Beyond the Appearances escrita por Mavie Paiva


Capítulo 7
Temos um acordo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas! Mais um capítulo para vocês, deu trabalho mas está entre os meus favoritos até agora. Boa leitura!



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POV Mabel

Eu ainda não sabia que droga eu tinha fumado para resolver propor aquele acordo. Bem que a tia Graça sempre disse que eu precisava tomar cuidado com as caraminholas da minha cabeça, como eu queria ter ouvido a tia Graça! Agora essas danadas consumiram uma parte do meu cérebro e me fizeram propor aquele acordo desgraçado!

Oh Senhor, aonde eu fui me meter?!

Estou praticamente mandando em S.O.S pro além, tentando encontrar um jeito de me livrar desse acordo, torcendo com todas as forças para essa ser só mais uma banda criada por populares para conseguir garotas e que não toca porcaria nenhuma, porque se eles forem mesmo bons, vou ter que cumprir com o meu lado do acordo. Por que eu não minto dizendo que eles são ruins? Porque eu sou uma Oliver, e nós sempre cumprimos com nossos acordos.

E é melhor que aquele idiota metido a bonzão cumpra com o combinado da parte dele. Eu vou deixar bem claro para ele que posso destruir toda a carreira deles com a mesma facilidade que posso levar ao topo das mais vendidas. Que ele não ouse se quer sonhar com a possibilidade de me enganar. Por que é óbvio que ele não vai conseguir.

Mas o pior de tudo? Eu vou ter que ficar perto daquela trupe de macacos “civilizados”. Eu odeio pessoas como eles, sério. Se acham melhores do que todos apenas por serem bonitos e ricos. Aposto que o cérebro deles é menor que uma ervilha. Ah meu Deus, no que eu me meti?

– Você devia parar de ver apenas a parte “negativa” do acordo! – Carly falou ao meu lado fazendo sinal de aspas com as mãos.

– Não entendi essas aspas! – retruquei.

– Fala sério Bel, você realmente acha ruim passar um tempo com aqueles gatos? – ela perguntou.

– Claro! São uns imbecis!

– Você nem o conhece direito para julgar Mabel! – Jordyn se meteu no meio da conversa.

– Você só fala isso porque não é da mesma classe que eles Jordyn! Ele passa o tempo inteiro com aqueles garotos e as putinhas da turma.

– Você só sabe dele o que pode ser observado de longe e até onde eu sei você nunca nem mesmo teve uma conversa descente com ele.

Sabe o problema com as pessoas extremamente inteligentes? Elas querem ser mais maduras que os outros e ficam dando lição de moral, como a Jordyn está fazendo agora, que porre!

– Jordyn eu vejo aquele menino fazendo a mesma coisa a anos. Você sabe que eu detesto os populares.

– Eu só acho que você deveria dar uma chance para o garoto, ser menos arisca com o coitado. Vocês podem ser amigos e até mais do que isso! – ela me lançou um olhar malicioso.

– A Jordyn tem razão! – Anna tirou os olhos do celular e falou, é incrível como ela manda mensagens e mesmo assim fala com um monte de pessoas pelo celular sem confundir os assuntos.

Cai na gargalhada.

– O máximo que nós podemos ser é colegas. – eu falei e elas me olharam com desdém. – Sério, eu nunca namoraria alguém como ele, mas para vocês pararem de encher meu saco, vou tentar e eu disse tentar ser mais gentil com ele e com os outros da trupe.

– Bel, faltam dez minutos para o ensaio, é melhor a gente ir não acha?! – Carly interrompeu a conversa.

– Tem razão. Só espero que os donkey monkeys não se atrasem.

Pegamos nossos casacos e nossas bolsas e saímos. Carly tinha concordado de cara em me ajudar com a publicidade da banda. Disse que seria uma ótima experiência e a prepararia para o futuro. Lê-se: apenas uma desculpa com um fundo de razão para ficar perto dos garotos.

Sorte que nosso prédio fica perto dos estúdios de música, apesar de ficar um pouco longe dos de dança. Íamos conversando pelo caminho e sorrindo bastante, estava me preparando para a seção de tortura. Paramos em frente aos prédios que abrigavam os estúdios, eram três prédios, cada um com três andares, um estúdio por andar. Entramos no prédio do meio e chegamos à porta do estúdio, ficamos alguns segundos apenas olhando para a porta fechada na nossa frente.

– Tenho até medo do que eles vão nos mostrar. – falei para a Carly que sorriu.

– Para de ser tão pessimista menina. Pronta para entrar?

– Não, vamos logo! – respondi.

Assim que entramos vimos os três meninos da trupe do Daniel, ambos altos. O primeiro deles tinha o cabelo ruivo e olhos castanhos escuros, o segundo tinha cabelos negros e olhos extremamente verdes e o terceiro e último tinha cabelos castanho claros quase loiros e os olhos de um castanho acinzentado. Os três eram realmente muito bonitos, pareciam que tinham sido tirados de um catálogo da Calvin Klein, como o Daniel. Eles perceberam a nossa presença e vieram sorridentes até onde estávamos.

– Oi eu sou o Eduardo, mas pode me chamar de Duda. – Falou o ruivo. – Esse é o Tomás, mas pode chamar ele de Tom. – falou apontando para o quase loiro. – E esse é o Adriano. – falou apontando para o moreno.

– Você não tem apelido? – Carly perguntou para ele.

– Não. – ele falou e abriu um sorriso enorme para ela.

– Bom, meu nome é Carly, mas podem me chamar de Lily. Essa é a Mabel.

–Não tem apelido Mabel? – Duda me perguntou.

– Tenho, mas só para os meus amigos. – falei secamente.

Carly me puxou para perto e sussurrou no meu ouvido:

– E a história de ser gentil com eles?

