O Herdeiro da Luz e a Profecia Divina escrita por T R Moreschi


Capítulo 3
Abaixo do Big Ben




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Acordei no dia seguinte estando mais calmo, naquele dia parecia que tudo ficaria normal, cruzei o corredor, e vi meu pai e minha irmã na cozinha. Então rindo, disse a eles:
– Vocês nem sabem o sonho louco que eu tive!
Nesse momento eu vi a figura de um homem barbudo, era Gandolee ou Alfred (como minha família o conhecia), então me ocorrera nesse momento, que tudo o que vivi no dia anterior, não teria sido um sonho. Mas não dava pra ignorar a extensa curiosidade de meu pai e minha irmã que ficavam perguntando:
– Com o quê ? Diga Noah! Fale logo, com o quê você sonhou ?
E eu, tentando disfarçar a situação, respondi:
– Ah, ah, Sonhei que corria, e acabava caindo sobre uma escada.
Minha irmã não se deu por satisfeita:
– Ora, o que tem de louco nisso ? - disse ela - Quase todo mundo sonha assim. Idiota!
Meu pai balançou a cabeça (como se quisesse concordar com minha irmã).
– Ah, CALE A BOCA EMMA !!!, - retruquei eu, impaciente - só quis contar esse sonho pra vocês, não posso? Agora, vai querer me pertubar, logo de manhã?
Nesse momento, Gandolee me puxou, e eu pude ouvir baixinho, o que Emma dizia a meu pai:
– Ele está louco, só pode.
Gandolee me levou até meu quarto, fechou a porta, e disse impaciente:
– Não sabe disfarçar? Quer que todo mundo saiba dos nossos planos? - ele perguntou retoricamente - francamente menino, nem parece que é neto do grande Anthonny, aquele homem sempre sabia o devia fazer.
– Tá bom, mas ela me irritou, você viu.
– Certo, mas ela só agiu como uma pessoa normal, você disse que iria contar um sonho "louco", e contou um sonho comum, o que queria que ela fizesse?
– Então agora você está do lado dela é? - eu perguntei enraivado.
– Não, mas deixa pra lá, isso não importa, o que importa é que temos que planejar nosso dia, que será muito cheio.
E eu com duvidas, perguntei:
– Bom, hoje vou trabalhar?
No que Gandolee respondeu:
– E porque iria?
– Ora - disse eu - pense bem, se vou viajar, tenho de avisar meu chefe.
– Está certo - ele concordou - mas, volte logo, assim que o sol esfriar.
– Você quer dizer ás uma da tarde?
– Isso, ás uma da tarde, você avisa ele, que eu aviso aqui á sua família, e saímos as quatro.
– Perfeito - eu afirmei.
Então saímos do quarto, tia Guida já havia acordado, eu fui tomar banho, me arrumei e sentei a mesa pra tomar café da manhã, onde o clima se resumia por: Gandolee tentando puxar conversas pra disfarçar, tia Guida sorrindo e fingindo se interessar (pois gostara de Gandolee, e achava que os dois formavam um belo casal), Emma com uma cara séria, como essas pessoas que acordam de mal humor, cada vez mais chata e meu pai que só mastigava e cantarolava sorrindo ao mesmo tempo, naquele e em muitos momentos depois, me ocorrera que talvez eu fosse o único normal daquela casa, mas você com certeza deve me entender, todo mundo tem uma família meio insana, não é mesmo?
Comi, e então saí, chegando no trabalho á algumas ruas da minha casa, Sr. Reeves (lembram dele?) perguntou:
– E então você está bem? Já enterraram seu tio?
Naquele momento me lembrei do que toda aquela confusão me fez fazer, tive que mentir para ele durante todas as horas que fiquei no trabalho, fingia luto o tempo todo. E ele vinha ao meu lado me consolar, sempre do mesmo jeito.
– Não fique assim, garoto, as pessoas morrem mesmo, tudo vai ficar bem, você vai ver, já lhe disse que não precisava vim hoje.
