Forbidden Love escrita por liligi


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo I – Novo início

Suspirei pesadamente. Logo quando meu avião pousou em Washington senti meu estômago revirar e uma ansiedade repentina, e isso só significava uma coisa: Eu não iria gostar do lugar na qual eu estava indo.

Eu fora adotada. De certo modo...

Minha família morrera há anos... Há muitos anos. Bom, mais ou menos. A nova família que teria minha guarda morava numa cidadezinha pequena e que chovia 99,9% do tempo, Forks. E este era o motivo que eu não iria gostar de lá.

Eu morei praticamente toda minha vida num lugar ensolarado — No Brasil, para ser mais específica — exceto por alguns anos em que morei em Paris, e logo voltei para minha terra natal: o frio não era para mim. E agora iria voltar a morar num lugar frio e úmido.

Gemi com o pensamento.

A única vantagem de ir morar em Forks era de que eu iria viver entre os da minha espécie, ou assim pode-se dizer. Agora eu era oficialmente parte da família Cullen, eles também eram vampiros. Genuínos. Digo isso porque eu era apenas meio vampira. Meu pai era vampiro e minha mãe uma humana, então, sou uma aberração, diferente até mesmo dos que eu posso considerar como iguais.

Encarei meu reflexo no espelho retrovisor do carro. Eu não me encaixaria em Forks. Não me encaixaria com os Cullen. Eles, assim como meu pai, deveriam ser brancos como mármore, de olhos de uma cor dourada ou preto — dependendo de sua sede — e suas feições parecidas com de esculturas.

E eu? Bem, eu tinha a pele dourada, devido aos anos de exposição ao sol do Brasil. —O que eu mais gostava de lá, o sol, as praias lindas... —Meus olhos não eram dourados nem sequer negros: eram verdes. Da cor de esmeraldas, assim como os da minha mãe um dia foram. E nem de longe eu pareceria um escultura.

Certo. Eu era bem bonita. Praticamente todos os meninos que eu conhecia no Brasil repetiam isso diariamente, e acho que deles eu não poderia duvidar, já que esses eram meus melhores amigos durante alguns anos em que estudamos juntos. Mas ainda assim, minha beleza não podia ser comparada à beleza perfeita de um vampiro.

Observei a paisagem através do vidro do carro, tentando não pensar no momento em que encontraria Carlisle e sua família, e apenas o que vi do lado de fora foi verde. As arvores eram verde, as pedras eram verdes e até mesmo a estrada era um pouco esverdeada. Eu não merecia isso. Não merecia tudo o que me acontecera nos últimos quatro meses. Todo o meu mundo estava de cabeça para baixo.

- Nervosa? – O homem que dirigia o carro perguntou. Carlisle disse que mandaria um amigo seu para me pegar no aeroporto em Port Angeles, eu não vi problema nisso, mas não esperava que ele fosse humano e ainda ficasse tentando puxar assunto e tentar me acalmar. Eu detestava isso.

- Um pouco. – Forcei um sorriso. Ultimamente meus sorrisos eram tão falsos. Eu não me reconhecia mais. Sempre fui uma pessoa sorridente, apesar de ser o que sou e de ter a vida que tenho, sempre mantive um sorriso no rosto. Mas as coisas realmente haviam mudado nos últimos quatro meses.

- Então... – o homem continuou com um tom casual – Você é a nova ‘filha’ do Dr. Cullen. Qual é seu nome mesmo?

- Gabrielle.

- Belo nome. – Ele balançou a cabeça.

- Era o nome da mãe do meu pai... – murmurei. Minha avó. Morrera há tantos séculos. Oh, mencionei que meu pai era francês? Eis o motivo do meu nome e de ter morado alguns anos em Paris.

Meu pai que eu também já não tinha mais.

Olhei tristemente para meus pés. Nunca mais iria ver seus olhos dourados e calorosos novamente, nem ouviria mais sua voz quando cantasse para mim, nem sentiria mais sua pele fria como gelo... Não veria mais a pessoa que me criou desde os dois anos, era isso.

Friccionei meus olhos para impedir que as lágrimas viessem. Eu sei que não era normal, mas eu tinha uma família como qualquer um. Tinha alguém que se importava comigo por séculos, cuidando de mim, me dando carinho... E de uma hora pra outra, tudo se foi...

- Estamos chegando.

O motorista me avisou. Eu abri meus olhos e fixei meu olhar adiante, onde uma enorme casa branca se erguia entre a floresta. Uau. Nunca tinha visto nada tão... tão... familiar... Sem querer, sorri. A visão era agradável, me lembrava dos tempos em que morei na França, a casa também era grande e branca e parecia que datavam a mesma época. —nunca me interessei pela a história da casa em que morava, mas agora eu realmente me arrependo de nunca ter me interessado.

