Depois do fim escrita por AC


Capítulo 4
S5E04 – Doomsday




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– Bugout.

– Bug out!

– BUG-OUT!

– BUG Out!

– Que conversa é essa, meninas? Maura tá te ensinando um novo idioma, Jane? - Angela perguntou com as sacolas do supermercado quando começou a ouvir o "bugout" antes mesmo de ultrapassar o portão - Meu Deus, quem comprou isso!? - Angela parecia assustada com o tamanho do objeto na porta de entrada da casa.

– Uau, maneiro! - Frankie vinha logo atrás de sua mãe e já ficará encantado com a motocicleta, despejou as compras no chão e foi admirá-la de perto, olhando cada detalhe, como se fosse uma novo objeto inventado e que ele acabará de descobrir.

– Foi a Maura, Ma. Ela comprou pra mim, quer dizer, pra gente - apontou pra barriga que ainda não dava sinais de que carregava uma pessoa ali - é pra ela me levar pro trabalho, pro hospital, enfim... - Jane já havia percebido que o zelo com ela por parte de sua mãe agora na gravidez iria duplicar e até triplicar, mas não esperava tanto carinho vindo de Maura. Claro que ela sabia que a amiga estaria com ela em todas as situações como ela nunca deixou de estar, mas comprar uma moto era mesmo necessário? Ela se perguntava, mas ainda assim gostava. - Frankie me dá uma mão aqui?

– Maura, essa é uma Triumph Bonneville T100 ano 2008? - Frankie ignorou totalmente sua irmã enquanto se concentrava em Maura à espera da confirmação de sua pergunta ele tinha quase certeza que era o modelo que imaginava porque sempre foi encantado por motos desse estilo.

– Isso mesmo, Frankie. Está em ótimas condições e a encontrei por um preço muito justo, será fantástico andar pelas ruas com ela e Jane! - Maura realmente estava empolgada e Jane não pôde deixar de rir se imaginando naquela situação. Grávida, gorda, inchada e sendo levada pelas ruas de Boston com Maura feliz como se estivessem num passeio de bicicleta pelo bosque.

A detetive voltou para si deixando pra trás a cena que imaginava e ainda sentada no sidecar via os três adultos que agora mais pareciam crianças em época de Natal com o novo brinquedo trazido pelo Papai Noel, olhou para a frente se dando por vencida de tentar mudar a conversa e descarregou seu olhar para um canto qualquer buscando outro assunto para se concentrar que não fosse a moto e percebeu as compras que sua mãe e seu irmão haviam trazido e simplesmente esquecido no chão após ver a nova aquisição de Maura. 'Deixa eu resolver isso' pensou e se levando para buscá-las dando de ombros para o pequeno Moto Club que acabará de se formar ali.

– Jane, não faça isso, eu faço! - A médica gritou fazendo Jane parar estática como uma estátua no meio do movimento.

– MAURA! - ela se virou rapidamente esbravejando com Maura quando deu de cara com o olhar de reprovação da médica que estava logo atrás dela. Aquele olhar.. Jane não gostava de ver aquele olhar em Maura, tentou contornar a situação - Poxa, tô grávida, mas não tô morta! E nem doente! - choramingou mais um pouco - E você como médica deveria saber disso. - e logo se arrependeu dessa última frase "Fica quieta, Rizzoli!" - se condenou.

– Eu sei disso e como médica vejo que você está em perfeitas condições de saúde, mas como médica também sei que os 3 primeiros meses são os mais delicados para uma gestação, portanto, nós cuidamos disso e você vai descansar.

– Podem ir descansar meninas. - Angela entrou na conversa - Uma explosão por hoje já está de bom tamanho não é mocinha? - deu tapinhas nos ombros de Rizzoli lhe encarando - E agora você precisa descansar por dois - tomou as sacolas de suas mãos e gesticulou com a cabeça mandando-a entrar na casa.

