O fruto de um amor escrita por eliana


Capítulo 8
Casamento?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem ter demorado tanto tempo, mas tenho andado sob imenso stress por causa das médias e uma familiar minha adoeceu seriamente e, sinceramente, não tive cabeça para escrever, mas agora têm aqui mais um capítulo. Espero que gostem.



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Angie Pov’s on:

Ali estava eu, de mala numa mão e a mãozinha da Maria na outra. Nunca pensei que me custasse tanto voltar a viver naquela casa depois de tudo o que aconteceu… bom, digamos que eu não estava propriamente dentro de casa, aliás, estava a encarar o portão enquanto tentava ganhar coragem para entrar.

– Mamã, porque é que não bates à porta?

A Kim não perdeu a oportunidade e completou a fala da minha filha, imitando a voz dela.

– Pois, Angie, se ficarmos mais um minuto a olhar para o portão vamos acabar por criar raízes!

– Ei – reclamou a Maria na direção da Kim, alheia à minha hesitação –, pára de me imitar, eu não falo assim!

– Se dizes que não falas assim porque é que dizes que eu te estou a imitar?

– Vá lá, meninas, parem com a discussão! – Pediu finalmente o Leonardo, virando-se para mim. – Então, Angie, o German disse que podíamos ficar aqui, não precisas de ser orgulhosa. Não temos mais sítio para ficar.

Respirei fundo e toquei à campainha. Mal ele sabia que não era o orgulho que me incomodava.

– ANGIE!!!!!! MARIA!!!!!!!! – Berrou a Olga assim que nos abriu a porta, lançando-se para cima de nós e dando-nos o típico abraço de mamã-ursa que ela tanto gosta.

– Olguinha, não consigo respirar…

A voz da Maria soou tão baixa que eu mal a consegui ouvir, mas a Olga largou-a prontamente e logo voltou as suas atenções para a Kim e o Leonardo.

– Oh, Kim, estás tão linda! – Disse ela enquanto lhe dava um abraço rápido, voltando-se logo para o Leonardo. – E tu, Leonardo, estás cada vez mais jeitoso! Andas a fazer musculação ou algo assim? Que belos bíceps… - comentou ela enquanto lhe acariciava o braço e ele olhava para mim com cara de “tira-me daqui!”. Mas logo apareceu o Ramalho à porta, acabando com a cena.

– OLGA! O QUE É QUE PENSA QUE ESTÁ A FAZER!

– Ora, qual é o problema, Ramalho? – Perguntou ela, sem largar o braço do Leonardo. – Está com ciúmes?

– Eu? Com ciúmes? Nunca, ouviu bem, NUNCA! Sou um homem sério! Só estava a dizer que isso não é algo que se faça na presença da pequenina…

– Ora essa, até parece que eu traumatizei a garota!

– Por acaso…

– Já chega! – Disse eu, interrompendo a fala da Maria. – Não seria melhor entrarmos?

– A Angie tem razão. – Murmurou o Leonardo, livrando-se do abraço da Olga e refugiando-se atrás de mim. – Já agora, obrigado por nos deixarem ficar aqui enquanto desinfestam o prédio.

– O prazer é todo nosso. – Afirmou o Ramalho. – Deve ter sido muito assustador sofrer uma invasão de pragas.

– Na verdade, até foi divertido! – Opinou a Maria, com um sorriso traquina no rosto. – Vi uma mulher com pulgas no cabelo, um Ratatui a voar e um homem a bater com uma tábua de madeira na cara de uma senhora para matar uma barata!

– Credo! – Exclamou a Olga com arrepios, provavelmente a pensar como seria ter uma cozinha cheia desses bichos.

– Viste um Ratatui? – Repetiu o Ramalho, olhando para mim com uma cara interrogada.

– É como ela chama aos ratos. – Expliquei.

– Bom, vamos é entrar e depois contas-me tudo sobre os Ratatuis. – Interveio a Olga, segurando na Maria ao colo e entrando para o interior da mansão.

Eu, o Ramalho, a Kim e o Leonardo entrámos atrás delas, mas ao passar a mala pela porta, parei, revivendo mentalmente todos os momentos felizes que aqui passei.

Ao ver a minha expressão pensativa, o Leonardo, que estava ao meu lado, agarrou-me pela cintura e sussurrou-me ao ouvido.

– Estás bem? – Perguntou.

