Legendary Lovers escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 6
Capítulo VI - Educação


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão no começo de 2015? Espero que bem.
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Bom, confesso que aqui em especial, demorei para postar esperando mais comentários, mas como não vieram vim postar um pouco triste, não posso abandonar algo que estou amando escrever porque não estou recebendo a resposta que esperava :(
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Obrigada SweetNatty e SraMalfoyMikaleson por me deixarem saber o que estão achando até agora. Dedico este capítulo a vocês ;)



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Ao descobrir que ficaria noiva do guerreiro forasteiro, Taahra chorou por três dias e três noites seguidas. Seu sonho desde a infância era se tornar sacerdotisa da Deusa-Mãe, manter sua virtude e pureza intacta para servir os deuses era seu desejo, e assim seu pai, o Faraó Menés, permitiu que a sua vontade fosse respeitada até hoje.

Por isso, Taahra era uma mulher de vinte e dois anos ainda solteira. A princesa permaneceria assim até o fim de sua vida se não fosse esse maldito Kosey. Ela não queria se casar com ele, não queria se casar com ninguém. Mas para a pobre Taahra, não restava nada a não ser obedecer à vontade se seu pai e se tornar noiva daquele homem.

Apesar de ser a filha mais velha, depois de dois irmãos homens mais velhos vindo de outras duas esposas do faraó, a princesa acreditava no amor de seu pai por ela, nunca pensaria que ele a entregaria em casamento para alguém e muito menos para um estrangeiro, plebeu, sem cultura, e selvagem como aquele. Não importava se ele tinha olhos mais azuis que o Grande-Mar, ela NUNCA iria gostar dele!

...

Menés pôde até ter dado a mão de sua filha favorita em noivado para Caelinus honrado sua promessa de que Kosey podia escolher qualquer mulher egípcia solteira, mas não deixaria que sua menina querida se casasse com ele assim facilmente. Não entregaria de bandeja uma de suas preciosidades para o guerreiro, mesmo que suas habilidades em batalha tenham o impressionado, e que o povo egípcio o idolatrasse por igual razão.

O Faraó foi então aconselhado por seu filho primogênito, Atótis, a mandar o forasteiro junto com o exército para uma guerra na península noroeste em busca de anexação de novas terras ao império, e assim Menés o fez.

Kosey partiu em campanha num baixíssimo posto militar, a intenção era a de que ele não voltasse vivo. Caelinus e o exército ficaram longe da cidade real por quase um ano inteiro, tempo de inteira aflição para a Deusa e para a Princesa.

Kytsia orava diariamente para que seu aliado regressasse vivo e inteiro, enquanto Taahra fazia justamente ao contrário, pedia a Seth e Anúbis que o levassem para todo o sempre, e que Néftis não permitisse que ele encontrasse o caminho de volta.

Entretanto, Kosey e grande parte do exército retornaram vivos ao Egito. Mas isso não aconteceu de forma fácil e pacífica. Caelinus sofreu duas tentativas de assassinato no meio de batalhas para que não desconfiasse, uma foi a mando de Atótis, e outra a mando da mãe de Taahra, mas é claro que a jovem Princesa não tinha ciência e nem apoiaria nada assim, e uma dessas tentativas até conseguiu feri-lo seriamente, mas conseguiu se recuperar.

Os egípcios e Kosey ganharam a guerra, ganharam única e exclusivamente por causa de Caelinus. No fim dela, os soldados egípcios acabaram encurralados em um desfiladeiro, mas foi graças a uma ideia estratégica bolada pelo guerreiro forasteiro que eles conseguiram sair vivos e derrotar o inimigo. Kosey voltou mais herói do que quando tinha partido do Egito.

Até o Faraó havia realmente começado a admirar e respeitar Kosey, pelo fato de ter voltado vivo e vitorioso, Menés agora acreditava que os deuses estavam mesmo ao lado daquele forasteiro, e que com certeza ele era sem dúvida digno de desposar sua filha. Na verdade, o Faraó não conseguia pensar em alguém melhor; Caelinus o deslumbrou imensamente.