Engoli em seco. Meu estômago deu outra reviravolta, e eu estou ansiosa. É meu instinto, sei que isso não dará certo. Viver com os Cullen não dará certo de modo algum. Eu nunca vou poder me ajustar em Forks...

O homem que dirigia o carro bateu levemente na porta, uma mulher saiu lá de dentro, ela era tinha a aparência jovem, tipos uns trinta, tinha a pele pálida e era muito bonita. Tipo, muito bonita mesmo.

O humano que me trouxe disse alguma coisa a ela enquanto apontava na minha direção, então ela olhou para mim e sorriu, eu sorri de volta, fracamente, depois ela se voltou novamente para o homem disse alguma coisa e voltou para dentro da casa, mas não sem antes me lançar um olhar caloroso.

- Espere um momento, querida. Esme foi avisar ao resto da família que você chegou.

Querida? Certo, isso está ficando estranho. Eu não conversei nem sequer dois minutos com esse cara e ele já me chamando de querida?E eu nem sei o nome dele, a propósito.

- Esme? – falei quando terminei de processar a frase dele.

- Sim, ela é a esposa do Dr. Cullen. Uma ótima mulher. Você tem muita, sorte sabia? Não devem existir muitas pessoas como os Cullen.

- Eu acredito... – murmurei pensando nisso de outra maneira.

Não existiam muitos vampiros hoje em dia, eu apenas conhecia poucos, dos anos em que morei em Paris, pois nunca conheci nenhum no Brasil: vampiros não podem se expor no sol, é por isso que a maioria mora em lugares frios com pouco sol. Eu até agradecia por não ser uma vampira completa, eu não iria suportar.

A porta se abriu novamente e a mulher de antes — Esme — saiu com um sorriso nos lábios e acenou para que nos aproximássemos. Segurei a alça da minha mala fortemente e segui para frente da casa.

- Obrigado, Frederich. – Esme disse ao homem que me trouxe até aqui.

- Não tem de quê, Esme. Mande lembranças a Carlisle, não quero interromper nada.

- Não seja bobo.

- É sério. Eu preciso ir. Até logo.

- Tchau. – ela acenou enquanto o homem voltava para o carro. Quando ele finalmente se fora ela se virou para mim e sorriu de novo, e eu não pude evitar e sorri também, mas diferente de antes, este sorriso não era falso. – Olá, Gabrielle.

Ela saudou. Senti meu rosto ficar quente e sabia que estava corada. Droga. Eu detestava ficar corada! Malditas emoções humanas!!!!

- Olá. – respondi tentando esconder o vermelho de meu rosto. – Esme, não é? – completei com o tom incrivelmente normal.

- Sim, querida. Entre, estão todos lhe esperando.

Todos. Eu não gostei disso. Quantos eram mesmo os membros da família Cullen? Peraí... Tinha Carlisle e Esme... E cinco filhos... E... E... A esposa de um dos filhos? Era isso? Oito? Bem, eu não tinha certeza... Meu pai me falara dos Cullen há seis meses e eu não estava realmente prestando atenção...

Engoli em seco. Eu estava ansiosa para conhecer o resto da família, mas pela a primeira vez na vida desejava estar em Paris, no conforto da minha casa, ou quem sabe lendo algum romance perto dos roseirais...

Assim que passei pela a porta senti minha ansiedade se dissipar, e pude realmente sentir o clima acolhedor da família. Esme me conduziu até um homem loiro e muito bonito que estava no centro da ampla sala, ele sorriu para mim e eu sorri de volta para ele.

- Você deve ser Gabrielle. – ele disse, o sorriso era de derreter qualquer uma. Eu assenti, enquanto o encarava – Seja bem-vinda a família, Gabrielle.

Ele fez um gesto amplo para os presentes na sala. Eu assenti novamente e olhei para todos que estavam ali, havia algo errado nisso tudo, eu sabia que havia. Tinham uma... Duas... Três... Quatro... Cinco... Seis... Sete... Oito... Nove pessoas contando com Carlisle... Nove? Mas não eram apenas oito? Carlisle, Esme, seus cinco filhos e a nova do grupo que era a esposa de um dos filhos?

Olhei aturdida para os Cullen e contei novamente. É, havia nove pessoas. Olhei atentamente para cada um deles. Pareciam todos um pouco mais velhos que eu, exceto uma garota que estava sentada na beirada do sofá, próxima a uma janela, ela parecia ter minha idade, além de não ser tão pálida e ter olhos dourados como os outros. Ela parecia humana.

