Beyond the Appearances escrita por Mavie Paiva


Capítulo 6
Negociações


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas, mais um capítulo para vocês. Espero que gostem!!



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POV Daniel

“Eu não me interesso por essa merda de popularidade, vá atrás de outra pessoa.” Eu ainda estava incrédulo. Como assim aquela garota recusou a minha oferta?! Nenhuma garota nunca recusou nada que eu pedi. Essa menina é minha única chance e eu vou dar um jeito de fazer ela me ajudar. Ou não me chamo Daniel Stuart.

Deixei alguns dias se passarem, a observei de longe nesse período. Ela sempre estava acompanhada de pelo menos uma daquelas meninas que eu vi saindo do apartamento que acho que é o dela. Não vou negar que o fato de ela morar em frente ao apartamento da minha prima é uma boa notícia. Ainda mais se eu não conseguir encontrar outro jeito de me aproximar dela. Por mais que eu tente conversar com ela a sós, ela nunca está sozinha!

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Estava na hora do almoço e eu estava morrendo de fome. Assim que cheguei ao refeitório tive uma agradável surpresa. Ela estava sentada sozinha, lendo alguns papéis. Minha chance de convencer ela a me ajudar. Não hesitei em ir ao seu encontro. Puxei uma cadeira e sentei em frente a ela. Assim que percebeu que tinha outra pessoa na mesa, levantou o rosto dos papéis e logo percebi que eram partituras. Ela me mirou com uma expressão incrédula.

– Você de novo? – ela perguntou enquanto fazia uma careta de quem comeu e não gostou.

– Bem, de velho eu garanto que não é. – revidei.

– Você não veio encher meu saco com aquele papo outra vez, né?! – Ela passou a mão pelo cabelo com uma expressão de cansaço.

– Não vim encher seu saco. – ela pareceu aliviada ao ouvir isso - Mas, vim te convencer a me ajudar.

– Sem chance! – ela falou e voltou a examinar as partituras.

– Acredite, eu posso ser bem convincente quando eu quero.

De repente ela levantou o rosto e colocou as partituras de lado. Depois começou a me examinar dos pés a cabeça. Ficou me examinando por uns dois minutos e confesso que já estava ficando um pouco sem graça.

– Você não vai desistir, não é?! – soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.

– Não mesmo!

Ela passou a mão pelo cabelo outra vez, acho que era uma mania dela. E puta que pariu, ela tem um cabelo muito bonito. Parecia ser tão macio que me deu vontade de pegar... Mantenha o foco Daniel!

– Bom, acho que já deixei bem claro que não me interessa sua popularidade, na verdade agradeço por ser praticamente invisível aqui.

– Mesmo assim vou...

– Não me interrompa quando eu estiver falando! – ela falou com uma voz estranhamente calma, mas um arrepio me subiu pela espinha com aquele tom de voz, ainda mais com aquele olhar que ela me deu. – Não quero ser popular, mas acho que tem uma coisa que você pode fazer por mim, se você fizer, ajudo sua banda.

– E o que seria? – confesso que estava com um pouco de medo.

– Você vai fingir que é meu namorado no...

– Espera aí! Você está me pedindo em namoro? – Eu estava realmente surpreso e devia estar boquiaberto. Não que ela não fosse bonita, porque ela é muito bonita, mas não quero compromisso com ninguém.

– Eu já disse para não me interromper garoto! – Ela disse novamente, dessa vez bem zangada. – Eu não estou te pedindo em namoro. E... eca!! Deus me livre namorar você. – okay, isso não é legal para o ego de um cara. – Eu disse que você vai fingir ser meu namorado. Não falei nada sobre ser meu namorado de verdade.

Levantei a mão como se estivesse na sala de aula, pedindo permissão para falar. Não queria aquele olhar de serial killer e a voz gélida direcionados a mim outra vez. Ela me olhou e revirou os olhos.

– Vai, fala! – deu permissão.

– Por que você quer que eu finja ser seu namorado? Afinal, do jeito que você é, consegue arranjar um de verdade em um estralar de dedos. – As bochechas dela ficaram vermelhas, o que a deixou mais linda do que já é.

– Bem... – ela começou, parou por um instante e voltou à expressão indiferente de antes. – eu tenho uma proposta para entrar em uma orquestra. Mas infelizmente essa orquestra é coordenada pela minha linda e adorada mãe. – ela fez uma careta falando aquilo – mas, é uma das principais orquestras do país e se eu entrar meu currículo vai subir para um nível totalmente diferente e pode abrir muitas portas para o meu futuro. Mas, como eu disse, minha mãe é a coordenadora e me deu algumas condições. Uma delas é que eu tenho que ser acompanhada pelo meu namorado no meu baile de apresentação à orquestra. Eu estou ocupada demais para me dar ao luxo de encontrar um namorado de verdade e além do mais nenhum garoto nessa faculdade me é interessante. – outro soco no meu ego.

