O fruto de um amor escrita por eliana


Capítulo 2
Encontros e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Olá:D
Queria antes de mais agradecer pelos comentários que deixaram, inspiraram-me a escrever outro capítulo ainda hoje! Muito Obrigada!
Não sei se este capítulo ficou muito bom, acabei agora mesmo de o escrever, mas não hesitem em comentar, gosto sempre de ver o que acham.
Boa Leitura :D



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Angie Pov’s on:

Cheguei à porta do Studio ofegante e completamente despenteada. Estava 15 minutos atrasada, e hoje era o primeiro ensaio com os ex-alunos que iam encenar o espetáculo que o Pablo preparou. Não tive tempo de passar pela sala de professores, por isso, entrei diretamente na sala de canto com a Maria ao colo, onde o grupo já me esperava.

– ANGIE!!!!! – Gritaram todos em coro assim que me viram. Pousei a Maria no chão e abracei-os a todos com força. Tinha tantas saudades deles… já não os via há anos, tanto que a Maria ainda nem era nascida da última vez que nos tínhamos visto.

– Oh, meninos… - murmurei, olhando nos olhos de cada um. – Tive tantas saudades vossas… olhem só como cresceram! Braco, Andrés, Léon, vocês estão mais altos do que eu! E eu estou de saltos! Meninas, vocês estão tão lindas… vá, abracem-me outra vez que eu já estou emocionada!

– Também tivemos imensas saudades tuas, Angie! – Mencionou a Francesca, ainda abraçada a mim.

– Sim, é difícil encontrar professoras tão boas como tu. – Enfatizou Maxi.

– Ou tão bonitas! – Acrescentou o Andrés, sendo rapidamente repreendido pelo Léon.

– É, tu és insubstituível, Angie! – Rematou Naty, logo apoiada pela Camila.

– Vá lá, meninos – pedi, controlando as lágrimas – se continuam assim, aí é que eu começo mesmo a chorar!

– Que estranho…

– O quê, Braco? – Perguntei.

– Estamos a ter um bom momento e ninguém o estragou… - concluiu Boduey.

– É, onde está a Ludmila? – Questionou o Braco.

Caímos todos na gargalhada e, antes que alguém começasse a pensar em reclamar com o seu atraso, disse que ela não viria durante a primeira semana de ensaios por estar de férias com a família.

– Ótimo – murmurou o Léon. – Temos sossego durante alguns dias…

– Eh, Angie, porque é que está uma mini cópia tua a comer o gelado do Andrés?

Ante a pergunta do Napo, toda a gente se calou e eu percebi que, enquanto prestava atenção aos alunos, a Maria decidiu coscuvilhar a sala e encontrou o gelado de chocolate do Andrés. Quando percebeu que era agora o centro das atenções, escondeu o gelado atrás das costas e fitou-me como se não tivesse feito nada.

– Maria, por acaso estás a comer um gelado que não é teu? – Perguntei, franzindo a testa.

– Não…

– Então porque é que tens um bigode de chocolate e um gelado atrás das costas?

Ela desviou o olhar e encarou o grupo que a fixava em silêncio, mas com curiosidade.

– Estava com fome… - argumentou.

– Angie, quem é a menina? – Perguntou finalmente a Camila. Eu suspirei e apresentei:

– Meninos, esta é a Maria. Maria, estes são a Francesca, a Camila, a Naty, o Léon, o Maxi, o Andrés, o Napo, Broduey e Braco. – Enunciei, apontando para cada um deles enquanto falava. Quando vi que não estavam satisfeitos, completei – É a minha filha.

– Oh… que querida! – Murmurou a Francesca, abaixando-se e limpando o bigode de chocolate que a minha filha exibia.

– É tão linda!

– Sim, é mesmo parecida contigo, Angie.

– Mas espera, tu casaste-te? – Léon fez a pregunta que eu não queria ouvir, mas todo o grupo se voltou para mim, ansiosos pela minha resposta.

– Não, Léon, não me casei.

– Então quem é o…

– Não quero falar sobre isso agora, ok? – Interrompi o Maxi antes que ele fizesse aquela pergunta em frente à Maria. – Vamos é começar a trabalhar, temos muito que fazer. E tu, Maria, tenta não incomodar, ouviste? E larga o gelado de uma vez!

Ela assentiu com a cabeça e eu comecei com a minha primeira aula com eles desde há muito tempo, sempre com um olho neles e outro na Maria, que sempre que podia, armava alguma traquinice.

Angie Pov’s off:

German Pov’s on:

Era por isto que eu não queria voltar a esta casa. Não estava pronto, mesmo passados 5 anos. As lembranças dão cabo de mim. Assim que entrei por esta porta, comecei a ser assaltado pelas memórias que tentei enterrar nos últimos anos. Mesmo após tanto tempo, não conseguia tirar a Angie da cabeça. E o meu regresso a esta casa não ajudou. Foi aqui que vivi os momentos mais felizes desde a Morte da Maria, mas também foi aqui que descobri que tudo tinha sido uma farsa.