Eu já estava me convenceendo de que era um bom ator, quando lembrei que já eram quase meio-dia, então aproveitei a desculpa de um tio morto pra anunciar minha viajem.
– Sr. Reeves!
– O quê ? meu filho, diga!
– Sabe, o velório será amanhã, e será em outra cidade, sabe, eu preciso ir, ele era muito importante pra mim - disse eu num tom choroso bem convicente.
– É claro, meu filho, fique fora o tempo que quiser, eu arranjo outro pra fazer seu trabalho.
– Muito Obrigado Sr. Reeves, nunca vou esquecer desse seu gesto de amor.
– Por nada, meu filho, sempre soube como é a dor da morte e você não tem culpa - disse ele me abraçando mais uma vez.
De repente deu uma hora, eu me despedi do Sr. Reeves e migrei em direção á minha casa, no caminho fui pensando: "Bom, quando chegar, faço minhas malas, mas não posso demorar, pois, Gandolee, disse que temos que sair as quatro". Cheguei em casa abri a porta, e tive uma surpresa, minha família sempre exagerada, tinha feito uma placa escrito: "Boa Viagem, Noah!!!". Só depois parei pra pensar que se tivesse problemas cardíacos, podia ficar traumatizado com a porta de casa, pois, por duas vezes seguidas, abri a porta e tive uma surpresa. Logo que vi a placa pansei: "Gandolee já contou é claro", e então tia Guida veio me abraçar, dizendo sempre baixinho:
– Faça boa viagem, meu filho. Vai dar tudo certo, você vai ver.
– Fizemos panquecas - disse meu pai - vem pegar uma Noah!
Peguei e então comentei:
– Não vejo necessidade de fazer uma festa pra comemorar uma viagem.
No que tia Guida respondeu:
– Não estamos comemorando, isso é uma festa de despedida, não é assim que fazem hoje em dia?
E então me lembrei das coisas mas importantes, perguntei a eles:
– Onde está Gan digo Alfred?
– Ah sim, - respondeu meu pai - saiu mas já tá voltando.
Fui até meu quarto, e quase no mesmo instante Gandolee chegou, entrou no quarto, perguntei:
– Onde estava?
– Nenhum lugar importante - ele respondeu - só certificando de que nada dê errado na nossa viagem.
Eu então comentei:
– Preciso fazer a mala.
No que Gandolee respondeu:
– Já fiz.
Só aí reparei que não tinha roupa alguma no meu guarda-roupa, e vi que minha mala, não era tão grande, o que era curioso, mas aprendi a achar isso tudo normal com o tempo. Levando sua mala e a minha ele disse: - Vamos, precisamos partir.
Notei que já era três e cinquenta e oito no relógio, o que me fez pensar que talvez Gandolee fosse pontual. Nos despedimos da minha família, meu pai sempre ingenuo, estava quase chorando, e minha irmã Emma, já não estava mais tão desprezivel agora, ela me comprimentou e disse:
– Boa viagem, babaca!
Eu só sorri.
E assim saímos, sobre as ruas do meu bairro Gandolee verificava:
– Tudo certo no trabalho? Convenceu seu chefe?
– Sim, tudo perfeito.
– Falei mesmo á sua família que íamos pro Caribe - comentava Gandolee.
– Então temos um problema - eu retruquei raciocinando - disse ao Sr. Reeves que ia pro velório do meu tio, o que podia fazer? Ele ainda achava que meu tio tinha morrido e não poderia saber a verdade. Eu só aproveitei a chance.
– Bom, vamos torcer pra que sua família não cruze com seu chefe, enquanto estivermos fora. - disse Gandolee, parecendo bem calmo, mesmo com toda aquela situação.
Logo percebi que Gandolee ia na direção de um beco escuro:
– O que está fazendo? - perguntei eu - o aeroporto é pra lá.
E ele só disse: - Acalme-se menino, e verá.
