Beyond the Appearances escrita por Mavie Paiva


Capítulo 16
Love Is War


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhaaas!!! Mil perdões pela demora, mas acho que vou compensar. Maior capítulo até agora e modéstia a parte está incrível!
Apreveitem. :)



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POV Mabel

– Ele estava com ciúmes do Dom! – Jordyn falou – É óbvio que ele está pelo menos afim de você.

– Apenas orgulho ferido Jordyn. Por que ele estaria com ciúmes de um gay?

– Quem disse que ele sabe que o Dom é gay? – ela perguntou com um sorriso maldoso – Eu disse apenas que ele é seu ex e que agora são amigos.

– Eu não credito Jordyn! – falei exasperada – Você apresentou o Will para o Daniel e não disse que ele é o namorado do Dom?

– Não, eu não disse. Mas, eu disse que você dá muito valor à opinião do Dominic. – lancei um olhar fulminante para ela – O que? É a verdade!

– Por isso ele não responde minhas mensagens!

– Como eu disse, ciúmes. – agora ela estava com uma expressão convencida.

Senhor, por favor, me der paciência, porque se me der força eu mato a Jordyn na base da taca.

– O líder da banda que eu estou produzindo não quer falar comigo e você acha isso bom? – Dá para acreditar nessa menina?!

– Ah tá, como se fosse isso o que está te preocupando. – ela revirou os olhos.

– Óbvio que é isso!

– Vocês dois são mais teimosos que uma mula! Estão claramente atraídos um pelo outro, mas negam a todo custo.

– Não estamos atraídos um pelo outro. – sinceramente?! Não consegui convencer nem mesmo a mim. As lembranças dos quase beijos invadiam a minha mente sem ter permissão.

– Nem você acredita nisso! – Dom se intrometeu.

– Shut up Dom!

– Mas ele está certo. – Jordyn concordou.

– Qual é?! Não é você que implica com os garotos com quem eu tenha a mínima possibilidade de me envolver? Não que existe alguma possibilidade com o Daniel.

– Eu só implico com os que não prestam e/ou querem tirar proveito de você. Pelo pouco que eu pude ver do Daniel, ele gosta mesmo de você.

– Sem falar que ele não precisa fingir gostar de você, bem, só na frente da sua mãe. Você já vai produzir a banda dele. Então tudo o que vier no meio disso, é verdadeiro. – Jordyn completou a fala dele.

– Até parece! – revirei os olhos – Daniel não gosta de nenhuma garota.

– E por que não? – Dom perguntou – Ele é humano, não é? E tenho certeza de que não é gay.

– Ele não é o tipo de cara que se apaixona.

– Todos os caras se apaixonam my dear! – Will falou pela primeira vez desde que começamos a conversar.

– Até tu Brutus? – perguntei chocada.

– Não se pode negar a realidade Bel.

– Bem vocês desviaram totalmente do foco! O problema aqui é que o Daniel não me responde e temos que continuar com o projeto da banda.

– Acho que sei de uma coisa que pode fazer com que ele tenha que engolir a raiva de você. – Dom falou com um olhar perverso.

– O que? – Jordyn e Will perguntaram juntos.

– Vamos desafiar a masculinidade dele, não só dele mas de todos da banda.

– Desenvolva. – falei e ele continuou a explicar o plano.

POV Daniel

Eu e os garotos estávamos esparramados pela sala assistindo algum filme que eu não faço a mínima ideia de qual era, porque não estava prestando atenção.

Quando o filme estava quase acabando, ouvimos uma barulho indicando que alguém estava na porta.

– Vai lá Adriano! – falei.

– Por que eu?

– Porque eu não quero ir.

– Tá, eu vou! – ele levantou bufando e foi atender a porta.

Um minuto depois ele voltou sendo seguido por aquele tal de Dominic, argh! O que aquele cara queria aqui?

– Temos visita.

– Jura Einstein?! Eu nem imaginava essa possibilidade.

– Como você é engraçado, né Daniel? – Adriano falou se jogando no chão outra vez – pode arranjar um canto pra ti man! – ele falou para Dominic.

– Não será necessário, minha estadia aqui será breve. – ele parecia estar falando de formalmente de propósito, como se quisesse ser solene ou algo do tipo – Vim para desafia-los.

– Nos desafiar? Com o que? – Tom perguntou.

– Para que meu jovem Thomas – ele continuava todo formal – para uma partida de paintball.

