O Assassino de Valesco escrita por Felipe Araújo


Capítulo 7
#6 - Vilarejo




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Depois que encontrei as garotas e fiquei sabendo que os desgraçados levaram a Elisa, fiquei fora de cogitação. Não sei o que estava sentindo no momento, acho que já tinha visto muita coisa que me deixava com coragem de fazer tudo para sair dali, a cena que via em minha frente era atormentadora, estava vendo o desespero e dor nos rostos de Dani e Barbara, não acredito que eles a estupraram, só queria salvar Elisa antes de eles a tocarem, a dor que estava sentindo não era física, mas sim mental, minha cabeça girava em um ritmo frenético e avulso, meus pensamentos batiam de frente com a realidade, era angustiante, chegava a doer esta sensação de impunidade, minha preocupação era gigantesca.

– Vocês duas fiquem aqui eu vou descer, vou pegar a Lisa e volto pegar vocês. – Dani se desespera e correra ao meu encontro, ajoelhando ela puxava um de meus braços e exclamava em lagrimas que escorriam de seus olhos volumosos de tamanhos hematomas.

– Não Alan, por favor, não deixe nós sozinhas aqui, eles podem voltar.

– Será muito arriscado se levá-las, então fiquem aqui, prometo que trarei a Elisa viva e voltarei para tirar as duas daqui.

– Mas se eles voltarem. – Barbara com as duas mãos sobre as coxas alisando-as fortemente completava o desespero de Daniella. Tentei de todas as maneiras possíveis acalma-las, peguei um dos braços de Barbara e um de Dani e as coloquei agachadas sobre a cama, sussurrando confortei com palavras firmes.

– Eles não vão voltar, pois não deixarei que eles encostem em vocês novamente, mesmo que isso custe minha vida – olhava para aqueles rostos de puro temor, mas tinham que ficar ali de qualquer maneira, logo completei. – Dani você confia em mim, quero que me obedeça e por hipótese alguma saia daqui, e se de alguma forma eles voltarem, grite. Grite o mais alto que conseguirem, vocês entenderam.

As garotas realmente ainda estavam muito assustadas, porem o meu discurso rápido confortou um pouco situação. Não poderia ficar mais nenhum minuto ali, viro de costas e começo a andar, deixando-as. Minhas pernas pediam para ficar, mas meu instinto de sobrevivência implorava para continuar. Desci as escadas, estava um silencio torturante e acima de tudo preocupante, só escutava o barulho dos ratos que andavam por todos os lados, comecei a procurar algo para puder acertar os dois antes de trombar com algum daqueles maníacos, logo achei um taco de metal junto com um monte de mochilas que supostamente deveriam ser de alguma vitima daquela família de sádicos. Peguei e continuei a andar descendo as escadas, segurava firme o taco de metal, tão firme que minhas mãos suadas tingia com o meu sangue seco o brilhoso material do taco, minhas pernas bambeavam de uma maneira estranha, isto é o medo? O meu subconsciente fazia perguntas constantes a mi, mas eu não sabia responder a nenhuma das perguntas, talvez seja pela fraqueza de meu corpo, já havia perdido sangue. Não, não é isto. É o medo, estava realmente com medo da morte, estava com medo de morrer e não ver mais a Elisa, nem o Rique. Se eu morrer não irei mais ver minha família, tenho que acabar de vez com esses desgraçados antes que eles acabem comigo.

Cheguei à cozinha, a porta estava aberta senti o vento da noite percorrer meu corpo, o caminho estava livre para mim sair da cabana, mas antes de sair escuto um suspiro na sala, como se alguém respirasse forte. Comecei a andar na direção do local sempre segurando firme o taco na altura de meu rosto, quando chego no outro cômodo me surpreendo, era Torico deitado em uma poltrona. Ele dormia um sono pesado, parecia que estava muito cansado. Fui me aproximando dele minhas mãos soavam, apertava firme o taco de metal a ponto de ele quase se fundir em minha pele, mirei o taco na cabeça do maldito que estava caída para o lado do braço da poltrona, ele dormia profundamente. Respirei em um ritmo acelerado, levantei o taco ate onde podia levantar não pensei duas vezes em acertá-lo.

