Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 5
Capítulo quatro: Solidão




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Capítulo quatro: Solidão


Bella

       Eu só me dei conta de que tinha amanhecido porque os raios de sol começaram a incomodar meus olhos. Meu cabelo estava coberto de lama, provavelmente de uma chuva que caiu na madrugada, mas que não fez a mínima diferença para mim. Eu não sentia nada no momento a não ser o imenso vazio do lugar que era ocupado pelo meu coração. Meu coração foi embora com o Jake. Levantei do chão da varanda dolorida por ter adormecido em cima das pedrinhas que enfeitavam o jardim.

        Levantei devagar e consegui chegar dentro de casa cambaleando pelo caminho. Eu me sentia meio tonta, mas provavelmente era fome já que eu não comia nada desde ontem e agora eu deveria me alimentar melhor porque me alimentava por dois. Antes de tomar café precisava de um banho urgente, mas eu não tinha vontade, na verdade coragem, de entrar no meu quarto e ver o armário vazio, com as coisas do Jake faltando.

        Tomei banho no banheiro principal da casa e me enrolei numa toalha, depois do banho desci até a cozinha e fui procurar algo para comer. Eu sabia que estava com fome, mas não sabia que era tanta. Acabei com uma torta de maça inteira em questão de minutos. Depois de comer lavei os pratos e, ainda de toalha, me deitei no sofá da sala. Eu precisava deitar, mas de novo a falta de coragem me impediu de buscar a minha cama. Eu ainda não queria ver meu quarto. Assim que eu deitei senti as conseqüências de ter dormido no chão e no relento, meu corpo estava bem dolorido e tinha vários arranhões no meu braço provavelmente das pedrinhas ou de algum inseto que me mordeu.

        Eu estava mal acomodada no sofá e tentava me concentrar no cansaço e no sono que a noite mal dormida me causava, mas a lembrança do Jake indo embora ficava como um pesadelo vivo me atormentando cada vez que eu fechava os olhos. Passei a mão inconscientemente sobre minha barriga ainda lisa tentando me convencer de que seja como fosse o Jake ainda estaria um pouco comigo.

Jake

      Acordei do meu sono mal dormido no chão da floresta com o sol batendo diretamente sobre meus olhos. Levantei e voltei a minha forma humana. Tinha muito tempo que eu não passava uma noite inteira em forma de lobo e meus ossos reclamaram quando eu voltei a andar sobre minhas pernas.

      Voltei para casa da Maika, mas felizmente ela não estava. Sua mãe não me fez pergunta alguma quando eu entrei em silêncio, tomei um banho e sai de novo. O pai dela devia estar no hospital e também não havia sinal do irmão. Eu tinha que falar com a Bella e explicar que eu estava mesmo sendo obrigado a partir. Ela tinha que saber que eu não queria deixá-la assim.

       Sai sem dizer aonde ia e fui de carro para estrada que levava a minha casa, digo a casa da Bella. Quando estava perto de casa parei o carro bruscamente quando quase atropelei a Maika. Ela estava de moto parada no meio do caminho.

- Aonde você vai, Jake? – ela perguntou ainda sentada na moto.

- Eu vou, eu... – respirei fundo e preferi ficar calado ou iria iniciar uma imensa discussão essa hora da manhã. – Não sabia que andava de moto. – mudei de assunto e ela sorriu de um jeito maldoso.

- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, amor. Com o tempo vamos nos conhecer completamente. – ainda sorrindo ela ligou a moto. – E pode dar meia volta. Eu não quero que você veja ou fale com a Bella. – antes que eu pudesse argumentar ela arrancou com a moto e sumiu na estrada.

       Não precisava nada. Eu sabia que era uma ordem! Eu me sentia um fantoche na mão dela. Nunca vi ninguém se sentir tão péssimo em estar perto de seu imprinting como eu me sentia com ela. Isso era absurdo!

         Dei meia volta assim como ela mandou, mas eu não ia voltar para casa dela de jeito nenhum. A única coisa na qual um imprinting não pode interferir é entre o lobo e seu bando. Sei bem quem iria me apoiar agora... Lee, esse era meu único refugio.

Bella

      Fiquei deitada no sofá da sala por toda manhã. Mas a posição não me deixava dormir e a falta de roupa estava me matando de frio. Sentei desanimada sabendo que cedo ou tarde eu teria de entrar no meu quarto, mas a coragem não surgia mesmo diante da dor e do frio.

      Dei um pulo do sofá quando o telefone tocou e corri para cozinha para atender. Olhei para o aparelho antes de pegá-lo já que podia estar enlouquecendo pela falta do Jake. Depois de dois segundos o encarando o aparelho tocou novamente e aí sim eu atendi como desesperada.

- Alô? – quase gritei na linha quicando de excitação.

- Nossa quanta animação. Estava me preparando para ligar de novo de tanto que te esperei atender. – a voz não era a que eu esperava e isso me desesperou fazendo-me começar a chorar de novo. – Bella? Bella, fala comigo!

