–Esse tal de Maurizio está investindo pesado para conquistar você. - Karen disse assim que abri a porta e havia um entregador com um imenso buque de rosas vermelhas.

–Obrigada. - disse assim que dei uma gorjeta para o entregador antes dele ir.

–Ele só está sendo gentil Karen.

–Uma gentileza que está visando a sua companhia na cama dele.- ela disse maldosa.

–Que coisa baixa Karen. Mas talvez você tenha razão, por isso quero que você vá comigo ao concerto de hoje à noite. - disse lembrando-lhe do convite que recebi de Daniel Valentini essa manhã.

–Nem pensar que vou segurar vela para você e para o Maurizio.

–O delegado vai estar lá, será sua chance de se aproximar dele.

–E como você sabe que o “delega gostosão” vai estar lá? - ela questionou desafiadora.

–Segundo o programa que veio com os ingressos, o concerto é em homenagem ao aniversário de 98 anos da bisavó dele.- disse sacudindo o programa e pode ver os olhos de Karen brilhando.

–A que horas começa esse tal de concerto? - ela questionou tomando o programa das minhas mãos.

Pelo interesse de Karen essa noite prometia.

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Assim que estávamos devidamente arrumadas entramos no carro e fomos para o teatro, logo encontrei Maurizio que ficou radiante em me ver.

–Que bom que aceitou o convite Águida, gostaria de se sentar conosco? - Daniele ofereceu amorosa.

–Não obrigado Sra. Valentini, mas Águida irá se sentar comigo. Vamos querida, o concerto irá começar. - ele disse me arrastando para longe de Daniele e Karen.

Essa atitude controladora dele já estava me deixando furiosa, odiava quando alguém tentava me controlar e ainda ignorava minha melhor amiga.

–Acho que temos que conversar Maurizio. – disse furiosa assim que me soltei dele parando na porta do camarote.

–Quem você pensa que é para me tratar desse jeito?! E ainda por cima é deselegante com a minha melhor amiga. Não é por que nos beijamos que vou deixar você me controlar. - disse furiosa enquanto todos olhavam para mim de uma forma reprovadora.

–Só peço que me desculpe Águi, só queria ficar a sós com você. - ele disse suave e arrependido me fazendo balançar entre ficar zangada e perdoa-lo.

O que eu podia fazer?! No fundo eu gostava dele.

–Tudo bem, só não quero que isso se repita. - pedi suave e ele sorriu antes de me oferecer seu braço para entramos no camarote.

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Assim que o concerto terminou tentei achar Karen, mas ela havia sumido no meio de todos aquelas pessoas. O pai de Maurizio nos levou direto para o restaurante enquanto eu tentava ligar para Karen.

–Vamos ter que esperar uma mesa desocupar. - o pai de Maurizio disse enquanto eu ouvia o telefone de Karen cair na caixa postal.

–Claro tudo bem, só vou ligar para casa para ver se Karen já chegou. - disse preocupada e quando olhei para a esquerda vi Karen sentada em uma mesa com os Valentini, ou melhor com o delegado ao seu lado e outro rapaz.

Ela contava algo que fazia todos rirem. Enquanto ela se divertia eu me preocupava pensando que ela havia sido sequestrada.

Rapidamente fui até ela para saber como ela já estava tão amiga dos Valentini.

–Águida. - Karen disse eufórica assim que me viu e se levantou da mesa. - Que bom que encontrei você.

–Graças a Deus que você está bem, liguei várias vezes para você, mas só dava na caixa postal. - disse e ela abriu sua bolsa de mão para pegar seu celular.

–Desculpe, eu o desliguei para ver a opera e acabei esquecendo de ligar. - Karen disse sem graça.

–Tudo bem, o que importa é que você está bem. - disse aliviada. - Me desculpe pela grosseria do Maurizio, já disse umas poucas e boas para ele.

–Que nada, eu devia agradecê-lo por ser grosso comigo. Conheci um maior gato que é um primo distante seu. - ela disse sorrindo e olhei para ela confusa.

–Primo?!

–É, vem vou apresentar para você.

–E o delegado?

–O Miguel não está interessado em mim, e a fila anda amiga. - ela disse me arrastando para a mesa onde todos estavam.

–Águida, este é Enzo Della Negra seu primo distante. Enzo, essa é sua prima distante Águida Rosalinda Defilippo. - Karen disse nos apresentando.

–É um prazer conhecê-la Karen me falo muito de você, sinto como se já a conhecesse. - ele disse sorrindo.

–É um prazer conhecê-lo Enzo.

–Talvez você pudesse me visitar no museu da cidade para que eu lhe contasse mais sobre a história da família. - ele disse educado e sorri.

–Seria ótimo.

–Por favor, Enzo não acredito que você caiu na história dessa “Picareta” na sua frente?!- o delegado disse furioso.

–Não estou entendendo Miguel.

–Claro que ela não é sua prima, a verdadeira Águida morreu há 6 anos atrás. Essa pessoa que estamos vendo aqui é uma atriz que resolveu passar a perna no velho Defilippo para herdar sua fortuna. Ela não passa de uma vigarista. O delegado disse com raiva e eu lhe dei um tapa.

Estava com tanta raiva por ser acusada injustamente por ele que perdi o controle, se não fosse por Karen me segurar e Enzo por segurar o delegado iriamos nos matar no meio do restaurante.

–Miguel o que deu em você?! Ficou doido?!- Enzo questionou sério.

–Isso não vai ficar assim Águida. Esse tapa vai ter volta. - ele disse meu nome com raiva enquanto me ameaçava.

–Vem Rosalinda vamos para casa agora. - Karen disse me arrastando para fora do restaurante.