Eram 5 horas da manhã quando decidi que ia partir pra Itália. Eu tinha dinheiro do seguro de vida da minha mãe, e agora eu finalmente ia desfrutar dele.

Peguei uma mala pequena e joguei todas minhas roupas lá dentro. Eu não quis saber se estava amassando ou não as roupas, pois eu tinha um propósito bem maior que esse.

Sai de casa com o meu Miata a 100KM por hora, sem olhar pra trás, sem dizer adeus.

Demorei um pouco mais do que pensava pra chegar no Aeroporto Internacional de Las Vegas. Antes de sair do carro, joguei meu celular pela janela; a última coisa que eu precisava era Auguste me rastreando.

Fui correndo pra ver se tinha vôos pra Itália, e pela minha sorte, tinha um vôo marcado para as 6:30, para Siena.

Comprei a passagem e fui logo pro Check-in, assim que foi confirmado, finalmente pus os pés naquele avião.

No bilhete dizia "cadeira A-47", e não estava conseguindo achar. Quando uma moça que parecia muito nova para ser aeromoça me indicou aonde era. Seu nome era Britney, apesar do meu nervosismo, ela me fez relaxar com sua aparência tranquila.

Sentei e fiquei olhando pra janela, nem tinha visto se alguém tinha sentado no meu lado ou não, estava pensando somente em sair daquele país pra descobrir minha verdadeira indentidade, meu verdadeiro eu.

– Srta. Krueger, você vai querer alguma coisa? - Perguntou a aeromoça, e foi nesse momento que eu percebi que um garoto sentado do meu lado, ele parecia uma versão mais nova de Zac Efron, o que me deixou ainda mais curiosa e interessada a respeito dele.

– Não, obrigada. - Sorri pra ela, e voltei a encarar o garoto.

– O que foi? Por que está me olhando assim? - Ele me perguntou sorrindo, e quando ele me olhou, eu percebi que olhos esbanjavam toda a confiança que um cara queria ter. Aqueles olhos que com certeza fariam qualquer menina delirar, mais eu não sou qualquer menina.

– Ah nada, a propósito meu nome é Samantha Rose.. Parece que vamos ter uma grande viagem pela frente, o que não é nada legal. - Comecei a rir, e ele começou a rir junto comigo, balançando aqueles cabelos bagunçados que davam um certo charme pra ele.

– Prazer, meu nome é James Becker. É, parece mesmo. Vai viajar por causa de negócios? - Ele começou a me encarar, e percebi que ele estava mais curioso sobre mim do que eu sobre ele.

– Não, família. Meus pais morreram quando eu era muito nova, e.. Não sei o que vou fazer a partir de agora. - A medida que fui falando, ele parou de sorrir, e me encarou com um olhar sério. - E você, negócios? Por que parece muito novo pra esse tipo de coisa! - Comecei a rir, olhando naqueles olhos azuis, e naquele cabelo bagunçado.

– Sim, negócios. Eu não sou tão novo assim, é que ainda você não me conhece bem. - Ele começou a rir junto comigo, e começamos a conversar sobre um monte de coisas.

Finalmente chegamos em Siena, minha cidade natal. E pela primeira vez, não sabia aonde ir, o que fazer.

– Quer que eu te leve pra algum hotel? - Ele me olhou com aqueles olhos azuis insistentes.

– Na verdade, essa viagem foi meio espontânea. Eu não tenho nenhum local em mente, não sei o que fazer.. - Quando falei isso, ele abriu um sorriso; o sorriso mais lindo que eu já tinha visto na vida.

– Bem, você pode ficar em casa se quiser.

E foi assim que eu fui passar uns dias na casa da família Becker, sem destino, sem tempo pra ficar; somente um propósito: Saber a verdade sobre a família Tolomei, descobrir quem eu sou de verdade.