- Ele se foi, Alice. – foi tudo que consegui dizer em meio às lágrimas.

- Quem se foi Bella? – ela perguntou nervosa.

- O Jake. – consegui dizer aos prantos e sentei no chão não suportando ficar de pé.

- Se eu ainda tivesse visões com você não seria tão precisa. Estou em Port Angeles, ia te fazer uma visita surpresa... Chego aí em vinte minutos. – Alice desligou o telefone bufando de raiva.

        Doía muito mais dizer do que saber. O Jake se foi! Ele se foi para sempre. Tomar consciência disso não estava fazendo nada melhor.

Jake

         Eu não tive coragem de ir à casa da Sue e encarar Charlie. Eu tinha dito que não ia magoar a Bella e foi exatamente o que eu fiz. Eu estava morto por dentro por isso, mas nada redimiria minha culpa. A Leah e o Embry estavam mobilhando sua casa para o casamento, mas já moravam juntos. Mesmo sem saber se ela estava lá me encaminhei para sua nova casa.

        Assim que aproximei meu carro a Lee veio em minha direção com cara de poucos amigos. Não sei como, mas ela já sabia.

- Você é um imbecil! Eu sabia que isso ia acontecer. – ela disse irritada e puxou a porta do carro que eu estava abrindo para descer.

- Eu sei. – abaixei a cabeça e as lágrimas correram involuntariamente.

- Não! Olha Jake, porra! Não chora! Eu vou dar meu jeito. – ela disse balançando os braços e nervosa com meu choro.

- Não tem jeito. – eu respondi nervoso e ela abriu a boca para argumentar, mas logo parou.

    Eu sequei minhas lágrimas e respirei fundo para conter o tremor que passava por meu corpo quando ouvi o ronco da moto.

- Você vai ficar me seguindo? – gritei como um louco e a Leah me segurou quando eu fui à direção da Maika.

- Hoje sim. Eu quero saber onde você anda. – ela disse normalmente e a Leah bufou.

- Ele anda na minha casa e eu quero você fora da minha propriedade ou eu arranco a sua cabeça e ponho a culpa nos hormônios. – agora era eu que segurava a Leah para ela não avançar na Maika.

- Jake vamos para casa agora. Não quero aturar essa louca. – ela jogou os cabelos quando falou e mesmo com raiva senti meu corpo ser impulsionado a obedecê-la até que a Lee parou entre nós.

- Jacob Black, você é meu alfa. Tem responsabilidades comigo e com essa aldeia. Eu faço parte do seu bando e a sua maior obrigação na vida é ser meu líder... E eu preciso de você agora! – as palavras da Lee fizeram os cabos que me puxavam em direção a Maika afrouxarem.

- Que historia é essa? O Jake vem comigo agora! – a Maika desceu da moto gritando e eu segurei as mãos da Lee que ficaram a poucos centímetros de alcançá-la.

- Maika, a Lee tem razão. Eu vou ficar com ela aqui mesmo e depois eu vou direto para casa. – tentei amenizar a situação mesmo tendo que bancar o frouxo para isso.

- Não! – a Maika gritou batendo o pé no chão.

- Sim! – a Lee sorriu maldosa e eu juro que se ela tivesse uma calda agora balançaria como a de um diabinho.

- Eu vou para sua casa quando sair daqui. – disse mais uma vez olhando em seus olhos e ela suspirou derrotada.

- Nossa casa. – ela disse rosnando.

- Ok! – respondi seco e ela subiu na moto e saiu como uma louca.

     A Lee saltitava de alegria depois que ela saiu e eu sorri grato por ele ter me ajudado.

- Para que precisa tanto de mim preservadora dos direitos Quileutes? – a abracei e ela sorriu satisfeita.

- Debocha mesmo! Isso foi só um contorno. Eu ainda vou descobrir como me livrar dela. – a Lee soava maquiavélica e eu revirei os olhos com a sua afirmação. Não havia cura para o imprinting.

    Entramos e eu ajudei a Lee a tirar os móveis do que iria ser um escritório, mas agora seria o quarto do bebê.

- Que foi? – ela perguntou me vendo calado.

- Eu queria falar com a Bella. – suspirei longamente para não chorar de novo.

- Você me deve sua vida. – ela balançou a cabeça e saiu do quarto.

    Fui atrás dela até o 1° andar e quando cheguei lá ela estava com o telefone na mão.

- Não posso falar com ela. – disse envergonhado. A Leah suspirou fundo e segurou um rosnado que explodiu no seu peito.

- Eu banco seu pombo correio. Digita logo o número.  – ela me deu o telefone e eu digitei os números ansioso.

       Ela ficou com o telefone no ouvido até a ligação cair de tanto chamar. Estranhei, já que não achei que a Bella iria ir trabalhar hoje. Ela fez cara de quem se desculpa e eu a abracei com carinho. Entre tantas coisas ruins era bom saber que eu tinha com quem contar.

