O fruto de um amor escrita por eliana
Notas iniciais do capítulo
Olá:)
É oficial, gente, vou viajar hoje, o que significa que vou estar afastada do Nyah pelo menos até domingo.
Deixo-vos aqui mais um capítulo para lerem. não está grande coisa, foi escrito à pressa, mas foi o melhor que consegui arranjar.
Angie Pov’s on
Isto não me está a acontecer. Não pode ser real. É mau demais para ser real. Eu não acabei de tropeçar e cair em cima do German. Eu não fiquei paralisada a olhar para ele como uma tonta. Eu não voltei a sentir as mesmas borboletas na barriga que sentia há 5 anos atrás. Não. Não pode ser. Eu vou beliscar-me e vou acordar deitada na minha caminha, de onde eu não devia ter saído. Belisquei-me… e nada. Realmente eu devo ter alguma espécie de maldição para estar sempre a atrair as desgraças. Porque é que tínhamos de nos encontrar logo agora? Porquê na frente de toda a gente? E a Maria…
– Mamã, o que é que estás a fazer em cima do senhor Sertã?
– A tua mãe está em cima de quem?
Foi o suficiente para eu sair do transe e me levantar o mais rapidamente possível, sempre evitando olhá-lo nos olhos. Quando ele também se pôs de pé, reparei que toda (sim, TODA) a gente do Studio deixou o que estava a fazer para assistir a esta cena. Ninguém falava, ninguém respirava… como se do resultado disto dependesse o nascer de um novo dia.
– Há quanto tempo… - começou ele, com a voz fria.
– Sim, já lá vão muitos anos. – Retribui no mesmo tom.
– Não sabia que tinhas uma filha.
O meu coração falhou uma batida. Quando a Maria me chamou “mamã”, eu rezei para que ele não tivesse reparado, mas parece que não tive sorte.
– A culpa disso não é minha. – Ataquei, num tom mais descontrolado. Perdia a noção de tudo quando algo afetava a minha menina.
– Estás cá há muito tempo, German? – Interrompeu o Pablo, já a prever que a discussão não ia acabar bem.
– Cheguei há pouco. – Cortou ele sem tirar os olhos de cima de mim.
– Tenho de ir trabalhar – murmurei, para que não fosse obrigada a estar nem mais um segundo na presença dele. – Anda Maria.
A minha expressão devia estar tão carregada que ela teve medo de protestar, por isso, seguiu-me, ainda que estivesse sempre a olhar para trás. Reparei que a Violetta também estava ali e encarava-me em silêncio, mas não me condescendi a olhar para ela. Ela não queria que eu o fizesse, e eu também não o queria fazer, apesar de saber que iria ter aula com ela dentro de meia hora. Entre ignorá-la e começar aos berros com ela, a primeira hipótese era a mais acertada.
– O que é que se passou, mamã? – Perguntou ela assim que chegámos à sala de canto.
– Nada, Maria, está tudo bem. – Murmurei com a voz trémula. – Agora vai ter com o Beto, ele está na sala de música e disse que te queria ensinar a tocar piano.
– Fixe! – Gritou enquanto saía a correr em direção à sala de música. Quando a porta se fechou, desabei no chão a chorar. Estava tudo a correr tão bem… a Maria parecia estar totalmente curada da leucemia, a Beca tinha voltado, o grupo dos ex-alunos estava mais unido que nunca… porque é que tem sempre de haver algo que corre mal?
– Eh, Angie, viste a Kim, não sei dela desde… - virei a cara para que o Leonardo não me visse assim, mas não resultou. – O que é que se passa, linda?
No segundo seguinte, ele estava no chão comigo, a abraçar-me e a limpar as lágrimas que teimavam em escapar dos meus olhos.
– Ouvi o António e o Pablo a falarem sobre o German e a Violetta terem voltado ontem… mas não quis acreditar. – Disse ele, enquanto me prendia uma madeixa de cabelo atrás da orelha. – É verdade, não é? Encontraste-os?
Confirmei com a cabeça e ele suspirou.
– Ouve, eu sei que provavelmente isto não te vai fazer sentir melhor, mas tu não tens culpa de nada do que aconteceu. Não roubaste o German, não foste tu que fugiste porque tiveste medo de encarar a realidade, não foste tu que ignoraste uma filha durante anos, não foste tu que te recusaste a tentar salvar a vida da tua filha por uma questão de orgulho… não te martirizes por causa disto. É verdade que o German é o pai da Maria, mas a única coisa que os liga é o sangue. Se é disso que tens medo, podes ter a certeza de que não vais perder a Maria para o German.
– Tens razão – funguei, limpando as lágrimas. – Não sei porque é que estou assim.
– Vem. – Pediu ele enquanto se levantava e me incentivava a fazer o mesmo. – Já sei o que te vai animar.
Ele guiou-me até ao piano e começou a tocar “habla si puedes”. Eu fiquei de frente para ele e, ainda com a voz um pouco embargada, comecei a cantar.
Si es que no puedes hablar
No te atrevas a volver
Si te quieres ocultar
Tal vez te podría ver
Y el amor
Que no sabe a quién, ni qué
Hablarás y tu verdad te abrazará otra vez
Habla si puedes
Grita que sientes
Dime a quién quieres
Y te hace feliz
Y te hace feliz
Quando acabei, já não me sentia tão mal e até comecei a sorrir. Ele tinha razão, a música fazia sempre com que tudo parecesse melhor. Tentei agradecer-lhe, mas reparei que ele estava a olhar para o exterior da sala e virei a cabeça para ver o que tanto lhe interessava, mas não encontrei nada de anormal.
– Estavas a olhar para onde? – Perguntei.