– Eu vou ser gentil, apenas falei a verdade.

Ela me lançou um olhar meio carrancudo e voltou a atenção para Adriano.

– Acho que falta um de vocês.

– Daniel teve um pequeno problema, mas está chegando. – ele respondeu prontamente.

– Okay, então por que vocês não vão aquecer e eu vou observando o que vocês podem fazer? – perguntei a eles que toparam na hora e foram para seus lugares.

Pelo que eu vi, cada um tocava um instrumento. Eduardo estava com o baixo, Tomás com a bateria e Adriano no teclado. E a julgar pela guitarra pronta para uso que estava perto deles, acho que é o instrumento do Daniel. Havia três microfones e o único que aparentemente não cantava era Tomás. Eles começaram a tocar uma melodia que me era familiar, mas não conseguia lembrar qual era. E para a minha tristeza, ou não, eles parecem ser bons. Não erravam as notas e tinham sincronia.

Uns dez minutos depois Daniel chegou e não estava com uma cara muito feliz, mas assim que viu as pessoas no estúdio tentou disfarçar e abriu um sorriso. Veio para perto de mim e disse:

– Mabel, que honra ter a senhorita no nosso humilde ensaio.

– Obrigada! – eu disse que ia ser gentil, não foi?! – E você está atrasado.

– Tenho meus motivos, mas agora vamos conversar e prometo que não vamos te desapontar. – ele foi até a guitarra e percebeu a presença de Carly, ao meu lado. – Quem é ela?

– Essa é Carly, se vocês forem bons e fizermos um trato, ela vai ajudar com a publicidade da banda.

– Ah sim, você tinha me falado sobre ela! A sua amiga que está se formando em publicidade.

Eles começaram a tocar e imediatamente reconheci a melodia de Think About It do American Authors, depois de alguns segundos Daniel começou a cantar:

In the jungle that we roam

( Na selva que vagam )
To search and find and to explore

( Para procurar e encontrar e explorar )
All we all we all know

( Tudo o que todos nós todos sabemos )
All we all we don't know

( Tudo o que nós todos não sabemos )
Pushing back remove the leaves

( Empurrando de volta retire as folhas )
To find something bigger than me

( Para encontrar algo maior do que eu )
All we all we all know

( Tudo o que todos nós todos sabemos )

All we all we don't know

( Tudo o que nós todos não sabemos )
So far so good

( Até aí tudo bem )
So don't turn back

( Portanto, não voltar atrás )
So far so good

( Até aí tudo bem )
It's been hard

( Tem sido difícil )
Trying to find the best of it

( Tentando encontrar o melhor dele )
I'm always hung up on the risk

( Estou sempre pendurado sobre o risco )
Don't over think about it

( Não mais pensar nisso )
Hard

( Difícil )
When all that's left is rearranged

( Quando tudo o que resta é reorganizado )
And everything is in the way

( E tudo está no caminho )
Don't over think about it

( Não mais pensar nisso )
Don't over think about it

( Não mais pensar nisso )

Eles tocaram a música inteira praticamente sem errar nenhuma nota e a voz do Daniel, eu tenho que confessar, é realmente incrível. Acho que na metade da música meu queixo já estava lá no inferno de tão surpresa que eu estava, olhei para o lado e vi que Carly estava na mesma situação que eu. Ela podia até ter achado que eles seriam bons, mas nunca imaginou que seriam ótimos desse jeito e muito menos que tinham um bom gosto musical, sinceramente esses meninos com a nossa ajuda iam longe. Tenho certeza disso. Eles terminaram a música e ficaram me encarando com expectativa.

– Uau! Até que vocês mandam bem! – eu falei, óbvio que eu não ia dizer incríveis, eles não precisavam que alguém inchasse o ego deles, que já é enorme.

– Pela sua cara de pasma, acho que nós somos melhores do que isso! - resmungou o Eduardo.

Daniel colocou a guitarra de volta no suporte e veio até onde eu estava, me guiou até um canto do estúdio com uma expressão de expectativa.

– E então, temos um acordo?

– Primeiro, eu tenho que lhe dizer algumas coisas. Você vai ter que cumprir com a sua parte, porque eu posso transformar a sua banda em uma das melhores do país, talvez até do mundo, mas também posso destruí-la. – eu falei isso e ele engoliu em seco. – então, quando minha mãe souber que eu “ arranjei um namorado “ – falei usando aspas – provavelmente vai querer te conhecer. Espero que saiba que dá trabalho fazer uma banda ter sucesso, então você vai ter que fingir ser meu namorado sempre que for necessário, até o dia depois do baile. Essa é a minha condição, você aceita?

Ele olhou pros lados meio nervoso, qual é, fingir ser meu namorado não deve ser tão ruim assim. Pra quê essa enrolação?

– Okay, eu aceito!

– Então temos um trato!

Nós apertamos as mãos e voltamos para onde os outros estavam.

– Bom meninos, nós vamos ajudar vocês. Nós temos um compromisso daqui a pouco, - mentira, eu só queria dar uma de chique, para eles darem valor ao que tem - mas, manhã eu e Carly vamos até a casa de vocês para uma reunião. Eu vou deixar logo bem claro tudo o que eu vou querer de vocês e o que vamos fazer para promover a banda. Daniel depois me mande uma mensagem com o endereço. Agora temos que ir. Vejo vocês amanhã as 19h. – olhei seca para Daniel – Sem atrasos dessa vez.

– Pode deixar! – ele respondeu.

Eu e Carly saímos e voltamos ao meu apartamento. Tínhamos muito o que planejar.


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Notas finais do capítulo

Aqui está o link da música que os meninos tocam:
Think About It - American Authors

http://www.youtube.com/watch?v=P96F2_b3MMM

Beijinhos e até o próximo.
xoxo



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