Um menino no espaço - 2ª parte escrita por Celso Innocente


Capítulo 4
O disco voador.




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Todos os dias, reservava alguns minutos para falar com meu amigo, senhor Frene; geralmente, quando ia me deitar. Enquanto as demais crianças faziam suas preces a Deus, eu me sentava na cama e passava pelo menos uns dez minutos, naquela monótona conversa, com aquele amigo distante. Monótona sim, mas sabia que ele estava me ouvindo.

O horário girava sempre entre nove e meia e dez horas. Até este horário, geralmente visitava meu amigo, senhor Luciano, esposa Sara e filho ainda bebê, que nascera quando eu estava em Suster e por isto, em minha homenagem, recebera o nome Regis Gabriel; depois, ficava na rua brincando com meus irmãos e dezenas de outros amiguinhos da vizinhança. Assim que terminava a novela, mamãe nos chamada para dormir. Já tínhamos tomado banho, mas geralmente voltávamos dessas brincadeiras, todos suados, então mamãe nos obrigava a ir de volta ao chuveiro, de dois em dois, para, pelo menos uma ducha. Não fosse ela obrigar, iríamos para a cama daquele jeito mesmo e aí, quem consegue dormir? Eu, geralmente tomava esse segundo banho, acompanhado por Paulinho de seis anos, que também passou a dormir comigo. Até meu retorno, ele dormia em um berço, no quarto de meus pais. Geralmente esperava ele dormir, depois me sentava na cama e em voz alta, com mamãe, papai e os demais irmãos, cada qual em suas camas, mas geralmente me ouvindo; eu dizia:

— Boa noite senhor Frene. Sei que o senhor me protegeu durante todo o dia de hoje. Obrigado! É engraçado, mas quando eu estava aí, sentia muita saudade da Terra, agora que estou aqui, sinto saudades de Suster, do senhor e de todos os outros. Só que não quero voltar aí. Desculpe-me dizer assim, mas é que se eu for pra’í, não terei mais meu pessoal da Terra e estando aqui, o senhor pode me ver e me amparar. Obrigado por isso. Eu amo muito o senhor e todos daí. Dê lembranças ao Tony, ao Rud, a Leandra, ao Luecy. Espero que o senhor não tenha reprogramado ele, pra que se esqueça de mim. Dê lembranças pra todos os que conheci e mesmo os demais, que também gostem de mim. Agora vou dormir. Vou rezar primeiro, depois irei dormir. Sei que o senhor estará olhando por mim. Não me esqueça nunca, pois eu juro que jamais irei me esquecer do senhor. Boa noite e um beijo.

Quando começara a rezar a Deus, percebi que papai entrara no quarto e sentara a meu lado. Interrompi a oração e perguntei:

— O que foi papai?

— Filho: acho que já está na hora, de você deixar de conversar com seu amigo do outro planeta.

— Por quê?

— Será bem melhor, se você começar a esquecer o que se passou.

— Papai: — Insinuei triste. — Mesmo que eu quisesse, nunca conseguiria esquecer o que se passou.

— Você sente falta de lá?

— Nããão! — Neguei. — Sinto saudades da amizade criada lá! Mas só sinto falta daqui!

— Tem certeza?

— Não quero voltar pra lá! Mas nunca irei esquecer…

Papai se levantou, me deu um beijo no rosto, disse tchau e um pouco desnorteado, voltou a seu quarto.

Fiz uma oração de cinco segundos para Deus, deitei-me e em menos de dois minutos, estava dormindo.

E assim, devagar os dias passaram.

©©©

Fazia agora, cinco meses que eu retornara à Terra. Estávamos em vinte e seis de agosto, quarta-feira. Antes de seguir para a escola, perguntei à mamãe:

— Mamãe, o que aconteceria se o senhor Frene, resolvesse me buscar novamente na Terra?

— Nem pensar! — Se desesperou ela. — Você não pediu isso a ele! Pediu?

— Claro que não, mamãe! Só estou insinuando. Não quero sair da Terra, nunca mais!

— Acho bom você parar de falar com esse homem imaginário!

