POV Remo:

Acordei já era 06h00min. Vesti-me e fiz tudo o que tinha que fazer.

– Bom dia filho. – Minha mãe disse assim que me viu na porta da sala de jantar.

– Bom dia mãe. – Disse com sono, me sentando do lado dela.

– Bom dia Remo. – Meu padrasto apareceu do outro lado da sala.

– Bom dia. – Disse comendo.

Meu pai morreu há uns cinco anos atrás, ele trabalhava em um navio na Marinha. Mais precisamente, ele mexia com armas e munições, um dia, ele foi carregar um canhão e deu uma coisa errada e ele explodiu. Minha mãe e eu não falamos muito sobe isso, pois ficamos muito mal na época.

Ano passado minha mãe arrumou um namorado, o Marcus, ele é legal...

– Tenho que ir para a escola. Tchau mãe. – Disse dando um beijo em sua testa. – Tchau Marcus. – Disse acenando para ele.

– Tchau Remo Meu amor. – Marcus e mamãe responderam juntos.

(...)

– Remo... Precisamos conversar! – Ashley chegou atrás de mim.

– O que foi? – Disse seco, já que não gostava dela.

– O que está acontecendo com você e com a Meadowes? – Ela perguntou com a mão na cintura.

– Estamos ficando, por quê? – Perguntei voltando a atenção para meu livro.

– Como assim por quê? – Ela disse afinando a voz, o que me deu uma pontada na cabeça.

– É... Não vejo o porquê de contar os detalhes da minha vida pra você. – Disse lendo e ignorando o fato de que ela estava mais vermelha do que o cabelo da Lilian.

– Não pode fazer isso comigo Lupin! – Ela disse batendo a mão na mesa. Perdi a paciência e olhei para ela, bravo.

– Quer parar de mandar na minha vida! Pelo que sei nós não tivemos NADA! Já tenho gente demais cuidando da minha vida! E não quero você no meio dela! – Falei me levantando e indo para o pátio.

Lilian e Mary estavam lá, conversando animadas em uma das mesas da Grifinória, já que estavam “proibidas” de irem até a área publica... Ideia de James Potter e, no caso, Pedro Pettigrew, só pode.

– Oi meninas. Onde está a Dorcas? – Perguntei chegando mais perto delas.

– Acho que ela está com a Alice e a Lene no teatro. – Lilian se virou pra mim.

– Ok, valeu. Á propósito, acho que o James estava te procurando...

– Obrigada. – Lilian disse dando um sorriso que eu retribui, e sai para o teatro.

Ele era do lado de fora da escola, então devo ter demorado uns dez minutos andando... Quando cheguei, as três estavam sentadas no chão do palco, conversando. Cheguei mais perto e só pude ouvir.

– Aah, Alice! Sua voz é tão bonita... Por que não entra para o coral da escola? – Marlene parou o assunto na hora assim que me viu entrando no palco. – Oi Remo! – Ela acenou alegremente pra mim.

– Oi meninas! – Disse sorrindo.

– Remo! Preciso falar com você! – Dorcas disse se levantando e vindo em direção a mim. – Vem. – Ela estendeu a mão pra mim e saímos do teatro.

(...)

– O que foi Dorcas? – Perguntei quando entrávamos na sala da Grifinória.

– O que estava conversando com a Courtney? – Ela parou na minha frente, e ela estava séria, ou seja, brava.

– Nada, ué. – Eu disse olhando para o teto. Mais um para cuidar da minha vida... Como se já não tivesse gente suficiente.

– Remo. – Ela me chamou.

– Nada demais! Ela só perguntou o que eu tenho com você! – Eu disse olhando impaciente pra ela, pois não tinha que dar satisfações.

– E o que você respondeu?

– Que estávamos ficando, lembra?

Ela apenas cruzou os braços e ficou me encarando sem expressão nenhuma.

– O que foi? – Perguntei.

– Nada. Só acho que hoje não vai ser um bom dia pra mim. – Ela disse chegando mais perto de mim e me abraçando.

– Por que? – Sussurrei.

– Sei lá... Tenho uma impressão. – Ele disse ainda me abraçando.

– Não fica assim não... – Disse segurando o rosto dela e dando um selinho. Mas ela continuou séria. – Ei! Não fica assim não! – Disse divertido e a dei mais um selinho, dessa vez mais demorado.

– Vai acontecer alguma coisa estranha... – Ela disse ignorando o fato de que eu estava doidinho para tomar aqueles lábios só pra mim.

A beijei, com mais intensidade, e ela percebeu, pois deixou que eu aprofundasse ainda mais o beijo. Ficamos um tempo assim, até que percebo que tem alguém parado na porta.

– O que você quer Courtney? – Dorcas perguntou rispidamente.

– Nada, ué! – Respondeu ela se encostando ao portal.

– Vamos para outro lugar... – Dorcas começou a me puxar, quando Ashley não deixa a gente passar.

– Remo fica comigo agora... – Ela disse olhando para Dorcas, que lhe lançou um olhar mortífero. – Temos a mesma aula... – Ela disse com aquela enjoativa voz doce.