– Paintball? – Eduardo perguntou.

– Um jogo em que os participantes simulam combates militares usando armas de ar comprimido para atirar cápsulas de tinta um no outro. – expliquei.

– Eu sei o que é paintball retardado! Eu estava dando uma deixa para que o Dominic se explicasse melhor.

– Tanto faz!

– Vocês contra eu e as meninas. – Dominic explicou.

– Não vamos competir contra as meninas.

– Por que não? Medo de perder?

– Claro que não temos medo de perder.

– Então aceitem o desafio.

– Nem pensar!

– Bando de maricas! – Dominic começou a imitar uma galinha – Pó pó pó pó pó!

– Tá tá, nós aceitamos. – falei por fim.

– Epa, pera aí! – Tom se intrometeu – Nós três aqui não falamos nada sobre aceitar esse desafio.

– Fala sério?! – Dominic parecia estar perdendo a paciência – VocÊs tem medo de perder para quatro garotas?

– Não, não temos! Mas você e as garotas formam um grupo de seis e nós somos apenas quatro.

– Will pode jogar no time de vocês.

– Quem garante que ele não vai roubar para que vocês ganhem?

– Muito difícil, ele é bem competitivo.

– Não sei não.

– Tanto faz Tom, a gente pode jogar com ele ou sem ele, não faz diferença. – falei.

– Eu gosto de paintball, estou dentro. – Adriano falou.

– Eu também estou dentro. – Duda anunciou.

Quatro pares de olhos se voltaram para Thomas, o observando com expectativa. Ele ainda não tinha concordado e era o único faltando.

– Tudo bem! Estou dentro.

– Ótimo! Vai ser amanhã. Nos encontre em frente ao prédio das meninas as 09h00min, vamos para o campo de paintball da Bel.

– A Mabel tem um campo de paintball? – perguntei chocado.

– Presente de aniversário de 16 anos.

– Uau! – eu e os meninos falamos juntos.

– A Bel é osso duro de roer, não é? – Dominic perguntou – Devo avisa-los de que ela é a melhor no paintball.

– Apenas porque ela nunca jogou contra o nosso Daniel aqui. – Adriano falou apontando para mim.

– Talvez você ache que ele é bom porque nunca a viu jogando.

– Eu sou o melhor, isso eu garanto.

– É o que veremos. Bem meninos, eu tenho que ir. Não se atrasem.

Levantei e o acompanhei até a porta. Eu estava ansioso pela possibilidade de acabar com aquele idiota e o melhor é que ele parecia ser um bom desafio. Ótimo, porque ganhar dele com muita facilidade não teria a menor graça.

Assim que ele saiu, voltei para a sala onde os meninos estavam falando animadamente sobre o jogo de amanhã, todos menos um: Thomas. La vem esse chato sendo o do contra. Afinal, ele detesta tudo que posso ter a ver com a Mabel. E isso já estava ficando insuportável.

– Com o que você vai implicar agora?

– Eu? Com nada. Só acho que vamos perder.

– Por que você acha isso?

– Porque eu sei que a Mabel é melhor do que você no paintball.

– Ninguém é melhor do que eu no paintball.

– Fala isso porque nunca a viu jogando.

– Você é o que? Algum tipo de papagaio programado para repetir o que o Dominic diz?

– Não, apenas sei o que ela consegue fazer com uma arma. Principalmente uma de paintball.

– E como diabos você sabe disso?

– Não é da sua conta. – falou se levantando.

– Vai pra onde?

– Pro meu quarto pesquisar estratégias de paintball.

– Isso é sério mesmo?

– Apenas quero garantir a nossa vitória.

Revirei os olhos e observei enquanto ele sumia pelo corredor. Depois voltei a falar animado com Adriano e Duda. Amanhã seria um ótimo sábado. Talvez o melhor de todos.

POV Mabel

Acordei as 07h00min para me arrumar para o jogo. Eu estava feliz pelo plano de Dominic ter dado certo. Acho que mesmo ele sendo meio moça hoje em dia, ele não perdeu os instintos masculinos.

Confesso que foi um choque quando ele anunciou que tinha virado gay. Porque quando namorávamos ele era bem másculo – se é que me entendem – só que o Will o fisgou de jeito. Mas, apesar do choque, isso ajudou muito a fortalecer a nossa amizade e atualmente ele é como o irmão que eu nunca tive.

