Ao Cair da Noite escrita por Katy Clearwater


Capítulo 3
Capítulo dois: Obrigação




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Capítulo dois: Obrigação

Jake

          Eu me sentia vivendo um pesadelo. As vozes de todos soavam como de um filme com o áudio defeituoso. Eu não conseguia encarar a Bells de forma alguma. Ela estava sentada no outro sofá, que ficava do lado oposto a poltrona na qual eu estava sentado, com a mesma expressão de choque desde a hora em que se falou a palavra: Imprinting. A Emily tentava sem sucesso ampará-la enquanto a Leah e o Sam trocavam farpas e rosnados.

- Isso é ridículo! – a Leah gritava para Sam que bufava com o som da voz dela.

- Todos nós sabíamos que um dia isso ia acontecer. O Jake tem obrigações como alfa. – Sam falava citricamente como se fosse um ser superior.

- Obrigação? A minha obrigação no momento era socar a sua cara até por juízo na sua cabeça para você nunca mais falar uma merda do gênero, mas eu não vou socar... Ainda! – Leah mesmo sendo rude usou seu melhor tom sarcástico e isso fez Sam rosnar para ela.

         Antes que eles se exaltassem demais no meio da sala da casa da Sue Embry ficou de pé entre os dois mantendo-os separados. A briga já estava formada, mas eu tinha que tomar uma atitude antes que se tornasse uma briga de lobos. O assunto era a minha vida e eu fui o único que permaneci calado todo o tempo. Levantei-me e todos me acompanharam com o olhar.

          Perdi a ação quando peguei o olhar dela em minha direção. A tristeza dela me matou por dentro. O que a dor de vê-la sofrer me causava não tinha a mínima comparação com a angústia que eu tinha com o olhar de acusação do Sam e o de revolta da Leah. O que eu sentia pela Bells era impossível de se definir. Todos dizem que no momento do imprinting você perde a visão de todas as outras mulheres do mundo, mas eu não perdi. A Bells ainda era mulher da minha vida. Todo o meu corpo tinha essa certeza absoluta.

          Todos ainda esperavam em silêncio que eu dissesse algo, mas eu só pensava nela e em como ela estava. Eu tinha minhas obrigações, mas ela era mais que uma obrigação para mim. Ela é o ar que eu respiro e não posso me curvar para o que está acontecendo. Eu não vou abrir mão dela por uma obrigação.

- Parem de discutir a minha vida ignorando a minha presença, por gentileza. – falei em tom áspero me dirigindo a Sam e a Leah.

- Filho, todos estamos... – cortei meu pai erguendo a mão e Sam me olhou de cara feia.

- Pai não fala nada, por favor. – a última coisa que eu precisava era do meu pai dando razão ao Sam agora.

- Jacob deveria ouvir seu pai. – Sam me aconselhou e respirei fundo para não socá-lo.

- Sam não se meta! – minha resposta fez os olhos da Leah brilharem.

- Jacob você me deve pelo menos respeito. – ele berrou indignado.

- Exato! Tanto quanto você me deve. Sou tão alfa quanto você, então não se meta no que não é da sua conta. Esse assunto cabe a mim. – dei um passo em sua direção e o clima na sala ficou extremamente tenso.

- Como Jacob? Você se acha muito auto-suficiente sabia? – ele também se aproximou falando ironicamente.

- Não! Não me acho. Mas se você não foi homem o bastante para resistir a uma obrigação que não lhe era agradável nada posso fazer por você. Ou, de repente, não fosse tão desagradável assim. – a minha resposta ofendeu a Leah também e depois de falar me senti mal por ter usado algo que a magoava na discussão.

- Você acha que pode lutar contra isso? Você é muito rebelde garoto e logo vai ver o quão caro é ser assim. – ele se aproximou mais e agora nossos bandos já estavam alerta.

- Se for para estar com a mulher que eu escolhi amar vou me arriscar. – nossos rostos agora estavam quase colados e os olhares fixos um no outro.

- Emily, vamos embora! – Sam chamou dando-me as costas.

        Quando olhei para o sofá percebi que não era só a Leah que tinha saído ofendida com a citação que eu fiz a vida particular de Sam. Afinal isso envolvia as duas e ele em momento nenhum tratou o fato do imprinting ser algo sobre amor apenas como obrigação. Emily se levantou e o acompanhou até a porta, mas antes de sair ele se virou e me encarou.