— Infelizmente ele não é imaginário, mamãe! Ele é muito real! E muito poderoso!

— É melhor você parar de falar com ele, Regis. Pro seu bem!

— Por que mamãe? Por que meus irmãos estão falando que fiquei biruta, depois que voltei!

— Não é nada disso! Eles não entendem! Sou eu e seu pai, que queremos.

— Não posso! Prometi a ele, que jamais o esqueceria!

— Mas, pro seu bem e nosso também, é melhor você esquecê-lo.

— Não se preocupe mamãe! Já vou pra escola!

Dei-lhe um beijo, rindo, disse-lhe tchau. Ela ainda completou:

— Se você não esquecê-lo, pode ser perigoso; quando crescer, por um simples desentendimento conosco ou com alguma namoradinha, acabe querendo voltar pra lá.

— Não se preocupe mamãe! Eu não voltarei pra lá! E depois, o senhor Frene, me quer criança. Quando eu crescer, ele não vai me querer mais!

Saí ao encontro de Beth e em seguida para a escola.

Às dezessete horas, ao terminar mais um dia de aula, esperei por Beth, que não aparecera; aproximei-me de Luciano, que fôra meu colega de classe no ano anterior e agora estava na quarta série e perguntei-lhe:

— Luciano, por que a Beth ainda não saiu?

— Ela foi embora depois do recreio. — Disse-me ele. — Ela pediu pra ir embora, pois estava doente.

— O que houve com ela?

— Não sei! Acho que estava com febre.

— Tudo bem então. Tchau!

Sem minha companheira de sempre e mesmo sem meu amiguinho Erick, que, mesmo tendo passado meses, depois de se revelar muito pobre e desamparado pelos pais, andava me evitando, peguei meu caminho de volta ao lar.

Por estar sozinho, pensei em seguir pelo aeroporto, mas acabei me desviando, pela antiga estrada boiadeira, de terra batida, que fica atrás da casa Anjo da Guarda.

Foi exatamente naquela estrada deserta, onde ouvi um forte zunido conhecido e então, parado pelo temor, vi aquela mesma, antiga nave preta e dourada, que pousava diante de mim.

— Oh, oh... — Balbuciei espantado.

Acho que quis correr e não consegui. Acho então, que quis pensar e não consegui. Só consegui mesmo, ver a mesma porta se abrindo e o vulto do senhor Tony, aparecendo e me acenando para se aproximar. Enfeitiçado pelo encanto e brilho, daquela bonita nave, subi os degraus, que me levaram à entrada e ao encontro, daquele homem moreno, que aparentava uns vinte e cinco anos de idade, mas na realidade tinha uns cinco mil.

Assim que coloquei os pés dentro da nave, a porta se fechou e Tony me abraçou apertado.

— O que o senhor está fazendo aqui? — Perguntei assustado.

— Viemos buscá-lo novamente! — Respondeu ele.

Aquela resposta me assustou. Mais que assustou. Apavorou mesmo.

— Me buscar por quê?

— Morar novamente conosco, em Suster! Vejo que entende o que falo! Como pode?

Passei a mão direita sobre meu peito, acariciando o aparelhinho tradutor, que um dia ganhara deles e que nunca deixara de usar.

— Quem disse que eu quero ir? — Questionei-o.

— Ouça Regis: a gente sente muita falta de você e precisamos levá-lo de volta.

— Vocês precisam de mim lá pra que? Eu fiquei um ano lá e não fiz nada de importante!

— Nós precisamos de você. Para lhe dar amor e carinho.

— Amor e carinho, eu tenho aqui na Terra! Na casa de meus pais! Ou o senhor acha que meus pais me odeiam?

— Claro que não Regis! Sabemos o quanto seus pais o amam!

— Pois é! Eu quero ficar aqui! Jamais quero voltar pro seu mundo!

— Nós já estamos a milhões de quilômetros, distantes da Terra!

— É mentira! — Gritei, começando a chorar desesperado.

— Não é! Já estamos fora do sistema solar!

— Pois então, pode me levar de volta! — Gritei. — Agora! Já!

— Impossível! — Negou ele sério.

