As Crônicas da Nova Era escrita por T R Moreschi


Capítulo 4
A Tempestade




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"TOC TOC, TOC TOC"
Ouviu se batidas no enorme portão da mansão do governador Barnnyns. Um homem estava batendo no portão, ao mesmo tempo em que segurava um cabo com uma enorme alça de vidro no formato de uma folha, para se proteger da forte tempestade que assolava toda a região de Córvus. Esse homem era Chris, ao seu lado encontrava se seu auto-per antigo e dentro dele ninguém menos que a filha do governador: Joannie Barnnyns, e seus dois amigos Tom e Larry Thompson.
Depois de um curto tempo, um cubo de vidro com alguns furos na frente que ficava ao lado direito do portão, emitiu uma voz:
– Sim, quem deseja ?
– É... sou Christopher Koechner, e eu...
– Então, o que deseja Christopher Koechner ? - a voz o interrompeu.
– Como eu ia dizendo, bom, eu estou com a filha do governador no meu auto-p...
– Ah, então você é um sequestrador que sequestrou a filho do governador. Estou certo Sr. Christopher Koechner ? - perguntou a voz num tom bem calmo.
– Claro que não, eu estava dizendo que ela está no meu auto-per bem aqui, até você me interromper - respondeu Chris já quase irritado.
– Muito bem, continue - respondeu a voz.
– Eu encontrei ela, junto com dois amigos numa floresta aqui perto sendo atacados por Ceifadores Sombrios, e os salvei.
– E quem pode me garantir que a filha do governador está no seu veículo, Senhor ?
– Eu posso.
Chris então, fez um sinal para que Joannie aparecesse na cabine do auto-per. A porta da cabine que estava entre-aberta agora se abrira mais e de lá se viu o rosto pálido de Joannie.
Então rapidamente um laser, perto do cubo de onde saía a voz, focou o rosto da menina de baixo pra cima. E a voz parecendo ter consumido uma forte dose de êxtase, voltou a falar:
– Joannie !!! É ela mesmo !!! O que está esperando ? Deve entregar ela á seu pai, ele está preocupado !
– É isso que estou tentando fazer - respondeu Chris num tom óbvio e enraivado - E seria bom abrir logo o portão, pois a chuva está aumentando.
– Ah é claro, mas antes preciso lhe vistoriar, senhor.
Novamente o mesmo laser surgiu e desta vez focou Chris dos pés a cabeça.
– Tudo bem, podem passar ! - a voz ordenou.
O longo portão se abriu, Chris comemorou:
– Finalmente ! E obrigado, é-e-e v-voz !
– Não tem de quê, senhor !
Chris então subiu em seu auto-per, e com ele seguiu adentrando na bela mansão do governador Barnnyns.
– Fiquem aqui dentro - avisou ele aos garotos - Vou leva-la pra dentro, depois levo vocês pra casa.
Chris acompanhou Joannie segurando sua mão. A frente, a porta da grande mansão se abriu e lá dentro haviam muitas pessoas, algumas que nem mesmo Joannie conhecia. Um homem então correu na direção da menina, era Lucius Barnnyns, o governador.
– ONDE VOCÊ ESTAVA? VOCÊ ESTÁ BEM, MINHA FILHA? - ele perguntou desesperado.
Todos em volta ficavam olhando entusiasmados, acompanhando todo o drama.
– Sim, pai estou ! Graças a ele, ele me salvou - respondeu Joannie indicando Chris a seu lado.
– Muito obrigado, meu rapaz - falou Lucius a Chris - Você merece um cargo no conselho da cidade por isso.
– Não, não é nada, senhor ! - ele respondeu - Só o que me importa é que Joannie esteja bem.
– Pois ela irá ficar eu a asseguro, meu jovem - ele respondeu.
– Então devo ir, devo levar os amigos dela em casa. A gente se vê, Joannie ?
– É claro.
– Então Boa Noite, pessoal !
Assim que Chris se retirou começou uma discussão. Lucius furioso começou o interrogatório.
– ME DIGA, MENINA, VOCÊ ESTÁ DOIDA ?? COMO PODE SUMIR DESSA FORMA, POR TANTO TEMPO ???
– Desculpa é que...
– ESTÁ VENDO, TIOS SEUS, NOSSOS PARENTES, VIZINHOS !!! TODOS AQUI PREOCUPADOS COM VOCÊ !!!
Joannie analisou as pessoas, percebeu que não conhecia a maioria e pensou "puxa-sacos, só estão aqui por quê meu pai é governador".
– Mas porque ? O que tem de errado em sair pra caçar ? - ela respondeu em seguida.
– O QUE TEM DE ERRADO ??? HAHAHAHAHAH !!! O QUE TEM DE ERRADO, É QUE UM MANÍACO ESTÁ SOLTO POR AÍ, PLANEJANDO DOMINAR TODAS AS CIDADES DA TERRA PÓS-ÍGNEA, E ELE TEM MAGIA !!! E ELE ESTÁ PROCURANDO GAROTINHAS INDEFESAS PARA FAZER RITUAIS, GAROTINHAS ESTUPIDAMENTE BURRAS COMO VOCÊ !!!
De repente uma mulher loira, com uma beleza estonteante e um vestido vermelho curto, interrompeu:
– Ah, Lu, não seja tão rude com ela, ela não fez por mal - a tal mulher falou a Lucius, tocando nos ombros de Joannie.
Joannie não via bondade nela, só a via como uma mulher aproveitadora, só interessada em luxo e na fortuna de seu pai.
– Eu sei Moira, mas ela precisa aprender uma lição - respondeu Lucius.
– Sabe Lu, acho que ela já aprendeu. Não é mesmo fofura ? - perguntou a tal Moira apertando as bochechas de Joannie com toda a falsidade do mundo.
E Joannie sem ter muito o que dizer, apenas concordou:
– Aham.
Uma senhora com um vestido salmão florido, atravessou o salão.
– Vou levá-la para a cama - ela disse - Certamente o dia hoje foi corrido
– Vá Sra. Abélie - concordou Lucius - Quem sabe ficar sozinha no seu quarto ajude ela a pensar na besteira que fez.
As duas subiram a escada, em direção ao quarto de Joannie. E em seguida no meio de toda aquela gente, ouviu-se um estalo, e em segundos surgiu do nada o Mestre Patheron, que disse a Lucius:
– Está tudo bem. Eu vou conversar com ela.

