Os Marotos - Love Is In The Air. escrita por Nina Black


Capítulo 84
Não Desista De Mim


Notas iniciais do capítulo

Quem está a um tempão sem postar que os leitores achou que estava morta?
Exatamente. Euzinha aqui.
Finalmente consegui terminar os capitulos, que dizer, mais ou menos, mas essa daqui está prontinho. É meio deprê? É. Mas eu gostei dele,
Bem, não quero mais que vocês percam mais um segundo de espera. Aproveitem a leitura.



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POV Lilian:

A Marlene é louca. Sério!

Louca de pedra.

– Como assim? Me explica isso direito! – Dorcas quase gritava no ouvido da morena.

Estávamos todas reunidas na sala de estar da casa do Remo. Ele tinha saído com os meninos depois da aula para resolverem algumas coisas. Das quais eu nem tinha coragem de perguntar mais.

– Exatamente, Dorc’s. Eu te apresento nossa nova Julieta! – E apontou para mim. – A Maggie confessou tudo em um vídeo que eu e o Remo achamos nos arquivos. Agora, é só entregar pro Dumbledore. E fora que já sabemos que a Lilian sempre foi melhor como a namorada do Romeu do que ela.

– Espera só quando o James souber disso... – Alice fez uma cara maliciosa pra meu lado.

– Gente... Vocês estão se apressando muito. O que querem dizer “quando o James souber disso”? O que ele faria? – Eu disse abaixando a bola delas.

Marlene estalou a língua no céu a boca, em forma de negação com o que eu havia falado.

– Até parece que você não conhece ele, Lily! – Ela disse se levantando do sofá da sala de estar. – Ele vai adorar! Ele já gosta de você, e você gosta dele... O que têm a perder? – E saiu para a cozinha. Logo depois, ela gritou de lá. – Precisamos comemorar isso!

– Eu tô até com medo de perguntar... Mas como podemos comemorar isso? – Mary disse insegura.

– Com uma noite das garotas! – Alice gritou de repente. Nisso Marlene volta da cozinha com um pote de sorvete e algumas colheres.

– Eu estava pensando em vermos um filme de terror que está passando no cinema... – A morena sugeriu.

– Uma noite das garotas parece mais agradável do que isso! – Eu disse rindo. Uma coisa sobre mim: Eu sou muito cagona quando o assunto é filme de terror. Pode ser até o menos assustador, eu tenho medo.

– Ok. Já temos o tema da festa... Agora aonde isso vai ser? – Marlene perguntou oferecendo um pouco do sorvete para Mary, que aceitou de bom grado.

– Acho que não seria legal passar uma “noite das garotas” na casa do meu namorado. Principalmente quando os amigos dele vêm dormir aqui... – Dorcas comentou.

– Como? Eles vão vir dormir aqui? – Alice disse com uma cara maliciosa. – Eu queria muito saber o que eles conversam enquanto não estamos por perto.

– Homens são lentos pra essas coisas. Eles normalmente vão ficar aqui conversando sobre jogos, ou sobre alguma edição de HQ’s da Marvel... Talvez eles toquem no assunto “garotas” quando estiverem falando de coisas que aconteceram com eles... – Marlene disse suspirando no final. – Eles são um pouco trouxas nessas situações.

– Pior que é verdade... – Dorcas suspirou e se afundou no sofá.

– O apartamento do meu irmão é pequeno pra essas coisas. E fora que agora tem o meu sobrinho lá... – Ela falou.

– Minha casa é pequena demais pra esse tipo de coisa. – Eu já adiantei. E era mesmo. Quando as meninas vão lá em casa, custa caber mais quatro pessoas no meu quarto.

– Bem... Tem o meu apartamento... Minha mãe, como sempre, esta viajando pra sei lá aonde, e meu pai vai sair de viagem hoje quando anoitecer. – Mary disse. – Pode ser lá em casa.

– Fechado. – Marlene falou. – Vou comprar umas coisas antes de irmos pra casa da Mary. O que querem? – Ela disse pegando as chaves do seu carro.

Nós nos olhamos e sorrimos, depois respondemos em uníssono:

– Nutella!

POV Marlene:

Povo gordo, afe.

Mas de todo jeito eu iria comprar Nutella.

Assim que cheguei no mercado, fui direto na área das gordices. Gordices, pra quem não sabe, são coisas muito gostosas, mas que entopem sua veia antes dos trinta anos, basicamente.