– Really? - jane dizia com os ombros caídos para frente em total indignação.

– E querida, não sei se Jane agradeceu, mas obrigada pelo presente, será muito útil com toda certeza. - Angela agradeceu Maura antes de sumir para dentro da casa carregando as sacolas.

– Fantástico, agora eu sou mal educada... - a detetive levantou a mão antes de guardá-la no bolso da calça gesticulando com a cabeça em descrença - Ah, quer saber!? Eu vou pra casa é disso que preciso, descansar longe da minha mãe, Maura! Até mais.

– Jane... - Maura lhe segurou pelo braço - não... não precisa disso, dorme aqui! Sua mãe faz isso porque te ama.

– Ama até demais! - esnobou.

– Jane.. não fala isso, por favor, fica. - Maura pediu em tom sincero tocando nos braços da Jane na esperança de fazê-la ceder ao pedido.

– Mas...mas... eu posso?

Ela riu - E por que você ainda pergunta? Não vejo motivos para essa indagação, Jane.

A detetive extremamente sem graça, disse: - Desculpas, não queria parecer grossa, nem mal educada como minha mãe acha que eu sou ou qualquer coisa do tipo, pelo contrário, só não quero abusar ou parecer folgada, entende!? Minha mãe já mora aqui e aí tem Frankie, Tommy, TJ, Lydia... todos estão sempre aqui, minha família invadiu a sua casa e eu não quero abusar ainda mais, me sinto sem graça em pedir para ficar aqui com todo mundo sempre usando e abusando de você e da sua casa, me desculpa mesmo. - ela disse sincera retribuindo o mesmo carinho que recebia em seu braços em Maura.

– Oh.. Jane e você nunca parou para pensar que eu gosto disso tudo? Dessa família, desse barulho, dessas companhias e desse "abuso"?

Sorriram juntas.

Jane abaixou a cabeça num riso tímido, Maura realmente gostava de ver aquele sorriso nela talvez porque era raro ou talvez porque através daquele sorriso Jane deixava se mostrar sem perceber o quão doce ela podia ser - Minha família já te adotou. - ela disse afinal.

– E eu os adotei também. - e novamente a troca de sorrisos estava lá.

– Jane? Maura? - a mãe dos Rizzoli aparecia pela janela da casa parecendo impaciente - Entrem, não quero meu neto pegando resfriado.

Maura rindo em consenso com o pedido se virou para Jane que já estava com uma cara descrente.

– Eu ouvi isso?

– Jane fique despreocupada é impossível fetos pegarem resfriados sua mãe estava usando uma figura de linguagem para persuadi-la e te convencer a entrar rapidamente para o interior da casa.

Jane riu - Não, Maura eu não estava perguntando se isso era possível estava perguntando a respeito do absurdo desse excesso todo de cuidado!

Maura olhou para o lado pensando um pouco sobre o que Jane acabará de falar e entendeu a ironia que Jane usara e fez uma nota mental para si: "não cair nas ironias de Jane da próxima vez."

– Por Deus eu já não posso beber, agora também não posso mais carregar peso e pegar um sereninho?! - fez cara feia - É tipo a morte pra ela! - jane riu finalmente imaginando sua mãe quando a criança nascesse, mas confessou: - Tô me sentindo com os meus 5 anos de idade novamente, Maura - Olhou para a médica como se ela pudesse salvá-la da situação - eu sou uma policial, uma detetive... não sou mais aquela criança que chora, ou melhor - parecia se lembrar da infância agora - nem quando eu era criança eu chorava! E outra... minha mãe realmente precisa se acostumar que com ou sem filho eu vou continuar na polícia! Porque.. porque isso é a minha vida, Maur. Eu amo o que faço e ...

Ambas começaram a caminhar em direção ao interior da casa por iniciativa de Maura que ia ouvindo as lamúrias de Jane sorrindo.


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Notas finais do capítulo

So tenho uma coisa para falar para vocês: Bug out! Hahaha