- Deixe-me apresentá-la a minha família. – Carlisle se prestou. – Você já deve conhecer minha esposa Esme. – eu balancei a cabeça confirmando, então ele se virou para os outros presentes – Aquela, - ele disse apontando para uma moça loira, muito bonita – É Rosalie.

- Olá Rosalie. – Eu disse timidamente, o que estranhei porque sempre fui muito extrovertida. Ela sorriu para mim

Carlisle continuou.

- O que está seu lado, o grandalhão – Carlisle apontou para a pessoa de quem ele falava e eu não pude evitar um sorriso – É Emmett. Pode-se dizer que ele e Rosalie são marido e mulher.

- Oh – Exclamei e me voltei para Emmett que sorria para mim, e novamente senti minhas bochechas arderem. Droga! – Prazer, Emmett.

- Seja bem-vinda! – ele disse animado. Acho que vou me dar bem com ele.

- A animadinha que está ao lado de Emmett é Alice. – Carlisle explicou. Olhei para a pessoa que ele se referia. Ela também era muito bonita, e também parecia ser muito simpática, tinha um sorriso sincero nos lábios.

- Seja bem-vinda a família, Gabby! – ela se levantou e me abraçou. Eu fiquei meio sem graça, mas agradeci mentalmente por ela ter se afastado logo, pois eu realmente não estava a fim de retribuir o gesto. – Espero que não se importe pelo apelido. – Alice disse voltando a seu lugar no sofá.

- Não, tudo bem. – respondi sorrindo.

- Ótimo. Esse é Jasper. – Alice disse apontando para o rapaz que sentava a seu lado, ele não parecia ser tão receptivo quanto ela, na verdade, ele parecia ser muito reservado, mas mesmo assim ele sorriu para mim.

- Olá. – ele disse e seu tom era sereno, o que, não sei por que, me acalmou também.

- Oi, Jasper.

- Bem, - Carlisle disse – o que está ao lado de Jasper é Edward.

Olhei para ele. Seu cabelo tinha um lindo tom de cobre, bem diferente. E ele também era muito bonito, assim como o resto da família.

- Olá. – ele saudou. Eu sorri de volta e acenei.

- Oi. – disse fracamente.

- Essa é a esposa de Edward, Bella. – Carlisle apontou para a mulher ao lado de Edward. Eu a encarei, ela era muito bonita, mas eu não sabia dizer por que, mas ela era a mais humana entre os membros da família Cullen. Ela sorria calorosamente para mim, e eu sabia que era um sorriso sincero.

- Olá, Gabrielle, bem-vinda. – ela disse.

- Obrigado, Bella. – Eu respondi.

- Bem, e finalmente – Carlisle continuou – minha neta, Renesmee.

Eu olhei para a garota que vira antes, mas agora eu realmente prestava atenção, ela era tão linda quanto qualquer um dos Cullen, tinha os cabelos da cor dos de Edward, o mesmo tom de cobre, mas de um certo jeito, ela se parecia muito com Bella, embora sua pele não fosse tão pálida e seus olhos não fossem dourados, e embora ela também não parecesse uma escultura viva, ela era realmente bonita.

- Renesmee também estará indo para Forks High School este ano, vocês estarão na mesa série, eu acho.

- Espera. Ela... Ela... É... Como eu? – Eu disse completamente atordoada. Aquela garota não era nem de longe uma vampira, mas ela só havia uma explicação para ela ser tão idêntica a Bella.

- Bem, se você se refere ao fato de que a mãe dela era humana e o pai um vampiro. Eu creio que sim. – Carlisle disse, e pela a primeira vez, Renesmee falou alguma coisa.

- Você também...? – o resto da frase ficou pairando. Eu assenti,

- É... – respondi sem graça. – Minha mãe era humana, mas morreu pouco depois de eu ter nascido.

-Ah... – Renesmee ficou meio sem graça. – Então... Quantos anos você tem.

- Você quer a idade verdadeira ou a que eu aparento ter? – Renesmee sorriu. – Bem, se te perguntarem, eu tenho dezesseis.

- Eu também.

- Renesmee, por que não leva a Gabrielle para o quarto dele. – Carlisle disse, ele parecia realmente satisfeito por mim e Renesmee nos darmos bem logo de cara.

- Claro. – ela levantou-se do sofá e seguiu até onde eu estava e pegou minha mala.

- Eu posso levar. – Protestei, ela sacudiu a cabeça em negação.

- Deixa, eu levo. – ela não esperou por eu discutir de novo e foi escada acima, eu a segui de perto.