— Impossível uma ova! — Gritei. — Vocês me pegaram na Terra, sem eu pedir. Podem me devolver, agora!

— Nada feito!

— Nada feito, uma ova! Anda logo! Estou mandando!

— Sinto muito, mas são ordens do senhor Frene.

— O senhor Frene, não manda em mim!

— Ele te ama muito! Nós te amamos muito!

— Mas eu odeio a todos vocês! Entendeu? Eu sempre vou odiar a todos!

— Odeia nada, Regis!

— Odeio sim senhor! — Gritei chorando. — Odeio!... Odeio!... Odeio!

— Fique quieto garoto!

— Odeio vocês! — Gritei novamente. — Não gosto de seu planeta! Não gosto de vocês e quero voltar agora, pra minha casa!

— Dá pra não gritar comigo? Por favor!

— Eu grito mesmo! Ninguém é dono de mim!

— Você está mudado! Está muito mal educado! Sabia?

— Sou mal educado mesmo! Quero ficar com meus pais! Não quero ir pra um local estranho!

— Ouça aqui: nós viemos te buscar, com ordens do senhor Frene. Não estou a fim de ouvir essas malcriações. Mesmo porque sou mais velho do que você e alem do mais, já estou cansado!

— E o senhor acha que estou mal educado! O senhor ainda não viu nada!

— Você é quem sabe! Também sei retribuir à altura.

— Fique sabendo, que não gosto de ser malcriado. Só que não gosto que me maltratem também! E vocês estão me maltratando.

— Ninguém está te maltratando!

— Que homem burro! — Desanimei, fazendo micagem. — O senhor não entendeu ainda, que estão me raptando e eu não quero ir?

— Regis, nós o amamos! — Disse-me ele calmamente.

— Pois vá amar o diabo! — Gritei. — Eu odeio vocês!

Ele ficou nervoso e gritou:

— Ouça aqui moleque: não sou obrigado a ouvir suas malcriações! Vá já pro seu quarto! Logo!

Minhas lágrimas de desespero aumentaram.

— Não vou! O senhor não manda em mim!

— Se você não vai, vou eu!

E saiu apressado.

Esmurrei com toda minha força, a parede interna da nave, onde seria a porta, mas que não apresentava nenhuma ranhura que indicasse isso e que também, nem mesmo barulho fez; depois me dirigi a um canto qualquer daquele grande hall, sentei-me no chão e continuei chorando sozinho. Sabia que de nada adiantaria aquelas lágrimas, mas o medo de ficar longe de casa era muito. Sabia que a decisão do senhor Frene, em me levar de volta à Suster, era pensada e o senhor Tony, jamais voltaria da metade do caminho, sem que eu estivesse à bordo. Eu era uma criança de dez anos de idade, com a mesma aparência dos nove de antes e eles me queriam a todo custo, devido a um prêmio que ganharam, de serem eternos no Universo e o alto custo: não poderem gerar mais filhos, sendo com isto, a pessoa mais jovem, estar acima dos cinco mil anos de idade. Eu seria por lá, a única criança e por isto, eles me amavam, talvez obcecadamente, como se eu fosse o filho de cada um de seus mais de três bilhões de habitantes. Por outro lado, eu estando lá, também seria eterno e jovem. Ou seja: passaria centenas e milhares de anos e eu continuaria vivo e com um delicado corpo de criança, sem um pêlo sequer (a não ser na cabeça); sem uma ruga e com a simplicidade infantil. Tudo isto, seria um prêmio, mas eu não queria e ali no canto da nave, que cortava o espaço sideral a uma velocidade, que na realidade, nem mesmo Luecy, que era o robô metido a inteligente, de Suster, pudesse calcular. Ali, eu, desesperado, continuava chorando e dizendo sozinho:

— Quero voltar pra casa! Por favor, senhor Frene: me deixe com meus pais! Não quero ir a seu mundo! Não posso!

O tempo se passava lentamente e a cada segundo, me encontrava mais distante de casa. Sabia que por mais setenta dias, permaneceria enclausurado naquela estranha nave, sem ter o que fazer ou como voltar. As lágrimas continuaram por longo tempo; até que acabei adormecendo.