– Meu amado, Faraó. É de meu conhecimento sua aversão ao forasteiro, Kosey. Entretanto, não pude deixar de observar que, apesar de seus esforços em eliminá-lo, ele continua sobrevivendo e se tornando mais amado pelo povo egípcio. – Kytsia estava em uma audiência privada com Menés na sala principal do trono. – E como é meu dever e prazer aumentar mais ainda a sua glória, penso que Kosey talvez seja mais uma dádiva mandada pelo próprio deus Hórus abençoando seu reinado, meu Senhor querido. -.

Menés sorriu satisfeito para Kytsia.

– Minha querida Deusa, fico satisfeito que tenha vindo até mim confessar seus pensamentos, eles só provam a sua fidelidade e amor a mim, uma vez que eu mesmo já tinha tirado tais conclusões. Acho até que estou começando a ficar tão íntimo dos sinais dos deuses quanto você, minha amada. – Ele confessou.

– Mas é claro que deve estar. – Ela se curvou. – O senhor é a estrela do dia e da noite, um deus na Terra -.

– Assim como você, minha cara. Por isso, somos o casal perfeito. Eu e você governaremos o mundo. E tocando nesse assunto quando acha que poderemos finalmente nos unir? – Menés era muito paciente com Kytsia, mas a espera já o estava cansando.

– Em breve, meu senhor. Sabes que almejo isso tanto quanto o senhor, mas é minha obrigação cuidar para que seus inimigos não o vençam, preciso dos meus poderes para isso, e os meus poderes precisam da minha virtude e pureza. – Kytsia reforçava sua desculpa.

– Eu sei disso. – Cada vez que escutava os motivos dela, mais ansioso Menés ficava. – Pode se retirar agora, querida, adoraria ficar o dia todo na sua presença, mas tenho outras dezenas de pedidos de audiência para atender. -.

– Como quiser, meu senhor. – Kytsia se reverenciou e partiu.

[...]

Caelinus estava muito impaciente, havia ganhado um quarto mil vezes melhor do que o anterior, ele estava ganhando direito a luxos dignos da nobreza. Ele estava virando nobreza?

Agora não conseguia pensar em qualquer coisa desse tipo, sua cabeça estava na sua Senhora. Tinha meses que ele não colocava os olhos sobre ela, e estava muito ansioso para fazê-lo, ele se sentia seu protetor, precisava saber como ela estava, já tinha dois dias que ele voltara ao palácio e não a viu nem de relance pelos corredores junto de seus seis guardas pessoais, ou nos jardins contemplando as flores lindas como ela.

Paranoico, qualquer criada doméstica que adentrava seus aposentos ele checava seus olhos para descobrir se na esperança eram os delas, mas nunca eram. Até que em um momento uma criada entrou e ele não teve ânimo para checar e se decepcionar mais uma vez.

– Com licença, Kosey, vim trocar suas roupas de cama. – A criada com o véu trouxe um montante de tecidos nos braços.

– Tudo bem. – Caelinus de sua cadeira encarou o chão entediado.

A garota começou a retirar os lençóis antigos e colocar os novos.

– Deve ser magnífico ver tantos lugares do mundo como o Senhor viu. – Ela comentou puxando assunto.

– Não são tantos assim. – Caelinus continuava entediado, mas ficou feliz pela criada ter começado a falar alguma coisa, elas sempre eram tão caladas e nem o olhavam diretamente.

– São muito mais do que um dia tive a chance de ver. – A garota conversava fazendo o seu trabalho.

– Você é jovem, ainda pode ver muita coisa – Ele afirmou.

– Para poder, eu preciso ficar livre, e você prometeu que iria me ajudar a conseguir isso. – Ela relembrou.

Caelinus se surpreendeu, levantou rapidamente e atrapalhou a criada, virou-a pelo braço encontrando seus olhos, aqueles olhos. Ele puxou o véu e se deparou com aquele rosto.

– Minha Senhora!– Ele a abraçou subitamente.

Ela se assustou um pouco, não estava acostumada a ser tocada, na verdade, as pessoas eram proibidas de fazê-lo, homens principalmente.

– Me perdoe. – Ele se retratou soltando-a, abaixou sua cabeça de forma submissa. – Empolguei-me, tive medo de não vê-la novamente cada vez que entrei em uma batalha ao longo desses meses. -.