Levantei ainda mais minhas mãos junto ao taco e sem esperar ou pensar acerto na cabeça do desgraçado, o taco afundou ao crânio de Torico. Com o impacto caiu ao chão, ele cai ao meu lado, senti um liquido viscoso salpicar em meu rosto sua cabeça espirava sangue, ela se abriu em duas em minha frente, era horrível, não acreditava que tinha feito isso, foi tão rápido que Torico não teve chances nem de tentar nada, e então desmaiou provavelmente morto.

Limpei o sangue que havia espirado em meu rosto, levantei e fiquei olhando para seu corpo, em meio ao silencio falava em um tom baixo quase a sussurrar, pois minhas palavras ainda estavam tremulas


– Isso foi por você ter matado Marcus, e por ter tocado nas garotas, seu maldito - Não estava arrependido e sim satisfeito por ter acabado com um desgraçado, mas mesmo assim ele era um ser humano, não acredito que matei alguém, esta sensação não é de culpa e sim de surpresa. O deixei ali jogado e sai de perto tinha que sair da cabana, tinha a certeza que Elisa não estava ali dentro, comecei a andar em direção á porta dos fundos, andei sorrateiramente e devagar para não chamar a atenção de ninguém, estava um silencio que ate me dava calafrios, queria logo sair da cabana, mas quando chego à cozinha escuto um barulho estrondoso e em seguida sinto uma dor enorme nas minhas costas.

– Como você ainda esta vivo? – Falei olhando para trás, mas poderá não ter olhado, aquela face estava totalmente obscura, seus olhos chamuscavam morte, ele iria me matar. Torico me acerta com uma marreta nas minhas costas, não sabia como ele estava vivo, seu coro cabeludo estava por cima de seu olho esquerdo, e seu crânio quase dava para se ver pelo tamanho do buraco em sua cabeça, sangrava muito, mas mesmo assim estava em pé. Minhas costas doíam demais era uma dor insuportável provavelmente atingiu minhas costelas, fique com medo de não poder mais andar por senti adormecer todo o meu corpo, entretanto consigo me levantar. Torico corria para cima de mim, ele estava com uma marreta acertava com ela para todos os lados e com dificuldade consegui desviar, corri para debaixo da mesa para me proteger, só que com uma força desumana ele quebra a mesa. Senti que ia morrer e então com o reflexo de meu corpo coloco as mãos na frente de minha face e ele me acerta com uma marretada, atingindo uma de minhas mãos

– AAAAAAAAH! Você quebrou meus dedos. - Senti uma dor enorme olhei para minha mão esquerda e meus dedos estavam todos quebrados, ele falara em um tom arduo, quase não entendia.

– Você tem que morrer, se você estivesse ficado na sala de Frederik e ter o mesmo fim que todos, você não iria ver suas amiginhas serem estupradas e nem mesmo iria ver seus amigos mortos. – Ele me chuta e me vira de barriga para cima apontando a marreta em meu rosto, e grita mais alto, - MAS NÃO! TEVE QUE TENTAR FUGIR. – Meu desespero misturou-se a dor, meu sangue misturou-se ao suor frio, iria morrer ali depois de tudo que passei. Não conseguia me mexer, ele estava quase pronto para me dar uma marretada na cabeça, estava em estado de pânico, ele sorria e levantava a marreta que estava quase a cair sobre mim, mas surpreendentemente ele para e olha para trás quando alguém grita em sua retaguarda

– Filho da puta, chegou sua hora, morre logo. - Torico sem ao menos entender levava um tiro na barriga e caia ao chão, Dani havia chegado com uma arma, seu rosto estava sujo de sangue, e ela enxugava suas lagrimas enquanto ia caminhando ate mim.