Bella

       Assim como ela tinha dito Alice chegou a minha casa em vinte minutos. Eu já não chorava mais, mas ainda estava sentada no chão da cozinha.

- Ai meu Deus, o que ele fez com você? – Alice perguntou entre os dentes e as lágrimas voltaram.

- Nada! Foi o imprinting que fez. – Alice me levantou do chão e sua feição de raiva se desfez. Passando a ser uma de compreensão.

- Eu sinto muito. – ela sussurrou depois de me pôr de pé.

- Eu estou grávida. – eu chorei ainda mais com a afirmação que só agora pesava sobre mim. Eu estava grávida e sozinha, pior... Estava grávida e sem o Jake.

- Bella você não pode ficar aqui assim. – Alice apontou para minha toalha e franziu o cenho. - Vêm que eu vou levar você para passar a noite no hotel comigo. Amanhã a gente vê como faz ou o que faz. – ela me encostou a mesa e subiu correndo.

     Quando desceu Alice tinha uma muda de roupa minha nas mãos e me ajudou a me vestir. Quando estava saindo de casa ouvi o telefone chamar insistentemente, mas não seria quem eu queria ouvir então ignorei e fui com Alice.

      Quando entrei no carro que Alice havia alugado dei uma boa olhada na minha casa. Ele nunca mais seria a mesma, nunca mais teria vida sem ele. Olhar para essa casa era como olhar para um buraco cavado a força no meu peito. Um espaço vazio que nunca ia se preencher. Algo que sempre me lembraria algo que não importa para onde eu vá irá perseguir. Agora eu estou sozinha... Para sempre.

Jake

      Começou a anoitecer e eu não tive escolha a não ser voltar para casa. A Lee e o Embry insistiram para que eu ficasse, mas uma sensação horrível de sufocamento começava a me afligir. Por mais que eu não quisesse estar com ela agora eu estava impelido a precisar estar com a Maika.

       Fui para casa dela e quando cheguei ela já estava na porta me esperando assim como no dia anterior. Quando sai do carro ela correu em minha direção e pulou no meu colo.

- Por mim você ficava o tempo todo comigo. – ele sussurrou abraçada comigo e eu pousei a mão nas suas costas.

- Isso é impossível. Eu tenho que trabalhar e outras coisas. – desvencilhei-me dela devagar e sentindo isso ela se irritou.

- Jake quando você vai começar a agir como meu... – ela parou no meio da frase e eu a encarei o mais sério que pude.

- Viu? Nem você sabe o que eu sou seu. Deve ser porque eu não sou nada seu. – dei as costas para ele e segui para floresta.

- Jake aonde você vai? – ela gritou enquanto eu andava.

- Eu vou dormir. – respondi grosso e ela rosnou de raiva.

- Aonde? – ela perguntou irritada, mas sem dar ordem alguma.

- Não importa mesmo. É só você gritar que eu apareço abanando o rabo. Não se preocupe. – dei as costas e voltei a andar para floresta.

     Ouvi quando ela entrou em casa e bateu a porta com força. Voltei para mesma arvore do dia anterior e pendurei minhas roupas num galho. Depois de me transformar encolhi-me na minha forma gigantesca a fim de manter o que restava de mim dentro do meu peito. Eu sabia que sem a Bella não me restava muito nesse mundo e que sempre iria me sentir vazio, para sempre sozinho.

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N/A: Eu vou me poupar das explicações com essa fic e com Só você faz para evitar. Eu quero agradecer muito a quem está acompanhando a fic e quem não a abandonou. Eu sei que eu demoro para postar e eu tbm entendo que isso irrita qualquer leitor, porque eu tbm sou leitora e eu sei o quanto eu fico ansiosa para ler os caps. das fics que eu gosto. Eu sempre estou me pondo no lugar de quem lê o que eu faço, então quando me cobrarem manerem please. Eu juro que pensei em parar com tudo, tanto fic em andamento quanto fic que está para começar. Mas eu respirei pensei mil vezes e lembrei que nem todo mundo é igual e que tem mais pessoas acompanhando essa fic e as outras e que não é assim.

O simples fato de eu começar um nova fic ao fim são porque as próprias leitoras que acompanham minhas fics pedem para eu não parar e etc. Mas enfim não vou ficar estendendo mais a nota para ficar me lamentando com vocês e isso não é com todas e eu nem sei se as pessoas que fizeram com que eu me sentisse assim fizeram de propósito então chega de lamuria.

Obrigada para aquelas que mesmo com minhas ausências ainda confiam na minha capacidade. Acho que isso foi o motivo mais forte para eu não chutar o balde de vez. E para quem não crê em mim, fica meu muito obrigada também por ter perdido tempo em ler pelo menos um capítulo da minha fic. 

Desculpem mesmo por estar descontando tanto, mas eu precisava dizer isso. Se eu não dissesse com certeza ia acabar desencantando da fic.

Bjks amoras, Katy Clearwater.


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