Arte escrita por Lee Westwood


Capítulo 3
Jantar




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Olhando o teto alto que era decorado com gesso e vislumbrando a beleza estonteante dos doze lustres incrivelmente grandes, eu nem percebera como os membros da família McCaller estavam bem arrumados e como cada um era especialmente bonito.

Todos eles possuíam belezas diferentes. A mãe de Louis, Bridgette, era loira, e tinha uns olhos verdes que me faziam refletir se iria encontrar uma mulher tão linda como aquela. Suas roupas esbanjavam elegância, mas o tom amarelo do tecido se mesclava com os detalhes do vestido, assim, deixando tudo muito suave.

O pai de Louis, Grag, era um homem com um cabelo tão loiro que chegava a ser meio branco. Seus olhos não tinham nenhum brilho especial, mas seus traços eram lindamente definidos. Usava roupas que afirmavam sua importância na sociedade artística e política.

Na primeira vez que eu vi Louis, eu poderia afirmar que nunca tinha visto beleza tão grande. As pessoas de Princetown não eram tão bonitas. Mesmo depois de mais de um ano ao lado dele, eu nunca me acostumei com sua beleza estonteante. Seus olhos verdes faziam qualquer um ficar vidrado do que ele falava. Era a família perfeita... Pelo menos parecia ser.

Grag era muito acolhedor, apesar dos seus olhos sem sentimentos. Meu pai comentou isso.

Entramos numa sala que tinha um cheiro muito agradável de flores recém-cortadas. E assim, sentamos numas poltronas fofas que nos engoliam, e, desenfreadamente, eu e Louis começamos a conversar sobre a possibilidade do nosso professor de Física se aposentar, ou seja, qualquer coisa inútil.

Grag, meu pai e a linda senhora McCaller conversavam sobre as possibilidades que eu e Louis tínhamos de passar para uma instituição de artes. Especificamente falando, passar para a Universidade Artística de Michael Davis.

 

 

Agora, aqui eu estou, sentado numa mesa tão grande que ela nunca caberia na sala da minha casa. Em minha frente tem uns dez talheres que não sei diferenciar as funções, tem um prato em cima do outro, sendo que ainda há um guardanapo espesso em baixo desses pratos. A toalha é feita de um tecido tão fino que eu nunca vi igual. Tudo muito encantador.

Eu estranhei meu pai não radiar-se tanta luxúria. Ele não estava nem um pouco maravilhado. Parecia tudo tão normal para ele.

Um moço com um bigode fino e enroladinho e que usava um chapéu engraçado passou pelo arco de madeira e serviu-nos com uma espécie de carne. Depois um outro moço, sem bigode, mas com o mesmo chapéu gozado entrou, e desenhou círculos em nossos pratos, banhando a carne em um óleo fumegante. O cheiro exalava de forma magnífica, e o apetite foi aumentando.

Louis levantou a taça brilhante, e assim o moço sem bigode colocou vinho em cada taça na mesa. Depois, Grag, o pai de Louis se levantou e se pos a falar baixo e com mansidão.

- Estamos aqui por um motivo muito especial. E eu me alegro por esse motivo existir. Esse motivo é o nosso Pinocchio. – Ele disse, abrindo um sorriso para mim. Eu fiquei sem graça. – Convido todos que aqui estão presentes para fazer um brinde para Pinocchio, que está completando dezessete anos hoje, e com louvor!

Dizendo isso, todos nós elevamos mais um pouco nossas taças, e assim bebemos um gole do vinho.

Meu pai riu, e colocou-se a dizer:

- Eu agradeço a vocês o convite. – E assim os pais de Louis fizeram uma reverência com a cabeça - É tão bom ver meu filho, Pinocchio, se relacionar. Ele não é tão aberto, e fico verdadeiramente feliz por essa demonstração de carinho da parte de Louis e de sua família.

- Nós que agradecemos! Por favor, sintam-se a vontade para se deliciarem com a refeição.

E nós comemos.

 

Depois de comer a deliciosa carne, comermos um arroz grudadinho com um molho que me lembrava o gosto de uma fruta que comi cuja nunca mais vi na cidade. Depois, serviram a sobremesa.

Essa foi uma noite inesquecível. Comemos e conversamos como amigos de muito tempo. Essa noite foi inesquecível. Sim, ela foi.

Um pouco depois do jantar, Grag sugeriu ao Louis que me mostrasse a casa. E ele me mostrou o primeiro, depois o segundo, até que chegamos ao menor e mais silencioso andar, o terceiro.

Nesse patamar não tinha quase nada, apenas um corredor que você entrava automaticamente quando subia as escadas. Nesse corredorzinho havia duas portas. Uma de frente para a outra. As portas eram feitas de uma madeira escura, e a sensação de tocar aquelas maçanetas de cristais era incrível. A porta da direita era o quarto de Louis, mas primeiro ele abriu a porta canhota.

Boquiaberto fiquei quando vi o cômodo. Era uma biblioteca com um incontável número de livros. Grossos e pequenos, de capa dura ou não. Todos tão enfileirados e organizados. No centro no cômodo, cujo tinha um formato redondo, havia uma mesa que parecia ser feita do mesmo material das portas. Em cima da mesa havia um apoiador de livros, uma vela grossa com um tom amarelado e a cadeira que havia ali era convidativa. Era preta com uns detalhes prateados e verdes.

- Pinocchio, pare de desejar meu acervo. – ele deu a risada que me deixava bobão – Você sabe que eu te empresto qualquer coisa na hora que você precisar. Agora, venha ver meu quarto.

 Eu me virara e eu o vi abrir a porta do quarto dele. Um brilho ofuscante saia do quarto dele. Podia ser meus olhos, mas eu me senti totalmente atraído para ir aquele lugar.

Eu me cansara de ver tanta coisa brilhar, e eu prometi a mim mesmo que não iria mais fazer aquela minha cara de bobão.

Falha tentativa.

Louis tinha um quarto que eu nunca iria ter. E eu sentia até uma inveja perdoável por isso.
         
As paredes eram de alvenaria. Havia um closet na frente da cama, e as portas do closet eram da mesma cor da roupa de cama. Eu não queria entrar no closet, mas eu imaginei mil estilos de roupa diferentes. Louis era imprevisível em relação à roupa.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu não sei se foi por destino ou "borrisce" mesmo. Mas, eu consegui excluir essa história, e agora to postando ela de novo, então, como disse anteriormente, divirtam-se e comentem.



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