“Eles adoram lhe dizer: "não saia dos limites", mas há algo melhor do outro lado...”

John Mayer

Chegando à estação muito atrasados, os irmãos, McGarden atravessaram o portal com as bagagens mais cheias do que o normal, afinal, eles iriam passar o Natal em Hogwarts. Ethan McGarden tentava, em vão, ajeitar os cabelos loiros antes de subir no trem. A Sra. McGarden beijava os filhos várias vezes e seus olhos já estavam marejados.

— Vou sentir saudades... — Murmurava pela décima vez, dando o último beijo na bochecha da filha, Raven. Enquanto o menino, Ethan dava um abraço no pai. — Vão logo! O trem já vai partir!

Os meninos subiram no trem apressados, eram os últimos estudantes a embarcar.

O trem começara a andar, e o habitual frio na barriga se apossou de Raven, ela trocou olhares com o irmão, e ele pronunciou com sua voz arrastada de sempre:

— Vou procurar a Astoria. — Ele andou pelo trem passando por várias cabines até entrar em uma. Raven estava sozinha, uma discussão com o irmão naquela manhã resultara nisso, ele se recusava a falar muito com ela.

Ela voltara a andar pelo trem, até parar em uma cabine onde alguns alunos da Sonserina que a menina simpatizava estavam.

— Raven! — Disse, Draco Malfoy um quartanista bem bonito do qual Raven tinha uma grande afeição. — Achei que não viria! Senta aqui.

— E irá existir um dia que eu não venha para Hogwarts? — Ironizou a loira, prendendo seu cabelo num coque malfeito. Ela correu os olhos pela cabine. — Blás, Pansy e.... Nott.

Seus olhos azuis cintilantes encontraram os olhos azuis acinzentados do ex-namorado, ele, porém desviou o olhar e voltou a observar a janela.

— Aonde está o seu irmão, McGarden? — Arriscou Pansy Parkinson com um olhar malicioso.

— Não sei, Pansy, mas se está tão interessada nele, por que não vai procurá-lo? — Retrucou Raven com um sorriso irônico no rosto. — Faria um favor para todos nós...

Pansy ficou muito corada e abriu a boca várias vezes, porém não disse nada. Minutos de silêncio se seguiram, até que Draco interrompeu:

— Blás, Pansy e Nott procurem o carrinho de doces, e comprem alguns doces para mim e para Raven, estamos famintos. — Pansy e Blás trocaram olhares como se estivessem confirmando alguma coisa. Já Nott ficou muito corado, Raven não sabia se era de vergonha ou de raiva, afinal, ela que propôs que terminassem o namoro no final do ano passado. — Ah, e se encontrarem a Alasca, Pansy sabe o que fazer, não sabe?

A menina concordou com a cabeça orgulhosa, e eles saíram da cabine. Deixando apenas uma Raven confusa e um Draco que sorria maliciosamente.

— O que foi Malfoy, não vai querer aborrecer sua namoradinha, vai? — Perguntou Raven sorrindo ironicamente e voltando a olhar para a janela.

— Ela não é minha namorada. — Mentiu Malfoy.

— Não é? Tem certeza?

— Bom, nós nos gostamos. — Admitiu o menino, muito corado.

— Obviamente. — Ironizou.

— Mas, tem um problema. — Sussurrou Malfoy sentando-se ao lado da menina. — Eu também gosto de você.

Raven olhou para o menino, e ele tascou lhe um beijão. Primeiro Raven ficou sem reação, ela tentou empurrá-lo, mas ele abraçou-a com mais intensidade. A loira não sabia o que fazer para Draco soltá-la, por isso correspondeu, talvez ele pare. Mas ele não largou, apenas estava dando mais intensidade para o beijo. Ele tinha um perfume tão bom, não era enjoativo. Era bom. Era maravilhoso. Que ideias são essas Raven! A menina voltou a empurrá-lo, dessa vez com mais força. Deu certo.

— O que você acha que está fazendo? — Indignou-se Raven.

— Eu acho que estou te beijando. Me diga se estou errado. — Falou, sorrindo maliciosamente.

— Pra mim chega, Malfoy! — Anunciou Raven, saindo da cabine, muito irritada.

Chegando ao corredor estavam vindo em sua direção, Nott, Blás, Pansy e uma pessoa mais irritante do Mundo, Alasca Katherine Jacobsen.

— McGarden! — Gritou, vindo em sua direção, como se estivesse desfilando, Alasca. — Você viu o Draco, meu namorado?

— Não... — Retrucou irritada, a presença da menina não ia melhorar o humor de Raven. — Suponho que se você, que é a namorada dele, não o viu, por que eu o veria?

As faces de Alasca muito branca, ficaram vermelhas, ela sorriu desdenhosa.

