Legendary Lovers escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 5
Capítulo V - Taahra


Notas iniciais do capítulo

Oláááááá! Vim aqui para desejar um feliz natal, e esse é o meu capítulo-presente pra vocês! :D
Espero que gostem!



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Quando Net-Anippe-Kytsia foi encontrada por um sacerdote às margens do Nilo ainda um bebê recém-nascido, entendeu que aquele havia sido uma missão enviada pela Deusa Mãe Nebet-Het (Néftis) a ele.

O sacerdote Amon-Tub servia a esta divindade, e não pôde evitar já prever que a criança se tornaria algo muito especial e importante, uma vez que, ao retirar o bebê da espécie de gramado que beirava o rio, flores amarelas magníficas e desconhecidas brotaram magicamente diante dos olhos de Amon.

Ele criou, amou, vestiu e educou Kytsia no Templo de Néftis como sua própria filha e aprendiz, para servir a deusa, e nada o faria mais feliz do que ver a sua menina servindo o Faraó. Então, ele e os outros sacerdotes presentearam Menés com ela.

Para Amon-Tub, Kytsia estava predestinada a ser uma das mulheres mais importantes de todo o Império Egípcio, ela tinha bondade, compaixão, inúmeros talentos e poderes únicos. Sem dúvida, o lugar dela era ao lado do homem mais importante e poderoso do reino. Ser esposa do Faraó Menés, aquele que foi capaz de unificar o Egito inteiro, seria o melhor futuro que a filha adotiva de Amon poderia ter.

Ao lado de Menés, o sacerdote tinha certeza que Kytsia alcançaria seu máximo de potencial, Ela faria grandes coisas, coisas magníficas, entraria para a história. E obviamente, o Faraó não viveria por muito tempo, já era um idoso para a época com suas quarenta colheitas do Nilo. Kytsia poderia se tornar Rainha um dia, a única governante do Império, seria um orgulho maior ainda para Amon-Tub.

Mas o sacerdote não fazia ideia de que seu sonho seria como a morte para Kytsia. Ela não suportaria casar-se com Menés. O Faraó nunca a tratou mal, nunca a forçou a nada, sempre fora até meio bondoso com ela, mas Kytsia sonhava com o que toda garota comum desejava: amor verdadeiro.

A Feiticeira não queria casar sem amor, não queria se tornar a pessoa mais poderosa do mundo, ela queria coisas simples e humanas. Queria alguém que a escutasse, alguém que a fizesse rir, alguém para aquecê-la em dias de tempestade, alguém que gostasse dela por quem ela é e não por causa de seus poderes ou por sua beleza. O Faraó Menés não se encaixava em nenhum desses pré-requisitos.

Entretanto, ao mesmo tempo ela não queria decepcionar seu pai adotivo, ela amava muito Amon-Tub, gostava também dos outros sacerdotes e de todos os poucos amigos que havia feito no templo. Dentre estes amigos estava Taahra.

Kytsia e Taahra passaram a infância juntas. Como era de costume, os filhos dos nobres eram mandados para serem educados nos templos dos deuses cujas casas de suas famílias pertenciam. A casa da família da mãe de Taahra era da Deusa-Mãe Néftis, logo, aos cinco anos de idade a pequena nobre foi mandada ao templo e conheceu a pequena Kytsia de apenas um ano.

Foram crescendo junto com as outras crianças, mas se tornaram amigas quase inseparáveis, até quando Taahra completou quinze colheitas do Nilo completando sua educação e tendo que voltar para o lugar a qual pertencia: o palácio, junto com os outros nobres.

Ao ser presenteada à Menés, Kytsia também passou a viver no palácio, e acabou se reencontrando com Taahra pelo corredores e nos eventos da nobreza, mas a amizade delas nunca foi reatada.

A mãe de Taahra fazia parte dos nobres que rejeitava Kytsia pelos planos matrimoniais que o Faraó tinha para ela, eles iriam abalar toda a hierarquia do Egito por causada paixão que Menés nutria por sua jovem Deusa. Taahra foi proibida de se relacionar com Kytsia, e obediente como sempre fora desde pequena, a nobre garota obedeceu à mãe.

