Capítulo II – Beco Diagonal

Querido diário,

Hoje eu acordei bem cedo, por volta das sete horas, e nós só iríamos sair de casa às dez! Não consegui pegar no sono de novo, então aproveitei para estudar um pouco enquanto a cara - de - cavalo não acordava. Peguei meu livro de poções e recomecei a lê-lo. Já decorei ele, mas é o único que tenho comigo. Ainda bem que comprarei novos hoje a tarde!

Olhei para o relógio e constatei que não tinham passado menos de meia hora, decidi então tentar dormir novamente, acordei (abri os olhos, pois nem peguei no sono, somente os fechei) e vi que já eram quase 08:30min.,então decidi escrever aqui e estou escrevendo desde então.

Lily parou de escrever de repente, pois ouvira barulhos no andar de baixo. Seus pais pareciam ter acordado. Trocou de roupa, escovou os dentes e desceu. Chegou à cozinha e deparou com sua mãe de avental fazendo panquecas (as melhores panquecas do mundo, na opinião de Lily.), e seu pai sentado à mesa lendo um jornal. Sentou-se também e pegou o Profeta Diário. Todas as manhãs uma coruja trazia para ela um exemplar, e sua mãe, já acostumada, depositava cinco nuques na pequena bolsa que ela carregava.

– Bom dia, minha princesinha! Dormiu bem? – perguntou o Sr. Evans.

– Bom dia, papai! Dormi sim. E o senhor? - perguntou cordialmente, no que recebeu um largo sorriso de seu pai em resposta.

– Lily, minha querida, temos que ter uma conversinha sobre sua atitude de ontem à noite. – disse a Sra. Evans com um tom de desaprovação na voz. - Porque você estava ameaçando sua irmã com sua varinha?

– Mamãe, ela tentou ler meu diário sem minha permissão! – respondeu chateada.

– Minha filha, vocês se davam tão bem antigamente... - comentou desapontada, a Sra. Evans.

– Antigamente mamãe, hoje ela acha que vocês dão mais atenção a mim do que a ela. E além do mais, mesmo com ela me tratando mal eu era doce com ela. Mas ela nunca mais falou comigo ou olhou para mim como se eu fosse a irmã dela! Então desisti de ser doce e a estou tratando da mesma forma que ela me trata. – disse Lily se contendo para não parecer grosseira.

A Sra. Evans abriu a boca para responder, mas fora cortada pelo marido que percebeu que se ele não parasse aquela conversa, ela duraria o dia todo.

– Tudo bem minha filha. Agora vamos parar com essa conversa, pois já são nove horas, e nós temos que ir comprar seus livros. Vá lá em cima acordar a sua irmã, sim?

– OK! – concordou Lily já saindo da cozinha em direção às escadas. Momentos depois, já estavam o Sr. e a Sra. Evans, e Lily esperando Petúnia, que se enrolara com a mochila que levaria para a casa de seu namorado, onde ficaria o dia inteiro.

– Tuney, vamos logo! Eu já to com ficando com fome! - disse Lily indignada indo na direção da cozinha para pegar um biscoito

– Você vive com fome, sua anormal! - berrou Petúnia em resposta, e logo completou ao receber um olhar reprovador de sua mãe. - Vive comendo e nunca engorda!

– Ao contrario do seu namorado, que a cada dia incha mais e mais... - murmurou Lily para o seu pai no que os dois riram, mas logo pararam ao receberem o mesmo olhar ameaçador de Elizabeth Evans.

– Vamos indo meninas, que já estamos atrasados! - comentou o Sr. Evans abrindo a porta da casa e se dirigindo para o carro seguido das meninas.

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Os Evans deixaram Petúnia na casa dos Dursley’s e se encaminharam para o Caldeirão Furado, de onde foram direto para o Beco Diagonal. Entrando lá, Lily reconheceu três vultos correndo em sua direção.

Vinham correndo Miley Parker, Alice Cohen e Sophie Phelps. A primeira, uma loira, de cabelos longos na altura da cintura, com olhos azuis como o céu e estatura mediana. Tão inteligente quanto simpática, logo uma menina considerada desejada por vários garotos. Alice era menor, com o rosto arredondado e emoldurado pelos seus cabelos lisos cortados na altura dos ombros. Grossos e longos cílios escondiam os olhos castanhos e expressivos da menina, que sempre carregava consigo um sorriso no rosto, e sempre disposta a ouvir todos. A última menina, Sophie, a mais popular de toda a Grifinória. Seus longos cabelos castanhos e repicados, que também caiam displiscentes sobre seus olhos, formando uma franja. Olhos esses, sempre contornados por delineador, o que realçava a cor mel que tinham. Corpo cúrveo e bem delineado, faziam com que ela fosse desejada por todos os meninas, e invejada pelas meninas.