- Você vai se arrepender de lutar contra coisas que tem seguir seu curso natural. – ele falou com tom amargo e Emily, que segurava sua mão, respirou fundo. Acho eu que para não chorar.

- Não tenho culpa das suas fraquezas. Pare de me julgar pelas suas falhas, é uma pena para você não ter minha coragem. Vou ficar bem. – respondi com o tom seco e ele sorriu irônico para depois sair porta afora puxando Emily com ele.

       Assim que eles cruzaram a porta a Bells pulou do sofá e veio me abraçar. Ela chorava sem parar e eu a puxei para meu colo sentando-me no sofá. A Leah e o Embry abriram a porta da cozinha para que todos saíssem. Meu pai ainda me olhava desolado e eu preferi evitar encará-lo para não me magoar mais. Não precisava dele me dizendo que o Sam estava certo e eu errado. Não agora!

       A Bells me abraçava com toda força que ela tinha e isso me fazia sentir protegido. Eu a amava demais para me entregar a uma pessoa que chegou à minha vida há alguns minutos. Isso de imprinting era absurdo, tirando abusivo. Eu tinha a mulher da minha vida aqui comigo. Eu não precisava disso, eu não queria. O Seth louco para conhecer a mãe dos seus filhos e isso cai no meu colo como uma maldição. O choro dela partindo meu coração em mil pedaços, mas eu não podia dizê-la para não sofrer mesmo sabendo que eu prefiro a morte a deixá-la.

- Bells me apertando com tanta força vai ficar com os braços dormentes. – tentei fazer piada para acalmá-la.

- Não importa! Eu te amo. – ela falou tentando prender o choro, mas as lágrimas ainda rolavam.

- Eu também meu amor. Mais do que minha vida. - doía respirar só de pensar em nunca mais olhar nesses olhos ou sentir esse toque. Isso não tem explicação.

- Então é só isso que importa. Esquece o resto.  - ela falou olhando nos meus olhos.

       Só a voz dela, só a presença já bastava. Não podia não ser amor. O imprinting não podia ser o que dizem. Passei os dedos pelo contorno do seu rosto e a beijei sem me sentir culpado por isso, como se a Maika nunca tivesse entrado na minha vida. Esse imprinting podia ter uma força sobrenatural, mas não ia nos separar. Nunca!

Bella

        A minha primeira reação ao ouvir a palavra imprinting e o nome do Jake na mesma frase foi o pavor. Mas depois de ouvir tudo que ele disse para o Sam eu me acalmei. O Jake me amava e nosso amor era maior que isso. Eu não precisava me desesperar. Se ele fosse como o Sam a essa altura já estaria nos braços da Maika e não nos meus. Não estaria aqui me consolando e me beijando desse jeito... Nosso jeito.

         Ele separou nossos lábios e ficou com a testa encostada na minha por um bom tempo sem nada dizer. Era tão bom ficar assim com ele. Só aproveitando a companhia um do outro, nós nos bastávamos mesmo quando não nos tocávamos e isso era o suficiente. Ele não poderia ter isso com uma pessoa que ele conheceu há algumas horas atrás e saber que ele não quer ter isso com mais ninguém além de mim me fez sentir cada vez mais calma.

- Eu queria ir para casa. – falei com os olhos fechados e o senti sorrir.

- Então vamos. – ele me ergueu no colo e me deu mais beijo antes de me pôr no chão.

        Jake segurou minha mão, mas logo a soltou e me abraçou pela cintura forçando-me a andar no mesmo passo que ele. Saímos da casa e meu pai estava com a Sue na varanda. Meu pai sabia por alto a história de lobos, já que quando a Sue começou a lhe contar ele implorou para ser feito de boboca. Pelo olhar que ele deu ao Jake parecia que agora ele queria saber do que se tratava tudo isso.

- Depois eu quero conversar com vocês sobre isso. – meu pai falou mais para o Jake do que para mim.

- Ok Charlie. – Jake respondeu e eu sorri de lado.

         Meu pai se aproximou de mim e me deu beijo na testa. Despedimo-nos dele e da Sue e fomos para o carro. Abri a porta para o banco do carona, mas quando Jake estava abrindo o lado do motorista foi impedido por uma mão em seu braço.

- Já vai? – ela perguntou o olhando diretamente nos olhos dele e ignorando minha presença.

