Falling In The Black escrita por Hime


Capítulo 6
Capítulo Seis – Transformação.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo prontinho para vocês, boa leitura.



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―Eu, Regulus Arcturus Black, juro pela minha imortalidade e magia que todas as informações que irei falar são verdadeiras. Agora pode me perguntar o que quer saber.

―Você é algum parente do Sirius? Harry perguntou incapaz de conter a curiosidade.

―Sim, eu sou irmão caçula dele. Há muitos anos quando Voldemort estava subindo ao poder, minha mãe me obrigou a fazer parte dos Comensais da Morte e eu fui porque, eu queria fazê-la orgulhosa de mim. Eu não tinha tomado o juramento ainda, uma noite o Senhor das Trevas me chamou em sua sala em particular e me disse que tinha uma missão especial para mim.

―Mas por quê? E que tipo de missão?Harry perguntou confuso enquanto servia-se de uma dose de whisky.

―Eu também me perguntei isso. Mas continuando...

Era uma noite escura e tempestuosa, eu caminhava depressa pelos corredores sombrios da mansão dos Malfoy, onde o aroma da morte era uma constante. Por fora, minha expressão era vazia de qualquer emoção, por dentro, eu estava aterrorizado. Anos de oclumência haviam me ensinado a mascarar emoções e deixar meu rosto neutro, aprendi também a organizar melhor meus pensamentos. O Senhor das Trevas havia me chamado para conversarmos em particular e eu não sabia o que esperar.

Parei em frente a uma porta de mogno antigo, nervosamente bati na porta esperei que ele me autorizasse a entrada, poucos minutos depois, a porta se abriu e eu entrei. Voldemort estava sentado em uma poltrona de veludo verde e prata, cores símbolo da Sonserina, ele tentou sorrir enquanto me convidava para sentar.

―Você é uma pessoa interessante, Black. Tenho te observado durante as reuniões e você é bastante focado e obediente faria um ótimo Comensal da Morte.

―Obrigado, Mi lorde. Mas se me permite por que eu estou sendo necessário?

―Bem direto, eu vejo, muito bom. A questão é que eu preciso de alguém como você para realizar uma missão especial. ―Voldemort sorriu sadicamente antes de continuar: ―Eu separei um grupo secreto de servos que me chamaram a atenção para realizar algumas missões importantes, e você está recebendo a honra de ser um deles.

―Claro, meu senhor. É uma grande honra. O que eu preciso fazer?

―Tudo ao seu tempo, jovem Black. Quando eu for mandá-lo na missão, precisarei que leve seu elfo junto, o Monstro.

―Eu o farei, Mi lorde.

Mal sabia eu o que aquele monstro iria tentar me obrigar a fazer. Eu era sempre aquele fazia tudo o que mandavam sem nunca questionar e era facilmente manipulado. Nunca me arrependi tanto de ter sido criado daquela forma quanto na noite seguinte.

A noite seguinte era ainda mais sombria e assustadora que a anterior, Voldemort me mandou junto à Monstro até uma estranha gruta escondida sob um penhasco em uma ilha. Nós aparatamos em frente à entrada da caverna, Voldemort chegou sozinho sorrindo sadicamente e ordenou à mim que torturasse e matasse Monstro, que sempre cuidou de mim e foi meu único amigo.

De acordo com ele, era uma prova de lealdade a ele, colocando-o acima de tudo. Eu me recusei veemente e ele tentou amaldiçoá-lo irritado com a minha recusa, eu pulei na frente de Monstro e recebi a maldição em seu lugar. Nós começamos a duelar, ordenei à Monstro que fosse embora e levasse consigo o colar que Voldemort derrubou por acidente.

O duelo foi intenso e eu estava ficando sem energia, Voldemort tinha alguns ferimentos, mas eu estava em um estado pior. Algumas horas depois, ele me deixou caído no chão da caverna para morrer.

O que ele não esperava era que uma mulher aparecesse e me curasse, ela me levou a uma cabana onde cuidou de cada um dos meus ferimentos com carinho e suavidade. Eu não sabia, mas ela havia me tornado um vampiro. Quando soube, admito que eu surtei e fiquei muito irritado com ela e a acusei de coisas terríveis, mas ela esperou que eu me acalmasse e me fez compreendê-la melhor.

Então, começamos a viver juntos e nos apaixonamos. Descobrimos depois que éramos companheiros de imortalidade, nunca fiquei tão feliz quanto naquele dia.

Que você é um vampiro eu já sei, isso é meio óbvio, depois da luta que tivemos. Mas o que isso tem haver comigo ou Hermione? E o que são companheiros de imortlidade?

—Você também é um vampiro e se eu estiver correto sua amiga está começando a atravessar a fase das mudanças.

—Você tem que estar brincando né?!