– Bom dia flor do dia! – Dom falou entrando no meu quarto e deitando ao meu lado na cama.

Dom e Will estão hospedados em nosso apartamento. Isso só é permitido porque meus pais tem muita influência na faculdade e eles são gays. Caso contrário nós não poderíamos nem sonhar com essa possibilidade, o que eu acho ridículo, afinal os garotos dormem nos apartamentos das meninas o tempo todo, assim como o contrário também acontece.

– Bom dia Dom!

– Animada?

– Um pouco.

– Acho incrível o fato de você ainda tentar mentir para mim como se eu não te conhecesse melhor do que qualquer outra pessoa.

– Convencido! Eu adoro paintball, só isso. E não vou ao campo faz mais de um mês.

– Mas tenho certeza que você está mais animada é pelo fato de que vai ter a chance de fazer as pazes com o Daniel, que eu sei.

– Não seja ridículo!

– Vai que rola um beijinho? – ele falou lançando beijos no ar.

Peguei um dos travesseiros e bati bem forte com ele na cara dele.

– Eu vou tomar banho! – levantei pegando a toalha e fui para o banheiro.

– Tá, a Jordyn já está fazendo o café. Vou dar uma ajudinha lá.

– Tudo bem!

Tomei um banho rápido, depois fui me arrumar no quarto. Coloquei um short jeans não muito curto com uma blusa branca caída de lado que deixava a mostra a alça do meu top de caveira, calcei uma sandália rasteira e fiz uma trança de raiz no meu cabelo. Passei uma maquiagem bem básica, para não correr o risco de ficar borrado durante o jogo. Depois fui tomar café com os outros na cozinha.

Jordyn, Will e Dom já estavam lá. Os meninos estavam com bermudas e camisetas, nada demais. Jordyn estava com uma bermuda um palmo acima do joelho e uma blusa regata de listras amarelas e azul claro. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo bem apertado no topo da cabeça. Ela também pegou leve com a maquiagem.

– Anna mandou mensagem, ela e Carly chegam em quinze minutos. – Jordyn falou.

– Temos tempo, agora que são oito horas. Só espero que os meninos não se atrasem.

– Eu também.

Tomamos café e conversamos animadamente sobre o jogo, nós íamos massacrar os meninos, sem dó nem piedade. Papai me deu o melhor presente de 16 anos de todos os tempos: meu próprio campo de paintball. Bem, isso já faz 7 anos, mas eu cuido muito bem dele e atualmente ele tem a mais moderna tecnologia.

Eu amo paintball!!!

XXXXX

Os meninos chegaram vinte minutos adiantados e eu segurei meu queixo para evitar que ele fosse ao chão. Pontualidade, finalmente!

Assim que viu o Adriano, Carly correu para os seus braços. O relacionamento deles está mais sério do que qualquer um de nós poderia imaginar.

– Own bebê, infelizmente vou ter que fazer picadinho de você hoje. – ela o provocou.

– Não conte com isso querida.

Interrompi aquela melação antes que eu ficasse com diabetes.

– Estão todos prontos?

– No meu lado sim. – Daniel falou.

– No meu também. – respondi – Bem, vão ser duas equipes: alfa e delta. Minha equipe será a alfa, composta por mim, Dom, Jordyn, Anna e Carly. A de vocês obviamente é a delta e será composta pelo Daniel, Will, Adriano, Eduardo e Thomas. Alguma dúvida?

Ninguém falou nada.

– Cada equipe vai em um dos carros, se dividam. Meu carro vai na frente, porque sou eu quem sabe o caminho. O campo fica a uma hora daqui.

Terminei de explicar e todos entraram nos carros e começamos a seguir o caminho. Coloquei Ana Carolina para tocar, já que é uma das minhas cantoras brasileiras favoritas e todos nós adorávamos suas musicas.

Quando você me vê

Eu vejo acender

Outra vez aquela chama

Então pra que se esconder?

Você deve saber, o quanto me ama

Ela cantava Sinais de Fogo pelos alto-falantes do carro e todos nós acompanhamos cantando junto. Sim, eu ensinei aos meus amigos boa parte do português, então eles sabem cantar várias músicas do idioma.

Que distância vai guardar nossa saudade

Em que lugar vou te encontrar de novo

Fazer sinais de fogo, pra você me ver

Quando eu te vi que te conheci

Não quis acreditar demais na solidão

E nem demais em nós dois

Pra não me enganar

Sempre que cantávamos uma nota mais alta, eles desafinavam e nós começávamos a rir loucamente.

