter. Sentei novamente e chorei.

Jake

     De todos os momentos impróprios em que a Maika me ligou esse foi o pior. Cheguei na porta da sua casa e vi que o carro do Sam estava lá. Se for algo importante ou de família ia ser problemático para mim que estava vestido de camisa e short. Estacionei o carro perto da saída já com a intenção de deixá-lo bem localizado para sair e voltar para casa.

- Oi. – Maika veio correndo em minha direção quando me viu saindo do carro.

- Oi. – eu sorri e passei os dedos sobre seu rosto com carinho.

     A Maika tinha dezessete anos, mas para mim ela era uma criança. Eu a via como a minha menina, a qual eu tenho que tomar conta e defender, mas nada comparado com o amor que eu sinto pela Bella. Isso revoltava o Sam profundamente. Ele dizia que um imprinting é completo e que eu só vejo a Maika assim porque quero me enganar com a Bella.

- Tenho novidades para nós dois. – ela disse animada e me abraçou pela cintura.

- Então me fala. – tentei parecer animado como ela, mas eu estava mais era desconfiado.

- Vamos morar juntos. – ela abriu um sorriso imenso e se inclinou para mim como se fosse para eu beijá-la.

- Maika não acho que seus pais vão deixar você morar comigo e com a Bella. – eu desviei sua atenção do beijo fazendo piada, mas ele me olhou séria e magoada.

- A Bella não! Só eu e você. E é você que vêm aqui para casa até nos casarmos. – ela estava decidida em todas as palavras e eu separei nosso abraço meio que bruscamente.

- Maika eu sou casado! E não vamos morar juntos. – eu falei aos berros e em alguns segundos Sam e os pais dela estavam na varanda da casa nos encarando.

- Vamos sim e você era casado! Agora você é meu e eu não vou mais ficar te dividindo com aquelazinha. – a Maika gritou tão alto quanto eu e me encarou com fúria.

- Eu amo a Bella e não você! Eu vou para minha casa. – dei as costas a ela e pude ouvi-la gritar antes de começar a chorar.

- Jake você vai esquecer essa vaca porque você vem ficar comigo a partir de hoje! Isso é uma ordem.

    Eu estava de costas para ela a caminho do meu carro. Eu estava tão perto que esticando os dedos eu poderia tocar a maçaneta, mas a ordem me fez parar. Algo que eu achei estar perdido no tempo para mim. Eu era o alfa há tanto tempo que não me lembrava como era até agora. Seu corpo não te obedece, parece estar sendo movido por uma força maior e por mais que as atitudes te doam você está obrigado a fazer aquilo.

- Maika, por favor. – uma lágrima rolou por meu rosto junto com a minha tentativa de suplica.

- Sam faz alguma coisa. – olhei para o lado e apenas pude ouvir o que Emily sussurrava no ouvido do Sam.

- Foi ele que quis assim. – Sam respondeu friamente e Emily voltou para dentro de casa.

- Jake você vai na casa daquela lá e vai pegar suas coisas e vai voltar para mim. Entendeu? – a Maika berrava cada ordem e eu chorava impotente diante do meu destino cruel.

Bella

- Parabéns, Senhorita Clearwater e Senhora Black. Vocês vão ser mamães. – o médico disse animadíssimo e Sue deu um gritinho de emoção.

     A Leah desmaiou na mesma hora e eu comecei a sentir meus joelhos fraquejarem também. Grávida? Eu, grávida? Eu queria tanto que o Jake estivesse aqui que começava a me dar falta de ar.

    Depois de passar à tarde no hospital, e ainda com o desmaio da Leah, acabei chegando em casa tarde. O carro do Jake estava parado na garagem quando a Sue me deixou na porta. A Leah estava no banco de trás aos prantos com o Embry a consolando e a Sue se acabava de rir com a cena. Ela não dizia nada além de: “Eu vou virar uma baleia!” desde que saímos do hospital. Desci do carro e acenei já dentro de casa enquanto eles pegavam a estrada.