Uma hora depois, acordei, me levantei devagar e segui para o que da outra vez, teria sido meu quarto. Sua porta se abriu sozinha e eu entrei. Aquele aposento estava igualzinho antigamente: paredes douradas e enfeitadas por vários espelhos; duas camas azuladas, feita com material em acrílico e forrada por ricos tecidos de lã e seda. Ainda soluçando, deitei-me sobre uma das camas e sozinho, permaneci durante muito tempo, até conseguir dormir novamente.

Ao acordar, o outro susteriano, senhor Rud, moreno, com aparência de vinte e cinco anos, estava sentado a meu lado. A me ver abrir os olhos, me cumprimentou:

— Olá Regis! Como vai?

Nada respondi. Estava bravo e triste.

— Não reconhece mais um amigo? — Insistiu ele.

Continuei calado. Acho que estava doente.

— Por que está agindo assim, Regis?

— Por favor, senhor Rud, me leve de volta pra minha casa.

— Me entenda garoto. Eu não posso!

— Que horas são agora?

— Na Terra?

— É!

— Na sua cidade, são mais ou menos, três e meia da manhã.

— Já? — Me espantei.

— É! Pra você parece apenas alguns minutos! É normal.

— Meus pais devem estar loucos a minha procura.

— Eles sabem que você está conosco.

— Como assim? — Me admirei. — Vocês o avisaram?

— Da outra vez em que lhe buscamos na Terra, nossa nave estava invisível aos demais. Porém, desta vez não! Todos nos viram: pousar e subir.

— Por quê?

— Pra que seus pais pudessem saber, que você se encontra conosco.

— Minha mãe está desesperada! Vocês não sabem que ela me ama muito?

— Sabemos, Regis! Mas nós precisamos de você!

— Eu não preciso de vocês! Antes eu os amava, agora eu os odeio!

— Não fale assim menino! Isso não é verdade!

— É sim senhor! Quem conhece meu coração sou eu!

— A gente conhece seu coração!

— Ainda hoje na escola, a gente leu uma mensagem da criança que diz: Não sou simples ornamento de seu carinho...

— E o que tem isso?...

— Não sou um brinquedo, que me usam, depois me deixam de lado! Sou humano! Tenho coração e sentimentos!

— Você ainda não comeu nada!

— E nem vou comer! Não quero! Só quero morrer de fome, pra não pertencer a vocês! Não sou objeto, pra ninguém mandar em mim!

— Regis, ninguém manda em você! Nós o amamos! Só isso!

— Quem me ama, não me faz sofrer! Por que o senhor não me deixa sozinho?

— Pra que?

— Pra que eu possa chorar sozinho!

— Realmente vou te deixar sozinho. Pra que você se acalme. Depois a gente conversa mais. Tá bom?

— Não quero conversar com ninguém! Sou um prisioneiro e não preciso gostar de quem me maltrata.

— Você não é prisioneiro, garoto!

— Me deixa em paz! Por favor!

O senhor Rud, sabendo que de nada adiantaria ficar ali comigo, resolveu sair sem olhar para trás e dar mais um tempo, para que eu aceitasse a idéia de ser um filho deles. Eu, protegido por seu planeta, jamais fôra um menino mau; mas agora, não aceitava mesmo, o que eles estavam fazendo comigo. Jamais aceitaria a ideia, de passar milhares de anos, sem ver meus familiares, meus amiguinhos e colegas de escola.

Triste, de certa forma, revoltado e acho que mesmo adoentado, sem poder fazer nada, voltei a dormir.

©©©

Dormi por mais algumas horas e tive pesadelos, a respeito de meus sequestradores. No sonho, me encontrava totalmente amarrado, preso a uma grande cama; os senhores Tony, Rud e Frene, juntos, me surravam com uma cinta cada um. Enquanto isto, Tony gritava:

— Seu cachorro! Você jamais voltará à Terra! Experimente roubar nossas naves, como fez da outra vez, que eu te persigo e te destruo no espaço, depois como sua carne assada no jantar! Entendeu?