— É verdade que você terminou com o Nott? — Raven concordou com a cabeça, Alasca riu e acrescentou. — Espero que encontre alguém mais interessante e solteiro.

— Suponho que se a pessoa for interessante não vou me importar se está solteiro ou namorando.

Alasca fechou a cara. Raven riu, e Pansy também gostaria, mas sabia que seria muito arriscado com Alasca ali por perto.

— Tchau. — Disse a menina, passando por Alasca e todos eles, com seu olhar cruzando com o de Nott, novamente.

Raven passou por muitas cabines até entrar em uma onde estavam, Cedrico Diggory sentada ao seu lado Olivia Meredith Hayes, Lauren Lily Jane, Robert Carter, Leslie Anne Ellery, seu irmão gêmeo, Isaiah Ellery, Alan Ellery e uma menininha sentada no canto que provavelmente Molly Ellery, provavelmente rindo de alguma piada que alguém contara.

— Oi pessoal, posso entrar? — Questionou insegura.

— Raven!! Entra aí. — Falou Isaiah sorridente.

— Oi Rav — Falou Cedrico animado.

Todos cumprimentaram Raven devidamente, exceto a menina Molly, que era muitíssimo tímida.

***

Já na cabine ao lado, o assunto não era muito bom.

— Você a viu hoje? — Perguntava Will preocupado para Lily Stanford.

A menina balançou a cabeça negativamente, e olhou preocupada para outra menina que estava sentada ao seu lado, Esmeraldade del Castillo.

— E você Esmeraldade?

— Não, definitivamente, não.

— Eu vou procurar ela. — Disse Lily Green, levantando-se apressada. Porém Will segurou seu braço.

— Calma! Eu já olhei em todas as cabines, não a vi em lugar nenhum.

— É impossível que a Makenna tenha desaparecido sem deixar rastros! — Falou Stanford nervosamente.

— É possível Lily que ela não tenha vindo para Hogwarts.

Emeraldade deu uma risada sem graça.

— É impossível, Hogwarts é o lugar que ela mais ama no mundo!

Will, Esmeraldade, Lily Green e Lily Stanford se entreolharam. E o ar pareceu ficar mais frio, e o vento pareceu uivar mais forte do lado de fora.

***

Megan Westergard, Mizumi Render e Marianne Parker eram uma das pessoas que estavam na frente de uma cabine onde, Lorcan Evans, Jamaica Jacobsen, Lysander Scamander, Fred Weasley, Jorge Weasley, e as únicas meninas que estavam dentro da cabine, Samantha Firescar e Charlie Di Ângelo, jogavam Snap Explosivo.

— Tem certeza que não quer desistir Charlie? — Perguntou Lysander rindo após Fred falar algo em seu ouvido.

— Se um dia eu desistir de alguma coisa, com certeza você não estará falando comigo Scamander. — Rosnou Charlie franzindo a testa para suas cartas. — Sua vez, Firescar.

— É melhor eu desistir antes de passar vergonha. — Anunciou, levantando-se e saiu da cabine com vaias, não antes de ela fazer um gesto obsceno com a mão.

— É melhor sua mãe não ver você fazendo isso Sam! — Gritou Jamaica Jacobsen, que era um antigo amigo da família, tentando conter os risos. — Então, sua vez Jorge.

Jorge, que estava muito sério concentrando-se em suas cartas, fez um movimento rápido com a varinha, que fez todas as cartas sumirem.

— Vamos acabar por aqui!

— Seu maldito, eu ia ganhar! — Falou Lysander, fingindo que estava realmente aborrecido. Eles se levantaram e começaram a encenar uma briga como as dos trouxas, o que fez muitas garotas soltarem suspiros apaixonantes.

— Vocês são podres. — Murmurou Charlie saindo da cabine. Mas antes que ela pudesse sair Lily Green apareceu com as faces rosadas e perguntou para os meninos, e Charlie.

— Gente, algum de vocês viram a Makenna, por algum lugar daqui do trem? — Alguns estudantes murmuraram inquietos. — Ah, vocês sabem da Sonserina do terceiro ano...

— Sabemos quem é.... — Falou Fred impaciente

— Não sabemos o que aconteceu com ela. — Terminou Jorge.

— Ela não apareceu hoje na Estação... — Começou Lily.

Depois de falar, todos afirmaram que provavelmente ela não viria. Provavelmente alguma coisa muito, muito séria aconteceria.

— É mais não tem nada que possamos fazer... Quer dizer podemos falar com a Professora Minerva pra resolver mas... Só saberemos depois. — Concluiu Mizumi.

— É Mizumi tem razão. Sabe, — Começou Lorcan olhando o relógio. — Devemos estar chegando, é melhor irmos nos vestir.