POV James Potter:

Caramba! Será que eu não consigo escrever nada decente para a Evans?!

Ai você me pergunta: Mas é só escrever um: “Você é minha amiga do coração”, ou “Obrigado por fazer parte da minha vida”.

Mas não quero que seja um cartão assim, quero que esse cartão seja diferente, mas não é nada disso que vocês estão pensando... É que... Bem... Eu quero que ela se surpreenda com um cartão diferente dos que ela já recebeu. Só isso, nada mais.

Olha bem a minha situação:

Acordei com uma porra de uma dor de cabeça.

O Sirius não quis acordar, então o deixei lá desmaiado mesmo.

Só lembrei do cartão agora.

Não consigo escrever nada descente até que as aulas comecem.

E... Para piorar... Maggie Falcon está vindo...

– Oi Jammy! – Ela disse com aquela voz adocicamente enjoativa.

– Oi, Maggie.

– Já escreveu meu cartão? – Ela perguntou se sentando do meu lado.

– Já, mas não posso contar no que está escrito. – É sério, eu comprei um daqueles cartões que vendem nas bancas de revistas com um ursinho roxo na capa, e nem me dei ao trabalho de ler. Eu estava com muita preguiça naquele dia.

– Mas eu não quero saber. – Me virei para ela, e, pela primeira vez, ela não estava com os olhares “Quero você nu na minha cama” para cima de mim. – Assim acaba a graça, gatinho. – E piscou para mim, logo depois se levantando e indo em direção á Susan Kristine.

– Caramba!! – Falei colocando as mãos na cabeça e olhando para o papel cartão vermelho á minha frente. – Pensa James! Não é possível! Você pensa até demais, e não consegue escrever um cartão de Valentine’s Day!?

– JAMES! SEU VEADO DUMA FIGA! – Sirius começou a gritar assim que me viu, e, claro, toda escola percebeu o certo “nervosismo” da parte dele.

– Fala baixo, Pads!

– Falar baixo!? Você me atrasou seu filho da... – mas ele foi interrompido por Remo, que falou:

– Se vocês não perceberam ainda, toda a turma da Lufa-Lufa está vendo a briguinha do casalzinho, aí.

Logo depois que tudo se acalmou e eu expliquei para ele e para Remo o porquê de eu chegar mais cedo na escola, e sozinho, começamos a conversar sobre garotas... Futebol...

– Caramba! – Sirius colocou a mão na cabeça. – Daqui a uns dez dias é o nosso primeiro jogo oficial, lembra?

– Precisamos ver com o treinador, para ver com quem vamos jogar, quando vai ser os treinos, essas coisas. – Remo disse se deitando na grama.

– Vamos ver isso depois que esse negócio de Valentine’s Day passar. – Sirius falou se deitando na grama também.

– Você já fizeram seus cartões? – Perguntei depois de um tempo.

– Eu fiz ontem de madrugada. – Sirius falou, isso explica o fato da Bela Adormecida não querer acordar hoje.

– Eu fiz ontem, depois que cheguei da escola.

– Por que você faz para ela? –Sirius perguntou para Remo, mas não olhando para ele. – Quero dizer, você e a Dorcas mandam cartões com mensagens um pro outro quase todo dia...

– Eu TENHO que mandar para ela hoje. Porque hoje é o dia mais importante dos importantes! – Remo disse fechando os olhos.

–Não sei o que você vê de legal nisso... Eu tô custando fazer UM! –Falei rasgando uma folha do meu caderno como rascunho.

– Posso ajudar? – Remo perguntou se levantando.

– DEVE! – Falei e entreguei a folha para ele.

– Primeiro você tem que me falar sobre seus sentimentos por ela, pra eu ver qual texto se encaixa melhor. – Remo disse.

– Ela é minha amiga. Só isso.

– Sei! E eu e Marlene vamos nos casar! Vocês querem ser os padrinhos? – Sirius disse com sua nada sutil ironia. – É óbvio que tem mais coisa aí do que só amizade, Prongs.

– Não! Somos só amigos! E ponto final! – Falei estressado e ele deu de ombros.

Depois de uns quinze minutos, Remo acabou a carta, e eu só dei umas incrementadinhas depois.

“Quando você encontra alguém especial e se apaixona por essa pessoa, você começa a construir um relacionamento com os cuidados de quem constrói uma Maravilha.
Seus materiais básicos são constituídos de muito Amor, Companheirismo e Dedicação.
Até que um dia algo terrível acontece, jogando por terra toda sua construção.
É desalentador e faz mesmo pensar que todo seu trabalho fora em vão.
Mas isso é ledo engano: se construístes tudo realmente com beleza e pureza de sentimento, restará ainda uma magnífica Amizade.
Assim como as mais majestosas construções da Humanidade deixaram suntuosas ruinas das quais cuidamos e admiramos, a Amizade fruto de um Amor de verdade, deve e merece ser preservada.”

– Não tá muito sugestivo esse texto, não? – Perguntei para Remo quando li a parte do: Quando você encontra alguém especial e se apaixona por essa pessoa.

– Fica tranquilo! Não tem nada demais não... – Remo disse tranquilo. Tomara que ele esteja certo.

– Certo! Já acabamos aqui né? Vamos entregar logo esses cartões. – Sirius falou se levantando, e depois nos ajudou a levantar.