E era justamente por sua obediência e fidelidade que Taahra seria a esposa perfeita para Caelinus nos planos de Kytsia. Ele precisava estar casado com alguma dama nobre, alguém que vivesse no palácio e melhor ainda! Alguém próximo ao coração de Menés como Taahra era. Seria uma proposta ousada, mas a ligação do Faraó com Taahra não era tão forte quanto à obsessão dele pela Deusa, então esta tinha muita esperança que tal proposta de casamento fosse aceita.

Taahra dócil, bondosa, gentil, respeitosa, e nobre. A esposa perfeita para o cortês e leal guerreiro que planejava ajudar Kytsia a alcançar sua liberdade de um futuro casamento infeliz.

[...]

Caelinus estava sozinho na imensa sala de grandes banquetes do palácio. Havia oito guardas, dois em cada quatro portas das cinco do ambiente. Ele olhava para as paredes, tudo era bastante dourado como se todo o recinto fosse feito de ouro. E na verdade era.

Existiam várias pinturas dos deuses e algumas que enalteciam a soberania de Menés, uma das pilastras chamou a atenção de Caelinus, uma pintura Dela estava sendo feita, ela contava a história da vida de Kytsia.

Ele apenas reconheceu as figuras de perfil, mas não conseguia entender os hieróglifos, era uma língua completamente estranha. Na verdade, mesmo se fosse a língua do seu próprio povo, Caelinus não compreenderia, ele era um nobre guerreiro, mas não era nobre o suficiente para que sua educação fosse baseada nos ensinamentos da leitura e da escrita.

– Ora, agora nosso Kosey parece um ser humano de verdade! – O Faraó que estava entrando no salão despertou Caelinus de seus devaneios sem deixar de fazer um comentário sobre sua nova aparência.

– Majestade. – Caelinus inclinou sua cabeça fazendo uma reverência.

Menés sentou-se na cabeceira oposta a do Kosey, numa cadeira imponente, acolchoada e bem luxuosa. E da mesma porta que o Faraó apareceu, Caelinus a viu surgir.

Estava incrível. A figura mais bela que seus olhos já tiveram a sorte de ver. Uma mulher tão linda que parecia ser uma divindade, ela não poderia ser real. Não vestia roupas, vestia joias.

Seu corpo pequeno e bem feito estava inteiro pintado, dando um reflexo dourado ao caminhar, como um tesouro vivo. Em seus pulsos e mãos haviam desenhos maquiados. Seus olhos estavam delineados de forma marcante como os olhos delineados de todas as mulheres das pinturas, mas nela com certeza tudo ficava mais bonito.

Seus cabelos castanhos estavam perfeitamente penteados e ornamentados com pequenas pedras preciosas. Ela era uma visão do paraíso. E talvez tenha sido naquele instante que o nobre guerreiro Caelinus tenha sonhado pela primeira vez em ser aquele a quem ela pertence.

Mas Kosey já havia sido avisado pela sua mais nova Senhora de que aquilo aconteceria. Menés faria seu último teste antes de realmente aceitá-lo. O Faraó mandaria seu bem mais precioso ser exageradamente enfeitado e depois a exibiria sem pudor enquanto observaria o comportamento do guerreiro.

Menés nunca começaria a confiar em alguém que tivesse a coragem de olhar para Kytsia com desejo nem por um segundo sequer. Então Caelinus guardou todo o seu vislumbre para si; apesar de ter ficado encantado com o que viu por uma fração de segundo, assim que Kytsia apareceu pela mesma porta que o Faraó, o guerreiro abaixou suas vistas e encarou o chão. Ninguém podia olhar para ela sem permissão.

De início, aquilo deixou Menés satisfeito. A primeira reação dela ao vê-la toda enfeitada e seminua, foi mais do que satisfatória, seria esta a reação que mais contaria. A maioria esmagadora a cobiçava de cara e passava o resto das audiências tentando disfarçar e se retratar ignorando-a para tentar salvar seus pescoços, literalmente.

– Meu bom guerreiro, sente-se, por favor. - O Menés satisfeito indicou uma das extremidades da farta mesa para Caelinus.

– Depois da Majestade, meu Senhor. - Caelinus se reverenciou.

– Vejo que apesar de ter chegado aqui parecendo um animal e de ter vindo de um vilarejo de terras selvagens, você não é nenhum bárbaro sem noção de respeito hierárquico. - Menés sentou na sua extremidade da mesa e indicou a Kytsia a cadeira ao seu lado esquerdo.

– Não, Senhor, meu Senhor. - Disse ele.

– Leão. Kosey. Agrada-te teu novo nome? - O Faraó perguntou curioso.