– Dani o que faz aqui, não era para ter descido, mas obrigado por me salvar.

– Eu achei esta arma no outro quarto e resolvi vir te ajudar. - Dani para na frente de Torico, que se retorcia e gemia de dor, estava suspirando seus últimos segundos de vida, já não aguentava estava para morrer, mas segurando a arma com uma insegurança notável e um desespero aguçado concluía apontando a arma que tremia ao ritmo de suas mãos.

– Deveria te deixar agonizando e ver você morrer ao poucos, mas vou fazer questão de matar você com um tiro onde você merece.

– Espere Dani – gritei – Ele deve saber onde está a Elisa, pergunte para ele. – Dani sorriu e apontou a arma para Torico fazendo a pergunta diretamente

– Você escutou, onde esta nossa amiga? – Torico mesmo agonizando não deixou de dar uma gargalhada sádica e diabólica.

– Aquela piranha, a vovó não deixou nós a tocarmos, nem ao menos deixou nós deixou estuprar aquela vadia, mas ainda bem que havia você não é sua vaca. -Dani coloca seu dedo no gatilho e colocando a mira bem perto de Torico, aponta para seu pênis, e determinada continua a falar ainda tremula quase a se engasgar com sua própria saliva e lagrimas.

– Vamos, responda ou eu vou estourar você.

– Irei contar, já que Frederik logo ira pegar vocês, estão mortos e não sabem. – Fiquei perplexo com o que ele falara e não deu outra gritei ainda mais alto do que as palavras de Dani as engolindo.

– Seu maldito, fale onde esta Elisa. – Ele parecia sem forças, mas se esforçou para cuspir algumas palavras que fora difícil entender.

– Ela esta na casa da Vovó Alma, nos arredores do vilarejo de Valesco. – Em seguida Dani atira sem esperar, matando Torico no mesmo instante. Desviei o olhar surpreso, achei merecido o que ela fazera com o velho caipira, mas o que Dani estava sentindo? Ela largou a arma no chão e terminava falando e indo ao meu encontro me ajudando a levantar.

– Está é para você aprender que ninguém faz o que você fez comigo, seu monstro. – Abraçando-me ela completa. – Alan, vamos sair daqui. - Dani arrastava-se ao chão e pegava novamente a arma e a leva por segurança.

Levantei do chão, olhando para o corpo inutilizado e morto de Torico, agora faltava seu irmão e Frederik, ate onde mais iram aparecer assassinos nesta cidade, onde Elisa está. Rasgando minha camisa á enrolo em minha mão fraturada e junto com Dani deixamos a Cabana.

– Dani cadê a Barbara? – Pergunto para ela, ainda atordoado pela dor do golpe que levei de Torico

– Achei melhor ela ficar, pois está em estado de choque, esta muito nervosa e não conseguiria seguir conosco.

– Tudo bem vamos buscar Barbara de qualquer jeito não iremos á deixar aqui. Elisa não deve estar muito longe, Torico mencionou o vilarejo de Valesco, vamos nos esconder aqui e esperar Rique.

– Espere cadê e o Marcus? – Não consegui falar no mesmo instante que ela perguntou, desviei o olhar para o chão e levei minhas mãos junto aos meus cabelos molhados pelo sereno da noite e pelo meu suor, droga... Tinha que ser logo eu que irei dar está noticia a ela, como posso contar

– Rique esta fugindo, mas Marcus... – Ela me olha profundamente já com olhos ofuscantes e trêmulos a ponto de explodir.

– O que, cadê ele? – Engoli a seco minha saliva, não queria contar para ela, mas não tinha jeito.

– Ele esta morto. – Ela me larga e da de ombros juntamente com dois passos longos para trás, se desespera em lagrimas caindo ao chão

– NÃO, NÃO, NÃO, ele não pode estar morto. - Dani caia de joelhos chorava sem parar.