No caminho, estava uma correria só! Era menina pra lá, menino pra cá! Pessoas acabando de fazer seus cartões... Até que eu ouço um barulho na minha frente e vejo que Padfoot trombou com a Kristine e deixou alguns cartões caírem. Ela se abaixou e começou a ajuda-lo.

Logo depois desse acidente fomos entregar os cartões e irmos para a aula de Literatura.

(...)

POV Lilian Evans:

Estávamos na primeira aula, que era de Literatura.

– Bem... Todos você já fizeram seus cartões? – A professora Joanne entrou na sala saltitando. – Sabem... – Ela começou a escrever na lousa. – Acho que o Valentine’s Day foi feito para o inverno, como agora. Sabem por quê?

Todos ficamos em silêncio.

– Serve para aquecer os corações gélidos que temos dentro de nós. – E ela começou a ficar mais séria e pensativa. – Todo mundo tem um coração que precisa ser aquecido. A única diferença é que uns precisam apenas de uma vela para esquentá-lo... Já outros precisam montar uma fogueira, e mesmo assim não seria o bastante. – E focou o olhar no Malfoy, que a ficou encarando por um tempo, mas depois voltou seu olhar para sua turma de babacas. – Bem... Mas vamos voltar ao que é a pauta da aula de hoje: Os cartões! Todos já entregaram? – Fizemos que “sim” com a cabeça.

– Professora... Será que não podemos entregar os cartões depois? – Uma Corvinal falou. – Quero dizer... Entregarmos pessoalmente para a pessoa.

– Nada disso! Assim acaba com a graça! Depois do recreio, você pode fazer um cartão para a pessoa e entregar para ela. Mas só depois do recreio.

(...) A aula passou.

(...) A outra aula passou.

(...) A ultima aula antes do recreio passou.

PÉÉÉIIINN!!

Aquele dilúvio de meninas encheu o corredor. E era uma abrindo seu armário e chorando, outras rindo, outras sem expressão, e outras que nem conseguiram chegar no seu ainda... Eu e as meninas éramos esta ultima opção.

(...)

– Caramba! – Mary recuperou o fôlego quando chegamos aos nossos armários. – Não sabia que existia tanta menina assim em Hogwarts! Deus me livre!

– Vamos ver o que tem pra gente. – Marlene disse abrindo seu armário, deixando cair UM MONTE de cartões. Ela olhou para aquilo tudo e depois riu sem graça para nós.

– Acho que vou ter muito trabalho hoje á noite! – E começou a recolhê-los do chão.

– Agora o meu. – Dorcas abriu o armário e caíram alguns cartões, não tanto igual à Lene, mas caíram muitos.

– Cuidado, hein! O Remo pode ficar com ciúmes! – Mary começou a rir enquanto ela e Alice abriam seu armário, que o mesmo caíram um monte de papéis de carta coloridos. Já esperando essa reação, as duas começaram a catar, mas ainda sim rindo da Dorcas, que a mesma mostrou a língua para as duas.

– Agora o seu, Lil’s. – Dorcas falou guardando os cartões na mochila.

Abri o meu, e um monte de papéis verdes, amarelos e vermelhos caíram sobre mim.

– Meu Deus! – Disse olhando para o chão. Realmente tinha muitas cartas.

– Lembram-se de quando não recebíamos cartões nem dos nossos primos? Agora olha só! – Marlene disse apontando para o monte de cartas em seu outro braço.

–Pois é. – Disse guardando os meus na mochila.

(...)

– Oi Lilian! Podemos conversar? – James chega atrás de mim (sem malícia, ok?), e me dando um susto.

– Tem cinco minutos, Potter. –Disse seca. Não gostei muito da reação dele quando o Amos me convidou ontem.

– Então você vai com o Amos para a festa? – Ele perguntou fitando o chão.

– É o que está parecendo... – Respondi meio receosa. Por que ele estava perguntando isso? – E você? Com quem vai?

– Não sei ainda. –Essa resposta me pegou de surpresa. Pensei que era com a Maggie que ele ia!

Acho que fiz uma pequena burrada...

– Lilian? – Amos chega e segura meu braço levemente. Pude ouvir o Potter bufar.

– Oi, Amos! – Disse sorrindo para disfarçar o nervosismo. Eu tenho CERTEZA de que eu fiz uma burrada.

– Podemos conversar? – Ele perguntou cauteloso.

– Se você ainda não percebeu, “meu amigo”, eu e ela estamos conversando. – James disse secamente para ele, que apenas o fitou indiferente.

– Lilian... Tenho um assunto urgente para tratar com você. Se você puder...

– É... Mas ela não pode! Ela tá conversando comigo! – James disse me puxando para o outro lado. Mas eu não deixei.

– Quem é você para controlar minha vida, Potter? – Perguntei incrédula. Como assim ele agora respondia por mim?

– Lilian... – Ele começou, mas eu o cortei.

– É Evans! E eu vou conversar com o Amos, pois parece que ele tem um assunto em que eu estou envolvida. Agora se me der licença... – Falei e puxei Amos até a área pública, deixando o Potter sozinho.

– Pode falar... – Comecei.

– Será que eu não poderia te pegar um pouco mais cedo no sábado? Assim dá mais tempo para a gente se conhecer melhor... – E não pude evitar de perceber um sorriso em seus lábios.

O que eu estava fazendo?

LILIAN! É SÓ NEGAR E FALAR QUE VOCÊ JÁ TEM UM OUTRO PAR!

Mas eu prometi a ele...

E promessa é dívida.