Eu me arrumo, eu me enfeito

Eu me ajeito, eu interrogo o meu espelho

Espelho que eu me olho

Pra você me ver

Estava chegando o refrão que é a minha parte favorita da música.

– Vai lá Bel! – todos gritaram para que eu cantasse o refrão em solo. E eu cantei, é claro.

Por que você não olha cara a cara?

Fica nesse passa ou não passa

O que falta é coragem

Foi atrás de mim na Guanabara

Eu te procurando pela Lapa

Nós perdemos a viagem

E por todo o caminho até o campo foi assim, nós cantávamos e sorríamos. Acho que ganhei mais um mês de vida nessa viagem – dancinha feliz. Mas é claro que também combinamos nossa estratégia.

XXXXX

Já estávamos devidamente vestidos para o jogo. Com roupas que acendiam quando são atingidas. Vamos jogar uma simulação bem real. Dependendo do local aonde formos atingidos pela bala de tinta, nós ainda poderíamos continuar na disputa. Por exemplo, se formos atingidos no braço ou na perna, mas não podemos mais usar aquele membro que vai ficar totalmente aceso por micro lâmpadas que ficam nas vestes.

Mas se formos atingidos no peito ou em qualquer outra parte do tórax, é fim de jogo. Toda a sua veste vai ficar acesa e sua arma trava e você tem que ficar no mesmo lugar até o fim do jogo ou sua equipe perde. Tudo aqui é extremamente moderno.

Bob é quem vai supervisionar e apitar o fim do jogo, quando uma das equipes tiver todos os membros incapacitados. Ele avisou que daria inicio a partida em um minuto e todos se dispersaram, colocando em prática todas as nossas estratégias combinadas.

Load your guns, take side

( Carregue suas armas, escolha um lado )

Raise your flag, cause baby, love is war

( Erga a sua bandeira, porque querida, o amor é uma Guerra )

Eu me afastei do resto da equipe como tínhamos combinado e iria atrás do Daniel. Fazer ele me seguir, encurrala-lo e abatê-lo, mas deixando ele me abater também, assim nós teríamos que ficar no mesmo lugar até o fim do jogo. O que minha equipe ia garantir que demorasse bastante. Mas é óbvio que nós íamos ganhar, não sou de perder. Nunca.

POV Daniel

Thomas disse que o melhorar as nossas chances de vencer, era abater o melhor da equipe deles. No caso, a Mabel. E como eu sou o melhor da nossa equipe, fui encarregado de ir atrás dela, abatê-la e depois voltar para dar apoio aos outros.

Vi que a Mabel estava se afastando do resto da equipe dela e a segui. Me veio uma certa desconfiança sobre isso no inicio, mas decidi que era coisa da minha cabeça e que aquele afastamento apenas facilitaria o meu trabalho.

A segui até uma área extremamente afastado do local onde estava ocorrendo a batalha principal. Observei enquanto ela entrava em uma espécie de galpão e me aproximei lentamente do local. Assim que entrei eu a procurei, mas não a vi em nenhum lugar.

Deduzi que ela estava escondida atrás de alguma das pilhas de caixas que haviam no local, minha dedução se provou certa quando minha perna acendeu por ser atingida com uma bala de tinta, me arrastei usando apenas a perna não atingida para o centro do local, tentando encontra-la.

Minha outra perna acendeu ao ser atingida. Eu estava imobilizado no meio do galpão. E num é que a danada é boa rapaz?! Consegui vê-la correndo de uma pilha para a outra e atirei mirando o seu tórax, mas ela foi muito rápida e a bala não atingiu, mas a criatura conseguiu acertar um dos meus braços, por sorte não foi o com o qual eu atiro.

Se ela acertar meu outro braço, eu estou eliminado. Agora eu só tinha uma chance de acertá-la. Atirei e dessa vez ela foi mais lenta e consegui atingi-la no tórax, a abatendo. Mas a miserável também tinha atirado antes de ser atingida e acertou o meu tórax.

Que ótimo! Estamos os dois abatidos. E eu vou ter que ficar aqui com ela até o fim do jogo, que pode levar horas.

Resolvi que ia esperar fora do galpão, não queria ficar perto dela. Eu estava quase saindo quando ouvi ela dizer:

– Se você sair do galpão, sua equipe será eliminada na mesma hora.

