Let Me Be With You escrita por Kalu Makie-chan


Capítulo 5
Acerto de contas




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Resolvi esperar alguma movimentação, alguma atitude de Miroku. Não consegui deixar de pensar o quanto ele era um... um... Um verdadeiro IDIOTA! Mas, a grande idiota, na verdade, era eu, que tinha sido enganada mais uma vez. Olhei para o relógio. Já estava esperando por três horas.

“Vai ser agora ou nunca!”, prometi a mim mesma. Após ver a lolita sair, bati na porta do apartamento de Miroku. Ele não abriu. Insisti, com raiva, e só parei quando finalmente ouvi passos. Ele então surgiu com um avental, todo sujo de molho. "Estou preparando um jantar, Sango-chan...", disse, estranhamente, sem-graça. Mordi meus lábios, um misto de vergonha e de raiva. Por mais que a raiva que eu estivesse sentindo daquele canalha fosse grande, eu também me senti envergonhada. Então, desculpei-me. "Eu...Volto outra hora, então.", falei, depois de respirar fundo e dando-lhe as costas.

Ele então pegou no meu braço, com um misto de robustez e gentileza. "Não quer jantar comigo? É um jantar simples, mas bem feito...", disse, com seu clássico sorriso safado. Não havia como eu resistir. Não demorou muito para que, juntos, dividíssemos a mesa da copa, se deliciando com o jantar, juntamente com um bom sakê.  A cena da nossa noite se repetiu toda na minha cabeça, porém, dessa vez, eu estava segura de mim. Não deixaria o mesmo erro acontecer. Ao fim do jantar, entre várias conversas bobas – e outras nem tanto - eu não consegui me conter e brindei: "A nós dois!". Foi um misto de não-consciência dos atos, devido a bebida, quanto a um ato de provocação. Encarei-o, desafiadora. Ele riu, e inocentemente, me deu um beijo na bochecha.

Estava tudo tão bom... Miroku era carinhoso, amável. Tinha várias outras qualidades, nós tínhamos vários gostos em comum. Mas, porque era tão mulherengo? A bebida não me deixou aflita apenas nos pensamentos.

"Por que você tem tantas mulheres?", perguntei a ele. Ele, que me acariciava e me beijava, tão concentrado, chegou a se afastar. Ele não esperava pela pergunta, com certeza brutal, e engoliu seco. Um silêncio ficou entre nós, por alguns segundos. "Bom... eu acho que cada uma delas me completa de um jeito!", respondeu, de forma sacana. Eu me senti mal, e o encarei séria. Não poderia parar ali. "Você acha que eu e você poderíamos ter uma relação monogâmica?", insisti.

Ele respirou fundo, e pela primeira vez, parecia estar sério. "Sango, gosto de você, mas não de ser pressionado. Por que a gente não continua com a paquera e deixa a situação rolar?", propôs, estendendo suas mãos. Balancei a cabeça, negativamente. Juntei minhas coisas, e percebi que ele me encarava. Nem sério, nem com raiva, nem com deboche. Apenas me olhava. "Não, Miroku. Eu quero alguém só pra mim. Achei que fosse você, mas definitivamente não é!", argumentei, indo em direção à porta.

Só encontrei com Miroku na reunião de condomínio, no dia seguinte. Enquanto a síndica promovia uma votação sobre algum novo brinquedo para o playground, eu não tirava os olhos dele. E ele de mim. Em silêncio, conversávamos, como que por telepatia. Só notei que estava totalmente ausente quando alguém me cutucou. "Sango-chan, você vota contra ou a favor?" Nem sabia do que se tratava. Afirmei que sim, completamente distraída, até que a síndica falou: "Então, por 35 votos contra um, não aumentaremos as taxas de condomínio!". Todos me odiariam dali por diante. Por Kami-sama, eu tinha votado a favor do aumento daquela taxa! Eu não sabia onde enfiar a cara, e quando notei o rosto do Miroku, vi um risinho cúmplice. E, ao mesmo tempo, debochado. Levantei e saí apressada. Ele me abordou no hall, onde eu esperava o elevador. "Você está bem?", quis saber.

“Não! É claro que não! Acabo de ganhar o ódio do condomínio inteiro, e isso é culpa sua!”, resmunguei, enquanto apertei freneticamente os botões do elevador. Ele riu. “Minha culpa? O que eu fiz?”, retrucou, rindo um pouco mais. “Você ficou me encarando... não venha dizer que não, seu... seu...!”, rebati, cerrando os punhos. Virei de costas pra Miroku, estava revoltada com toda aquela situação, queria ir pro meu apartamento e ir pro meu trabalho. Inesperadamente, ele me agarrou de costas para ele, e, retirando uma mecha de cabelo de perto da minha orelha, sussurrou “O que queria que eu fizesse? Tudo que é belo deve ser contemplado...”.

Nesse momento, o elevador chegou. Eu afastei as mãos deles do meu corpo, e entrei no elevador, segura de mim. Mas antes de partir, puxei-o pela gola da blusa. E o beijei, com paixão.

Ao largá-lo, dei um simples “tchauzinho”, acenando com uma das mãos, e com o mesmo olhar de cúmplice e de deboche, que ele havia expressado alguns momentos antes. Percebi que ele havia gostado da minha atitude, pois ficou com uma cara de bobo, como criança!

Entretanto, no dia-a-dia, as coisas iam se tornando cada vez mais difíceis entre Miroku e eu. Apaixonada, acabei deixando levar toda aquela situação – e sempre que eu podia, juntava forças e recusava um convite dele para um jantar, ou cinema, ou praia...

De fato, a freqüência de mulheres na casa dele diminuíram muito- mas toda vez que eu recusava algum convite, aparecia uma para, com certeza, preencher o vazio. Eu estava me apaixonando por um homem que não estava se apaixonando por mim. Sentia a necessidade física de estar ao lado dele o tempo todo. Quando dormia, pensava naquele corpo colado ao meu, nos lábios me beijando, na respiração pesada em meu ouvido. Quando eu sonhava, eu sonhava com nossas conversas, agradáveis, com as brincadeiras que ele fazia, com as fotos inesperadas que ele tirava com sua câmera.

Antes que eu definitivamente enlouquecesse com aquele amor não correspondido, tomei uma decisão. Bati no apartamento dele. Ele atendeu, rapidamente, e abriu um largo sorriso quando me viu. “Sango-chan, há quanto...”

Cortei-o no meio da frase, levando um dos meus dedos a sua boca. Eu estava séria. Olhei bem fundo nos olhos dele. "Gostaria de falar com você", retruquei, decidida. Ele me ofereceu para entrar, mas recusei. O que eu tinha para falar seria bem rápido.

“Não me procure mais. Estou terminando com você, Miroku.”, sentenciei, ao vê-lo pálido.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, esse capítulo demorou um pouco mais... porém, ai está ele! Espero que gostem, e a aguardem pelo próximo capítulo, o capítulo final.

Ja nee!



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