Arte escrita por Lee Westwood


Capítulo 2
Reconhecendo




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Hoje, cinco de junho de 1932, começou com uma agradável brisa e com uns rabiscos de tinta a óleo.

Hoje é meu aniversário de dezessete anos.

Aniversários nunca tiveram um grande significado para mim. Nunca tivera uma festa de aniversário, nunca ganhara presentes. Os supostos presentes que eu recebia eram abraços dos familiares do meu pai e cartões postais de alguns tios que nunca havia visto na vida.

O dia na escola hoje foi agradável e vou contá-lo a você. Louis, um menino que faz uma atividade extracurricular comigo sobre História da Arte, me deu um conjunto de pincéis de aniversário.

Meu pai dizia para eu escolher bem as minhas amizades, e Louis é uma pessoa boa. A única coisa que nos diferencia é a classe social. Os pais dele são ricos, famosos e respeitados. E meu pai é um humilde carpinteiro que faz marionetes. Mas, só por ele fazer isso, já é o meu herói.

Louis disse-me uma vez que não gostava do jeito esnobe do seu pai. E eu pensei aprofundadamente: “Como alguém consegue não gostar do pai?”.

Mas, ele me convidou para um jantar na casa dele, como uma comemoração dos meus dezessete anos. O pai dele fora um pintor famoso e agora saia em busca de pintores para ele patrocinar.

- Nocchio, amigo, sabes onde eu moro?

- Bom , eu já passei em frente, mas eu...

- Perfeito, Nocchio! Passe em minha casa por volta das seis horas para jantarmos comemorando teu aniversário de dezessete. Leve teu pai, por favor. – As palavras saiam tão eufóricas e afirmativas que parecia que Pinoccio já tinha aceitado.

- Mas... Eu não sei... Hoje?

- Sim! É hoje o dia do seu aniversário. Comemorar depois da data não teria a mesma alegria. Concordas comigo, amigo? – E Louis lançou aquele sorriso que fazia qualquer pessoa dizer sim.

- É... Sim, tu estás correto. – Eu tentei dar o mesmo sorriso, mas eu percebi que a tentativa falhou quando ele deu uma suave risada.

- Seis horas. Por favor, Nocchio, não esqueça!
           
Eu corei. Ninguém havia feito isso por mim, afinal, quem queria ficar perto do menino que inventou uma história louca de fadas e de que fora um menino de madeira há alguns anos atrás? Nunca encontraria amigo como Louis. Ele era meu único e melhor amigo.


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