– Não me importa!

– Claro que não. Você fez toda essa estratégia para ganhar e até me seguiu, mas não se importa se vai ganhar ou perder?! Inventa outra que essa não colou Daniel.

– Você sabia que eu ia te seguir, não sabia? – eu devia ter prestado atenção quando desconfiei da atitude dela. Argh!

– Sim, eu sabia.

– Então, por que você fez isso?

– Porque você está me ignorando e eu nem mesmo sei o motivo.

– Sério que você não sabe? – perguntei me aproximando dela.

– Senti o sarcasmo, mas sim, é sério.

– Primeiro você me apresenta como se eu não fosse nada para você, depois me troca para falar com seu ex e depois você vai embora sem se despedir. – falei sentando no chão e me encostei em uma das pilhas de caixas. Mabel sentou ao meu lado.

– Dom se mudou para Los Angeles a quase dois anos e estava no meio de um trabalho. Para ele fazer esse esforço louco para uma pausa de dois meses e vir aqui, é porque devia ser uma coisa importante. E era na verdade. Sem falar que eu estava morrendo de saudades, porque antes de ser meu ex ele é o meu melhor amigo. E agora ele é gay, para deixar claro.

– Ele é gay?

– Sim, o Will é o namorado dele.

Eu estava bestificado! Todo esse tempo eu estava com ciúmes, que dizer, incomodado por causa de um gay?

– Justificado uma de três.

– Você teria tido a mesma reação se tivesse ouvido a mesma notícia.

– Que era?

– Não posso dizer. – ela tinha ficado pálida só de lembrar, então resolvi deixar quieto.

– Duas de três.

– Fala sério, nem você saberia falar outra coisa.

– Touché.

Ela ficou olhando para mim e parecia estar me examinando.

– Não é só isso, né?

– Tem mais uma coisa me incomodando.

– O que?

– Ele pode te chamar pelo seu apelido. - ela me olhou confusa – Você nunca deixou eu te chamar de Bel.

– Ah! – ela parecia ter entendido – Eu não sabia que você se importava com isso, afinal você já me chama por um apelido.

– Heim?!

– Senhorita Biscoito, lembra?!

– Você considera um apelido?

– Considero.

Eu fiquei feliz em ouvir isso, mesmo não tendo me apresentado como alguém importante ela tinha consideração por mim e isso me alegrava.

– Vai parar de me ignorar agora?

– Já parei. – olhei para ela e ela estava sorrindo.

Depois disso ficamos em silêncio e um clima diferente começou a pairar entre nós. Quase como se fossemos polos contrários que estavam se atraindo, eu me via cada vez mais perto dela e dessa vez eu sabia que nada ia nos atrapalhar.

Eu olhava diretamente nos seus olhos que pareciam duas piscinas cheias de mel e ela me encarava de volta, parecia tão ciente do que ia acontecer quanto eu, mas não parecia que ia impedir o que estava para acontecer.

You got your weapons, baby I got mine

(Você tem suas armas, e baby eu tenho as minhas )

You tried to trap me with your bedroom eyes

(Você tentou me prender com o seu olhar sedutor )

'cross the enemy lines

(Além da linha do inimigo )

Nossos lábios se encontraram e começamos um beijo calmo, levei um mão ao seu rosto e a outra para a sua cintura e ela trouxe uma de suas mãos ao meu rosto e a outra começou a brincar com o meu cabelo. O beijo foi ficando cada vez mais intenso e eu notava que o beijo dela era melhor do que qualquer outro.

Tell me why, love is war

( Me diga o motivo pelo qual o amor é uma guerra )

When the battle is done you still want more

( Quando a batalha acaba você ainda quer mais )

Every broken heart is tryin' to even the score

( T odo coração partido está tentando igualar o placar )

It's the way of the world, love is war

( O mundo é assim querida, o amor é uma guerra )

Mesmo eu estando me envolvendo com ela, coisa que eu havia jurado que não ia se repetir, eu não me arrependia disso. Era o que eu queria fazer e onde eu queria estar. Mesmo sabendo que as coisas iriam mudar e que eu teria que repensar os últimos anos, Mabel valia todo esse esforço.

Continuamos nos beijando por um tempo que eu não sei qual é. Talvez minutos ou horas, com ela eu perdia a noção do tempo. Ficamos assim até ouvir a voz do Bob anunciando o fim do jogo. A equipe da Mabel havia ganhado, mas eu não estava ligando para isso.

