Let Me Be With You escrita por Kalu Makie-chan


Capítulo 4
Noite longa




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Foi a melhor noite da minha vida, sem sombra de dúvidas. Naquela cama, senti e provei sensações que nunca havia experimentado com qualquer outro homem. Sensações inimagináveis, e indescritíveis também! Ao contrário dos outros, Miroku me fez sentir uma mulher única, uma mulher inesquecível. Seus toques, seus beijos, seus carinhos, tudo que ele fazia era diferente dos demais que eu já tive. Seu corpo colado ao meu me trazia, ao mesmo tempo, uma sensação de volúpia e de  proteção. Eu me senti confortável, plena.

Tudo aquilo me fez entender o porquê de meu vizinho ser tão requisitado pelas mulheres: ele as entendia sexualmente. E muito bem, por sinal.

No fim, ficamos deitados, calados, por alguns minutos. Ele brincou um pouco com as minha mechas de cabelo, para mim ele parecia satisfeito. Eu estava encantada, quase que como uma garotinha.

Realmente a propaganda não era nada enganosa. Como homens assim não valem absolutamente nada, eu já sabia que deveria vestir-me e sair dali, antes que ele me expulsasse de modo educado. E antes que minha mente começasse a imaginar coisas demais. Miroku se levantou, foi em direção a cozinha. A preguiça tomou conta de mim, tive vontade de apenas ficar observando-o caminhar serenamente até o dito cômodo e esperar o que ele traria da cozinha para nós. Mas aquela era a minha deixa para me arrumar e sair, antes que eu promovesse uma sabotagem a mim mesma. Enquanto eu pegava cada peça de roupa minha que havia ficado pelo chão, as imagens do nosso jantar - e da nossa transa - vinham em flashes na minha mente. Miroku voltou com um copo de suco, bem gelado, na mão. "Acho que você precisa se refrescar, Sango-chan.", disse, brincando.

Era impossível eu não me apaixonar por ele!

"Você é muito gentil, mas... eu tenho um compromisso daqui a pouco, tenho muito trabalho a fazer ainda", comentei, dispensando o suco. Sentia-me recomposta - parcialmente, para ser sincera -  e comecei a vestir minhas roupas.  Nesse instante, decidi que era hora de voltar à realidade. Não éramos namorados. Não tínhamos qualquer tipo de vínculo emocional, nem éramos sequer amigos. Só havíamos ficado e ponto final. Era isso que eu precisava pôr, a todo custo, na minha cabeça... antes que me iludisse e sofresse por um amor que não valia a pena.

Por um instante, ele me pareceu desapontado, ao me contemplar ali, me vestindo. “Você não quer ficar um pouco mais? Nós podemos...”, antes que ele terminasse a frase, eu o interrompi. “Não, não quero!”, falei um pouco ríspida. Miroku me olhou um pouco surpreso. Engoli a seco, e tentando disfarçar, falei com voz mais suave. “O jantar foi maravilhoso. Mas eu tenho um compromisso, tenho muito trabalho a fazer.” Caminhei sozinha até a porta. Ele pos o suco de lado, na cabeceira, e foi nessa hora que ele baixou a cabeça. Por fim, me deu um “Volte sempre que quiser” um pouco seco... e ao mesmo tempo, melancólico. Cumprimentou-me dando um singelo beijo na bochecha. Muito educado, ele abriu a porta para que eu pudesse sair, agradeci mais uma vez pela noite e tão pouco entrei em meu apartamento, ouvi o barulho da porta se fechar, lentamente.

"Como assim... volte sempre?!", pensei, no instante em que abria a porta do meu apartamento. "Espero que não tenha sido uma piadinha! Ou então, pode estar achando que eu vou... que eu vou... grrrr!", resmunguei, ao pensar na possibilidade de ele ter falado aquilo por achar que eu cederia facilmente para ele, numa próxima vez. Tomei uma ducha com água bem quente, eu só conseguia pensar nas suas palavras -  e esqueci completamente de analisar o tom de sua voz. Fiz uma promessa a mim mesma que, daquela noite, nada teria importância. Foi apenas uma noite repleta de diversão, e só. Eu não iria ceder novamente nem meu corpo, nem meu coração.

Sentei em frente ao computador, e resolvi virar a noite trabalhando. Todo aquele episódio tinha me deixado “ligada”. Nada mais útil do que fazer algo realmente importante, assim eu manteria minha mente ocupada. Assim as horas se passaram, muito rapidamente. Um pouco antes das 6h, resolvi tirar um cochilo para que pudesse comparecer no trabalho decentemente.

Porém, o dia seguinte me guardara uma surpresa - nem um pouco agradável. Enquanto me arrumava para ir para o trabalho, ouvi passos no corredor. Vi pelo olho mágico da minha porta uma menina, devia ter uns 17 anos no máximo, muito branca e baixa. Mas com um corpo do tipo mignon, aquele que todo homem baba. Uma autentica lolita. Ela tocava a sua campainha, mais ou menos de dois em dois minutos. Eu já estava atrasada, então resolvi espiar para ver se ele atenderia a porta - e se a convidaria para entrar.

Não demorou muito para ele cumprir exatamente o que eu esperava. Logo o vi abrir a porta, sorridente.

Pronto. Era tudo o que eu precisava ver para esquecê-lo de uma vez... mas não àquela hora da manhã! Que tipo de homem ele era, por Kami-sama! Senti muita raiva. Dele, da lolita, e de mim. "Desgraçado, filho de uma...!!!", murmurei, quase socando a minha porta. Amaldiçoei a ele e a mim mesma por me deixar seduzir por um autêntico garanhão. E daquele de pior classe!

Eu não agüentei e desabei em lágrimas. Era cedo demais para se prender a alguém, eu sabia desde o começo que ele não valia nada, mas... havia algo diferente naquela noite! O nosso jantar... a nossa noite tinha sido especial, ao menos para mim. Eu me senti derrotada, usada. Mais uma vez eu tinha sido iludida por um homem de sorriso e charme barato. Eu tinha prometido a mim mesma que não iria mais me iludir, mas porque então doía tanto? Essa sensação... de traição, que nunca deveria ter sequer surgido na minha cabeça! Respirei fundo. Não seria a primeira vez que um homem teria ferido meus sentimentos. O que eu precisava era o ocupar a cabeça - e quem sabe, ocupar meus devaneios com outro homem...


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