Prólogo

Eu corria o máximo que podia, mas as árvores tornavam minha tarefa difícil, e meus perseguidores logo me alcançariam, aí, seria o fim. Meus pulmões estavam em brasa, e eu me forçava a continuar. Salvaria a todos. Ou pelo menos me sacrificaria para que eles tivessem uma vantagem.

O sol agora morria por trás das colinas, a luz avermelhada que penetrava pelas as copas das arvores me indicava isso. E a escuridão logo viria: O fim do dia. Eu estava completamente desamparada, mas não conseguia parar de correr, era um extinto — não de auto-preservação, claro, mas o de proteger a pessoa amada.

Ouvi os passos se aproximando e corri mais e mais rápido, e acabei ficando sem fôlego algum. Fechei os olhos tentando ignorar esse ‘pequeno’ detalhe, mas acabei tropeçando na raiz de uma árvore e fui direto pro chão.

Apoiei-me nos cotovelos e me virei para ver se ainda havia tempo de escapar, mas ao fazê-lo encontrei um par de olhos vermelhos que me fizeram estremecer, estavam sedentos por sangue. Sedentos por meu sangue.

“Onde ela está?” – Eu pensei alarmada ao notar a falta de meu outro perseguidor. E como se lesse meu pensamento, o inimigo respondeu.

- Ela voltou. Agora somos apenas eu e você, querida. Nada mais de humanos nem vampiros em meu caminho. – ele deu aquele seu sorriso maléfico e deu alguns passos em minha direção. Eu estava incapacitada, não consegui me mover, embora meu cérebro ordenasse para que corresse.

Facilmente, o inimigo me ergueu colando meu corpo ao seu — senti um espasmo percorrer meu corpo — e sabia o que viria a seguir. Fechei meus olhos esperando o pior, provavelmente nunca mais os abriria novamente, mas fiquei feliz que a última imagem que teria em minha cabeça seria a dele.