Salgadinhos, chiclete, doces... O básico para quem vai passar uma noite na casa e uma amiga.

Acho que isso já deve ter acontecido com todo mundo, ou com a maioria: Você está andando calmamente por algum corredor, ou na calçada. E quando você chega na esquina, quase esbarra com alguém que estava virando no mesmo tempo que você? Isso acabou de acontecer comigo.

Só que eu não tive essa chance de “quase esbarrar”. Eu trombei em cheio na certa criatura que estava lá, deixando a minha cesta com compras e a dele cair.

– Ei! Desculpe... – Eu disse olhando para ele pela primeira vez, e em seguida revirei os olhos. – Ah, Sirius... Que coincidência... – Eu disse sorrindo sarcasticamente para ele.

– Oi, sumida. Eu não te vejo desde...

– Ontem. Quando aquela menina loira veio atrás de você. E exatamente no momento em que estávamos conversando... E a propósito... Acho que você passou um bom tempo com ela. – Eu o cortei, e depois peguei a minha cesta do chão.

– O que? Acha mesmo que eu quebrei o nosso acordo? – Ele disse tentando permanecer calmo.

– Eu não disse isso. Mas sim... Eu poderia ter pensado nisso... Se é que você chamou aquilo de acordo... – Eu disse séria.

Sinceramente... Estava demorando demais para isso acabar. E quando se trata de mim, ou do Sirius... Isso é estranho.

É normal nós brigarmos. Sempre foi assim, desde que nos conhecemos.

E agora esse tal acordo... Depois de pensar mais... Isso só o prevaleceu. Ninguém mais. Ele pode ficar com mais garotas, porque ele é popular. Eu não sou assim. Não sou como ele. E eu acho que ele não entendeu isso ainda.

– Acho que conversar sobre isso em um supermercado lotado como essa não vai dar muito certo... – Ele falou, e foi aí que eu percebi que tinha umas cinco pessoas nos olhando, e com uma cara não muito boa.

– Conversamos mais tarde, Sirius. – Eu disse o olhando séria.

Não sei se é pelo fato de que eu estou na TPM e parece que quase tudo me irrita, ou pelo fato de que eu estou me sentindo uma idiota entre o Sirius e todas as garotas do colégio, mas eu estou cansada de tudo isso.

É engraçado, porque o problema não é ele... E sim... Ele.

Deu pra perceber que estou confusa agora. Mas ele tem que ver o meu ponto de vista. E eu sei que ele não viu isso ainda. Sirius é egoísta, e isso não é lá uma grande novidade.

Depois que comprei toda a comida que eu tinha pegado, eu fui rapidamente para o meu carro, e fui para a casa da Mary. Onde as meninas já estavam me esperando.

Lily me emprestou um dos pijamas dela, já que eu não tive tempo de ir para a minha casa pegar minhas coisas. Então acho que por hoje isso deve dar.

– O que vamos fazer agora? Quero dizer... Antes de nos entupirmos com chocolate e outras besteiras. – Dorcas disse saindo do banheiro com seu fofo pijama rosa bebê.

– Vermos um filme... – Mary sugeriu, e no final concordamos em ver o filme.

(...)

– O filme acabou, e já é quase meia-noite, e eu estou totalmente sem sono... – Alice reclamou se levantando do nosso sofá improvisado com os cobertores e travesseiros da Mary.

– Que tal jogarmos algum jogo? – Lily sugeriu.

– Tudo menos a brincadeira da garrafa, ok? – Eu disse me levantando em seguida.

– Acho que o que você sente não é exatamente um trauma, quando se lembra da ultima vez que brincamos... – Mary falou se levantando e ajeitando sua blusa, e nisso pude ver o inchaço de barriga de três pra quatro meses de gestação.

Quando eu olho para barrigas de grávidas, eu não consigo acreditar que tem uma pequena vida vivendo ali.

– Muita coisa mudou... – Eu disse pegando um pote de Nutella em cima de uma mesinha na sala. – Eu, ele... Não somos mais as mesmas pessoas de antes.

– Lene? O que tá acontecendo? – Lilian perguntou praticamente tomando o pote de Nutella da minha mão e o abrindo sozinha.

Depois reclama que tá gorda...