– Não sei se devia dizer isto, mas a tua sobrinha estava a ver-te cantar. Achas que lhe consegues dar aula?
– Claro que sim – disse, mais para me convencer a mim própria do que a ele. – Afinal, eu não tenho nada com que me preocupar.
– Essa é a minha Angie. – Sorriu. – Bom, vou deixar-te dar aula, só tens mais cinco minutos para te preparares. Vou ver se encontro a minha filha que, para variar, desapareceu outra vez. Queres que peça à Maria para vir ter contigo e assistir à aula?
– É melhor não… além disso, ela está com o Beto, é melhor do que estar aqui.
– Tu é que sabes. Vou indo, boa sorte. – Piscou enquanto abria a porta para sair e deixar os alunos entrar. Respirei fundo e concentrei-me ao máximo em dar a aula e evitar o olhar da Violetta, que não deixava de me fixar atentamente.
Angie Pov’s off
Maria Pov’s on:
– Beto, tens um papá?
Não consegui evitar fazer esta pergunta, já andava a pensar nela há algum tempo. Mas não podia perguntar à frente da mamã, ela ficava sempre triste quando eu falava disto.
– Claro que tenho papá, Maria. – Disse ele com a boca cheia de bolachas e a tentar organizar as folhas que tinha na secretária.
– E tu, Rafa – foi a vez de me virar para o Rafa Palmer, que tinha entrado na sala há pouco tempo, e fazer a mesma pergunta. – Tens um papá?
– Sim, tenho, mas é muito chato.
– Então, tu tens papá, o Beto também, e o Pablo, a Francesca, a Camila, a Naty, e até a mamã… porque é que eu não tenho?
– Ter tens, Maria – afirmou o Rafa, enquanto o Beto o mandava calar. Não percebo qual é o problema disto, porque é que ninguém quer que eu saiba nada? – Não sabes é quem é.
– E tu sabes? – Perguntei, ansiosa.
– Sim…
– Mas isso tens de falar com a tua mãe, não é connosco – intrometeu-se o Beto outra vez. A sério que não percebo, qual é o problema de eles me dizerem o que é que se passa?
– Porque é que vocês não me dizem? Assim vou ter de descobrir sozinha!
– Querida, fala com a tua mãe – repetiu o Beto. – Tenho a certeza de que, assim que estiver preparada, ela diz-te o que se passa.
– Ela e o papá zangaram-se, não foi? – Perguntei a medo. – E o papá já não gosta de mim?
– Não é nada disso, pequenita – foi a vez de o Rafa falar -, mas a Angie ainda não está pronta para falar disto, e tu ainda és muito nova. Quando fores mais velha vais perceber.
– Toda a gente me diz isso! Eu vou ser muito esperta quando for mais velha.
Maria Pov’s off
Angie Pov’s on:
A aula acabou, e todos saíram da sala. Todos… exceto a Violetta.
– Precisas de alguma coisa? – Perguntei de costas para ela, arrumando as minhas pautas.
– Casaste-te?
Estranhei um pouco a pergunta, mas logo percebi que o fazia por causa da Maria.
– Não, Violetta, não me casei.
Ela riu com escárnio e eu logo percebi que ela me intitulou como desavergonhada. Sem paciência para ouvir o que ela ia dizer, virei-me para ela e disse:
– Não foi por causa do espetáculo que voltaste para Buenos Aires? Então concentra-te apenas nisso, que eu vou fazer o mesmo. E se tens problemas comigo, vai falar com o António para que ele te mude de turma, talvez seja o melhor.
– Para mim ou para ti?
– Para ambas, Violetta.
Ela levantou-se e saiu pisando o chão com força. Assim que abandonou a sala, a minha filha apareceu a correr em direção a mim, guinchando de riso enquanto o Gregório aparecia atrás dele com ar furioso e uma cadeira presa no rabo.
– SEU DIABRETE! – Gritava ele para a minha filha que, entretanto, se tinha refugiado ao meu colo e ria até não poder mais. – Estás a ver, Angie?! Estás a ver o que a tua filha me faz?! Isto é inadmissível! ANTÓNIO!
Quando ele saiu para fazer queixinhas ao António, olhei com ar feio para a Maria e ela levantou as mãos como quem se diz inocente.
– Ele estava a pedi-las, mamã! Além disso, não te preocupes: eu usei supercola.
Angie Pov’s off
German Pov´s on:
– Tem calma, German, acalma-te… estares assim não é solução – dizia eu para mim mesmo. – Tu vais arranjar uma solução para isto, arranjas sempre! Não podes namorar com a Esmeralda quando sabes que gostas de outra! O que é que eu faço...?
Já estava há horas a andar em círculos na sala e não conseguia arranjar uma solução para tirar a Angie da cabeça de uma vez por todas, mas não estava a ser fácil…
– É claro! – Subitamente fez-se luz na minha cabeça. – Como é que eu não pensei nisto antes?
German Pov’s off
Violetta Pov’s on:
Já não me lembro da última vez em que estive tão irritada. Tenho uma prima linda, é verdade, mas é filha de uma desavergonhada e de uma mentirosa! Como é que me pude enganar tanto acerca dela?
Estava a caminhar sozinha pela praça quando alguém me agarrou o braço com força e me empurrou para trás.
– Ei, qual é a tua ideia? – Reclamei para a miúda que me empurrou. Nunca a tinha visto, mas devia ter uns 17 ou 18 anos. De qualquer maneira, parecia furiosa comigo.
– Nós as duas temos de falar!
– Desculpa, mas eu conheço-te.
– Agora conheces. Sou a Kim, e tu vais ter de me ouvir.
Violetta Pov’s off
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aqui está. Beijinhos e até para a semana:D