- Sim, Maika. Estou um pouco cansado. – ele respondeu e afagou o cabelo dela. Eu respirei fundo para não bufar.

- Ah sim! Pensei que fosse ficar mais comigo. – ela fazia um beicinho de criança coitadinha. Que ódio!

- Vamos conversar amanhã. Eu te levo para conhecer La Push, que tal? – ela pulou de alegria e nessa hora eu tive que pigarrear porque eu estava sendo completamente ignorada.

- Oi. – a fedelha fez cara de nojo para mim. Eu não acreditei, mas fez.

- Maika essa é a Isabella, minha esposa. Bells essa é a Maika. – eu sorri de lado me controlando para não voar no pescoço dela.

- Oi. Espero que goste de La Push. – tentei ser cordial e guardei para mim o desejo de que ela se afogasse na praia também.

- Eu vou amar La Push. – ela sorriu irônica e pulou no pescoço do Jake.

       Ele a abraçou por vários minutos e ela fez cara feia para mim quando ele a soltou. Ele deu um beijo em sua testa e finalmente entramos no carro para poder ir embora. Não dei uma palavra em todo caminho para casa porque eu não queria brigar com o Jake por causa dela. Ele me olhou algumas vezes e até fez menção de falar algo, mas parou.

       Quando chegamos em casa sai do carro antes que ele estacionasse por completo e entrei batendo o pé. Jake guardou o carro e entrou em passos lentos. Eu estava parada na cozinha bebendo um copo de água para tentar engolir o nó que estava na minha garganta por causa daquela vaquinha, mas a água não estava ajudando em nada. Jake puxou uma cadeira da mesa da cozinha e se sentou.

- Se não quiser que eu saia com ela amanhã eu ligo e desmarco. Não precisa dessa cara. – Jake olhava em minha direção mesmo que eu não olhasse na dele.

- Sério? Desmarca mesmo? – olhei para ele desconfiada, mas ele ainda me encarava com o mesmo olhar.

- Sim. – ele respondeu me oferecendo a mão e eu a segurei. Ele me puxou para seu colo e me abraçou aninhando-me no seu peito.

- Ela vai ficar chateada. Melhor você ir. – respirei fundo para falar, mas eu não queria ter um peso na consciência fazendo menininhas chorar. Melhor que ele fosse.

- Tem certeza? – ele perguntou afagando meu cabelo.

- Tenho sim amor. – levantei e o beijei com carinho antes de pular do seu colo de novo.

      Não queria que Jake se sentisse culpado por nada. Afinal era só um passeio com uma garotinha. O que podia acontecer de mais?

- De onde veio essa animação? – ele perguntou vendo-me sorridente. E eu fiz cara de mistério pegando a colher no pau na gaveta.

- Eu agora vou fazer o jantar. – eu sorri para ele fazendo pose com a colher de pau na mão e ele abriu o meu sorriso perfeito – E depois nós dois vamos tomar um banho frio. – sentei no seu colo com uma perna de cada lado ainda sorrindo para ele.

- Porque frio? – ele riu puxando-me para mais perto.

- Para você me esquentar em baixo d’água. – eu falei com os lábios colados nos dele, mas sem beijá-lo.

- Podemos mudar a ordem de: Jantar e banho para Banho e Jantar? – ele perguntou e eu sorri balançando a cabeça negativamente. – Sua má. – ele fez biquinho e eu estalei um beijo em seus lábios antes de me levantar e ir em direção ao armário.

        Ficamos na cozinha horas mais fazendo zona do que o jantar, mas isso era o que nós éramos. Dois eternos adolescentes apaixonados. Quando ele estava comigo eu não tinha dúvidas ou inseguranças. Eu posso confiar no Jake e no amor dele por mim. Não vai ser nada que ele tenha que fazer por obrigação que vai nos separar. Não agora e nem nunca!

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N/A: Olá amoras ^^

Espero que estejam gostando da fic. Aí eu amo o Jake *_* (isso num pode faltar nas minhas notas) e com esse amor todo embarquei em mais uma fica com Jake só que agora com as minhas best's Prieh Aislyn e Agatha Enjoy. 

http://fanfiction.nyah.com.br/historia/53552/Use_Somebody

Deêm uma passada lá ^^

Amoras por enquanto é só. Bjuxnaxexa de todos vocês.

Katy Clearwater


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