Let Me Be With You escrita por Kalu Makie-chan


Capítulo 2
O elevador, a reunião e o sal




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Acordei naquele domingo um pouco ansiosa. Levantei num salto, e corri para o olho mágico para ver se flagrava meu novo vizinho -  ou se aparecia uma outra mulher tocando sua campainha... Fiquei contemplando por alguns minutos. E nada. Me afastei da porta, achando que era bobagem. Resolvi olhar apenas mais uma vez, por alguns minutinhos. Porém, o silêncio imperava. Certa de que nada aconteceria, resolvi passear com uma velha amiga.

Mas Miroku não saía dos meus pensamentos. Fiquei divagando por alguns minutos, até que Kagome - a amiga em questão, interrompeu minha introspecção.

"Você está bem, Sango? Parece um pouco avoada.", confesssou-me Kagome, como sempre muito sincera.  Contei sobre a minha situação atual, onde meu novo e lindo vizinho tinha mexido com a minha rotina. "Um colírio morando no apartamento em frente ao seu? Solteiro e não é gay? Amiga, o que você está esperando?", perguntou Kagome, muito empolgada. Assenti com a cabeça, um pouco encabulada, e contei como ele era nos mínimos detalhes - quer dizer, até onde eu consegui observar. Mas omiti as visitas femininas. "Sango, você PRECISA pedir açúcar emprestado para ele, hoje mesmo!", brincou, enquanto andávamos pelo shopping. Passado algum tempo, resolvemos voltar cada uma para seu lar. Quando eu estava prestes a pegar minha condução para voltar, ela gritou "Não esquece da técnica do açúcar! Nunca falha!". Eu quis enfiar a minha cabeça na porta do metrô, mas infelizmente (ou não), este encontrava-se cheio demais para tal.

Cheguei no meu prédio, deviam ser quase dez da noite. Percebi que as luzes da casa de Miroku estavam apagadas. "Domingo, quase dez horas... Deve estar com alguma mulher!", raciocinei, com um pouco de ciúmes. Entrei no elevador. De repente, ouvi um "Segura o elevador, por favor!". Aquela voz grave não poderia vir de outra pessoa. Era ele, quando o vi na porta do elevador sorri, amarelo. "Oi", disse meu vizinho assim que entrou. Apertei nosso andar e ele notou quem eu era. "Você é do 601, não é?", perguntou, fitando-me da cabeça aos pés.

Eu me senti envergonhda, poderosa e com um pouco de asco e desejo. Respirei fundo, ajeitei meu cabelo para trás das orelhas. "Sou. Meu nome é Onigoroshi Sango. Muito prazer", respondi, um pouco seca. Ele cumprimentou-me com a cabeça. "Acho que já nos apresentamos, mas... Eu me chamo Houshi Miroku, e estou a seu dispor.", falou, com um sorriso malicioso. Tremi, como uma adolescente. "Acabei de me mudar, ontem mesmo. Espero não ter incomodado com tanto barulho", brincou, exibindo o seu sorriso safado, aquele tipo de sorriso de canto de boca que só os homens mais galinhas podem ter.

O sexto andar parecia não chegar nunca. A simples presença dele me deixava tensa. Ele em silêncio. Notei seus olhos conferindo meu colo, minha cintura e por vezes, o meu bumbum. Finalmente, o elevador parou. "Por favor, primeiro as damas!", brincou ele, segurando a porta. Agradeci e fui em direção ao meu apartamento. "Espero que sejamos bons vizinhos!", disse, dando uma piscadela.

Entrei com o coração na mão. "Calma, Sango, voce está ansiosa demais... é apenas a excitação do vizinho novo.", pensei. Tomei uma ducha, para refrescar o corpo e a mente também. Mas minha curiosidade me consumia. Esperei alguns minutos, antes de conferir o olho mágico.  Qual não foi a minha surpresa. "Mas... que homem é esse?!", perguntava-me, suando em bicas. Naquela noite, pelo menos enquanto eu o espiei, nenhuma mulher tocou sua campainha. Só mesmo aquele outro homem.

Na reunião de condomínio, ele se sentou duas fileiras atrás de mim. Enquanto votávamos e discutíamos melhoras para o condomínio, eu o olhei, disfarçadamente. Usava um terno bem cortado. Notei que ele também olhava — para mim e para as outras mulheres. "Como pode ser tão safado?! E ainda ter casos com homens... ora que...", mordi o lábio inferior, com raiva.

Foi então que a perua divorciada, pelancuda e acabada do terceiro andar foi conversar com ele no fim da reunião. "Ela está dando em cima dele!", pensei, revoltada. Tive vontade de tacar a mesa onde estava sendo servido o coffe break na cabeça dela, mas me contive. Ele, por sua vez, retribuía o papo com sorrisinhos e palavras agradáveis. "Que galanteador mais barato... Hm, ainda bem que eu não quero mais nada com ele.", declarei a mim mesma. Voltei para casa bufando, cerrando os punhos. Não demorou mais do que trinta minutos e ouvi minha campainha tocar. Eu já tinha tirado a roupa, improvisei algo ao vestir apenas um blusão - que eu costumo usar como pijama. "Desculpe incomodar, mas você tem um pouco de sal para me arrumar?".

ERA ELE! O sem-vergonha veio até mim. Eu poderia - e deveria - dar-lhe o sal ali na porta...

...Mas o convidei para entrar.


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