Na região Sul de Córvus, um auto-per seguia, era Chris, levando os meninos Tom e Larry para sua casa. Chegando lá a porta se abriu, e um homem levemente calvo surgiu, era Charlie, o patriarca dos Thompson:
– Graças aos deuses, que chegaram, ainda bem que estão bem, sua mãe me contou que saíram, estava preocupado !!! - ele afirmou.
– Fomos caçar bestias, pai, foi super maneiro, tirando a parte daquelas coisas com capa - falou Larry.
– É claro filhão, depois você me conta os detalhes - respondeu Charlie.
– Bom, já que estão entregues em segurança, eu já vou indo - falou Chris.
– Ah sim, e obrigado meu rapaz, - respondeu Charlie - por tê-los deixado aqui em casa, em segurança.
– Não tem de quê. Até breve meninos ! - se despediu Chris.
– Até breve Chris ! - responderam os meninos em coro.
A porta se fechou, e Charlie começou uma séria conversa com os meninos.
– Olhem, meus filhos, eu sei que é entediante ficar aqui presos o dia todo, e eu sei que caçar bestias é uma das poucas diversões de vocês, mas Córvus não tem andado muito segura ultimamente. Tem um maníaco solto por aí, está sendo mostrado em todos os noticiarios, ele tem magia, é como se fosse um feiticeiro, essas coisas que vocês viram são ajudantes dele que poderiam ter matado vocês, e eu ouvi dizer que ele pega crianças pra fazer rituais. Portanto a partir de agora temos que começar a ser honestos uns com os outros. Eu tenho que saber toda vez que vocês forem sair, com quem, e pra onde, pra poder mantê-los seguros. Vocês não podem mais mentir pra mim. Vocês prometem ?
– Sim, pai - eles responderam.
– Mais uma vez. Vocês prometem ?
– Sim, pai.
– Tudo bem, agora podem ir dormir. - Charlie afirmou - Boa Noite !
A mãe dos garotos que ouviu tudo, e estava com uma cara estressada, falou a Charlie.
– Por isso, fazem o que fazem, você nunca dá uma lição neles, é sempre assim.
– Ah, querida, violência não leva a lugar nenhum - ele respondeu - Vai ficar tudo bem. Venha, vamos dormir.
Ela o seguiu, mesmo estando contrariada. E lá fora a tempestade não parava, a chuva ficava cada vez mais forte, aquela foi, talvez, uma das maiores tempestades que atingiu Córvus.


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