Fomos ao encontro dos outros e nenhum de nós tocou no assunto do beijo com os outros. Quando eles foram se trocar, eu a puxei para um canto e a beijei novamente enquanto ela sorria.

– Temos que ir nos trocar antes que eles venham nos procurar.

– Tudo bem. – falei emburrado e ela sorriu outra vez.

Fomos em direção aos banheiros e nos separamos.

POV Mabel

Eu estava terminando de me trocar e ficava dando sorrisos silenciosos o tempo todo, eu estava agindo como uma idiota eu sei, mas não conseguia evitar. Me lembrava o tempo inteiro do que havia acontecido no galpão e eu estava feliz com isso.

As meninas perceberam o meu humor, mas não falaram nada. Provavelmente iam esperar para me interrogar quando voltássemos porque estavam ansiosas para voltar a esfregar nossa vitória na cara dos meninos, mas eu não liguei.

Pegamos todas as nossas coisas e saímos do banheiro, encontramos os meninos do lado de fora e começamos a conversar uns com os outros. Escutei meu celular tocando avisando que tinha chegado uma mensagem.

“ Mabel, eu soube que você já tem um namorado. Sabia que você só precisava de um estímulo exterior para encontrar alguém. Quero conhecê-lo. Vamos jantar os três no próximo sábado, quando estarei na cidade. Seu pai NÃO está convidado, logo avisando. – Carmen. “

Uau! Ela acertou na hora. Será que minha mãe é um tipo de adivinha?! Mas não liguei para isso, depois eu ia falar para o Daniel sobre o jantar, mas em outra hora. O clima estava bom demais para eu estragar falando do meu carrasco, ops, da minha mãe.

Meu celular vibrou outra vez, anunciando outra mensagem que imaginei ser da minha mãe. Mas infelizmente eu estava enganada.

“ Abelhinha eu estou sabendo do beijo. E não gostei nada disso. Espero que não se repita. “

PUTA QUE PARIU!

Ele está me vigiando! Mas o que ele quer comigo? Será que já não basta o estrago que ele fez antes de sumir?

Dom percebeu que a mensagem tinha me afetado e se aproximou de mim, querendo saber o que falava.

– O que aconteceu Bel? Você ficou pálida do nada.

– Ele está me vigiando Dom.

– Aquele cretino, o que ele quer de você?

– Eu não sei e não entendo. Ele fica mandando essas mensagens como se fosse um louco apaixonado por mim que me quer de volta e nós sabemos que isso não é verdade.

– Ele deve saber que você está promovendo a banda dos meninos.

– Mas qual o problema? A carreira dele só cresceu desde que ele foi embora. Por que ele voltou agora?

– Você sabe como a mente daquele maluco funciona, ele deve achar que você não pode fazer ninguém se tornar uma estrela além dele.

– Eu não faço nada pela carreira dele desde quando ele mostrou quem realmente era. Não faz sentido ele me procurar agora.

– Vamos deixar para pensar nisso depois Bel, o dia está bom demais para a gente permitir que ele estrague.

– Você está certo.

Voltamos ao grupo e fingimos que nada tinha acontecido, vi que Daniel percebeu que havia algo errado e notou nossa conversa. Acho que ele merecia saber o que está acontecendo, afinal isso envolve sua banda também. Mas não vou contar hoje.

Aderi ao meu lado teatral e fingi que nada estava me incomodando. Fomos comer em um restaurante perto do campo, de um amigo do meu pai e depois de algum tempo eu não precisei mais fingir, porque aquele grupo realmente conseguiu fazer eu esquecer meus problemas e curtir o resto do dia.


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Notas finais do capítulo

Gente desculpa mesmo pela demora. mas além de ter pouco tempo para postar eu tive que me dedicar a shortfic que eu estava escrevendo com a Lari ( se alguém se interessar é só ir no meu perfil e ler ) e eu tinha que escrever essa capítulo com muito cuidado. Mas não vou demorar tanto para o próximo, prometo.

Links das músicas do capítulo:
SInais de Fogo - Ana Carolina
https://www.youtube.com/watch?v=mtPZv4rkWFg

Love Is War - Bon Jovi
https://www.youtube.com/watch?v=fSClXRjB0w8

Então, por hoje é isso pessoinhas. Mas eu quero comentários, plys!
XOXO