Laços de Sangue e Fúria escrita por BadWolf


Capítulo 3
Quando os Problemas Permanecem na Porta


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!


Sim, aqui vamos para mais um capítulo.
Holmes e Esther finalmente se acertaram e resolveram seus traumas e problemas. Bom, não é? Uma pena que ambos não tenham calculado muito bem o momento e o lugar para isso... Qual será o preço por tamanho descuido?

Boa leitura!



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Londres. 28 de Setembro de 1894.

07:15 a.m.


Watson ainda abotoava sua gravata, enquanto descia as escadas daquele pequeno apartamento quarto e sala, no coração de Londres. Tivera uma noite fantástica, mas ele tinha que admitir que ficara mais tempo ali a contragosto, com o pretexto que sua amante tinha lhe dado, devido a forte chuva que caía sobre a cidade. Ele tinha marcado um café da manhã com seu amigo, depois de ambos terem resolvido o caso do Construtor de Norwood. Watson queria garantir que Holmes tivesse uma boa refeição e se estabelecesse do período de prostração física e mental que aquele caso lhe deixara.

–Sua charuteira, John! – disse a moça, de cabelos cor de fogo, entregando-lhe da escada.

–Obrigada, Rose. – ele agradeceu, dando-lhe um beijo na bochecha.

–Quando vem me ver de novo, Dotô? – ela perguntou, com malícia.

–Em breve, você verá. – respondeu Watson. – Tenha um bom dia.

Rose Willians subiu de volta ao seu recém-adquirido apartamento. Embora fosse minúsculo, era um luxo perto de seu antigo quarto em Whitechapel, além de ter um banheiro independente – um antigo sonho – e ser perto do centro da cidade. Às vezes, ela gostava de ficar sobre a janela, olhando o movimento daquela gente bem arrumada e sempre apressada, bem diferente do povo desordeiro e pobre que ela costumava ver de seu antigo quarto. Ela jamais imaginou que conseguiria um homem bom, como John Watson, que era afetuoso e gentil e foi capaz de tirá-la das ruas, ainda que para torna-la sua amante, sem prometer nada mais do que isso.

Ele lhe acenou do cabriolé, e ela sorriu, dando-lhe uma piscadela ousada. Ele, de maneira sempre sedutora, devolveu-lhe um olhar à altura, prometendo mais na próxima vez.

Rose jamais tinha se apaixonado por nenhum homem. O mais próximo que chegara disso – porque nem mesmo ela não tinha certeza se isso foi se apaixonar – foi o norueguês tímido, violinista, que morara no mesmo prédio que ela por pouquíssimo tempo, no East End. Ela ainda ria daquela situação curiosa, em que avistara uma moça sair de seu quarto, levemente envergonhada após passar menos de duas horas ali, em uma madrugada qualquer. Ele parecia confuso quanto ao que verdadeiramente aconteceu, e Rose gostava de ver sua reação sempre que sugeria que algo tinha acontecido entre os dois, quando na verdade ela não vira nada mais que a fresta de uma porta, revelando Sigerson deitado em sono profundo sobre uma cama bagunçada, após a moça loira deixa-lo ali com ar de constrangida. A menor lembrança disso a fazia rir.

Já um tanto longe dali, Watson desembarcara em Baker Street, para prestar uma visita ao seu amigo, um café da manhã que tinham combinado na semana passada, como nos velhos tempos. Consultando brevemente seu relógio, ele teve a certeza de que chegaria no horário combinado.


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Londres. 28 de Setembro de 1894.

07:50 a.m.


A cama de solteiro era apertada, mas nem por isso desconfortável. Ainda que houvesse cheiro de tabaco impregnado nos lençóis – ela tinha quase certeza de que ele fumava sentado sobre a cama, prática proibida ao menos em sua casa -, a sensação de acordar ali, ao seu lado, em um ambiente diferente, era maravilhosa.

Sherlock Holmes dormia profundamente. Sabe-se lá quantas noites ele tinha passado em claro, com o caso de Norwood, ela pensou, por isso optou em não acordá-lo ainda. Entretanto, ela cometera a burrice de passar-lhe a mão sobre sua testa, para arrumar uma mecha de seu negro e liso cabelo que caía sobre seu rosto. Holmes tinha o sono leve, e imediatamente despertou com o simples gesto de carinho.

–Desculpe, eu não queria te acordar... – ela disse, temendo que isso despertasse seu temível mau-humor.

–Hunf... Cedo ou tarde eu acordaria. – ele murmurou. – Que horas são?

–Sete e cinquenta e um.

A menção das horas o fez despertar ainda mais.