– Então, se eu fingir ser seu namorado nesse baile que você está falando, você vai ajudar a minha banda?

– Se vocês forem bons, sim eu vou ajudar.

– Então tudo bem, eu finjo ser seu namorado. Temos um acordo?

Ele me olhou com uma expressão incrédula.

– É claro que não! – ela falou. Olhei confuso para ela.

– Mas você acabou de dizer...

– Eu disse que ajudaria se vocês forem bons!

– É claro que somos bons.

– Eu não posso falar nada, nunca ouvi vocês! – ela falou – Quando vai ser o próximo ensaio de vocês?

– Ham... Não sei direito, tenho que falar com os meninos primeiro.

Ela me olhou com uma cara indignada.

– Como assim você não sabe? Onde está a seriedade de vocês? Como você quer que eu produza uma banda assim?

– Bem... – ela fez um sinal com a mão me mandando parar.

– Me diga que vocês pelo menos tem um nome!

– Na verdade...

– Eu não acredito nisso! – ela levantou as mãos, exasperada. – É bom que vocês sejam muito bons garoto, porque pelo visto eu vou ter mais trabalho do que imaginava. Você tem sorte de eu precisar daquele emprego, porque se eu não precisasse já teria ido embora a muito tempo.

– Posso garantir que somos bons! – apesar de desleixados, somos realmente bons.

– Assim espero! Você tem sorte da Carly estar se formando em publicidade.

– Como assim?

– Oras, como você acha que vamos produzir sua banda? Carly praticamente já tem um emprego na produtora do meu pai, ela é a melhor.

– Eu não tinha pensado nisso.

– Eu fico admirada por você pensar em alguma coisa. – ela falou sarcástica. – me dá o seu celular.

– Pra quê? – perguntei. Ela revirou os olhos outra vez.

– Para eu gravar meu número na sua agenda, gênio! – eu tirei meu celular do bolso e entreguei a ela. – Agora escreve nesse papel o seu. – ela falou me entregando uma folha e uma caneta.

– Ué, por que não me dá seu celular?

Ela deu uma gargalhada, tenho que admitir que ela tem uma linda gargalhada.

– Até parece que eu vou deixar você mexer no meu celular, toma... Salvei meu número como Mabel Oliver. Me mande uma mensagem assim que souber quando é seu próximo ensaio. Eu vou assistir e digo se temos ou não um acordo.

– Que acordo? – uma voz feminina falou atrás de mim, olhei para trás e vi uma das garotas que sempre estavam com ela me olhando desconfiada, com uma bandeja na mão.

– Por enquanto nenhum Jordyn. – Mabel falou simplesmente. – O Daniel já estava de saída, não é mesmo?! – ela falou olhando pra mim.

– Sim, já estou saindo. – falei me levantando. – Eu te mando uma mensagem.

Saí de lá e vi a loira que agora sei que se chama Jordyn sentando no lugar que eu estava. Sentei à mesa com os meninos que me olhavam com expectativa. Me virei para eles e contei sobre o possível acordo – deixando de fora a parte sobre o falso namoro -, marcamos o ensaio e confirmamos o estúdio. Olhei para a mesa dela e as outras duas já estavam sentadas com ela e a loira. Peguei meu celular e mandei a mensagem.

Ensaio amanhã no estúdio 4, as 17h. – Daniel.

Observei enquanto a baixinha pegava o celular e lia a mensagem. Logo em seguida respondeu.

Rápido. É dessa seriedade que eu estava falando. Espero que continue assim. Te vejo no ensaio amanhã, não me perturbe até lá, só se tiver alguma mudança de planos. – Mabel

Dei um sorriso sarcástico e respondi a mensagem.

Quanto amor pelo seu falso namorado. – Daniel.

Observei enquanto ela lia a mensagem e ficava de bochechas coradas.

Eu disse para não me perturbar. E você ainda não é meu falso namorado. – Mabel

Dei uma breve gargalhada e fui comprar meu almoço, passei propositalmente pela mesa que ela estava e dei uma piscadela para ela que me devolveu uma careta. As outras três meninas apenas observaram e depois voltaram a conversar com ela, acho que estão interrogando a baixinha, mas não ligo pra isso. Peguei meu almoço e voltei para a minha mesa.


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Notas finais do capítulo

Então, será se a Mabel vai achar a banda boa? No próximo capítulo vocês vão saber.
xoxo



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