Aquilo era para ter aliviado a tensão que a garota começou a sentir, mas acabou por ampliar.

– Por quê? – Kytsia questionou.

– Porque sabia que se não retornasse vivo outra vida estaria fadada a um triste fim além de só a minha. – Caelinus a fez relaxar. – Você conseguiu me enganar perfeitamente agora. Acreditei que era uma simples criada. -.

Ela sorriu satisfeita e voltou a colocar o lençol novo.

– Depois que você partiu continuei fazendo isso, e confesso que peguei o jeito. Andei pelo palácio fingindo ser uma serviçal, fazendo o trabalho delas, e é divertido! Muito melhor do que ficar no meu quarto olhando o Nilo da minha janela. – Kytsia explicou-se.

– Aposto que qualquer uma das criadas adoraria admirar a vista do seu quarto e ter homens poderosos aos pés delas que a enchem de joias e luxos. - Caelinus puxou uma ponta oposta do tecido auxiliando-a.

– Elas com certeza podem levar todas as joias e Menés para elas. – Kytsia disse meio irritada.

– Não quis parecer que estava zombando de você, minha Senhora. – Caelinus tentou se retratar, sabia que seu comentário fora infeliz.

– Tudo bem, Kosey, mas não me chame de “Senhora”, por favor! Acabo por sentir-me muito velha. – Ela pediu.

– Não chamo de Senhora e não me chama de “Kosey”, tudo bem? Detesto esse novo nome, de todos, se pelo menos você não me chamar, já me sinto satisfeito. – Caelinus perdurou um olhar sobre ela, que deixou a jovem feiticeira desconsertada e tentando fugir de qualquer coisa.

– Então, chamo-te de Caelinus, e chama-me de Kytsia. Sou só Kytsia. Uma simples garota, órfã e sozinha, nada mais! – Ela começou a embrulhar o lençol sujo.

– Nunca mais estará sozinha no mundo enquanto eu viver. – Ele ousou tocar-lhe o ombro.

Kytsia assustada levantou as vistas para encarar os olhos azuis de seu cúmplice mais uma vez, ele a assustava muito. Não porque ele a metia medo, nada disso! Mas sim porque as coisas que o guerreiro a dizia pareciam cada vez tomar duplo sentido em seus ouvidos, e esse segundo sentido era perigoso demais para qualquer um dos dois.

A sua aliança, os encontros escondidos, os pequenos momentos de liberdade em que ele ousava encosta-la, essas coisas já custavam, com certeza, a cabeça dele, “algo a mais” seria milhões de vezes pior.

– Obrigada, caro amigo. – Ela agradeceu e voltou novamente a mexer no montante de panos que tinha trago ao quarto dele. – Mas não vim aqui para que me fizesse centenas de outras promessas de lealdade, dessa vez eu vim para ajudá-lo, ajudá-lo a me ajudar. – Kytsia retirou alguns papiros enrolados dos panos.

– Me ajudar? – Caelinus disse confuso.

– Sim, estimado guerreiro. Certamente sabes muito sobre como impressionar o Faraó no ramo militar, mas agora irá se tornar esposo de uma Princesa. Precisará aprender a conquistar Menés de outras formas, inclusive a política se quiser ter sucessos nas relações e se manter vivendo no palácio. Ninguém tentará enturmar à corte, e não são eles que terão que se adaptar a você, é você quem tem que se adaptar a eles. – Kytsia desenrolava alguns papiros sobre a mesa.

– O que está tentando me dizer? – Caelinus permanecia confuso.

– Bravo Caelinus, eu vou fazer de você um egípcio impecável. Vou ensinar-te astronomia, matemática, etiqueta, línguas, religião, cultura! Vou ensinar-te a ler e a escrever. – Ela disse empolgada. Não eram muitos projetos que surgiam em sua vida.

– A ler e a escrever? – Ele perguntou quase emocionado, sempre sonhou em conseguir fazer isso, mas não era algo que alguém da classe dele aprenderia em seu vilarejo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e me deixem saber o que acharam do capítulo
Beijos!



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