De repente, variando entre gemidos, acordei, tornando a ver Tony, que me disse:

— Calma, Regis: Você está com pesadelos.

Olhei-o assustado e nada disse.

— O que houve com você? — Perguntou-me ele.

— Não me bata, por favor! — Pedi assustado.

— Ninguém vai te bater, bobinho!

Eu não sentia fome, porém, estava com o corpo todo suado e com muita sede.

— Senhor Tony: O senhor pode me dar água!

— Claro! — Exclamou ele, se levantando. — Já vou buscar!

Saiu pela porta, que se abriu depois se fechou atrás de si. Fiquei calado, pensando vazio e nem me mexi.

Não se passou mais do que um minuto e ele voltou, com um copázio de água. Sentei-me na cama e bebi tudo.

— Você está com fome? — Perguntou-me ele.

Acenei que não.

— Já faz mais de quinze horas que você está aqui e ainda não comeu nada.

— Não tenho fome! — Neguei.

Em início de viagem espacial, seria natural qualquer viajante sentir fome, depois, o organismo se habitua e passa a se alimentar realmente muito pouco, em torno de uma vez por semana e assim mesmo, o equivalente a um copo de leite.

Meu caso era diferente: trauma não deixa ter fome.

Fui me deitar e ele, resolveu intervir:

— Levante-se garoto! Chega de ficar só deitado!

— Quero voltar pra casa! — Insinuei ainda sentado.

Ele me abraçou. Quando meu rosto tocou seu corpo, ele me disse:

— Nossa como você está quente! Você está doente?

— Não sei! Acho que sim!

— Deite-se. — Disse-me ele, me deixando. — Vou providenciar algo, pra você sarar.

— Senhor Tony: eu vou morrer?

— Que isso menino? — Se espantou ele. — Você vai ficar bom, e logo! Fique aqui que eu já volto.

Saiu e em dois minutos, voltou mesmo. Consigo trouxe um copo, cheio de um líquido amarelo, como suco de laranja. Eu, que havia me deitado, tornei a sentar na cama, tomei aquele líquido, sem fazer perguntas e voltei a me deitar. Tony continuou ali, sentado ao pé da cama, me observando em silêncio.

Não consegui mais dormir. Também quase não conversei. Não chorei e muito menos, sorri. Tony falava sempre, tentando me conquistar para seu mundo. A cada cinco minutos, punha a mão em meu rosto e dizia:

— A febre já está mais baixa. Daqui a pouco você estará bom.

Após ficar por mais de uma hora me pajeando, resolveu sair, dizendo:

— Preciso ir à cabine, auxiliar Rud.

— Que horas são? — Perguntei-lhe.

— Na sua cidade, são umas nove horas da manhã!

— Vou ter que faltar a aula hoje?

— Não se preocupe com a escola, Regis. Descanse.

Quando a porta já estava aberta e ele já se retirava, ainda me disse:

— Quando você quiser, vá até a cabine pra gente conversar. Eu deixo você controlar a nave.

— Não quero! — Neguei.

— Quando tiver fome, você pode pegar qualquer alimento no armário e na geladeira. Você já sabe onde fica. Não sabe?

Acenei que sim e ele saiu.

Continuei na cama, pensando em vingança. Torcia para a nave pegar fogo e queimar Tony e Rud. Mas logo percebi que eu também estava nela. A princípio não me importei. Seria melhor morrer, do que nunca mais rever a Terra; depois já não queria mais, pois morrer queimado, com certeza deve doer muito. Pensei em: eu mesmo pegar alguma coisa e matar os dois, depois mudei de idéia. Se eu os matasse, teria que pilotar a nave, aí tornaria a me perder no espaço e talvez, acabasse no planeta dos gigantes e da garota Mira, onde a aranha gigante, quase me devorou e os gigantes, me deixavam pelado, para me estudar. Ou, mesmo que não me perdesse e chegasse à Suster, certamente o senhor Frene me bateria e me amarraria naquela cama quente. Alem do mais: como eu mataria Tony e Rud, se eles são imortais e também, me amam como a um filho?

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