Eu tinha ido caçar a Cazeaje, por quê? Até parece que eu ia deixar aqueles patetas morrerem na minha frente. É, eles são meus amigos e me importo com eles.

Agora se sou capaz de encarar a Cazeaje assim? Cara a cara? Solo? Sozinho? Que as deusas me protejam...

Espero morrer aqui do que ser o ultimo a morrer de meus amigos, mas claro que eles não sabem disso, e nem podem saber, para eles eu fugi por que queria matar a Cazeaje sozinho e esfregar na cara deles que sou melhor.

Eu tento não pensar na merda que estou fazendo, andando pela floresta sozinho, a chapeuzinho se passando pelo lobo, mas tudo bem... Eu sou forte, vai que a Cazeaje se canse e eu consiga fugir, assim eu também posso esfregar na cara deles que eu consegui sair vivo de uma luta contra Cazeaje.

—Olha quem temos aqui, um coelhinho perdido na floresta. —ela tinha aparecido.

—Olha, um cachorro que fala. —respondi ironicamente.

Eu estou morrendo de medo e ainda provoco? Só eu para fazer isso mesmo... É meu jeito natural... Que eu odeio.

—Para sua informação eu não tenho mais forma de cachorro. —ela respondeu.

—Continuo ouvindo latidos.

—Eu não falava até um minuto atrás?

—Desculpa, não falo cachorrês.

Eu me odeio.

Ela avançou contra mim, mas eu consegui desviar.

—Cade seus amigos? Não estão aqui para te ajudar?

—Vou te matar sozinho.

Até parece...

—Veio me caçar? Até parece! —ela respondeu.

Parece que pensamos igual.

Trocamos alguns golpes, mas nada muito grave… Consegui desviar dos golpes dela, mas ela também desviou dos meus.

—Um outro caçador tentou me caçar, mas morreu… Isso porque diziam que ele era o melhor. —ela provocou.

—Eu que sou o melhor!

—Não está se esquecendo de alguém? Talvez a palavra ‘família’ te lembre algo…

Não pode ser… Meu pai? Morreu? Não sei se agradeço ou fico preocupado.

Claro que eu fiquei muito bravo, eu que queria matá-lo. Também tinha o lado ‘se ele morreu, eu vou sobreviver?’, mas eu vim aqui para isso.

Pulando a parte sangrenta, eu apanhei muito e ela nem suada estava.

—Concedo-lhe a honra de experimentar primeiro o que eu vou fazer com todos os seus amigos. —ela falou.

—Você não vai tocar neles. —eu lutava para levantar.

—Eu já toquei. —ela sorriu.

—Como assim? —me espantei na hora.

—Uma de cabelo verde...

—Então eu não sou o primeiro. —como eu continuo a provocar?

—Verdade.

—Holy? —eu ainda estava um pouco em choque.

—Acho que era esse o nome.

—Não, ela estava no reino da Luz...

—Quer provas? —ela fez um movimento no ar e logo apareceu a imagem da Holy.

Ela estava diferente, cabelo e olhos rosa, roupa preta.

—Reconhece a tiara? —Cazeaje passou a mão no cabelo.

É, aquela tiara da Holy era um pouco parecida com a da Cazeaje.

—O que você fez com ela? —falei bravo.

Muito bravo, me senti queimar, ataquei a Cazeaje com todas as forças.

Estranhei que as armas que eu invocava estavam diferentes, cade as MINHAS armas?

Ela desviava de todos os ataques até que falou:

—O mesmo que eu fiz com você. —ela se teletransportou e sumiu.

Eu já tinha estranhado as armas diferentes…

Andei correndo pela floresta até um rio que eu tinha visto antes da luta, olhei minha imagem nele e vi… Meu cabelo e meus olhos estavam da mesma cor dos olhos e do cabelo de Holy.

—Por que tinha que ficar rosa…? Não podia ser outra cor? —falei baixo tentando me animar, bati na água para desfazer minha imagem.

É… O que a Cazeaje fez comigo? Pelo menos saí vivo… Até agora.

Voltei para a base da Grand Chase e logo que me viram já falaram:

—O Lupus despertou! —Jin falava animado.

—Mas o que? —perguntei.

—Outro? E eu ainda não? —Amy choramingava.

—Dois despertares na mesma semana? —Sieg perguntou.

—E onde estava ontem a noite, hein? —Lin perguntou.

—Sabe que fui caçar. —respondi.

Mas que droga é essa de despertar?

Claro que se tivesse alguém que sabia o que era, com certeza era a Mari, e eu fui imediatamente falar com ela.

—Mari… —entrei no laboratório da base, onde ela ficava o dia inteiro.

—Lupus, você também despertou… —ela me olhou, fria como sempre.

—O que é esse despertar? —perguntei.

—Vamos dizer que você ultrapassou seu limite de poder… —ela respondeu.

A Cazeaje tinha me dado mais poder?

—Como assim?

—É normalmente provocado por alguma turbulência emocional…

Talvez… Como eu vi a Holy?

—A Holy também está assim? —perguntei.

—Sim.

—Sabe qual a ‘turbulência’ que ela passou?

—Um amigo dela morreu…

Agora que eu me confundi de vez… Talvez a Cazeaje tivesse matado o amigo dela, mas e a tiara?

—E da onde veio essa roupa que ela está usando?

—Obra da Amy.

A Amy estava no meio disso também?

—Pelo seu estado da pra ver que lutou contra a Cazeaje. —se encostava na cadeira

—É...

—E pelas reações até agora esta suspeitando de algo. —continuou, se balançando na cadeira.

—Você é boa…

—Seja o que for que a Cazeaje tenha te falado, isso não é obra dela, a máxima interferência dela seria matando o amigo e fazendo o que fez com você.

—E o nosso cabelo, que ficou rosa?

—Poderia ter ficado branco, azul, amarelo, laranja, ou qualquer outra cor.

—E a tiara? Não acha no mínimo suspeito da parte da Amy?

—Essa parte sim…

—Eu vou investigar isso…

—Eu ajudo no que estiver a meu alcance.

—Obrigada.

—Aproveite que está mais forte. —ela falou enquanto eu saía do laboratório.

Assim que cheguei na sala dei de cara com a Amy.

—Lupus…

—Oi?

—Essa roupa não combina.

É, eu já sabia o que ela ia fazer…

—Ficou tão fofinho! —alguns minutos depois.

—Não, é muito rosa!

—Combina com seu cabelo.

—E qual é a desse pelo no pescoço?

—Ficou legal!

—E esse chapéu?

—Também ficou legal.

—Pelo menos tem bastante preto… Não é só rosa…

—Viu! Ficou legal! Podia deixar o cabelo um pouco comprido… Ficaria mais legal!

Mesmo não achando nada suspeito, ainda não parei de suspeitar dela.

—Haha, também ficou com cabelo rosa? —um garoto de cabelo branco e olhos azuis apareceu na porta.

—Mas agora ele está mais forte que você, Lass. —Amy ainda ajeitava minha roupa.

—Lass? Prazer, Lupus. —falei.

—Como assim prazer? Sou seu irmão! —o garoto falou.

—Como assim irmão? Eu não lembro de ter um irmão… E eu nunca te vi antes. —falei.