Era um beco escuro e sem ninguém á vista, quando Gandolee retirou uma espécie de pó do seu bolso, jogou-o no ar, e rapidamente apareceu uma visão branca iluminada na nossa direção, no formato de uma porta, era como uma fumaça, mas não evaporava, ficava sempre no mesmo lugar. E então Gandolee comentou:
– Você achava mesmo que íamos naquele transporte que vocês usam nesse mundo? De maneira nenhuma, íamos demorar mais, e precisamos chegar em Londres o mais rápido possível.
E eu me encontrava bastante impressionado nesse momento, ele continuou: - Agora, vamos!
E então entrou naquela neblina e desapareceu, eu sem saber o que fazer fui atrás, logo em seguida, e a medida que eu ia entrando, tudo a minha volta ia sumindo, os tijolos da parede, a escuridão do beco, tudo ia ficando pra trás, e dava lugar a outras coisas, de repente apareceu um céu azul, vária ruas, predios, pessoas que pareciam não nos notar, eu tive de repente a visão de um lago, e vi que estava em uma cidade diferente, quando reparei, percebi que estava em Londres, estava tão impressionado, que só consegui comentar:
– Nossa, como isso é íncrivel, só vi esse lugar por fotos ou na televisão, apesar de minha família ser daqui.
Gandolee então comentou:
– Está vendo esse grande édificio ?
– Sim.
– Então - ele continuou - estou no seu mundo tempo suficiente pra saber que é o Westminster ou parlamento, lembre bem dele, ele é muito importante pra nossa viagem, temos que voltar aqui. Agora vamos conhecer essa cidade magnifica.
Andando pelas ruas de Londres, perguntei:
– Porque você não usou esse pó, pra irmos direto pro tal lugar.
– Porque, o pó azul, só funciona no seu mundo, ele foi criado por elfos justamente pra frielandianos que vieram pra cá ou se perderam aqui, como uma forma de guiá-los, e além disso, como já lhe disse, existe somente um único portal do seu mundo para o meu que fica aqui em Londres, então essa foi a nossa única alternativa.
Eu compreendi tudo, e depois só cheguei a comentar: - Legal, então é assim que chamam os seres que nascem no seu mundo, frielandianos? Nessa hora Gandolee só fez que sim com a cabeça.
Andamos por muitas ruas, vimos muitas coisas, entrei em várias cabines telefónicas, e depois de insistir muito Gandolee concordou em darmos uma volta no ônibus de dois andares, já quase de noite, Gandolee, com algumas libras que tinha conseguido, me pagou um chá, e nós dois sentamos e esperamos, eu ficava só pensando, que Londres era tão legal, tão bonito, mas não podia visitar, nem aproveitar muito, pois, estava mais interessado no tal lugar mágico, e já estavamos perto de partir, mas consolei a mim mesmo pensando, que poderia voltar mais tarde e aproveitar mais.
Já era noite, Gandolee, me puxou pela mão, e disse:
– Vamos, já está na hora! Lembra do Westminster que lhe falei?
– Ahan - eu concordei.
– Então, é pra lá que devemos ir, o portal pra Frieland, fica lá bem abaixo da torre que tem o relógio, o que vocês chamam de, como é mesmo, ah sim, o Big Ben. Vamos!
Então rodiamos o parlamento procuramos a torre do relógio, nos posicionamos abaixo da torre, Gandolee, então disse:
– Vou contar até 3, quando eu disser já, você corre junto comigo pra que atravessemos o portal, certo?
– Certo.
Qualquer pessoa normal no meu lugar ia dizer que aquilo é impossível, que nós íamos dar de cara na parede, mas aquela altura eu já estava acreditando em tudo. Então Gandolee começou:
– 1...., 2....., 3......., e jaaáá!!!!!
Nós corremos ao mesmo tempo e de repente Londres parecia ter sumido, agora eu só enxergava um clarão, e ficava imaginando a cada instante, o que aconteceria depois? Como seria esse tal mundo? E então lembrei de abrir os olhos.


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