– Te contei sobre aquele acordo que nós temos, não contei? – Eu disse me sentando, e todas concordaram. – Isso não tá dando certo. Ele fica com qualquer uma, como sempre, na minha cara. E depois de tudo o que ele me falou... Parece que ele não se importa mais. Ou nunca se importou...

– Pelo que o Remo me fala... O Sirius se importa com você. Ele só não sabe demonstrar isso. – Dorcas falou se sentando do meu lado no sofá.

– E é isso que me irrita. Nunca pensei que ia falar isso... Mas ele não tem atitude. – Eu disse suspirando.

– Isso é uma coisa que não ouvimos todo dia. – Alice disse se sentando no chão na nossa frente.

Quando ia responder, meu celular toca.

– Alô? – Pergunto.

– Lene? Precisamos conversar. – Era a voz de Sirius.

– Falando nele... – Eu cochicho para as meninas. E elas se aproximaram mais de mim para ouvir nossa conversa. – Acha mesmo que essa nossa conversa pode ser falada por telefone? – Eu disse séria.

– Não. Por isso que eu estou aqui fora do prédio onde a Mary mora, te esperando. – Ele falou sério e objetivo.

– Não acredito! – Eu disse me levantando rapidamente, fazendo Alice cair no chão, já que ela estava apoiada em mim. – Como você soube que eu estou aqui?

– É fácil saber quando meus melhores amigos namoram as suas melhores amigas. – Ele disse e pude jurar que ele estava sorrindo.

– Agora não é uma boa hora para conversarmos.

– Sempre é uma boa hora para conversar. – Ele retrucou. – Estou aqui na portaria. Se daqui vinte minutos você não aparecer, eu acho que vou ter que subir aí.

– Sirius... Não faria isso... - Eu comentei olhando pela janela, e vi ele parado na porta do prédio, encostado no seu Camaro preto.

Apenas um pensamento surgiu na minha cabeça: Fudeu.

– Eu estou descendo. - Eu falei correndo para o banheiro, com as mesmas roupas que eu estava usando hoje mais cedo. E me troquei o mais rápido que pude. Quando saí, começou o interrogatório.

– Aonde você vai? - Alice perguntou.

– Você trocou rápido, aconteceu alguma coisa? - Mary também tinha perguntado.

Eu olhei para Dorcas e para a Lilian, que estavam sentadas no fundo do quarto, no mesmo lugar em que eu estava sentada momentos atrás. As duas me olhavam sérias. Elas sabiam aonde isso iria dar. Lilian me deu um sorriso e Dorcas também.

– Meninas... Eu já volto. - Eu disse para as duas esbaforidas do meu lado.

Saí pelo corredor correndo, literalmente falando. Desci de elevador, no fundo, desejando para que ele nunca chegasse ao térreo.

Para de frescura! Você é mulher ou não é?!

Esse foi o meu subconsciente me dando apoio moral. Se é que eu posso chamar isso de apoio moral...

Assim que ele chegou ao térreo, eu hesitei um pouco antes de sair, pois eu ouvi a voz dele. Ele estava conversando com as recepcionistas. Porque não fiquei muito surpresa com isso?

Assim que eu saí do elevador, ele estava de costas para mim, apoiado no balcão, e as mulheres estavam quase que derretendo com os olhares que ele estava lançando para elas. E o pior que ele não estava fazendo nada, só conversando.

É natural, fazer o que? Uns tem sorte, outros nem tanto...

– Sirius. - Eu o chamei, e ele se virou, ainda rindo de uma piada que uma das duas mulheres teria contado.

– Oi, morena! - Ele disse sorridente. - Eu estava quase subindo, sabia? - Ele disse saindo de perto do balcão.

– De você, eu não duvido nada. - Eu tentei soar descontraída, mas acho que não deu certo, já que ele ficou sério.

– Aconteceu alguma coisa que eu não sei? - Ele perguntou se aproximando de mim. Muito perto.

Assim eu não consigo falar nada.

– N-Não aqui... Não com todo mundo desse jeito. - Eu disse tentando sorrir, mas acho que o que apareceu na minha cara ficou longe de um sorriso simpático.

Fomos para fora do prédio. Ele se encostou à parede de uma casa, e eu fiquei na frente dele.

– Sobre o que quer conversar comigo? - Ele perguntou cruzando os braços.

Agora vai, Lene. Você começou, agora termina.

– É sobre nós. Especificamente... Nós. - Eu respirei fundo. - Não tá dando mais.