– Tudo o que me deres sempre será mais do que mereço. - Caelinus disse com respeito ao se sentar.

– Não foi isso o que perguntei. Não quero saber se achas que mereces ou não, quero saber se te agrada. - Menés inferiu.

– Claro que agrada, Majestade! - Caelinus mentiu muito bem, ele detestou, preferia o próprio nome, ele o lembrava de sua terra, lembrava de suas origens. Kosey era um nome muito feio aos seus olhos por mais que significasse leão, um ser tão imponente e temido.

– Ser chamado de Leão é uma honra. Sempre admirei estas feras. O povo egípcio te batizou, meu povo. Siga o conselho de um velho guerreiro aposentado: não perca essa oportunidade de ser mais do que você poderia ser na sua vidinha antiga e sem graça. Abrace suas chances. - Menés começou a tomar uma taça de vinho.

– Meu Senhor, me permita dizer que tudo o que já vive aqui em seu reino já foi muito mais do que poderia ter sido onde eu vivia. Vi animais nunca vistos em minhas terras, vi todos os tipos de mulheres, me tornei um de seus campeões e prometi minha lealdade à pessoa mais digna dela em todo o mundo. - Caelinus confessou ainda se mantendo firme e sem depositar os olhos em Kytsia, que corou levemente após a última frase do guerreiro.

– Muito Obrigado pelo elogio, fico feliz em receber a lealdade de um homem que luta como você, Kosey. E por falar nisso, confesso que fiquei bastante impressionado com suas habilidades.

– O faraó confessava também. - Tudo naquela arena foi montado para que não houvesse sobreviventes, mas você peleou até o fim. Venceu o invencível. Mereceu continuar vivo, com o povo egípcio e os deuses do seu lado. É de todo o seu direito um nome egípcio, um posto na guarda-real, e... -.

– Uma esposa egípcia?! - Caelinus completou a frase.

– Sim, e uma esposa egípcia. Vejo que já está apreensivo para receber essa parte da regalia. - Menés observou.

– Me desculpe, Senhor, mas como não ficar? Todas as mulheres do seu povo são belíssimas, fariam a alegria de qualquer homem. - Caelinus devorava à comida a sua frente sem muita fome, ele estava nervoso por dentro, tinha que fazer bem sua parte para que o plano desse certo.

– Ora, sendo assim com certeza qualquer mulher que eu escolher para você te agradará. - O faraó disse.

– Claro que agradaria, mas se o Senhor me desse liberdade. Tem uma em especial que já me conquistou, só a vi poucas vezes, mas já me tornei cativo de sua exuberante beleza e graça. Sei que seria uma ousadia imensa pedi-la para ter como esposa, só que não me perdoaria nunca se não ousasse pedir ao, Senhor. Ela é tão perfeita, parece até ter sido enviada pelos deuses... - Caelinus caprichava nos adjetivos enquanto o coração de Kytsia congelou, aquilo não havia sido o que eles tinham combinado previamente, não parecia nem um pouco.

Paranoico, o faraó se intrigou, olhou rapidamente para o seu tesouro e depois voltou a encarar o forasteiro. Ele iria mesmo fazer aquilo? Pediria sua Deusa? Que guerreiro idiota! Estava cavando a própria cova e Menés daria corda o suficiente para que o estúpido se enforcasse, caso pedisse o que ambos na extremidade da mesa estavam acreditando que pediria.

– Não seja tímido, Kosey. Você pode pedir QUALQUER mulher solteira em casamento. - Disse o faraó.

– Mesmo que ela viva no palácio? - Caelinus duvidou.

– Mesmo que ela viva no palácio! Você tem minha palavra de Faraó, Deus encarnado na terra, de que pode escolher qualquer egípcia, não importa quem seja, não importa onde viva, só precisa ser solteira. - Menés já estava pronto para mandar os guardas prenderem e executa-lo no momento em que ele ousasse pedir a mão de sua jóia proibida.

– Eu quero ter como esposa Taahra, a sua filha mais velha, meu Senhor. -.

– A minha Taahra?! - Menés expeliu surpreso. Enquanto Kytsia conseguiu finalmente respirar aliviada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste presente de Natal. Eu não exijo muito, se quiserem me presentear, aceito comentários, favoritadas e recomendações. Alguém quer me fazer feliz nesse Xtimas time?
Beijooos



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