“Eu só me lembro de coisas boas que aconteceram conosco.”

Procurando Nemo

O sol já havia ido embora e a noite trazia um vento nada agradável, mas para Makenna já não fazia diferente. Era a segunda noite que ela resolvera se trancar no quarto, em umas de suas fases de apatia, com a cabeça exausta e vazia ela mirava o teto do quarto quando sua mãe entrou no quarto. Com um vestido que valorizava seu corpo escultural, os cabelos loiros bem penteados que lhe caíam sobre os ombros, os mesmos olhos da filha, ela pigarreou para mostrar que estava ali, e Makenna virou lentamente a cabeça para a mãe.

— Estou indo. — Anunciou.

— Certo. — Falou monótona, voltando a olhar para a parede.

— Tem alguns sanduíches na geladeira. — Ela mexia na bolsa sem dar muita atenção a menina. — Tente se comportar. Tchau.

E saiu do quarto pisando pisando forte e fechando a porta ao passar. Makenna ouviu os passos da mãe desceram a escada, que rangia, no momento seguinte ouviu a chave girar a fechadura no andar de baixo e os passos da mãe na grama seca se distanciarem com o tempo.

Makenna se sentia indiferente à saída da mãe, tanto faz ela estar em casa ou não. A menina estava sem energia até para acender a luz do quarto, e este fora escurecendo depressa, mas ela continuava deitada na cama, com a cabeça quase explodindo. Apurando os ouvidos para escutar qualquer barulho, mas só escutava crianças brincando e os rangidos da casa.

A casa rangia por inteiro, os canos de água faziam um barulho que depois de um tempo, começaram a ficar irritantes. A menina se levantou, após alguns minutos de inquietação, com a intenção de ir buscar água na cozinha pois sua boca estava seca. Ela descia as escadas rapidamente sem dar importância para os rangidos. Após saciar sua sede, sentou-se no sofá e com uma certa vontade de sair de casa naquela noite, vestiu seu casaco e deixou o vento balançar seus cabelos.

Os vizinhos pareciam ter parado as suas conversas para observar Makenna, e era exatamente isso que fizeram. Ela cruzou e apertou as bandas do casaco sobre seu peito, abaixou a cabeça e continuou andando, em Hogwarts provavelmente ela nunca faria isto, mas ali com todas aquelas pessoas que a odiavam simplesmente por sua mãe, ela sentia-se um nada, como uma trouxa qualquer. Sentindo-se mais aliviada quando virou uma esquina e os olhares curiosos finalmente a deixaram.

Andando com passos rápidos, Makenna não fazia a mínima ideia de aonde ia, só gostaria de andar um pouco, talvez sua cabeça parasse de doer no caminho. Bem adiante, numa esquina, deserta a essa hora, estavam parados, possivelmente fumando, alguns garotos um pouco mais velhos que Makenna. Ela atravessou a rua para poder evitar os garotos, mas fora tarde demais, eles a viram e correram em sua direção, brincando e rindo.

— Ei Green! GREEN! — Chamou um dos meninos se adiantando até Makenna. — Não vai esperar a gente?

A menina apressou o passo, mas o menino a segurou pelo braço. Uma das coisas boas de ser da Sonserina é que você aprende muitas coisas com outros estudantes de lá, uma delas é: nunca abaixar a cabeça para ninguém e não suportar pessoas idiotas, e era exatamente o que aqueles garotos eram.

— O que foi? — Perguntou a menina olhando para os lados, o resto dos garotos haviam chegado.

— Viemos ver você. Estávamos com saudades de você. — Berrou o menino menos próximo de Makenna, como se ela não pudesse ouvi-lo.

— Interessante... Pois eu não. — Retrucou a menina, ela desvencilhou-se da mão do garoto que ainda estava segurando seu pulso, esperando que ela fugisse a qualquer momento, e continuou a caminhar em passos apressados.

Logo eles reapareceram ao seu lado, eram uns quatro garotos.

— Aonde está sua mãezinha?

— Eu tenho quase certeza que sei aonde ela está Louis...

— E eu tenho certeza...

— Por que não foi se juntar a ela Makenna?

— Ouvir dizer que ela está tendo aulas particulares...

— CALEM A BOCA! CALEM JÁ! — Urrou Makenna, agarrando a varinha de Olmo apontando-a para os quatro garotos, os três deram um passo para trás, mas um não. Um deles, olhava desafiadoramente para Makenna.