– Eu sei o que esta sentindo, ele era meu amigo dês dos quatro anos de idade, mas não só ele esta morto, Carla também está, e se continuarmos aqui seremos mortos também, eles são maníacos, eles são assassinos sanguinários que não tem nada em mente a não ser matar.

– Não pode ser Alan, vamos ter que fugir o quanto antes. - Dani se levantou com dificuldade ainda sem superar a morte de Marcus, mas como culpar Dani, estava me sentindo um caco, estava destruído por dentro queria gritar para o mundo a dor de perder um amigo, de perder Carla sem ao menos ter conseguido me aproximar dela, me sentia um lixo sem conteúdo. Quero salvar Elisa, ela eu não irei deixar morrer, não quero sentir nunca mais a dor que estou sentindo. e voltamos a andar, ela estava decidida, queria acabar com todos, senti que tinha que fazer algo.

– Dani me de a arma e fique aqui, já perdi um amigo, não quero perder você.

– Mas, eu ... – Antes mesmo dela entregar a arma, um barulho baixo estava a se escutar por detrás de algumas moitas, me assustei e imediatamente me coloquei a frente de Dani, mesmo ela segurando a arma não pude pensar em outra coisa a não ser proteger minha amiga, não deixarei que ninguém a toque de novo a não ser que eu morra. Porem o barulho se extinguiu e de trás da moída Rique surge em nossa frente e segurava em uma das mãos a mão de Barbara.

– Rique – corri em sua direção e o abracei me senti inundado por uma onda de alivio e alegria em velo bem, estava com sua cabeça sangrando e sua camisa rasgada, suja e desajeitada. Parecia ter sofrido uma luta, ou algo parecido.

– O que aconteceu com você, como achou a Barbara – Dani falara enquanto abraçava Barbara e enxugava a testa de Rique com uma de suas mãos.

– Despistei aquele maldito Frederik, ele é rápido e forte, muito veloz, tenho quase a certeza que ele me deixará escapar de propósito, - continuou a falar enquanto nos chamava para agacharmos ao chão – a uns três quilômetros floresta adentro, achei algumas cabanas e algumas ruas de terra, poderemos procurar ajuda naquele lugar.

– Sim, e Rique me salvou, sentiu minha presença. – Barbara falara beijando os lábios de Rique, e no mesmo instante concluo lembrando o que poderia estar acontecendo.

– Rique a alguns instantes matamos o caipira que se chamava Torico e ele falara ago sobre um vilarejo, temos que ir para este lugar o quanto antes, pois Elisa deve estar presa em alguma dessas casas.

O que vocês mataram Torico? – falara surpreso, - e Elisa não está aqui, meu Deus isto está cada vez mais perigoso.

– Sim, e temos que salvar a Carla – Concluía Barbara abraçando o pescoço de Rique, meus olhos tiveram que se desencontrar com os dela, não poderia contar que Carla estava morta. Rique, entretanto a olhou e com as mãos sobre o rosto da japonesa tentou amenizar sua dor enquanto falava.

– Meu amor, tenho que te contar uma coisa, você promete que vai ser forte. – Barbara não estava entendendo, porem Rique continuou a falar, - Marcus está morto, e Carla...

– O que está acontecendo, onde está a Carla. – Ela já começara a chorar, olhamos para ela que nada poderíamos fazer, então Rique termina.

– Está morta. – Barbara a abraça tão forte que consigo escutar os estalos nas costelas de Rique, não queria mais ver ninguém chorar, então andei na frente, começamos então a busca por Elisa floresta adentro.