—Eu desejava que sim, Sr. Potter. Alguns dias atrás, você sofreu um acidente e quando eu o encontrei você estava todo ferido e semi-consciente, mas estava bloqueando qualquer tipo de sentimento o que incluía a dor. Eu estava abismado com isso, somente vampiros muito poderosos possuem tal autocontrole. Eu te dei meu sangue para curá-lo, mas houve um momento em que seu coração parou de bater com sangue de vampiro correndo em suas veias e assim você se transformou.

—Essa é a razão das mudanças? Do meu cansaço? De tudo?

—Sim, sangue de vampiro tem propriedades mágico-curativas e ele está consertando o que seria as imperfeições em você como a sua altura, visão, cicatrizes. Sua força vai aumentar significativamente assim como a velocidade, reflexos. Esse período dura em média de três a quatro semanas, porque durante duas semanas seu organismo está sofrendo alterações constantemente e demora entre uma a duas semanas para que ele possa se estabilizar novamente e assim “congelar” no tempo. Se você quer um conselho, eu te diria para começar a malhar a não ser que queira passar a eternidade como um magrelo.

Harry ignorou o insulto a sua fisionomia, um tanto, subdesenvolvida. Mas não era culpa dele, sim da família dele que não o tratou como deveria. Agora, ele tinha que consertar o erro deles e então, Harry perguntou:

—Mas como? Quero dizer, duvido muito que eu vá encontrar uma academia tão rápido...

—E é por isso que iremos a minha casa na Suíça, lá temos tudo que necessitaremos nesse período de “adaptação” inclusive câmaras temporais. Precisamos pegar tudo que é importante e partir da Inglaterra.

—O que seria uma câmara temporal?

―É uma câmara na qual o tempo corre de maneira distorcida podendo ser mais rápido ou mais lento em relação a fora da câmara. Esses tipos de câmaras são raridades, são de conhecimento somente dos duendes, foram desenvolvidas pelo meu ancestral Cyrus Black em aliança com Benvólio LaBelle e Dimitri Peverell durante a época de 1600, para treinar os soldados do rei Carlos I em troca de uma vida melhor para suas respectivas famílias. De acordo com a árvore genealógica das tradicionais famílias puro-sangue o “nascimento” da magia está por volta do século V com o surgimento de Merlin e Morgana que deram início a tudo.

―Isso é interessante. ―Harry comentou surpreso.

― Mas, voltando a sua segunda pergunta: Companheiros de Imortalidade ou Alma Gêmea, na cultura mundana, se referem a duas pessoas que quando unidas formam uma alma única, elas se complementam em qualidades e defeitos que dão força e nunca abandonam um ao outro quando o companheiro(a) precisa de apoio. De acordo com os registros mais antigos do reino vampiro, esse tipo de ligação é causado por algum acidente na criação de uma alma para um corpo físico, também chamado de recipiente, que provoca a bipartição da alma dando origem a dois recipientes. Eu sei que é muita informação para um dia só e sua cabeça deve estar zunindo com todas as mudanças que descobriu hoje. Eu te garanto que isso e muito mais, você irá aprender, se você vier comigo. Eu vou ensinar a vocês dois sobre os costumes vampíricos, política e defesa contra caçadores ou outras criaturas que os persigam.

―Mas, eu tenho que enfrentar Voldemort...

―Já não basta ter tentado se matar antes, quer tentar se matar de novo? Você não valoriza o sacrifício do meu irmão?! Ele morreu pra te salvar, pra você viver PORRA! Aí me vem você querendo enfrentar um bruxo com uns cinqüenta anos de experiência a mais que você? Isso é sério, cara? Ele vai te detonar na melhor das hipóteses, ele me detonou e eu tinha vinte e cinco anos com um amplo conhecimento em feitiços na época! Eu não vou deixar você jogar o sacrifício do Sirius no lixo, você não vai destruir os esforços do meu irmão para te ajudar!

Naquele momento, Harry sentiu vergonha de suas ações antigas e egoístas, ele não tinha pensado nos amigos e no sacrifício do seu padrinho, tão focado em sua própria dor que Harry não pensou em outros e em como eles ficariam com a morte dele.

―Eu sinto muito. ―Harry falou baixo com a cabeça abaixada e continuou olhando para Hermione, Regulus saiu do quarto dando privacidade aos dois: ―Desculpa Mione, me desculpa por ter agido como um maldito egoísta e arrogante. Eu não merecia sua preocupação, você provavelmente vai me odiar ainda mais depois do que eu te fiz. Espero que você possa me perdoar um dia, você é muito importante pra mim.

Harry chamou Dobby e pediu para que pegasse seu malão com todas as roupas dele dentro e Edwiges para Harry, quando o elfo voltou Harry estava terminando de colocar o Solitaire no pescoço de Hermione e guardou o Prévu em um lugar escondido dentro do malão.

