Como ela me tira do sério, mesmo quando é gentil, sim gentil, até quando eu não mereço nenhuma forma de gentileza.

E o fato de que estar perto dela me traz uma calma, uma paz, ah, não! Isso é a ultima coisa que pode acontecer eu sentir o mesmo que ela, não isso de nenhuma maneira pode acontecer.

A forma como a trato, a trato mal e eu não faço isso porque gosto de feri-la, apesar de que deve ser isso que ela acha, deve pensar que eu a odeio, certo ? E eu nem posso culpá-la por isso, ela tem toda razão de pensar dessa forma, e talvez seja melhor assim, talvez seja melhor ela achar que eu a odeio.

Não conseguia parar de pensar nela e só sabia que tinha que parar, sim parar, afinal eu tinha coisas bem mais importantes para pensar naquele momento.

No que eu tenho que pensar realmente é em o que fazer da minha vida, e ela não tem nada haver com isso, absolutamente nada.

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– O que faz Sasuke-kun? –perguntei com receio.

– Nada que você deva saber. -respondeu num tom inexpressivo.

Ótimo então, vou fazer qualquer outra coisa para não ter que ficar perto dele. E pensar que isso sempre havia sido o que eu queria para mim: “estar ao lado dele”.

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Quando voltei para sala, ele ainda estava lá sentado, tão solitário que doía vê-lo assim. Senti-me abatida por isso, mas ainda assim dirigi as seguintes palavras á ele:

– Sasuke-kun tem certeza de que quer ficar o tempo todo sozinho? Tem certeza que gosta? -falou calmamente.

– Que pergunta é essa agora? Claro que tenho. –rebateu sério.

– É que não consigo entender. –disse-lhe com o mesmo tom de antes.

– É melhor assim, que não consiga entender. –respondeu simplesmente ainda distante.

– É, certamente é. –dessa vez tinha ficado irritada. – Não sei qual é o seu problema Sasuke, o que eu sei realmente é que eu não deixarei você me tratar dessa forma, como se eu fosse nada, pois eu posso não ser nada para você, mas para muitas outras pessoas eu sou muito importante. –estava com tanta raiva que quando dei por mim estava indo na direção do mesmo, logo o agarrei pela gola da camisa o fazendo olhar nos meus olhos. Ele pareceu surpreso e ao mesmo tempo cheio de raiva, pronunciando em seguida:

– O que você acha que está fazendo Sakura? –perguntou com frieza.

– O que eu há muito tempo já deveria ter feito. –respondi com raiva. – Eu não sei o que aconteceu esse tempo todo que você passou fora Sasuke, mas o que sei é que você não pode me tratar assim. –conservei o tom firme enquanto ainda o segurava pela gola da camisa.

Por mais que quisesse se soltar, Sasuke tinha que reconhecer que a mesma era muito forte.

– E o que você sabe Sakura? Fale, eu duvido que já sentiu pelo menos um terço da dor que eu já senti em toda a minha vida.

– É talvez eu nunca tenha sentido, mas isso não te dá o direito de me ferir dessa forma! -disse tentando manter a calma, porém senti o choro chegando.

– Eu... –começou, entretanto simplesmente não sabia o que dizer, pela primeira vez não sabia o que falar para ela. Tudo que conseguiu fazer foi, obviamente utilizando-se de muita força, se soltar das mãos da mesma.

– Vai sair e descontar sua raiva em uma árvore inocente novamente? –agora sentia-me quase tão irritada quanto antes.

Ele nada respondeu simplesmente saiu porta á fora. Mas dessa vez, não batera em árvore alguma, não queria isso mesmo que estivesse com raiva. Dessa vez não era simplesmente dela, mas de si principalmente.

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Já era noite e resolveu que era hora de ir se recolher. A única coisa que não queria de forma alguma encontrá-la na sala novamente como no outro dia. Não queria mais brigar com ela, talvez devesse ser menos frio com a mesma, afinal o que ela havia o feito, além de tentar se aproximar? Sakura sempre tinha sido gentil ao máximo com ele, mesmo quando não poderia ter sido.

– Sakura? –chamei com meu tom frio de sempre, mas logo notei que a mesma havia adormecido.

Em seguida a peguei em meus braços e a levei para o quarto dela. Então a coloquei deitada ali, na cama. E ao fazer isso não pude resistir a tirar uma mecha de cabelo que caia em seu belo rosto. Notei que a mesma havia chorado, pelos rastros de lágrimas secas no rosto da mesma, se odiava por fazê-la sofrer daquela forma, mas isso era o melhor para os dois. Afinal... Ela tinha que achar que ele a odiava.

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Abri os olhos lentamente, até sentir alguém ao meu lado na cama foi então que tive uma das maiores surpresas da minha vida! O que Sasuke-kun estava fazendo ali ao meu lado afinal? Só me lembro de estar sentada na sala e de chorar bastante, como sempre fazia por ele. Saí de meus pensamentos quando o escutei chamar meu nome:

– Sakura? -falou com a voz sonolenta, pois tinha acabado de acordar.

– Sasuke-kun, o que faz aqui? O que aconteceu? –indaguei confusa.

– Ah, nada de mais. Você estava na sala dormindo, então eu a trouxe para cá. –agora tinha recuperado o mesmo tom frio de sempre.

– Entendo. -assenti calmamente.

– Então eu vou para o meu quarto. –informou decidido, erguendo-se rapidamente e deixando-me só logo em seguida.

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Devia tê-la deixado no sofá... Fui um fraco! Não podia ter adormecido ali ao seu lado e isso me deixava extremamente frustrado.