O céu estava escuro, era uma madrugada fria e sinistra, a floresta era tão opaca e obscura que qualquer movimentação fora a nossa, era sinal de pânico. O vento soprava forte os bicos das arvores, fazendo alguns sons atormentadores, a única coisa que iluminava aquela melancólica trevas, era o brilho da lua que adentrava os pequenos orifícios das folhas largas e volumosas. Os galhos secos ao chão quebravam fazendo um irritante barulho que pelo silencio poderá ser notado a quilômetros, tentamos andar nas pontas dos pés para evitar qualquer evidencia que estávamos ali. Rique sempre a frente conseguia por incrível que pareça memorizar o lugar que estávamos indo.

– Estamos chegando – Falara Rique que continuava a segurar firmemente a mão de Barbara, enquanto Dani ia em minha frente e eu logo atrás. Olhava todavia para os lados, mas apenas o que presenciávamos era a noite escura e alguns sons de grilos e corujas. Andamos cerca de alguns minutos floresta adentro, foi quando percebi que estávamos afinal sobre um morro alto e logo abaixo algumas cabanas separadas por duas ruas de terra.

– É ali, provavelmente ela esta em alguma daquelas cabanas. – Conclui

– Sim, vamos salvar nossa amiga, por favor Alan, vamos trazer Elisa junto com nos e sumir deste inferno. – Dani implorava, enquanto Barbara se mantivera em silencio profundo, ainda estava em estado de choque pela amiga.

– Tudo bem, Dani fique aqui com Barbara ela não está em condições para seguir.

– Sim, suba em alguma arvore com ela, e fiquem quietas. – Terminou Rique, apontando para uma arvore ao lado das garotas. Dani não questionou, apenas deu um suave beijo nos nossos rostos e subiu na arvore com Barbara até as duas sumirem na escuridão das folhas.

– É agora Rique, vamos logo pegar a Elisa.

– Vamos Alan.

Descemos o morro, escorregando entre as folhas secas e molhadas pelo sereno da madrugada. O morro era denso e alto escorregamos em uma grande velocidade até encostar os pés em uma parede de madeira na superfície da estradinha de terra. Percebi no mesmo instante que já estávamos no vilarejo de Valesco.

– É aqui Rique, vamos nos dividir assim procuraremos em mais casas, e quanto antes saímos daqui melhor.

– Tudo bem, mas tome cuidado Alan, você está mais ferido do que eu. – Sorri para o meu amigo, queria passar confiança para ele, porem estava mesmo ferido. Não pensei em mais nada, dei de ombros para Rique e sai agachado.

Olhei para trás e vi o meu melhor amigo sair da mesma maneira que eu. Estava preocupado, pois Rique estava se saindo muito corajoso, poderá fazer alguma besteira em meio a tudo isso. Voltei a olhar para as casas, me encontrava em meio à rua de terra. O silencio era o que reinava naquele lugar, será mesmo que existe alguém morando aqui?

Andei olhando para todas as cabanas, estavam escuras com as luzes apagadas. Nas janelas cortinas bregas e velhas tapavam a visão para dentro dificultando ainda mais o que estávamos procurando, mas o que me chamou a atenção era uma cabana, a ultima da ruazinha. Ela estava com as luzes acesas e de uma velha chaminé fumaça soltava. Não deu outra, alguma coisa me dizia que Elisa estava lá dentro, corri. Pulei uma cerca minúscula que dividia os terrenos e olhei pela janela. A cortina era transparente, me coloquei de uma forma que se via tudo do lado de dentro. Percebi uma velha senhora dormindo em uma cadeira de rodas, ela era tão velha que as meias ficara larguíssimas em suas canelas fina como alfinete, seus cabelos eram tão brancos que escorriam em seus ombros em uma cor de algodão.

Reparei em alguns retratos nas paredes, e no mesmo instante meus olhos quase vieram a saltar, em uma das fotos Tomas e Torico estavam a levantar um alce abatido em caça. Já tinha a certeza que queria em um instante estava a chutar a porta vinda a escancarar. Estava em fúria e minha corajem parecia transbordar de tamanha. A senhora saltara da cadeira com um susto abrindo seus olhos. Porem seus olhos eram da mesma cor de seus cabelos, brancos como um buraco iluminado, fundos e sofridos. Ela era cega?