Ele me olhou desconfiado.

– Como assim?

– Sirius... Apesar de eu não ficar falando o tempo todo que eu gosto de você, você sabe disso. Só que eu não sei quase nada sobre o que você sente em relação a mim, aliás, eu não sei quase nada sobre quem você é. Isso me deixa confusa. E esse acordo nosso... Isso não tá certo. - Eu disse cruzando os braços quando uma rajada de ventou gelado me atingiu. - Eu sei o que eu sinto por você. Mas eu penso que você não sabe o que sente por mim... Ou finge não saber.

– Espera... - Ele deu uma risada nervosa. - Você quer terminar?

– Terminar não é bem a palavra certa. - Eu disse sorrindo triste. - Não começamos nada. Esse acordo só te favorece.

– Claro que não! Nós dois ficamos juntos! - Ele disse sério.

– Por pouco tempo... No começo eu achei isso uma boa ideia, acho que quando começamos a gostar das pessoas ficamos idiotas, mas depois com o tempo isso vai clareando um pouco... Mas ver você ficando com outras garotas, mesmo dormindo com você... Isso tá errado... Você encontrou um meio termo entre amizade e namoro que está me magoando. - Eu disse. Nunca fui tão sincera com ele do que agora.

– Mas eu não quero perder justo você. - Ele disse olhando para o chão. Eu me aproximei dele e coloquei minha mão no seu rosto.

Como assim justo eu?

Marlene, seja forte!

– Eu também não quero. Mas você me conhece... Comigo é 8 ou 80. Isso tão tá mais dando certo. Eu tentei... Mas nós dois não funcionamos desse jeito.

– Você quer um namorado? - Ele disse levantando seu rosto e me encarando, e foi ai que eu percebi realmente o quanto estávamos perto um do outro. - Você quer alguém inteirinho pra você? É isso, não é?

– Sim. Eu quero... - Eu disse. - Mas eu não quero depender de ninguém. Eu só quero alguém que esteja do meu lado, qualquer hora que eu precisar. Alguém que eu sei que vai ficar comigo. Mas eu não vou te pedir em namoro, ou qualquer coisa do tipo. - Eu disse sorrindo tristemente para ele. - Eu te conheço, cachorro. Eu sei que você não vai namorar tão cedo... Muito menos uma desengonçada como eu. - Eu disse me afastando.

– Tudo o que passamos... - Ele começou.

– Tudo o que passamos foi ótimo, e eu não pensaria duas vezes em voltar naqueles momentos. Mas isso não iria durar pra sempre. Nada dura pra sempre. Somos bons um pro outro... Mas até certo ponto. - Eu disse enquanto ele me olhava.

O olhar dele me lembrava um cachorro sendo abandonado pela família dele. Aquele olhar distante, triste, vazio...

Não derreta meu coração, Sirius Black!

– Lene... - Ele disse enquanto eu me virava para voltar para o prédio. Naquele ponto eu estava me segurando para não chorar na frente dele.

Aquilo já estava deprimente demais pro meu gosto. Eu não me virei.

Eu senti ele pegando na minha mão, e depois me virando para olha-lo cara a cara de novo.

– Se você entrar por esse prédio... Eu juro que eu não vou mais te procurar pra falar sobre essa droga de acordo. Eu vou te deixar totalmente livre e descompromissada... Totalmente. - Ele disse. Eu olhei para a portaria do prédio, depois para ele.

Valeria a pena deixar esse acordo?

Eu não vou deixa-lo. Não vou deixar as coisas acabarem assim com a gente.

Só que eu preciso virar a página.

Me mostre que realmente se importa comigo, Sirius. – Eu pensei e sorri para ele. – Não desista de mim. Eu não vou desistir de você.

– Até amanhã, Sirius.

E entrei novamente no prédio, e não olhei para trás.

Talvez esse seja meu limite. Quero saber qual é o dele.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos os novos leitores que apareceram!
Já adoro vocês kkk
Bem, quero saber o que acharam!
Beijos e até o próximo.
Ps: Só pra deixar claro, não quero que fiquem preocupados. Eu não irei abandonar a fic. Mas tudo depende do comentário de vocês, que me motivam. Se o capitulo passado não tivesse nenhum comentário, eu com certeza não estaria postando esse daqui.
É isso, muito obrigada! Beijos!