Renesmee me guiou até o segundo andar. Fiquei surpresa com o aspecto do lugar, embora também tivesse morado numa casa antiga, essa era tão diferente daquela casa, essa era tão calorosa, tão cheia de vida, cheia de harmonia. Não era a mesma casa em que eu vivi em Paris — fria, solitária, tenebrosa, até. Seguimos em um silêncio agradável pelo corredor, entretanto, eu ainda estava incomodada com o fato de que ela carregava minhas coisas, nada pessoal, só não gosto de dar trabalho às pessoas.

- Você já... – Renesmee parou por um momento, engoliu em seco e depois continuou – Você já foi para a escola alguma vez?

Eu ri. Ela estava nervosa com a idéia de ir para o colegial, enquanto eu estava preocupada em me adaptar nesse mundo novo.

- Sim. Algumas vezes.

- Está nervosa?

Dei de ombros antes de responder.

- Um pouco. Não me importo muito com o colégio. Eu estou acostumada a estudar sozinha, a escola não é um grande desafio para mim.

- Você terá que conhecer pessoas novas, isso não te assusta?

- Honestamente, não. Eu morei grande parte da minha vida no Brasil e lá eu sempre conheci muitas pessoas. E também conheci pessoas bem interessantes em Paris. Amizade não é um problema para mim, apenas é... doloroso.

- Doloroso? – Renesmee perguntou confusa. Agora que fui perceber que estávamos paradas no meio do corredor, provavelmente já fazia algum tempo. – Como ter amigos pode ser doloroso?

- Bem, - Comecei, eu realmente não queria explicar isso. Ela não parecia ser muito experiente – Eu não sou tão nova quanto aparento, e tenho sempre que viver em lugares diferentes por causa da mesma. Eu terei para sempre a aparência de uma adolescente de dezesseis anos — e provavelmente a mentalidade também. – Sorri – Sempre que começo a morar em algum lugar diferente e conheço pessoas com quem faço amizade, eu me apego. E é realmente difícil quando chega à hora de partir. Deixar tudo e todos para trás, recomeçar do zero.

- Eu entendo. – Ela disse. Ela mordeu o lábio inferior e perguntou - Quantos anos você tem? – Renesmee perguntou realmente interessada, diferente de alguns minutos atrás. – Mas não precisa dizer se não quiser.

- Eu nasci em 1968. – Respondi simplesmente e a vi arregalar os olhos de surpresa.

- Nossa... Sério?

Sacudi a cabeça.

- E você? Quantos anos tem?

- Bem... – Ela pareceu ficar um pouco sem graça – Na verdade, eu só tenho cinco.

- Uau, você é bem nova.

- Aham.

Suspirei demoradamente.

- É estranho. Sou humana e ao mesmo tempo não sou.

- Até nesse ponto, eu te entendo. – Renesmee sorriu em encorajando, eu sorri de volta. Era fácil ser eu mesma perto dela, observei, não seria difícil a convivência com essa Cullen em especial.

Continuamos a andar, o trajeto não demorou muito, Renesmee parou em frente a uma porta à direita, pousou a minha mala no chão e depois abriu a porta, dando-me passagem.

Minha cabeça pendeu para o lado enquanto meu olhar analisava tudo que estava em meu campo de visão. O quarto era grande – Não tão grande quanto o da casa de meu pai, devo dizer – as paredes eram de uma cor creme que havia algumas estantes, ao lado, uma cama de casal grande com uma colcha branca com flores estampadas, o piso era de madeira, mas próximo a cama havia um tapete de lã árabe de cor marrom.

E aquilo me atingiu. Aquele quarto parecia com... Lar. O lar que eu sempre senti falta. Tinha aconchego que eu sempre quis ter, mas que nunca tive com minha família, e que agora eu tinha com completos estranhos.

- Você gostou? – Renesmee me tirou de meu transe.

- Eu amei. – Disse com a voz aveludada, sorrindo para ela.

- Vá em frente, então. – ela se curvou e pegou minha mala novamente, esperando que eu entrasse. Eu assim eu fiz, entrei em meu quarto e fiquei um bom tempo observando cada mínimo detalhe do meu cantinho naquele novo mundo, a minha realidade pessoal.

Renesmee entrou logo em seguida e pousou minha mala no chão, ao lado do guarda roupa que apenas agora eu notava, e tinha também uma escrivaninha, e um criado-mudo ao lado da cama com um abajur sobre ele. Eu me joguei na cama e fechei os olhos, aproveitando aquele momento de calmaria, enquanto ainda durasse.

- Bom, eu já vou. – Renesmee disse.

- Por quê? – Ergui minha cabeça para encarar minha nova amiga, acho...

- Você deve estar cansada.