Olhei discretamente para a Violetta e percebi que ela estava a pensar no mesmo. No fim de contas, não fui só eu que sofri com a traição da Angie. Fomos todos apanhados de surpresa, pelas piores razões.

– Então, não é bom voltar a casa?

Nenhum de nós reagiu com a tentativa da Esmeralda de nos animar. Faltava tudo nesta casa: a excentricidade da Olga, o “Espaço Pessoal” do Ramalho e, acima de tudo, a alegria da Angie.

– Preciso de apanhar ar – anunciei. – Volto daqui a pouco.

– Queres companhia, pai?

Encarei a minha filha e decidi que ela era a melhor pessoa com quem eu podia estar neste momento.

– Sim, se quiseres.

– Então, vou contigo.

– Se não se importarem – interrompeu a Esmeralda – eu fico a arrumar as minhas coisas, tenho imensas malas para desfazer.

– Certo – respondi, contente por poder passear só com a Violetta. – Não vamos demorar muito.

German Pov’s off:

Maria Pov’s on:

Já passava do meio-dia e eu não podia estar mais aborrecida. Gostava de ver a mamã a dar aulas e ouvir os alunos dela a cantar, mas desde que o Pablo chamou todos os professores para uma reunião que eu não tinha nada para fazer. Estava na sala de reuniões há horas a ouvi-los falar do dinheiro que tinham de usar para um espetáculo qualquer, mas isto não me interessava minimamente. Preferia mil vezes estar a ouvir os outros cantar.

Decidi que já estava na hora de ir dar uma volta pelo Studio e ver se encontrava o grupo para não estar sempre sem fazer nada. Fui em direção à minha mãe e sussurrei-lhe ao ouvido a perguntar se podia sair.

– Eles foram almoçar, Maria, não estão cá agora.

Bolas! E eu queria tanto ir ter com eles… perguntei-lhe à mesma se podia sair e ela disse que sim, desde que não saísse dos limites do Studio. Dei um beijinho ao Pablo e um abraço ao Beto, e saí da sala de professores diretamente para a rua.

O exterior do Studio estava vazio, por isso, achei que não fazia mal se “pedisse emprestado” um bongo que tinham deixado à entrada. Peguei nele, sentei-me no estrado e comecei a tocar um ritmo que a minha mãe me ensinou. Desde bebé que o meu sonho era ser cantora, queria cantar tão bem como a mamã. Ela ensinou-me muitas coisas, como controlar a respiração, afinar, ouvir bem as notas, dizer bem as palavras… e claro, sentir a música.

Quando senti que o ritmo estava completamente incorporado, fechei os olhos e comecei a cantar.

Hay algo que tal vez deva decirte

Es algo que te hace muy, muy bien

Se siente tan real, está en tu mente

Y dime si eres quien tu quieres ser

Enquanto tocava e cantava, apareceu uma menina à minha frente e começou a cantar comigo.

Tómame la mano ven aqui

El resto lo hará tu corazón

No hay nada que no puedes conseguir

Si vuelas alto

Depois da rapariga, apareceu um homem que também começou a cantar connosco.

Hay mil sueños de colores

No hay mejores, ni peores

Solo amor, amor, amor y mil canciones, oh

Ja no hay razas, ni razones

No hay mejores, ni peores

Solo amor, amor, amor y mil opciones

De ser mejor

Quando acabámos, os dois começaram a bater palmas e sorriram para mim.

– Fantástico! – Disse a rapariga. – Onde é que aprendeste a tocar e a cantar assim?

– Foi a minha mãe que me ensinou, desde que era bebé.

– Que sorte. E cantas tão bem! Que idade tens?

– Tenho quatro.

– És tão novinha… nunca vi uma criança a cantar assim! – Ela olhou para o homem, que balançava a cabeça de cima para baixo, e eu senti a cara a ficar quente. - Vens cá todos os dias?

– A partir de agora sim, a mamã traz-me cá.

– Nós temos de ir embora agora, mas se quiseres, podíamos encontrar-nos aqui amanhã e cantavas um bocadinho para mim, o que achas?

– Não sei… - pensei um bocado enquanto coçava o pescoço. – A mamã não gosta que eu fale com estranhos.

– Oh, desculpa – disse ela, batendo com a mão na testa. – A culpa foi minha – disse enquanto me estendia a mão para que eu a apertasse, e foi o que fiz. – Sou a Violetta, e este é o meu pai, o German.

– Muito prazer – disse eu, repetindo as palavras que a mamã me tinha ensinado. – Sou a Maria.

Maria Pov's off


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Notas finais do capítulo

E então, que tal? Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de deixar um comentário, nem que tenham coisas más a dizer, porque é isso que me faz melhorar.
Beijinhos!