   Olhei para sala escura e lembrei-me de como ela era sem móveis. Estava me lembrando demais dos momentos sem o Jake e isso começava a me preocupar. Passei mão sobre minha barriga ainda lisa e não pude evitar um sorriso, apertei o exame na mão e subi as escadas correndo para ver se Jake estava no quarto. Abri a porta do quarto, mas o que vi não foi o que eu esperava e nem o que queria ver.

- O que está fazendo? – perguntei já chorando e Jake se virou para mim com a feição desfigurada em lágrimas.

- As malas. – ele respondeu chorando.

- Por quê? – arranquei a roupa que ele empacotava de sua mão.

- Bella não faz isso, por favor. Eu não quero ir. – ele chorou ainda mais e colocou outras roupas na mala.

Eu andei por uma terra vazia
Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão
Eu senti a terra sob meus pés
Eu sentei do lado do rio e ele me completou

- Jake a gente vai ter um filho, você não pode me deixar. – eu chorava desesperada e me sentei no chão sentindo as pernas fracas demais para ficar de pé.

- O que? – ele parou de arrumar suas coisas e me encarou.

- Eu fiz o teste. Eu estou grávida. – ele se aproximou de mim e eu o abracei pela cintura de joelhos no chão. – Não vai! Eu estou implorando. – eu não conseguia levantar de forma alguma.

- Eu não vou porque eu quero. – ele me separou do seu corpo e voltou a arrumar suas coisas.

Eu dei de encontro com uma árvore caída
eu senti os galhos dela olhando para mim
Esse é o lugar que nós costumávamos amar?
Esse é o lugar com que eu tenho sonhado?

    Eu não tive mais força para pedir ou implorar mais nada. Fiquei assistindo Jake pegar tudo que era dele calada e chorando. Quando ele desceu com as malas tirei minha última gota de força para descer correndo atrás dele e o alcancei na varanda de casa, o segurei pelo braço com toda força que pude.

- Jake, por favor. Por favor, por favor, não me deixa. – eu chorava desesperada e Jake tinha o mesmo desespero no olhar.

- Eu te amo tanto. – ele chorava descontrolado, mas mesmo assim se soltou de mim.

- Jake... – eu gritei sentando-me no chão da varanda.

- Eu sinto muito. – ele sussurrou e foi embora.

Oh coisa simples, pra onde você foi?
Eu estou ficando velho e preciso de alguma coisa para confiar
Então me fala quando você vai me deixar entrar
Eu estou ficando cansado e preciso de algum lugar para começar

Jake

     Eu não podia deixá-la assim! Eu ia ter um filho e ia embora? Eu sou um monstro. Se eu a tivesse deixado com o verme ela não estaria sofrendo tanto agora. Eu queria tanto fugir e ir embora com ela para um lugar onde não houvesse imprinting ou nada que pudesse nos separar, mas agora era tarde. Eu estava preso a isso e condenado a me odiar para sempre. A imagem da Bella caída no chão da varanda cravada em minha mente para sempre. Todo dia isso iria me cortar um pouco e eu merecia.

     Não sei como consegui chegar à casa da Maika, mas consegui. Ela ainda me esperava no mesmo lugar e sorriu triunfante quando me viu parar o carro.

- Sabia que viria. – ele correu para me abraçar, mas eu me esquivei.

- Isso não muda nada. – lhe dei as costas e corri para floresta.

    Não fui muito longe, apenas o suficiente para ficar sozinho e pensar. Sentei ao pé de uma árvore e me encolhi ali sentindo o vazio de homem que eu era sem a Bella.

E se você tiver um minuto por que nós não vamos
Conversar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?
Isso poderia ser o final de tudo
Então por que nós não vamos
Para um lugar que só nós conhecemos?
Para um lugar que só nós conhecemos?

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N/A: Amoras eu nem tenho o que dizer para vocês aqui né *se escondendo de vergonha* Mas essa fic tinha travado. Eu já tinha dito isso a Sully e a Madu, que acompanham a série desde o começo. Foi mal mesmo, mas agora que o trem voltou para o trilho espero que curtam o cap ^^. Bjuxx amore ;*


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