– Quem está ai? – Falava sem ao menos se mexer – Tomas já disse para ir embora agora, ela não vai sair daqui. – O que ela estava falando, será que estava ajudando Elisa? Não me contive e logo falava me aproximando da cadeira de rodas.

– Senhora, eu sou amigo de Elisa, a menina que a senhora esconde. – Percebi que ela mudara a face no mesmo instante.

– Se aproxime mais garoto. – Fiz o que ela mandou, assim que me aproximei de seu rosto ela o tocou, tocou minha face e apalpou minhas bochechas.

– Tão jovem, é uma pena que tenha atravessado este vilarejo garoto.

– Por que eles estão fazendo isto senhora, por que Frederik... – Quando falei este nome a senhora arregalou os olhos brancos para mim e me empurrou com toda a força que tinha, e gritava sem parar.

– Saia de minha casa agora, vamos saia.

– Não posso sair sem a Elisa, me diga onde ela está.

– Esta garota não vai sofrer nada, esta sobre os meus cuidados, ela se parece muito com minha Marisol, não irei deixar vocês a levarem, muito menos Frederik.

– Mas ela é minha amiga, e não vou deixar vocês ficarem com ela. – A velha pegou uma bengala ao seu lado e falara.

– Garoto ninguém jamais escapou de Frederik. – Assim que a velha termina de falar a porta veio a se escancarar e ao olhar para trás uma onda de choque percorreu meu corpo, Frederik estava em minha frente segurando um facão enorme sujo e tingido de sangue. Dei dois passos para trás, e a velha senhora se colocou em minha frente, parecia querer dizer algo e no meso instante tenta afastar aquele demônio de perto de mim.

– Frederik meu querido, escute sua avó deixe estes garotos em paz, acabe com este sofrimento de uma... – Antes que a senhora terminasse de falar Frederik leva sua lamina do facão diretamente no pescoço da velha a decapitando com um golpe, a cabeça da velha voou por alguns metros de distancia, seu corpo ficara com alguns milésimos em pé cuspindo sangue de suas veias, ele acaba de matar sua avó. Meu Deus, ele realmente estava fora de si, tinha a certeza que iria me matar, acabara de cometer um assassinato em minha frente, a velha senhora que se dizia sua avó estava morta perante a sua lamina, que demônio faria isto, ele era diferente dos outros realmente diferente. Olhei por alguns instantes seu olhar por debaixo da mascara que agora tingida com sangue de seu parentesco, ele explodia de ódio, sua respiração era notada a quilômetros, com uma demoníaca reação partiu para cima de mim.

Joguei a cadeira de rodas da senhora morta em cima de Frederik, e sem ao menos pensar me jogo janela a fora, levando a quebrar a madeira e os vidros da janela, cai na rua, alguns cacos de vidro vieram a me machucar, mas não importava.

– Droga, onde está Elisa? – Olhei para os lados em um desespero agudo e trágico, foi quando percebi que todas as cabanas daquela maldita cidade haviam alçapões que lavavam a porões. Levantei cambaleando, olhava para trás enquanto Frederik já se aproximava, o desgraçado parecia gostar daquela situação, pois andava como se não quisesse chegar até mim.

– Que porra, tenho que chegar até aquele porão imediatamente. – Mas foi no instante que levei a cabeça para trás que senti uma dor inundando meus sentidos. Frederik havia me golpeado com o cabo do facão cuspi sangue, e já não conseguia correr a tempo, levei minhas mãos a frente de meu rosto esperando a facada fatal, fechei meu olhos e...

– Corra Alan, corra agora. – Rique havia dado uma chave de braço em Frederik, ele estava segurando o maníaco pelo pescoço, senti uma dor gigantesca por deixar ele ali, porem não fiz outra coisa, firme e forte abri o alçapão do porão e entrei.


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