Lily, Sophie, Miley e Alice são as meninas mais populares de Hogwarts. Lily não entendia porque era popular, as outras meninas dava para entender, elas eram bonitas, simpáticas. Mas Lily não. Ela não era bonita, nem ao menos simpática, ela era popular somente por ser Monitora–Chefe, pelo menos era o que pensava.

As três corriam em sua direção com uma velocidade maior que a normal. Quando chegaram próximas a Lily não conseguiram parar e acabaram colidindo com a mesma e caindo as quatro no chão. Elas se levantaram com alguma dificuldade, mas ainda sim rindo abobalhadas da confusão que fizeram. Lily ria descontroladamente até que avistou, vindo em sua direção, quatro garotos com sorrisos marotos nos lábios. Bom, pelo menos dois deles ostentavam esse sorriso, enquanto o outro sorria timidamente e o quarto parecia mais interessado no chocolate em suas mãos. Lá vinham os marotos, Sírius Black, Remus Lupin, Peter Pettigrew e, o pior de todos na opinião de Lily, James Idiota Potter.

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James Potter POV

Quando vi minha cenourinha rindo abobalhada da confusão que fizera não pude conter o sorriso maroto que se formou em meus lábios. Andei decidido em sua direção. Percebi que ela havia me visto, pois o sorriso que antes tomava conta de seu belo rosto fora trocado por uma carranca. Como sempre! Isso é amor reprimido para quem não sabe...

– Bom dia minha cenourinha! – disse carinhoso

– É Evans, Potter! – respondeu seca.

– Meu lírio, eu sei que você quer ser uma Potter e que ama meu nome, mas você só poderá usá-lo depois que nós nos casarmos! – respondi com um sorriso brincalhão no rosto enquanto a expressão dela mudava de fúria para furiosa e sem resposta.

– Oras, cale a boca Potter! E vê se me deixa em paz!

– Eu te deixo em paz se você for a Hogsmead comigo! – falei esboçando um sorriso, e quando digo sorriso, ele é um sorriso maroto. (N/Lily: Ou seja, sorriso oi-eu-tenho-485-mil-dentes-na-boca-e-gosto-de-mostrar-às-pessoas-todos-eles.)

– Deixa eu pensar... – disse colocando o dedo indicador na boca fingindo pensar – eu vou com você a Hogsmead quando você deixar de ser um egocêntrico prepotente ou quando o Sírius tirar uma nota boa em História da Magia, o que acontecer primeiro!

– Hey, eu tiro notas boas, sim! – disse o Padfoot indignado.

– Desde quando notas na média são consideradas boas? Pelo que eu saiba notas boas são notas acima da média, não na média. – respondeu simplesmente a Sirius, sem nem ao menos se dar ao trabalho de encará-lo.

– Bom, então se eu conseguir um dos dois você promete sair comigo minha ruivinha.

– Desde que não me chame mais de “minha”... - respondeu dando de ombros. Logo eu comecei a pensar num jeito de mostrar para a Lily que eu mudei, que eu não era o mesmo Potter de antes que pertubava o Ranhoso por diversão. Agora eu fazia isso porque ela a chamou de algo que nunca deveria ser pronunciado, e por diversão. Já que o Pads tirar uma nota boa em História da Magia é tão impossível quanto o Remus tirar uma nota ruim e Lily errar uma poção.

– E então Lil’s como foi de férias? Como estão seus pais?– Monny interrompeu a discussão na hora exata.

– Foram legais, exceto a parte em que as passei com a cara – de- cavalo da minha irmã, foram ótimas. – respondeu carinhosamente. Viu a mudança repentina de humor? Numa hora está quase nos matando ou nos ignorando, na outra está agindo de forma carinhosa. Cara eu não entendo as mulheres. – Falando neles... Vocês viram para onde eles foram?

– Eles foram ao Banco de Gringots. Saíram assim que viram que as meninas corriam em sua direção. – respondeu o Padfoot sem muita emoção. Também depois de uma patada daquelas, eu me enterrava vivo ou viveria em forma animaga para sempre.

Ficamos ali em frente conversando até que os pais de Lily, lê-se meus sogros, voltaram do banco. Eles entregaram um saquinho com galeões para Lily e falaram que ela poderia se divertir conosco, eles cuidariam da lista de material.

Fomos em várias lojas, fizemos de tudo.

O ano letivo começaria em menos de 24 horas, e um plano para conquistar a minha cenourinha estava se formando em minha mente. É, esse ano promete! Nosso último ano e minha última chance de agarrar essa ruivinha para sempre!