- Não estou! – protestei.

Tentei me sentar na cama, mas para minha surpresa, eu estava completamente exausta e meus músculos se recusavam a fazer qualquer esforço, por mínimo que fosse. Ainda assim, me forcei, e consegui sentar na cama. Renesmee lançou um olhar para mim do tipo “Eu não te disse”.

- Certo, talvez um pouco. Mas eu não quero que vá embora.

- Tá bem. Quer que eu te ajude com a mala?

Acenei confirmando.


Renesmee me ajudou a desfazer as malas e separar as roupas que eu poderia usar naquela cidade fria e as que só seriam úteis em dias de sol, o que era uma raridade por aqui, e o pior era que a maioria das minhas roupas era leve e não iriam servir, as que me aqueceriam estavam dentro do meu closet em Paris.

- Vou precisar fazer compras – Resmunguei. Nunca fui ã de compras.

- Por aqui você não vai encontrar nada que preste – Renesmee disse. Ótimo. Agora eu me sinto ainda mais desanimada – Mas podemos ir amanhã até Port Angeles para fazer compras. Mas é melhor não deixar a Alice saber, senão não sairemos de lá tão cedo.

- O.k. – Seria bom passar o dia fazendo compras, pelo menos iria me distrair um pouco, e distração era algo que eu preciso muito no momento.

- Então, tem mais alguma coisa pra guardar? – Ela perguntou enquanto segurava a porta do guarda-roupa.

- Não no guarda-roupa, só algumas fotografias que eu vou colocar em porta-retratos. – Respondi enquanto pegava a mala em que os porta-retratos estavam.

Todas as molduras estavam envolvidas em jornal para evitar que quebrasse, e para a minha surpresa, todas estavam intactas. Imaginei que pelo menos uma iria quebrar depois de ter saído do Brasil às pressas...

Desembrulhei um a um os porta-retratos e depois peguei várias fotos e pousei sobre o colchão, fui colocando as fotos em diferentes molduras. Ali tinha fotos de todos que eu conheci: Meus amigos brasileiros, meus amigos franceses, fotos da minha, fotos minhas e da minha mãe e fotos do meu pai. Senti um aperto em meu peito, sentia tanta falta de tudo aquilo!

Passei um bom tempo colocando as fotos nos porta-retratos e os colocando em algum lugar adequado no quarto, as mais especiais, no caso três, coloquei no criado mudo: uma era minha e de minha mãe, a outra era eu e meu pai e na terceira eu estava ao lado de uma moça muito bonita. Era visível o contraste entre nós. Ela tinha a pele muito pálida, eu, tinha a pele cor de bronze, os cabelos dela eram dourados como os raios solares e caiam em cachos grandes sobre seu ombro, enquanto o meu era castanho e escorrido, nada de especial, os olhos dela eram de um dourado liquido e o meu de um verde chamativo, pelo menos isso não era um contraste tão grande naquela foto. Nós duas estávamos abraçadas e sorriamos felizes para a câmera.

- Quem é? – Renesmee perguntou curiosa, enquanto observava a foto em que eu estava abraçada com aquela moça perfeita.

- Minha melhor amiga, Louise. – Respondi enquanto olhava nostalgicamente para a imagem de Louise. – Ela foi adotada por meu pai... Digamos assim... Ela vivia com ele desde antes de eu nascer.

- Ela muito bonita.

- Sim. Me dá um pouco de inveja quando vejo essa foto. Ela é simplesmente perfeita e eu sou simplória ao lado dela.

- Fala sério, você é muito linda para uma meio humana. – Renesmee disse me olhando severamente.

- Você também é muito bonita para uma meio humana, para o seu governo. – Sorri enquanto colocava as mãos no quadril.

Ficamos em silêncio por algum tempo, até que não conseguimos mais e começamos a rir sem motivo nenhum. Iríamos mesmo nos dar bem. Nossos risos foram interrompidos por um bocejo meu, Renesmee sorriu e me disse:

- É melhor eu ir. Você deve estar cansada, precisa dormir um pouco.

- Não precisa...

- De qualquer maneira eu devo ir. Se eu ficar te amolando por muito mais tempo vou levar uma bronca dos meus pais e do meu avô.

- Humm... – Murmurei em compreensão. Ela tinha que me deixar descansar. Tudo bem então, eu agora sentia o cansaço me atingir, dormir seria uma boa.

- Até logo. – Ela acenou e deixou meu quarto, fechando a porta ao sair

- Até... – Murmurei para o nada. Depois me deitei na enorme cama que agora me pertencia e logo cai no sono, eu iria começar de novo ali, tinha que pensar que tudo daria certo...



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