“Talvez um dia eu possa te dar o Prévu de aniversário se você voltar a falar comigo, Mione”

Quando o elfo retornou, Dobby parecia apreensivo como se quisesse falar algo e não conseguisse, Harry podia ouvir o coração dele batendo rápido como se estivesse nervoso. Então Harry disse calmamente ainda observando sua amiga desacordada:

—O que você quer falar, Dobby?Não precisa ter vergonha que eu não sou o Malfoy, comigo você pode falar as coisas.

—É que... Dobby queria saber,... Queria saber se Grande Harry Potter está indo embora.

—Sim, estou partindo para resolver um problema pessoal e me tornar mais forte...—Nesse instante, o pequeno elfo se agarrou à suas pernas dizendo:

—Mas, Dobby não quer que Mestre vá embora! Dobby vai ser bom, Dobby jura pra Grande Harry Potter! Mestre pode ser forte aqui na Inglaterra, não precisa ir.

—Dobby, é necessário pra o bem dos outros, eu tenho que fazer isso. É hora de lidar com as conseqüências dos atos e assumir a responsabilidade pelo que fiz. Eu fiz uma coisa estúpida e agora me tornei essa criatura que precisa de sangue dos outros pra sobreviver, preciso aprender a me controlar antes de arriscar a segurança dos outros estando perto de mim.—Harry disse suspirando sentindo pena do elfo que estava aos prantos implorando para que ele não fosse embora.

—Mestre pode levar Dobby junto, que Dobby vai feliz e ajuda a cuidar da Senhora!—O pobre elfo tentou novamente desesperado, nesse momento Harry prestou a devida atenção ao que Dobby o havia chamado.

—Mestre? Senhora? Dobby, o que você quer dizer com isso?—Harry perguntou alarmado enquanto pensava no que aquilo poderia significar.

—Bem, talvez Dobby possa ter começado uma ligação a Mestre Harry Potter após ele ter libertado Dobby.—O elfo explicou timidamente coçando a cabeça com um sorriso sem graça com lágrimas nos olhos.

—É por isso que você permanecia em Hogwarts esse tempo todo?—Harry afastou Dobby enquanto perguntava olhando seriamente o pequeno ser à sua frente.

—Sim.—Dobby admitiu envergonhado enquanto Harry suspirava tentando descobrir como sair dessa situação. Se Hermione descobrisse isso também, ele seria, oficialmente, um vampiro morto se isso fosse possível. —Mas Dobby queria ser elfo de Grande Harry Potter, esse sempre foi o sonho de Dobby.

—Tudo bem, Dobby. Como eu faço para terminar a ligação?—Harry perguntou suspirando enquanto Dobby começava a pular animado e respondeu:

—Tudo que Mestre precisa fazer é dar sua mão para Dobby dizendo que aceita Dobby como Vassalo da sua família.

—Eu, Harry James Potter, aceito por meio desse juramento tomar Dobby como meu elfo e Vassalo da família Potter e Black.—Harry jurou em um aperto de mão com Dobby sendo rodeado por um brilho suave lilás.

—Porém, depois iremos acertar os detalhes de como você trabalhará para mim. Por enquanto, você me fará um favor. —Harry disse olhando atentamente para Dobby.

Harry também pediu que Dobby guardasse todas as coisas da Hermione dentro de malas e trouxe para ele, que suspirou olhando o semblante sereno de sua melhor amiga inconsciente e então disse à Regulus que batia na porta para entrar:

―Estamos prontos, Dobby é o meu elfo doméstico e irá conosco, eu carrego Hermione enquanto vocês as malas.

―Eu esperava ter que argumentar para que ambos fossem comigo.

―Essa é a melhor solução por enquanto, é bom primeiro aprender a nos controlar antes de ficar perto de nossos entes queridos. Vai doer nela ficar longe dos pais sem poder falar com eles, mas se por uma falta de cuidado ela acabar matando-os será um milhão de vezes pior.

Regulus assentiu em compreensão e deu um sorriso triste para ele, pois sabia o risco do rapaz perder a amizade da garota por tê-la transformado em uma vampira. Mas não havia nada que pudesse fazer para mudar isso, o que está feito não tem como mudar.

Eles aparataram em frente a uma mansão de arquitetura rústica, próximo do mar. Era uma bela casa, Regulus o guiou até um quarto onde Harry pediu para que deixassem as coisas de Hermione. Esse quarto tinha uma sacada na qual podia ver o mar batendo nos rochedos com o sol poente como plano de fundo da paisagem criando uma vista de tirar o fôlego.

No quarto ao lado do dela, Harry deixou suas coisas e abriu a gaiola de Edwiges antes de ir ao quarto de Hermione e ficar segurando sua mão esperando-a acordar. Parecia um deja vù do segundo ano. Agora era só uma questão de tempo.


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Notas finais do capítulo

Agora vamos ver como Hermione irá reagir a notícia, até o próximo capítulo.
Abraços da Lorem Lunar



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