– Remo... – Dorcas me olhou, querendo dizer “me tira daqui senão eu vou ser expulsa por assassinato!”.

– Tchau, Courtney! –Disse impaciente, arrastando Dorcas para fora do andar da Grifinória.

– Ela não se enxerga não? – Dorcas me perguntou ainda com raiva.

– Calma... – Eu disse pela milésima vez hoje.

– Como ter calma Remo Lupin! Só faltava ela perguntar se você queria o cú dela! – Ela disse nervosa, porque só quando ela está MUITO nervosa que ela começa a xingar.

– Vem aqui. – Falei a puxando para um abraço. – Não te quero ver desse jeito, tá?

– É difícil sabe!

– Olha, vou para a aula e você tenta relaxar. – Disse dando um beijo na testa dela e indo para minha aula.

– Isso se aquela Acromântula não passar na minha frente. – Disse ela baixinho, reprimindo a raiva.

– Vai ficar tudo bem... – Disse a abraçando mais uma vez.

– Você tem aula. Vai. – Ela disse assim que me largou.

– Até mais. – Disse indo para minha sala e a deixando lá, antes de sair ela me deu um sorriso inseguro. Estava começando a achar que ela estava certa.

– Remo! – James grita meu nome do outro lado do corredor. – Anda logo! Depois dessa aula a gente tem treino!

– Já vou! – Disse me virando pra eles e saindo correndo para a aula.

– O que aconteceu? – Pedro perguntou. – Mary me disse que Dorcas estava estranha hoje...

– Ela acha que vai acontecer alguma coisa ruim hoje. – Disse me sentando na carteira.

– Acho que ela está com um pingo de razão... – James sussurrou no meu ouvido assim que Ashley Courtney chegou à sala e me olhou com uma cara “quero te comer”.

– O que está pensando? – Perguntei, mas não deu tempo dele responder, pois o professor já havia chegado. Olhei para ele esperando uma resposta, mas nada, pois ele já estava babando da Lilian.

No treino, não tivemos tempo de conversar, pois o treinador me colocou no time adversário dele.

– Pedro! – Gritei. Graças aos céus ele era do meu time, James deve ter comentado com ele sobre alguma coisa.

– Fala! – Ele disse se aproximando de mim.

– O James falou alguma coisa sobre a Ashley Courtney pra você?

– Bem... – Pedro coçou a nuca. – Não sei se posso contar...

– Fala logo! – Disse quando vi o treinador se aproximando de nós.

– Ele disse que viu a Courtney conversando com a Falcon e com a Kristine que ela ia conseguir alguma coisa, e eu e os meninos achamos que tem a ver com você e com a Dorcas.

– O QUE ESTÃO FAZENDO?! VOCÊS NÃO CHUTAM A BOLA E NEM DEFENDEM ELA COM A LÍNGUA!! ENTÃO TRATEM DE FECHAR A BOCA E PRESTAR ATENÇÃO ONDE A BOLA ESTÁ! – O treinador chegou gritando (percebe-se né!), então tivemos que parar de conversar e prestar atenção no jogo.

No final do treino encontrei Sirius falando com uma menina loira da Lufa-Lufa no corredor dos armários.

– Sirius... Posso falar com você? – Perguntei atraindo a atenção dele.

– Pode falar. – ele disse depois de cochichar alguma coisa no ouvido da garota.

– O James te falou alguma coisa sobre a Courtney? Estou com um pressentimento estranho... – Eu disse nervoso.

– Ele me falou alguma coisa sobre ela e a Dorcas... Mas não vai acontecer nada não... Relaxa. – Ele disse se encostando ao armário.

– Bem que eu queria...

(...)

Estava saindo da aula, claro, ainda pensando no que aconteceu, quando alguém me puxa para uma sala vazia, do outro lado do corredor.

– Mas o quê... – Perguntei assim que vi o encosto da Ashley Courtney se agarrando na gola da minha camisa. Acho que minhas teorias vão se concretizar...

– Vou te mostrar uma coisa... Esquece a loira e fica comigo... – Ela disse se aproximando e me beijou. Ou melhor, tentou me beijar, pois não deixei ela se aprofundar mais, então ficou parecendo um selinho. Fora que, eu a empurrava o mais forte que podia, mas ela estava presa no meu pescoço, parecendo que tinha passado superbonder nas mãos.

– Remo? – Uma voz triste fez Ashley se desvencilhar de mim rapidamente.

Eu olhei para ela, que estava com seus olhos brilhando, de tantas lágrimas que estava segurando.

– Dorcas... Espera! – Eu gritei em vão, pois ela já havia saído correndo enquanto Ashley ainda me prendia entre a parede e seu corpo. O que me fazia ficar cheirando aquele perfume que me dava ânsias de vomito.

– SAI! – Gritei, finalmente conseguindo sair de seus braços.

– Remo! Espera! – Ela disse tentando me agarrar de novo.

Saí correndo pelos corredores procurando a Dorcas, mas nenhum sinal dela. Quando dei por mim, meus olhos já estavam ardendo. Não podia perder ela, por nada desse mundo, eu a amo tanto...

“É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças.”

– Giacomo Leopardi.