Afrodite estava sentada em um banco de mármore de frente para uma grande fonte, que jorrava água lentamente, a Deusa olhava a água formar uma leve cascata, ela sorriu de canto. Pela primeira vez, passou o dia pensando em Ares. Ela se levantou e com passos rápidos entrou sem seu templo, um local bem iluminado, com um enorme tapete branco e azul, uma enorme mesa de frutas e pedras preciosas, seu trono era alto e dourado. Ela passou pelo tapete chamando pelo guardião do templo.

– Iolalus, venha cá, por favor! – Dizia a Deusa com uma voz um pouco mais alta que o normal.

O homem loiro, vestido um túnica branca e os cabelos loiros soltos, voando pra trás enquanto corria. Ele era muito bonito, Afrodite sempre o considerou seu servo mais fiel, ela realmente nutria um grande carinho.

– Pois não, minha adorada Deusa - Dizia ele levemente ofegante pelo susto do chamado da Deusa.

– Preciso de um favor, sigiloso, Iolalus. Por favor, tu és de confiança e apenas por isso vou te pedir isso.

Iolalus sorriu com o que Afrodite disse, mas logo seu sorriso desapareceu. Ele sabia que Afrodite sempre foi uma Deusa ambiciosa e ele sentia um pouco de medo ao pensar o que ela iria lhe pedir, obviamente ele iria servi-la mas ele sentiu um arrepio percorrer a espinha, ele tentou sorrir para ela novamente. Sabia que sua beleza era persuasiva, mas sentiu uma pontada de medo.

– Sei que entre nós, Deuses... Somos proibidos de mexer em nossos registros amorosos, os quais sou eu Deusa do Amor que guardo. Mas preciso se pegue um especial para mim, Iolalus. – Afrodite fez uma longa pausa como se estivesse pensando no que ia falar, ela parecia escolher as palavras certas, não poderia contar que em breve se casaria com Ares, o mundo mortal não poderia saber de nada sobre os Deuses, antes que algo realmente se consagrasse, ela respirou fundo, mordeu levemente os lábios atraindo a atenção de seu servo para os lábios grossos da bela Deusa, ela andou alguns passos pegando em sua mão uma pequena pedra, um âmbar e apertando junto ao peito, ela adorava pedras preciosas, eram suas paixões. Iolalus apenas a observava, jamais ousaria atrapalhar seus pensamentos e suas decisões, apenas aguardava suas instruções.

– Quero que pegue os registros de amantes e amores do Ares, Deus da Guerra. Por Zeus, Iolalus, não pergunte o motivo e nem nada. Por Zeus, te peço que não me questione, apenas faça, sei que é errado, entre nós deveria haver sigilo sobre essa questão, mas eu preciso saber.

O servo de nada falou, apenas andou em direção de uma enorme porta, dourada com diversas letras gregas grafadas na mesma. A Deusa sentou-se novamente no trono, brincando com a pequena pedra em suas mãos. Em poucos minutos Iolalus voltou, trazendo consigo um pergaminho enorme, fazendo a Deusa assustar-se com o tamanho. Ela pegou-o e agradeceu ao servo, fazendo o mesmo se retirar. Ela andou até uma enorme mesa de granito largando o pergaminho na mesma, ela o abriu e viu a imensa lista de amantes de Ares, haviam diversas mortais e até algumas Deusas, Afrodite se recusou a lê-lo por inteiro.

– Um galinha- Pensou Afrodite.

– Sou uma boba de pensar que poderíamos ser fiéis, mesmo casando-nos sem amor. - Ela balançou a cabeça e respirou fundo, percebeu que a noite estava caindo, nessa noite ela teria seu jantar de noivado com Ares, ela se transportou para sua casa.