–Céus, Esther! Você ainda está aqui?!

Esther cruzou os braços. – O que você queria que eu fizesse? Que fosse embora voando pela janela?

–Óbvio que não, mas... Santo Deus, Mrs. Hudson deixa o café pronto às oito em ponto!

–Ah, maldita pontualidade britânica! – murmurou Esther, em tom de brincadeira. – Mas e agora?

–Você tem cinco minutos, Esther.

Vestida apenas com um lençol, Esther levantou-se da cama, indignada.

–Cinco minutos?! Para vestir o meu vestido, as minhas anáguas...

Neste momento, Holmes lamentava a burocracia da vestimenta feminina.

–Bem, você costuma despir-se rápido, então julguei que tivesse a mesma habilidade para vestir-se também. – ele disse, erguendo uma sobrancelha sugestivamente, e recebendo um travesseiro contra si.

–Mas eu costumo ser auxiliada nesta tarefa, Mr. Holmes. Então, largue de exigências, faça algo útil e ajude a me vestir.

Holmes bufou, ajudando Esther a reunir todas as suas peças, espalhadas pelo quarto. Céus, quanto pano. Ele ajudou-a também a amarrar o espartilho, ouvindo uma reclamação de Esther a respeito da força que ele empregava nas amarras e que quase a sufocava.

–Eu não estou achando os meus sapatos. – ela disse, enquanto procurava debaixo da cama, já quase vestida.

–Deixe isso pra lá, Esther. Vamos logo porque em breve a Mrs. Hudson irá...

–Mr. Holmes, o café está pronto. – era a voz de Mrs. Hudson, após uma batida ligeira na porta. O semblante de Holmes congelou-se.

–Mr. Holmes, o senhor está bem?

–Er... Estou, Mrs. Hudson. Por quê pergunta?

–Eu pensei ter ouvido o senhor conversando...

–Não! - interrompeu Holmes, num misto de convicção e susto. - Er... Estou falando sozinho. Na verdade, refletindo sobre... Um experimento químico a respeito de alcalinos...

Holmes sabia do desinteresse – melhor, no ódio – de Mrs. Hudson quanto aos seus experimentos, e que ela deixaria o assunto de mão. E foi exatamente o que ela fez.

–De qualquer forma, Mr. Holmes, o café já está pronto. Preparei um bolo de frutas e fiz torradas.

Terminando de se vestir, Holmes perguntou, ainda na porta.

–Mrs. Hudson, poderia fazer-me o favor de comprar uma edição do Times para mim? Temo que se demorar mais um pouco, não encontrarei mais a edição matinal...

Ele pode ouvir um suspiro resignado da senhoria.

–Tudo bem, Mr. Holmes. Eu vou comprar o seu jornal.

–Obrigado, Mrs. Hudson. – ele agradeceu, através da porta.

Com a gravata ainda desabotoada, Holmes esperou alguns instantes, até que sua senhoria estivesse longe o bastante, e abriu a porta. Não havia mais ninguém.

–Vem. – ele disse, aos cochichos para Esther.

–Holmes, eu estou sem sapatos. Acho que tirei na sala.

Holmes suspirou, desesperado. – Tudo bem. Vamos procura-lo agora!

Esther chegou a achar um pé, mas estava achando dificuldade para achar o outro. Quando finalmente encontrou o pé restante, debaixo do sofá, tanto ela quanto Holmes ouviram um assobio bastante familiar.

–Watson? – foi a vez dela desesperar-se, enquanto amarrava o sapato. – O que ele está fazendo aqui, tão cedo?

–Ah, eu me esqueci! Combinamos de tomar café juntos!

Antes que pudessem raciocinar, Watson já estava bem diante deles, com um jornal debaixo do braço e o olhar despreocupado costumeiro.

–Holmes, parece que o caso de Norwood... Sophie?!


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Notas finais do capítulo

Oh, my!!! :O :O :O AAAAAHHHHH

O que será que o Watson irá achar disso? Tão cedo da manhã e Esther (ou melhor, sua amada Sophie) ali, em Baker Street, fazendo uma visita a Holmes?! Estranho, no mínimo!!!

É melhor vocês acharem uma boa desculpa para isso (ou se assumirem logo, pelo amor de Deus, coitado do Watson, sendo feito de babaca há duas fanfics... Pô, ele nem é vilão!!)

Mas pode ser um, em potencial, quando descobrir a verdade e que foi feito de bobo por tanto tempo #FaloNada

HAHAHA Espero que tenham gostado! E deixem reviews, Mps, o que for. Quero muito saber o que estão achando de tanta movimentação.



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