Antes que eu tivesse tempo de responder, paralisei ao ouvir um “Boa noite” com voz fria, mas que eu reconheceria em qualquer lugar. Assim que olhei o German nos olhos, vi que ele estava irritado. Profundamente irritado. Só depois reparei que ele olhava fixamente para o Leonardo, mais especificamente para a mão que ele mantinha na minha cintura. Quando o encarei, vi que ele olhava o German com o mesmo ar de irritação e suspirei. Aquilo não ia ser nada fácil.

– SENHOR SERTÃ! – Exclamou a Maria assim que o viu, correndo para os seus braços. Só aí ele quebrou o contacto visual que tinha com o Leonardo e o clima tenso se dissipou.

– Olá, pequenina! – Cumprimentou, erguendo-a nos braços com um sorriso nos lábios. Aquele sorriso fez-me estremecer. Só agora me lembrava de que a Maria não sabia que o German era pai dela.

– Boa noite a todos! – Cumprimentou a Violetta, descendo as escadas com um sorriso no rosto. Ela não perdeu tempo e correu na minha direção, abraçando-me com força.

– Não acredito, Violetta, o que é que estás a fazer de pé?

– Já estou melhor, Angie, não preciso de ficar mais tempo na cama! – Explicou ela, rapidamente fixando o Leonardo e estendendo-lhe a mão. – Sou a Violetta, a sobrinha da Angie.

– Muito prazer, sou o Leonardo. – Cumprimentou ele, sorrindo-lhe. – Esta é a minha filha Kim.

A Kim estava mesmo atrás do pai e, quando ele a apresentou, chegou-se para a frente e disse, encarando a Violetta:

– Já nos conhecemos. Desculpa se fui mal-educada, não tive intenção.

– Ora essa, foi graças a ti que eu descobri a verdade que não queria ver. Estou em dívida para contigo.

Parece que as duas se vão dar muito bem… só gostava de saber de que é que elas estavam a falar. E como é que elas já se tinham encontrado antes?

Antes que eu pudesse fazer essas perguntas em voz alta, o German aproximou-se de mim e, poisando a Maria no chão, perguntou-me:

– Podemos falar?

– Sobre o quê? – Perguntei, sem o olhar.

– A Maria.

Respirei fundo e segui-o até à cozinha, temendo o que estava para vir. Ele sentou-se em frente ao balcão e convidou-me a fazer o mesmo, mas eu preferi ficar em pé. Após um minuto de silêncio constrangedor, ele começou a falar.

– Ela tem de saber. Não aguento mais estar com ela sem lhe poder dizer que sou pai dela.

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele me ia pedir isto, e eu também não o podia esconder da minha filha para sempre.

– Eu sei – disse por fim -, ela não merece ficar sem saber disso. Só preciso que me dês uns dias… para eu lhe dar a notícia aos poucos. Ela é uma criança, vai sentir-se traída se lhe contarmos tão bruscamente. Ela não sabe nada sobre ti. Além disso, ainda tens de falar com a Esmeralda sobre isso, afinal, ela é tua noiva. – Finalizei com mágoa.

– Eu percebo-te. – Murmurou. – E acho que tens razão.

Ficámos alguns minutos assim, parados, a olhar um para o outro, sem saber o que fazer. Detestava quando ele me deixava assim, tão vulnerável. Felizmente, o Leonardo apareceu e salvou-me desta situação.

– Posso falar contigo? – Perguntou, mas logo se apercebeu da presença do German e ficou com todos os músculos do corpo tensos.

– Eu já estava de saída. – Disse ele, olhando desconfiado para o Leonardo e saindo da cozinha.

– O que é que querias? – Perguntei, ainda com o German na cabeça.

– Podemos falar lá fora?

Ergui uma sobrancelha e olhei-o interrogada. O que seria assim tão importante que não pudesse ser dito aqui?

– Ok, vamos para o jardim.

Angie Pov’s off

Olga Pov’s on:

Assim que o senhor German saiu da cozinha, corri até ele com um sorriso matreiro.

– E então? – Perguntei. – A Angie vai ser a nova senhora Castilho?

– Chamaste-me, Olga? – Interrompeu a Esmeralda, abraçando o German à minha frente. Como eu detestava aquela mulher…

– Não, só estava a fazer uma perguntinha ao senhor German, para saber se ele se decide a acabar com uma certa cobra que entrou nesta casa.

Ao que parece, ele não gostou da indireta, porque olhou-me com o semblante carregado, mas a víbora não teve inteligência suficiente para perceber.

– Uma cobra? Aqui? Que horror! German, tens de a matar, não gosto desses bichos!