— Qual é, Makenna? Achei que fosse mentira, mas realmente você enlouqueceu. — Louis riu desdenhoso e caçoou — Vamos, aponte essa coisa para outro lado. O que você é agora, bruxinha de Salém?

Os outros riram em coro, possivelmente se encorajavam em Louis. Porém Makenna não soltou sua varinha, com a respiração ofegante ela olhava de Louis para os outros garotos que riam, e falou nervosamente:

— Vou contar até 5... — Murmurou Makenna, com a mão tremendo de rancor.

— Qual é Makenna...

— Só me deixem sair daqui. E NUNCA mais vão falar da minha mãe! — Exigiu Makenna com a voz trêmula. Os garotos apenas riram e logo em seguida trocaram olhares significativos, Makenna ergueu a varinha mais alto. — Não me obriguem... Não quero machucar vocês...

— Ahhhhhh nos machucar Green? — Ameaçou o líder, Louis, ele se aproximou de Makenna e sussurrou: — Creio que será ao contrário, Makenna.

Ela deixou cair a varinha com o choque. Eles se aproximaram mais.

***

Lyanna estava sentada no chão de seu quarto graciosamente grande, treinando feitiços defensivos que ainda não aprendera na escola. Obviamente, ela sabia que estava muito além da turma dela.

Os cabelos castanhos e ondulados que descem até o meio das costas estavam presos em um gracioso coque. Quando Lyanna ia lançar um feitiço em um gato que ela mesmo transfigurou, sua mãe entrou no quarto com a expressão séria, ela resolveu testar um outro feitiço que havia lido ano passado, esperando ter reações engraçadas.

— Conjunctivitus! — Gritou a garota, a mãe automaticamente ergueu a varinha e protegeu a si mesma.

— Muito, realmente muito engraçado, Lyanna. — Falou a mãe sentando-se na cama, e o gato de Lyanna se deitou em seu colo e começou ronronar. — Gato interessante...

— Ah é.... Não foi um dos meus melhores trabalhos, mas dá para praticar bastante. — A menina gabou-se o que provocou na mãe uma risada forçada. — É mamãe, falando em praticar, você ainda não me ensinou algumas azarações novas. Só quero que você se lembre que prometeu.

— Lyanna, vá se arrumar. — Pediu a mãe, levantando da cama e abrindo o guarda-roupa da menina e escolhendo um vestido dentre os que tinha. — Já escolhi seu vestido, daqui a alguns minutos desça, seu pai estará esperando lá embaixo. Não se atrase. — Acrescentou, antes de sair do quarto.

Em cima da cama estavam o gato, que tirava um cochilo, e o vestido de Lyanna que era esmeralda e bem elegante, digno de um jantar no Ministério da Magia. Ela correu, nada ansiosa, murmurando maldições para os idiotas que inventaram esse jantar ridículo.

***

Maryanne acabara de aparatar ao lado dos pais em frente à uma casa bem arrumada cuja as sebes estavam bem cortadas, como da última vez que ela viera naquele lugar. A menina e seus pais foram recebidos na porta por um elfo doméstico e logo depois entraram na sala que seria o jantar. Cornélio Fudge estava em pé conversando com um homem, usando sua habitual capa listrada e segurando seu chapéu-coco verde-limão.

— Olá, Marcos. — Adiantou-se o Ministro jovialmente, apertando a mão de Ellen e em seguida de Maryanne. — Como estão?

O Ministro e a família de Maryanne começaram a conversar sobre quadribol, os gigantes, dementadores e outros assuntos que não interessavam nem um pouco a menina.

Muitos outros estudantes de Hogwarts estavam lá, cujo os pais trabalhavam no ministério, dentre eles: Theresa Lovelace, Cloe Elizabeth Brandwell, Peggie Carter, uma quintanista de Hogwarts muito divertida, essas meninas ficaram conversando por muito, muito tempo. Logo depois, Lyanna Ivanovich Flamel, considerada por muitos uma das meninas mais bonitas de toda Hogwarts, chegou, ela apenas acenou para as meninas e foi sentar-se com os adultos, quando chegou Willian Edwards Evenstar que Lyanna levantou-se e foi se sentar com seu melhor amigo. Junto com Will, chegara também Annabella, sua irmã, que abraçou Lyanna antes de se sentar ao seu lado.

Quando, finalmente os West McGarden chegaram que o jantar fora servido. O Ministro falara algumas palavras tão chatas quanto ele, antes do jantar. A maioria dos estudantes apenas trocavam olhares entediados a cada conversa dos adultos, quando finalmente, algumas famílias resolveram ir para casa, e aos poucos, todos foram se dispersando.