Afrodite sorriu para Ares, ela olhou para o templo do Deus e percebeu que o templo de Ares não combinava em nada com o dela, era escuro, com diversos armamentos pelas paredes, um longo tapete preto em frente ao seu trono, descendo os três degraus que ligavam seu trono ao grande salão de armamentos, havia uma mesa de oferendas cheias de frutas e facas, a Deusa passou os olhos pela mesa e de tudo que havia ali, somente as maças a agradavam, realmente, eles não combinavam em nada... Ela suspirou e voltou seu olhar em Ares, por Zeus, como ele estava atraente com aquele colete preto, ela tentou evitar, mas seus olhos desceram pelo corpo do Deus, se tinha uma coisa que a Deusa do Amor não podia negar era que Ares era lindo, forte e sedutor, ela sorriu com seus pensamentos, mas tratou de afasta-los rapidamente, ela precisava falar com Ares, ela precisava saber se o Deus estava preparado para casar-se com ela, como o oráculo profetizou, ela teve medo da resposta.

Claro que podemos conversar – Ele tentou sorrir de um modo doce, mas percebeu que não conseguia, ele se sentiu envergonhado por isso, estava diante de sua futura esposa e não conseguia nem mesmo demonstrar o quanto estava feliz em vê-la, não era de se esperar que a Deusa deteste-se ele e sentisse tanto ódio por ter de fazer.

Ela deu alguns passos em direção a Ares, olhou fixamente em seus olhos, ela tentava não se perder novamente em seus pensamentos, mas era quase impossível não se perder ao olhar para os olhos verdes do Deus, ela respirou fundo e conseguiu finalmente falar.

– Estamos sendo vítimas de uma profecia, mas bem... Você sabe toda a história, Ares. Passamos séculos nos preparando para assumir de vez nossas divindades, mas não vou negar que foi um enorme susto saber que precisamos nos casar. Por Zeus, não me entenda de forma errada, Ares. Mas somos tão diferentes. Que maldito bem uma união dessas pode trazer ao mundo mortal?

Ares sentiu como se as palavras dela fossem espadas vindo em sua direção, a bela voz da Deusa, seus gestos lentos, seus olhos fixos nos dele e levemente arregalados, como se tivesse tomando um susto inocente. Ele recobrou os sentidos e em um ato de coragem pegou as mãos da Deusa e disse da forma mais suave que conseguiu fazer sua voz sair.

– Minha doce Afrodite- Ele não acreditava que havia conseguido chama-la de minha, mas jurava ter visto um sorriso brotar no canto de sua bela boca rosada.

– Sei que é uma situação estranha essa que teremos que viver, sei que somos diferente, és tão delicada e eu tão bruto, te confesso que nunca imaginem também viver isso, mas te asseguro que faremos isso da melhor forma possível.

Ela sorriu, ele havia lhe chamado de sua, nem ela entendia qual a razão de ficar assim, mas sorriu e se sentiu bem, suas palavras a tranquilizaram um pouco, mas ainda, era assustador seus destinos se cruzando, mas que sensação engraçada, seu coração batendo rápido, ela gostava do toque das mãos de Ares, segurava sua mão firme, mas de forma delicada, como se nunca fosse solta-la, ela sentiu que por de trás daquele Deus sanguinário havia um coração, pela primeira vez, sua mente se aquietou, ela não estava mais preocupada com o que iria acontecer. Ela sentiu que poderia viver isso e viver sua eternidade ao lado de Ares. E com um pouco de sorte, seria feliz.