– Sim, sim, claro – disse eu enquanto a empurrava “discretamente” para a sala. O senhor German foi ter com a pequena Maria e eu peguei no cesto da roupa para a levar à máquina. Quando entrei na cozinha, estranhei ao encontra-la vazia. Tinha quase a certeza de que a Angie e o Leonardo estavam aqui. Paciência! Levei a roupa para o pequeno espaço das arrumações que há na cozinha e estava prestes a pôr a roupa na máquina quando ouvi o som de uma gargalhada que me era familiar. Quando espreitei através da porta, vi que a Angie tinha acabado de entrar na cozinha, seguida do Leonardo.

– Vá lá, Leonardo – disse ela – é simples! O que tens a dizer, dizes! Tenho a certeza de que não vai soar tão mal como estás a pensar.

– E se soar? Vai ser ridículo!

– Não vai nada! Olha-me nos olhos e diz-me!

– Ok, se o dizes, vou tentar dizê-lo de uma vez. – Disse ele. Subitamente ajoelhou-se à frente dela, segurou-lhe a mão e perguntou: - Queres casar comigo?

Não pode ser! Ele acabou de a pedir em casamento? Na minha cozinha? ESTE É O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA…. Até o Ramalho me pedir o mesmo a mim!

– Uau, esta frase soou mesmo estranha.

Como é que ele pôde dizer aquilo? Um momento tão romântico e ele estraga-o assim?! Homens, são todos uns idiotas!

– SEU GRANDECÍSSIMO IDIOTA! – Vêm? – Como é que podes dizer uma coisa dessas a uma mulher?

Ela avançou irritada para a porta da rua, mas ele levantou-se e impediu-a de sair. Como ele estava de costas para mim e entre mim e a Angie, não a conseguia ver.

– Vá lá, Angie, não fiques chateada, é a primeira vez que faço isto!

Claro! Com a mãe da Kim, ele não teve de fazer o mesmo! Por falar nisso, nunca soube nada dela… Bolas, com tanto devaneio, não ouvi o que ele disse. É o que dá ficares sempre distraída, Olga, nunca prestas atenção a nada!

– Claro que quero, Leonardo! – Exclamou a minha Angie, abraçando-o. – És o maior!

– Eu sei!

CONVENCIDO! Não interessa, a Angie vai casar… A ANGIE VAI CASAR!!!! Espera, lá, ela devia casar com o senhor German e não com ele! Paciência, ela tem de ser feliz, e o Leonardo é ótimo para ela! Quando olhei novamente para a cozinha, vi que eles tinham saído. Só quero ver a cara do senhor German quando souber disto!

Olga Pov’s off

Angie Pov’s on:

– QUERES PEDIR A BECA EM CASAMENTO!

– Fala baixo! Queres que toda a gente te ouça?

Eu não podia acreditar! O Leonardo e a Beca? Por isso é que ele andava tão estranho ultimamente! E aquela mania de aprender a cozinhar… como é que eu não percebi?

– E quando é que lhe vais pedir?

– Não sei se consigo, Angie, por isso é que preciso da tua ajuda.

– Vá lá, não é assim tão difícil pedir alguém em casamento! Bolas, está a ficar frio, vamos entrar. – Disse eu, dirigindo-me à porta. - Tenta comigo, faz como se eu fosse a Beca e pede-me em casamento!

– Não consigo, Angie. Tenho vergonha…

Não pude evitar e desmanchei-me a rir enquanto entrava na cozinha. Ele olhou para mim com cara de chateado.

– Vá lá, Leonardo – disse eu – é simples! O que tens a dizer, dizes! Tenho a certeza de que não vai soar tão mal como estás a pensar.

– E se soar? Vai ser ridículo!

– Não vai nada! Olha-me nos olhos e diz-me!

– Ok, se o dizes, vou tentar dizê-lo de uma vez. – Disse ele. Respirando fundo, ganhou coragem e ajoelhou-se à minha frente, segurando-me a mão - Queres casar comigo? Uau, esta frase soou mesmo estranha.

– SEU GRANDECÍSSIMO IDIOTA! Como é que podes dizer uma coisa dessas a uma mulher?

Avancei irritada para a porta da rua, mas ele levantou-se e impediu-me de sair.

– Vá lá, Angie, não fiques chateada, é a primeira vez que faço isto! E para te compensar, o que achas de irmos tomar um sumo? Eu pago… queres?

– Claro que quero, Leonardo! – Exclamei, abraçando-o. – És o maior!

– Eu sei!

Angie Pov’s off


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Notas finais do capítulo

Bjs :)



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